1:1 No princípio criou Deus os céus e a terra.
1:2 A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.
1:3 Disse Deus: haja luz. E houve luz.
1:4 Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas.
1:5 E Deus chamou � luz dia, e �s trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
1:6 E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.
1:7 Fez, pois, Deus o firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do firmamento das que estavam por cima do firmamento. E assim foi.
1:8 Chamou Deus ao firmamento céu. E foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
1:9 E disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas que estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E assim foi.
1:10 Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajuntamento das águas mares. E viu Deus que isso era bom.
1:11 E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, dêem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra. E assim foi.
1:12 A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.
1:13 E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.
1:14 E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos;
1:15 e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi.
1:16 Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas.
1:17 E Deus os pôs no firmamento do céu para alumiar a terra,
1:18 para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.
1:19 E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.
1:20 E disse Deus: Produzam as águas cardumes de seres viventes; e voem as aves acima da terra no firmamento do céu.
1:21 Criou, pois, Deus os monstros marinhos, e todos os seres viventes que se arrastavam, os quais as águas produziram abundantemente segundo as suas espécies; e toda ave que voa, segundo a sua espécie. E viu Deus que isso era bom.
1:22 Então Deus os abençoou, dizendo: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e multipliquem-se as aves sobre a terra.
1:23 E foi a tarde e a manhã, o dia quinto.
1:24 E disse Deus: Produza a terra seres viventes segundo as suas espécies: animais domésticos, répteis, e animais selvagens segundo as suas espécies. E assim foi.
1:25 Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.
1:26 E disse Deus: Façamos o homem � nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.
1:27 Criou, pois, Deus o homem � sua imagem; � imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
1:28 Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra.
1:29 Disse-lhes mais: Eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, as quais se acham sobre a face de toda a terra, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; ser-vos-ão para mantimento.
1:30 E a todos os animais da terra, a todas as aves do céu e a todo ser vivente que se arrasta sobre a terra, tenho dado todas as ervas verdes como mantimento. E assim foi.
1:31 E viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom. E foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
2:1 Assim foram acabados os céus e a terra, com todo o seu exército.
2:2 Ora, havendo Deus completado no dia sétimo a obra que tinha feito, descansou nesse dia de toda a obra que fizera.
2:3 Abençoou Deus o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que criara e fizera.
2:4 Eis as origens dos céus e da terra, quando foram criados. No dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus
2:5 não havia ainda nenhuma planta do campo na terra, pois nenhuma erva do campo tinha ainda brotado; porque o Senhor Deus não tinha feito chover sobre a terra, nem havia homem para lavrar a terra.
2:6 Um vapor, porém, subia da terra, e regava toda a face da terra.
2:7 E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente.
2:8 Então plantou o Senhor Deus um jardim, da banda do oriente, no Éden; e pôs ali o homem que tinha formado.
2:9 E o Senhor Deus fez brotar da terra toda qualidade de árvores agradáveis � vista e boas para comida, bem como a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal.
2:10 E saía um rio do Éden para regar o jardim; e dali se dividia e se tornava em quatro braços.
2:11 O nome do primeiro é Pisom: este é o que rodeia toda a terra de Havilá, onde há ouro;
2:12 e o ouro dessa terra é bom: ali há o bdélio, e a pedra de berilo.
2:13 O nome do segundo rio é Giom: este é o que rodeia toda a terra de Cuche.
2:14 O nome do terceiro rio é Tigre: este é o que corre pelo oriente da Assíria. E o quarto rio é o Eufrates.
2:15 Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do Édem para o lavrar e guardar.
2:16 Ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda árvore do jardim podes comer livremente;
2:17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
2:18 Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea.
2:19 Da terra formou, pois, o Senhor Deus todos os animais o campo e todas as aves do céu, e os trouxe ao homem, para ver como lhes chamaria; e tudo o que o homem chamou a todo ser vivente, isso foi o seu nome.
2:20 Assim o homem deu nomes a todos os animais domésticos, �s aves do céu e a todos os animais do campo; mas para o homem não se achava ajudadora idônea.
2:21 Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar;
2:22 e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem.
2:23 Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
2:24 Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á � sua mulher, e serão uma só carne.
2:25 E ambos estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam.
3:1 Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais do campo, que o Senhor Deus tinha feito. E esta disse � mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?
3:2 Respondeu a mulher � serpente: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,
3:3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais.
3:4 Disse a serpente � mulher: Certamente não morrereis.
3:5 Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal.
3:6 Então, vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto, comeu, e deu a seu marido, e ele também comeu.
3:7 Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.
3:8 E, ouvindo a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim � tardinha, esconderam-se o homem e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
3:9 Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?
3:10 Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque estava nu; e escondi-me.
3:11 Deus perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?
3:12 Ao que respondeu o homem: A mulher que me deste por companheira deu-me a árvore, e eu comi.
3:13 Perguntou o Senhor Deus � mulher: Que é isto que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente enganou-me, e eu comi.
3:14 Então o Senhor Deus disse � serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida.
3:15 Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e a sua descendência; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.
3:16 E � mulher disse: Multiplicarei grandemente a dor da tua conceição; em dor darás � luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará.
3:17 E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos � voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida.
3:18 Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo.
3:19 Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes � terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás.
3:20 Chamou Adão � sua mulher Eva, porque era a mãe de todos os viventes.
3:21 E o Senhor Deus fez túnicas de peles para Adão e sua mulher, e os vestiu.
3:22 Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tem tornado como um de nós, conhecendo o bem e o mal. Ora, não suceda que estenda a sua mão, e tome também da árvore da vida, e coma e viva eternamente.
3:23 O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado.
3:24 E havendo lançado fora o homem, pôs ao oriente do jardim do Éden os querubins, e uma espada flamejante que se volvia por todos os lados, para guardar o caminho da árvore da vida.
4:1 Conheceu Adão a Eva, sua mulher; ela concebeu e, tendo dado � luz a Caim, disse: Alcancei do Senhor um varão.
4:2 Tornou a dar � luz a um filho - a seu irmão Abel. Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
4:3 Ao cabo de dias trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao Senhor.
4:4 Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta,
4:5 mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante.
4:6 Então o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste? e por que está descaído o teu semblante?
4:7 Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz � porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar.
4:8 Falou Caim com o seu irmão Abel. E, estando eles no campo, Caim se levantou contra o seu irmão Abel, e o matou.
4:9 Perguntou, pois, o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Respondeu ele: Não sei; sou eu o guarda do meu irmão?
4:10 E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão está clamando a mim desde a terra.
4:11 Agora maldito és tu desde a terra, que abriu a sua boca para da tua mão receber o sangue de teu irmão.
4:12 Quando lavrares a terra, não te dará mais a sua força; fugitivo e vagabundo serás na terra.
4:13 Então disse Caim ao Senhor: É maior a minha punição do que a que eu possa suportar.
4:14 Eis que hoje me lanças da face da terra; também da tua presença ficarei escondido; serei fugitivo e vagabundo na terra; e qualquer que me encontrar matar-me-á.
4:15 O Senhor, porém, lhe disse: Portanto quem matar a Caim, sete vezes sobre ele cairá a vingança. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse.
4:16 Então saiu Caim da presença do Senhor, e habitou na terra de Node, ao oriente do Éden.
4:17 Conheceu Caim a sua mulher, a qual concebeu, e deu � luz a Enoque. Caim edificou uma cidade, e lhe deu o nome do filho, Enoque.
4:18 A Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meüjael, e Meüjael gerou a Metusael, e Metusael gerou a Lameque.
4:19 Lameque tomou para si duas mulheres: o nome duma era Ada, e o nome da outra Zila.
4:20 E Ada deu � luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e possuem gado.
4:21 O nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta.
4:22 A Zila também nasceu um filho, Tubal-Caim, fabricante de todo instrumento cortante de cobre e de ferro; e a irmã de Tubal-Caim foi Naama.
4:23 Disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zila, ouvi a minha voz; escutai, mulheres de Lameque, as minhas palavras; pois matei um homem por me ferir, e um mancebo por me pisar.
4:24 Se Caim há de ser vingado sete vezes, com certeza Lameque o será setenta e sete vezes.
4:25 Tornou Adão a conhecer sua mulher, e ela deu � luz um filho, a quem pôs o nome de Sete; porque, disse ela, Deus me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou.
4:26 A Sete também nasceu um filho, a quem pôs o nome de Enos. Foi nesse tempo, que os homens começaram a invocar o nome do Senhor.
5:1 Este é o livro das gerações de Adão. No dia em que Deus criou o homem, � semelhança de Deus o fez.
5:2 Homem e mulher os criou; e os abençoou, e os chamou pelo nome de homem, no dia em que foram criados.
5:3 Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho � sua semelhança, conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete.
5:4 E foram os dias de Adão, depois que gerou a Sete, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas.
5:5 Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos; e morreu.
5:6 Sete viveu cento e cinco anos, e gerou a Enos.
5:7 Viveu Sete, depois que gerou a Enos, oitocentos e sete anos; e gerou filhos e filhas.
5:8 Todos os dias de Sete foram novecentos e doze anos; e morreu.
5:9 Enos viveu noventa anos, e gerou a Quenã.
5:10 viveu Enos, depois que gerou a Quenã, oitocentos e quinze anos; e gerou filhos e filhas.
5:11 Todos os dias de Enos foram novecentos e cinco anos; e morreu.
5:12 Quenã viveu setenta anos, e gerou a Maalalel.
5:13 Viveu Quenã, depois que gerou a Maalalel, oitocentos e quarenta anos, e gerou filhos e filhas.
5:14 Todos os dias de Quenã foram novecentos e dez anos; e morreu.
5:15 Maalalel viveu sessenta e cinco anos, e gerou a Jarede.
5:16 Viveu Maalalel, depois que gerou a Jarede, oitocentos e trinta anos; e gerou filhos e filhas.
5:17 Todos os dias de Maalalel foram oitocentos e noventa e cinco anos; e morreu.
5:18 Jarede viveu cento e sessenta e dois anos, e gerou a Enoque.
5:19 Viveu Jarede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas.
5:20 Todos os dias de Jarede foram novecentos e sessenta e dois anos; e morreu.
5:21 Enoque viveu sessenta e cinco anos, e gerou a Matusalém.
5:22 Andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos; e gerou filhos e filhas.
5:23 Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos;
5:24 Enoque andou com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus o tomou.
5:25 Matusalém viveu cento e oitenta e sete anos, e gerou a Lameque.
5:26 Viveu Matusalém, depois que gerou a Lameque, setecentos e oitenta e dois anos; e gerou filhos e filhas.
5:27 Todos os dias de Matusalém foram novecentos e sessenta e nove anos; e morreu.
5:28 Lameque viveu cento e oitenta e dois anos, e gerou um filho,
5:29 a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, os quais provêm da terra que o Senhor amaldiçoou.
5:30 Viveu Lameque, depois que gerou a Noé, quinhentos e noventa e cinco anos; e gerou filhos e filhas.
5:31 Todos os dias de Lameque foram setecentos e setenta e sete anos; e morreu.
5:32 E era Noé da idade de quinhentos anos; e gerou Noé a Sem, Cão e Jafé.
6:1 Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a terra, e lhes nasceram filhas,
6:2 viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.
6:3 Então disse o Senhor: O meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos.
6:4 Naqueles dias estavam os nefilins na terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilins eram os valentes, os homens de renome, que houve na antigüidade.
6:5 Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente.
6:6 Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração
6:7 E disse o Senhor: Destruirei da face da terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito.
6:8 Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.
6:9 Estas são as gerações de Noé. Era homem justo e perfeito em suas gerações, e andava com Deus.
6:10 Gerou Noé três filhos: Sem, Cão e Jafé.
6:11 A terra, porém, estava corrompida diante de Deus, e cheia de violência.
6:12 Viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.
6:13 Então disse Deus a Noé: O fim de toda carne é chegado perante mim; porque a terra está cheia da violência dos homens; eis que os destruirei juntamente com a terra.
6:14 Faze para ti uma arca de madeira de gôfer: farás compartimentos na arca, e a revestirás de betume por dentro e por fora.
6:15 Desta maneira a farás: o comprimento da arca será de trezentos côvados, a sua largura de cinqüenta e a sua altura de trinta.
6:16 Farás na arca uma janela e lhe darás um côvado de altura; e a porta da arca porás no seu lado; fá-la-ás com andares, baixo, segundo e terceiro.
6:17 Porque eis que eu trago o dilúvio sobre a terra, para destruir, de debaixo do céu, toda a carne em que há espírito de vida; tudo o que há na terra expirará.
6:18 Mas contigo estabelecerei o meu pacto; entrarás na arca, tu e contigo teus filhos, tua mulher e as mulheres de teus filhos.
6:19 De tudo o que vive, de toda a carne, dois de cada espécie, farás entrar na arca, para os conservares vivos contigo; macho e fêmea serão.
6:20 Das aves segundo as suas espécies, do gado segundo as suas espécies, de todo réptil da terra segundo as suas espécies, dois de cada espécie virão a ti, para os conservares em vida.
6:21 Leva contigo de tudo o que se come, e ajunta-o para ti; e te será para alimento, a ti e a eles.
6:22 Assim fez Noé; segundo tudo o que Deus lhe mandou, assim o fez.
7:1 Depois disse o Senhor a Noé: Entra na arca, tu e toda a tua casa, porque tenho visto que és justo diante de mim nesta geração.
7:2 De todos os animais limpos levarás contigo sete e sete, o macho e sua fêmea; mas dos animais que não são limpos, dois, o macho e sua fêmea;
7:3 também das aves do céu sete e sete, macho e fêmea, para se conservar em vida sua espécie sobre a face de toda a terra.
7:4 Porque, passados ainda sete dias, farei chover sobre a terra quarenta dias e quarenta noites, e exterminarei da face da terra todas as criaturas que fiz.
7:5 E Noé fez segundo tudo o que o Senhor lhe ordenara.
7:6 Tinha Noé seiscentos anos de idade, quando o dilúvio veio sobre a terra.
7:7 Noé entrou na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos, por causa das águas do dilúvio.
7:8 Dos animais limpos e dos que não são limpos, das aves, e de todo réptil sobre a terra,
7:9 entraram dois a dois para junto de Noé na arca, macho e fêmea, como Deus ordenara a Noé.
7:10 Passados os sete dias, vieram sobre a terra as águas do dilúvio.
7:11 No ano seiscentos da vida de Noé, no mês segundo, aos dezessete dias do mês, romperam-se todas as fontes do grande abismo, e as janelas do céu se abriram,
7:12 e caiu chuva sobre a terra quarenta dias e quarenta noites.
7:13 Nesse mesmo dia entrou Noé na arca, e juntamente com ele seus filhos Sem, Cão e Jafé, como também sua mulher e as três mulheres de seus filhos,
7:14 e com eles todo animal segundo a sua espécie, todo o gado segundo a sua espécie, todo réptil que se arrasta sobre a terra segundo a sua espécie e toda ave segundo a sua espécie, pássaros de toda qualidade.
7:15 Entraram para junto de Noé na arca, dois a dois de toda a carne em que havia espírito de vida.
7:16 E os que entraram eram macho e fêmea de toda a carne, como Deus lhe tinha ordenado; e o Senhor o fechou dentro.
7:17 Veio o dilúvio sobre a terra durante quarenta dias; e as águas cresceram e levantaram a arca, e ela se elevou por cima da terra.
7:18 Prevaleceram as águas e cresceram grandemente sobre a terra; e a arca vagava sobre as águas.
7:19 As águas prevaleceram excessivamente sobre a terra; e todos os altos montes que havia debaixo do céu foram cobertos.
7:20 Quinze côvados acima deles prevaleceram as águas; e assim foram cobertos.
7:21 Pereceu toda a carne que se movia sobre a terra, tanto ave como gado, animais selvagens, todo réptil que se arrasta sobre a terra, e todo homem.
7:22 Tudo o que tinha fôlego do espírito de vida em suas narinas, tudo o que havia na terra seca, morreu.
7:23 Assim foram exterminadas todas as criaturas que havia sobre a face da terra, tanto o homem como o gado, o réptil, e as aves do céu; todos foram exterminados da terra; ficou somente Noé, e os que com ele estavam na arca.
7:24 E prevaleceram as águas sobre a terra cento e cinqüenta dias.
8:1 Deus lembrou-se de Noé, de todos os animais e de todo o gado, que estavam com ele na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e as águas começaram a diminuir.
8:2 Cerraram-se as fontes do abismo e as janelas do céu, e a chuva do céu se deteve;
8:3 as águas se foram retirando de sobre a terra; no fim de cento e cinqüenta dias começaram a minguar.
8:4 No sétimo mês, no dia dezessete do mês, repousou a arca sobre os montes de Arará.
8:5 E as águas foram minguando até o décimo mês; no décimo mês, no primeiro dia do mês, apareceram os cumes dos montes.
8:6 Ao cabo de quarenta dias, abriu Noé a janela que havia feito na arca;
8:7 soltou um corvo que, saindo, ia e voltava até que as águas se secaram de sobre a terra.
8:8 Depois soltou uma pomba, para ver se as águas tinham minguado de sobre a face da terra;
8:9 mas a pomba não achou onde pousar a planta do pé, e voltou a ele para a arca; porque as águas ainda estavam sobre a face de toda a terra; e Noé, estendendo a mão, tomou-a e a recolheu consigo na arca.
8:10 Esperou ainda outros sete dias, e tornou a soltar a pomba fora da arca.
8:11 Â tardinha a pomba voltou para ele, e eis no seu bico uma folha verde de oliveira; assim soube Noé que as águas tinham minguado de sobre a terra.
8:12 Então esperou ainda outros sete dias, e soltou a pomba; e esta não tornou mais a ele.
8:13 No ano seiscentos e um, no mês primeiro, no primeiro dia do mês, secaram-se as águas de sobre a terra. Então Noé tirou a cobertura da arca: e olhou, e eis que a face a terra estava enxuta.
8:14 No segundo mês, aos vinte e sete dias do mês, a terra estava seca.
8:15 Então falou Deus a Noé, dizendo:
8:16 Sai da arca, tu, e juntamente contigo tua mulher, teus filhos e as mulheres de teus filhos.
8:17 Todos os animais que estão contigo, de toda a carne, tanto aves como gado e todo réptil que se arrasta sobre a terra, traze-os para fora contigo; para que se reproduzam abundantemente na terra, frutifiquem e se multipliquem sobre a terra.
8:18 Então saiu Noé, e com ele seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus filhos;
8:19 todo animal, todo réptil e toda ave, tudo o que se move sobre a terra, segundo as suas famílias, saiu da arca.
8:20 Edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa, e ofereceu holocaustos sobre o altar.
8:21 Sentiu o Senhor o suave cheiro e disse em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem; porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como acabo de fazer.
8:22 Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.
9:1 Abençoou Deus a Noé e a seus filhos, e disse-lhes: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra.
9:2 Terão medo e pavor de vós todo animal da terra, toda ave do céu, tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar; nas vossas mãos são entregues.
9:3 Tudo quanto se move e vive vos servirá de mantimento, bem como a erva verde; tudo vos tenho dado.
9:4 A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.
9:5 Certamente requererei o vosso sangue, o sangue das vossas vidas; de todo animal o requererei; como também do homem, sim, da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem.
9:6 Quem derramar sangue de homem, pelo homem terá o seu sangue derramado; porque Deus fez o homem � sua imagem.
9:7 Mas vós frutificai, e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra, e multiplicai-vos nela.
9:8 Disse também Deus a Noé, e a seus filhos com ele:
9:9 Eis que eu estabeleço o meu pacto convosco e com a vossa descendência depois de vós,
9:10 e com todo ser vivente que convosco está: com as aves, com o gado e com todo animal da terra; com todos os que saíram da arca, sim, com todo animal da terra.
9:11 Sim, estabeleço o meu pacto convosco; não será mais destruída toda a carne pelas águas do dilúvio; e não haverá mais dilúvio, para destruir a terra.
9:12 E disse Deus: Este é o sinal do pacto que firmo entre mim e vós e todo ser vivente que está convosco, por gerações perpétuas:
9:13 O meu arco tenho posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver um pacto entre mim e a terra.
9:14 E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, e aparecer o arco nas nuvens,
9:15 então me lembrarei do meu pacto, que está entre mim e vós e todo ser vivente de toda a carne; e as águas não se tornarão mais em dilúvio para destruir toda a carne.
9:16 O arco estará nas nuvens, e olharei para ele a fim de me lembrar do pacto perpétuo entre Deus e todo ser vivente de toda a carne que está sobre a terra.
9:17 Disse Deus a Noé ainda: Esse é o sinal do pacto que tenho estabelecido entre mim e toda a carne que está sobre a terra.
9:18 Ora, os filhos de Noé, que saíram da arca, foram Sem, Cão e Jafé; e Cão é o pai de Canaã.
9:19 Estes três foram os filhos de Noé; e destes foi povoada toda a terra.
9:20 E começou Noé a cultivar a terra e plantou uma vinha.
9:21 Bebeu do vinho, e embriagou-se; e achava-se nu dentro da sua tenda.
9:22 E Cão, pai de Canaã, viu a nudez de seu pai, e o contou a seus dois irmãos que estavam fora.
9:23 Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre os seus ombros, e andando virados para trás, cobriram a nudez de seu pai, tendo os rostos virados, de maneira que não viram a nudez de seu pai.
9:24 Despertado que foi Noé do seu vinho, soube o que seu filho mais moço lhe fizera;
9:25 e disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos será de seus irmãos.
9:26 Disse mais: Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
9:27 Alargue Deus a Jafé, e habite Jafé nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.
9:28 Viveu Noé, depois do dilúvio, trezentos e cinqüenta anos.
9:29 E foram todos os dias de Noé novecentos e cinqüenta anos; e morreu.
10:1 Estas, pois, são as gerações dos filhos de Noé: Sem, Cão e Jafé, aos quais nasceram filhos depois do dilúvio.
10:2 Os filhos de Jafé: Gomer, Magogue, Madai, Javã, Tubal, Meseque e Tiras.
10:3 Os filhos de Gomer: Asquenaz, Rifate e Togarma.
10:4 Os filhos de Javã: Elisá, Társis, Quitim e Dodanim.
10:5 Por estes foram repartidas as ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua língua, segundo as suas famílias, entre as suas nações.
10:6 Os filhos de Cão: Cuche, Mizraim, Pute e Canaã.
10:7 Os filhos de Cuche: Seba, Havilá, Sabtá, Raamá e Sabtecá; e os filhos de Raamá são Sebá e Dedã.
10:8 Cuche também gerou a Ninrode, o qual foi o primeiro a ser poderoso na terra.
10:9 Ele era poderoso caçador diante do Senhor; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do Senhor.
10:10 O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinar.
10:11 Desta mesma terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir, Calá,
10:12 e Résem entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade).
10:13 Mizraim gerou a Ludim, Anamim, Leabim, Naftuim,
10:14 Patrusim, Casluim (donde saíram os filisteus) e Caftorim.
10:15 Canaã gerou a Sidom, seu primogênito, e Hete,
10:16 e ao jebuseu, o amorreu, o girgaseu,
10:17 o heveu, o arqueu, o sineu,
10:18 o arvadeu, o zemareu e o hamateu. Depois se espalharam as famílias dos cananeus.
10:19 Foi o termo dos cananeus desde Sidom, em direção a Gerar, até Gaza; e daí em direção a Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim, até Lasa.
10:20 São esses os filhos de Cão segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em suas nações.
10:21 A Sem, que foi o pai de todos os filhos de Eber e irmão mais velho de Jafé, a ele também nasceram filhos.
10:22 Os filhos de Sem foram: Elão, Assur, Arfaxade, Lude e Arão.
10:23 Os filhos de Arão: Uz, Hul, Geter e Más.
10:24 Arfaxade gerou a Selá; e Selá gerou a Eber.
10:25 A Eber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, porque nos seus dias foi dividida a terra; e o nome de seu irmão foi Joctã.
10:26 Joctã gerou a Almodá, Selefe, Hazarmavé, Jerá,
10:27 Hadorão, Usal, Dicla,
10:28 Obal, Abimael, Sebá,
10:29 Ofir, Havilá e Jobabe: todos esses foram filhos de Joctã.
10:30 E foi a sua habitação desde Messa até Sefar, montanha do oriente.
10:31 Esses são os filhos de Sem segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, segundo as suas nações.
10:32 Essas são as famílias dos filhos de Noé segundo as suas gerações, em suas nações; e delas foram disseminadas as nações na terra depois do dilúvio.
11:1 Ora, toda a terra tinha uma só língua e um só idioma.
11:2 E deslocando-se os homens para o oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e ali habitaram.
11:3 Disseram uns aos outros: Eia pois, façamos tijolos, e queimemo-los bem. Os tijolos lhes serviram de pedras e o betume de argamassa.
11:4 Disseram mais: Eia, edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu, e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.
11:5 Então desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;
11:6 e disse: Eis que o povo é um e todos têm uma só língua; e isto é o que começam a fazer; agora não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.
11:7 Eia, desçamos, e confundamos ali a sua linguagem, para que não entenda um a língua do outro.
11:8 Assim o Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a cidade.
11:9 Por isso se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a linguagem de toda a terra, e dali o Senhor os espalhou sobre a face de toda a terra.
11:10 Estas são as gerações de Sem. Tinha ele cem anos, quando gerou a Arfaxade, dois anos depois do dilúvio.
11:11 E viveu Sem, depois que gerou a Arfaxade, quinhentos anos; e gerou filhos e filhas.
11:12 Arfaxade viveu trinta e cinco anos, e gerou a Selá.
11:13 Viveu Arfaxade, depois que gerou a Selá, quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas.
11:14 Selá viveu trinta anos, e gerou a Eber.
11:15 Viveu Selá, depois que gerou a Eber, quatrocentos e três anos; e gerou filhos e filhas.
11:16 Eber viveu trinta e quatro anos, e gerou a Pelegue.
11:17 Viveu Eber, depois que gerou a Pelegue, quatrocentos e trinta anos; e gerou filhos e filhas.
11:18 Pelegue viveu trinta anos, e gerou a Reú.
11:19 Viveu Pelegue, depois que gerou a Reú, duzentos e nove anos; e gerou filhos e filhas.
11:20 Reú viveu trinta e dois anos, e gerou a Serugue.
11:21 Viveu Reú, depois que gerou a Serugue, duzentos e sete anos; e gerou filhos e filhas.
11:22 Serugue viveu trinta anos, e gerou a Naor.
11:23 Viveu Serugue, depois que gerou a Naor, duzentos anos; e gerou filhos e filhas.
11:24 Naor viveu vinte e nove anos, e gerou a Tera.
11:25 Viveu Naor, depois que gerou a Tera, cento e dezenove anos; e gerou filhos e filhas.
11:26 Tera viveu setenta anos, e gerou a Abrão, a Naor e a Harã.
11:27 Estas são as gerações de Tera: Tera gerou a Abrão, a Naor e a Harã; e Harã gerou a Ló.
11:28 Harã morreu antes de seu pai Tera, na terra do seu nascimento, em Ur dos Caldeus.
11:29 Abrão e Naor tomaram mulheres para si: o nome da mulher de Abrão era Sarai, e o nome da mulher do Naor era Milca, filha de Harã, que foi pai de Milca e de Iscá.
11:30 Sarai era estéril; não tinha filhos.
11:31 Tomou Tera a Abrão seu filho, e a Ló filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos Caldeus, a fim de ir para a terra de Canaã; e vieram até Harã, e ali habitaram.
11:32 Foram os dias de Tera duzentos e cinco anos; e morreu Tera em Harã.
12:1 Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
12:2 Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção.
12:3 Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei �quele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
12:4 Partiu, pois Abrão, como o Senhor lhe ordenara, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã.
12:5 Abrão levou consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhes acresceram em Harã; e saíram a fim de irem � terra de Canaã; e � terra de Canaã chegaram.
12:6 Passou Abrão pela terra até o lugar de Siquém, até o carvalho de Moré. Nesse tempo estavam os cananeus na terra.
12:7 Apareceu, porém, o Senhor a Abrão, e disse: ë tua semente darei esta terra. Abrão, pois, edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera.
12:8 Então passou dali para o monte ao oriente de Betel, e armou a sua tenda, ficando-lhe Betel ao ocidente, e Ai ao oriente; também ali edificou um altar ao Senhor, e invocou o nome do Senhor.
12:9 Depois continuou Abrão o seu caminho, seguindo ainda para o sul.
12:10 Ora, havia fome naquela terra; Abrão, pois, desceu ao Egito, para peregrinar ali, porquanto era grande a fome na terra.
12:11 Quando ele estava prestes a entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa � vista;
12:12 e acontecerá que, quando os egípcios te virem, dirão: Esta é mulher dele. E me matarão a mim, mas a ti te guardarão em vida.
12:13 Dize, peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por tua causa, e que viva a minha alma em atenção a ti.
12:14 E aconteceu que, entrando Abrão no Egito, viram os egípcios que a mulher era mui formosa.
12:15 Até os príncipes de Faraó a viram e gabaram-na diante dele; e foi levada a mulher para a casa de Faraó.
12:16 E ele tratou bem a Abrão por causa dela; e este veio a ter ovelhas, bois e jumentos, servos e servas, jumentas e camelos.
12:17 Feriu, porém, o Senhor a Faraó e a sua casa com grandes pragas, por causa de Sarai, mulher de Abrão.
12:18 Então chamou Faraó a Abrão, e disse: Que é isto que me fizeste? por que não me disseste que ela era tua mulher?
12:19 Por que disseste: E minha irmã? de maneira que a tomei para ser minha mulher. Agora, pois, eis aqui tua mulher; toma-a e vai-te.
12:20 E Faraó deu ordens aos seus guardas a respeito dele, os quais o despediram a ele, e a sua mulher, e a tudo o que tinha.
13:1 Subiu, pois, Abrão do Egito para o Negebe, levando sua mulher e tudo o que tinha, e Ló o acompanhava.
13:2 Abrão era muito rico em gado, em prata e em ouro.
13:3 Nas suas jornadas subiu do Negebe para Betel, até o lugar onde outrora estivera a sua tenda, entre Betel e Ai,
13:4 até o lugar do altar, que dantes ali fizera; e ali invocou Abrão o nome do Senhor.
13:5 E também Ló, que ia com Abrão, tinha rebanhos, gado e tendas.
13:6 Ora, a terra não podia sustentá-los, para eles habitarem juntos; porque os seus bens eram muitos; de modo que não podiam habitar juntos.
13:7 Pelo que houve contenda entre os pastores do gado de Abrão, e os pastores do gado de Ló. E nesse tempo os cananeus e os perizeus habitavam na terra.
13:8 Disse, pois, Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos.
13:9 Porventura não está toda a terra diante de ti? Rogo-te que te apartes de mim. Se tu escolheres a esquerda, irei para a direita; e se a direita escolheres, irei eu para a esquerda.
13:10 Então Ló levantou os olhos, e viu toda a planície do Jordão, que era toda bem regada (antes de haver o Senhor destruído Sodoma e Gomorra), e era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito, até chegar a Zoar.
13:11 E Ló escolheu para si toda a planície do Jordão, e partiu para o oriente; assim se apartaram um do outro.
13:12 Habitou Abrão na terra de Canaã, e Ló habitou nas cidades da planície, e foi armando as suas tendas até chegar a Sodoma.
13:13 Ora, os homens de Sodoma eram maus e grandes pecadores contra o Senhor.
13:14 E disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os olhos, e olha desde o lugar onde estás, para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente;
13:15 porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e � tua descendência, para sempre.
13:16 E farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que se puder ser contado o pó da terra, então também poderá ser contada a tua descendência.
13:17 Levanta-te, percorre esta terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a darei a ti.
13:18 Então mudou Abrão as suas tendas, e foi habitar junto dos carvalhos de Manre, em Hebrom; e ali edificou um altar ao Senhor.
14:1 Aconteceu nos dias de Anrafel, rei de Sinar, Arioque, rei de Elasar, Quedorlaomer, rei de Elão, e Tidal, rei de Goiim,
14:2 que estes fizeram guerra a Bera, rei de Sodoma, a Birsa, rei de Gomorra, a Sinabe, rei de Admá, a Semeber, rei de Zeboim, e ao rei de Belá (esta é Zoar).
14:3 Todos estes se ajuntaram no vale de Sidim (que é o Mar Salgado).
14:4 Doze anos haviam servido a Quedorlaomer, mas ao décimo terceiro ano rebelaram-se.
14:5 Por isso, ao décimo quarto ano veio Quedorlaomer, e os reis que estavam com ele, e feriram aos refains em Asterote-Carnaim, aos zuzins em Hão, aos emins em Savé-Quiriataim,
14:6 e aos horeus no seu monte Seir, até El-Parã, que está junto ao deserto.
14:7 Depois voltaram e vieram a En-Mispate (que é Cades), e feriram toda a terra dos amalequitas, e também dos amorreus, que habitavam em Hazazom-Tamar.
14:8 Então saíram os reis de Sodoma, de Gomorra, de Admá, de Zeboim e de Belá (esta é Zoar), e ordenaram batalha contra eles no vale de Sidim,
14:9 contra Quedorlaomer, rei de Elão, Tidal, rei de Goiim, Anrafel, rei de Sinar, e Arioque, rei de Elasar; quatro reis contra cinco.
14:10 Ora, o vale de Sidim estava cheio de poços de betume; e fugiram os reis de Sodoma e de Gomorra, e caíram ali; e os restantes fugiram para o monte.
14:11 Tomaram, então, todos os bens de Sodoma e de Gomorra com todo o seu mantimento, e se foram.
14:12 Tomaram também a Ló, filho do irmão de Abrão, que habitava em Sodoma, e os bens dele, e partiram.
14:13 Então veio um que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu. Ora, este habitava junto dos carvalhos de Manre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner; estes eram aliados de Abrão.
14:14 Ouvindo, pois, Abrão que seu irmão estava preso, levou os seus homens treinados, nascidos em sua casa, em número de trezentos e dezoito, e perseguiu os reis até Dã.
14:15 Dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus servos, e os feriu, perseguindo-os até Hobá, que fica � esquerda de Damasco.
14:16 Assim tornou a trazer todos os bens, e tornou a trazer também a Ló, seu irmão, e os bens dele, e também as mulheres e o povo.
14:17 Depois que Abrão voltou de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma, no vale de Savé (que é o vale do rei).
14:18 Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo;
14:19 e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra!
14:20 E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
14:21 Então o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas; e os bens toma-os para ti.
14:22 Abrão, porém, respondeu ao rei de Sodoma: Levanto minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra,
14:23 jurando que não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu, nem um fio, nem uma correia de sapato, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão;
14:24 salvo tão somente o que os mancebos comeram, e a parte que toca aos homens Aner, Escol e Manre, que foram comigo; que estes tomem a sua parte.
15:1 Depois destas coisas veio a palavra do Senhor a Abrão numa visão, dizendo: Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, o teu galardão será grandíssimo.
15:2 Então disse Abrão: Ó Senhor Deus, que me darás, visto que morro sem filhos, e o herdeiro de minha casa é o damasceno Eliézer?
15:3 Disse mais Abrão: A mim não me tens dado filhos; eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro.
15:4 Ao que lhe veio a palavra do Senhor, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que sair das tuas entranhas, esse será o teu herdeiro.
15:5 Então o levou para fora, e disse: Olha agora para o céu, e conta as estrelas, se as podes contar; e acrescentou-lhe: Assim será a tua descendência.
15:6 E creu Abrão no Senhor, e o Senhor imputou-lhe isto como justiça.
15:7 Disse-lhe mais: Eu sou o Senhor, que te tirei de Ur dos caldeus, para te dar esta terra em herança.
15:8 Ao que lhe perguntou Abrão: Ó Senhor Deus, como saberei que hei de herdá-la?
15:9 Respondeu-lhe: Toma-me uma novilha de três anos, uma cabra de três anos, um carneiro de três anos, uma rola e um pombinho.
15:10 Ele, pois, lhe trouxe todos estes animais, partiu-os pelo meio, e pôs cada parte deles em frente da outra; mas as aves não partiu.
15:11 E as aves de rapina desciam sobre os cadáveres; Abrão, porém, as enxotava.
15:12 Ora, ao pôr do sol, caiu um profundo sono sobre Abrão; e eis que lhe sobrevieram grande pavor e densas trevas.
15:13 Então disse o Senhor a Abrão: Sabe com certeza que a tua descendência será peregrina em terra alheia, e será reduzida � escravidão, e será afligida por quatrocentos anos;
15:14 sabe também que eu julgarei a nação a qual ela tem de servir; e depois sairá com muitos bens.
15:15 Tu, porém, irás em paz para teus pais; em boa velhice serás sepultado.
15:16 Na quarta geração, porém, voltarão para cá; porque a medida da iniqüidade dos amorreus não está ainda cheia.
15:17 Quando o sol já estava posto, e era escuro, eis um fogo fumegante e uma tocha de fogo, que passaram por entre aquelas metades.
15:18 Naquele mesmo dia fez o Senhor um pacto com Abrão, dizendo: Â tua descendência tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Eufrates;
15:19 e o queneu, o quenizeu, o cadmoneu,
15:20 o heteu, o perizeu, os refains,
15:21 o amorreu, o cananeu, o girgaseu e o jebuseu.
16:1 Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos. Tinha ela uma serva egípcia, que se chamava Agar.
16:2 Disse Sarai a Abrão: Eis que o Senhor me tem impedido de ter filhos; toma, pois, a minha serva; porventura terei filhos por meio dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.
16:3 Assim Sarai, mulher de Abrão, tomou a Agar a egípcia, sua serva, e a deu por mulher a Abrão seu marido, depois de Abrão ter habitado dez anos na terra de Canaã.
16:4 E ele conheceu a Agar, e ela concebeu; e vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.
16:5 Então disse Sarai a Abrão: Sobre ti seja a afronta que me é dirigida a mim; pus a minha serva em teu regaço; vendo ela agora que concebeu, sou desprezada aos seus olhos; o Senhor julgue entre mim e ti.
16:6 Ao que disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está nas tuas mãos; faze-lhe como bem te parecer. E Sarai maltratou-a, e ela fugiu de sua face.
16:7 Então o anjo do Senhor, achando-a junto a uma fonte no deserto, a fonte que está no caminho de Sur,
16:8 perguntou-lhe: Agar, serva de Sarai, donde vieste, e para onde vais? Respondeu ela: Da presença de Sarai, minha senhora, vou fugindo.
16:9 Disse-lhe o anjo do Senhor: Torna-te para tua senhora, e humilha-te debaixo das suas mãos.
16:10 Disse-lhe mais o anjo do Senhor: Multiplicarei sobremaneira a tua descendência, de modo que não será contada, por numerosa que será.
16:11 Disse-lhe ainda o anjo do Senhor: Eis que concebeste, e terás um filho, a quem chamarás Ismael; porquanto o Senhor ouviu a tua aflição.
16:12 Ele será como um jumento selvagem entre os homens; a sua mão será contra todos, e a mão de todos contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.
16:13 E ela chamou, o nome do Senhor, que com ela falava, El-Rói; pois disse: Não tenho eu também olhado neste lugar para aquele que me vê?
16:14 Pelo que se chamou aquele poço Beer-Laai-Rói; ele está entre Cades e Berede.
16:15 E Agar deu um filho a Abrão; e Abrão pôs o nome de Ismael no seu filho que tivera de Agar.
16:16 Ora, tinha Abrão oitenta e seis anos, quando Agar lhe deu Ismael.
17:1 Quando Abrão tinha noventa e nove anos, apareceu-lhe o Senhor e lhe disse: Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha presença, e sê perfeito;
17:2 e firmarei o meu pacto contigo, e sobremaneira te multiplicarei.
17:3 Ao que Abrão se prostrou com o rosto em terra, e Deus falou-lhe, dizendo:
17:4 Quanto a mim, eis que o meu pacto é contigo, e serás pai de muitas nações;
17:5 não mais serás chamado Abrão, mas Abraão será o teu nome; pois por pai de muitas nações te hei posto;
17:6 far-te-ei frutificar sobremaneira, e de ti farei nações, e reis sairão de ti;
17:7 estabelecerei o meu pacto contigo e com a tua descendência depois de ti em suas gerações, como pacto perpétuo, para te ser por Deus a ti e � tua descendência depois de ti.
17:8 Dar-te-ei a ti e � tua descendência depois de ti a terra de tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em perpétua possessão; e serei o seu Deus.
17:9 Disse mais Deus a Abraão: Ora, quanto a ti, guardarás o meu pacto, tu e a tua descendência depois de ti, nas suas gerações.
17:10 Este é o meu pacto, que guardareis entre mim e vós, e a tua descendência depois de ti: todo varão dentre vugar para aquele que me
17:11 Circuncidar-vos-eis na carne do prepúcio; e isto será por sinal de pacto entre mim e vós.
17:12 Â idade de oito dias, todo varão dentre vós será circuncidado, por todas as vossas gerações, tanto o nascido em casa como o comprado por dinheiro a qualquer estrangeiro, que não for da tua linhagem.
17:13 Com efeito será circuncidado o nascido em tua casa, e o comprado por teu dinheiro; assim estará o meu pacto na vossa carne como pacto perpétuo.
17:14 Mas o incircunciso, que não se circuncidar na carne do prepúcio, essa alma será extirpada do seu povo; violou o meu pacto.
17:15 Disse Deus a Abraão: Quanto a Sarai, tua, mulher, não lhe chamarás mais Sarai, porem Sara será o seu nome.
17:16 Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho; sim, abençoá-la-ei, e ela será mãe de nações; reis de povos sairão dela.
17:17 Ao que se prostrou Abraão com o rosto em terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? Dará � luz Sara, que tem noventa anos?
17:18 Depois disse Abraão a Deus: Oxalá que viva Ismael diante de ti!
17:19 E Deus lhe respondeu: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará � luz um filho, e lhe chamarás Isaque; com ele estabelecerei o meu pacto como pacto perpétuo para a sua descendência depois dele.
17:20 E quanto a Ismael, também te tenho ouvido; eis que o tenho abençoado, e fá-lo-ei frutificar, e multiplicá-lo-ei grandissimamente; doze príncipes gerará, e dele farei uma grande nação.
17:21 O meu pacto, porém, estabelecerei com Isaque, que Sara te dará � luz neste tempo determinado, no ano vindouro.
17:22 Ao acabar de falar com Abraão, subiu Deus diante dele.
17:23 Logo tomou Abraão a seu filho Ismael, e a todos os nascidos na sua casa e a todos os comprados por seu dinheiro, todo varão entre os da casa de Abraão, e lhes circuncidou a carne do prepúcio, naquele mesmo dia, como Deus lhe ordenara.
17:24 Abraão tinha noventa e nove anos, quando lhe foi circuncidada a carne do prepúcio;
17:25 E Ismael, seu filho, tinha treze anos, quando lhe foi circuncidada a carne do prepúcio.
17:26 No mesmo dia foram circuncidados Abraão e seu filho Ismael.
17:27 E todos os homens da sua casa, assim os nascidos em casa, como os comprados por dinheiro ao estrangeiro, foram circuncidados com ele.
18:1 Depois apareceu o Senhor a Abraão junto aos carvalhos de Manre, estando ele sentado � porta da tenda, no maior calor do dia.
18:2 Levantando Abraão os olhos, olhou e eis três homens de pé em frente dele. Quando os viu, correu da porta da tenda ao seu encontro, e prostrou-se em terra,
18:3 e disse: Meu Senhor, se agora tenho achado graça aos teus olhos, rogo-te que não passes de teu servo.
18:4 Eia, traga-se um pouco d'água, e lavai os pés e recostai-vos debaixo da árvore;
18:5 e trarei um bocado de pão; refazei as vossas forças, e depois passareis adiante; porquanto por isso chegastes ate o vosso servo. Responderam-lhe: Faze assim como disseste.
18:6 Abraão, pois, apressou-se em ir ter com Sara na tenda, e disse-lhe: Amassa depressa três medidas de flor de farinha e faze bolos.
18:7 Em seguida correu ao gado, apanhou um bezerro tenro e bom e deu-o ao criado, que se apressou em prepará-lo.
18:8 Então tomou queijo fresco, e leite, e o bezerro que mandara preparar, e pôs tudo diante deles, ficando em pé ao lado deles debaixo da árvore, enquanto comiam.
18:9 Perguntaram-lhe eles: Onde está Sara, tua mulher? Ele respondeu: Está ali na tenda.
18:10 E um deles lhe disse: certamente tornarei a ti no ano vindouro; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara estava escutando � porta da tenda, que estava atrás dele.
18:11 Ora, Abraão e Sara eram já velhos, e avançados em idade; e a Sara havia cessado o incômodo das mulheres.
18:12 Sara então riu-se consigo, dizendo: Terei ainda deleite depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor ja velho?
18:13 Perguntou o Senhor a Abraão: Por que se riu Sara, dizendo: É verdade que eu, que sou velha, darei � luz um filho?
18:14 Há, porventura, alguma coisa difícil ao Senhor? Ao tempo determinado, no ano vindouro, tornarei a ti, e Sara terá um filho.
18:15 Então Sara negou, dizendo: Não me ri; porquanto ela teve medo. Ao que ele respondeu: Não é assim; porque te riste.
18:16 E levantaram-se aqueles homens dali e olharam para a banda de Sodoma; e Abraão ia com eles, para os encaminhar.
18:17 E disse o Senhor: Ocultarei eu a Abraão o que faço,
18:18 visto que Abraão certamente virá a ser uma grande e poderosa nação, e por meio dele serão benditas todas as nações da terra?
18:19 Porque eu o tenho escolhido, a fim de que ele ordene a seus filhos e a sua casa depois dele, para que guardem o caminho do Senhor, para praticarem retidão e justiça; a fim de que o Senhor faça vir sobre Abraão o que a respeito dele tem falado.
18:20 Disse mais o Senhor: Porquanto o clamor de Sodoma e Gomorra se tem multiplicado, e porquanto o seu pecado se tem agravado muito,
18:21 descerei agora, e verei se em tudo têm praticado segundo o seu clamor, que a mim tem chegado; e se não, sabê-lo-ei.
18:22 Então os homens, virando os seus rostos dali, foram-se em direção a Sodoma; mas Abraão ficou ainda em pé diante do Senhor.
18:23 E chegando-se Abraão, disse: Destruirás também o justo com o ímpio?
18:24 Se porventura houver cinqüenta justos na cidade, destruirás e não pouparás o lugar por causa dos cinqüenta justos que ali estão?
18:25 Longe de ti que faças tal coisa, que mates o justo com o ímpio, de modo que o justo seja como o ímpio; esteja isto longe de ti. Não fará justiça o juiz de toda a terra?
18:26 Então disse o Senhor: Se eu achar em Sodoma cinqüenta justos dentro da cidade, pouparei o lugar todo por causa deles.
18:27 Tornou-lhe Abraão, dizendo: Eis que agora me atrevi a falar ao Senhor, ainda que sou pó e cinza.
18:28 Se porventura de cinqüenta justos faltarem cinco, destruirás toda a cidade por causa dos cinco? Respondeu ele: Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco.
18:29 Continuou Abraão ainda a falar-lhe, e disse: Se porventura se acharem ali quarenta? Mais uma vez assentiu: Por causa dos quarenta não o farei.
18:30 Disse Abraão: Ora, não se ire o Senhor, se eu ainda falar. Se porventura se acharem ali trinta? De novo assentiu: Não o farei, se achar ali trinta.
18:31 Tornou Abraão: Eis que outra vez me a atrevi a falar ao Senhor. Se porventura se acharem ali vinte? Respondeu-lhe: Por causa dos vinte não a destruirei.
18:32 Disse ainda Abraão: Ora, não se ire o Senhor, pois só mais esta vez falarei. Se porventura se acharem ali dez? Ainda assentiu o Senhor: Por causa dos dez não a destruirei.
18:33 E foi-se o Senhor, logo que acabou de falar com Abraão; e Abraão voltou para o seu lugar.
19:1 Â tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado � porta de Sodoma e, vendo-os, levantou-se para os receber; prostrou-se com o rosto em terra,
19:2 e disse: Eis agora, meus senhores, entrai, peço-vos em casa de vosso servo, e passai nela a noite, e lavai os pés; de madrugada vos levantareis e ireis vosso caminho. Responderam eles: Não; antes na praça passaremos a noite.
19:3 Entretanto, Ló insistiu muito com eles, pelo que foram com ele e entraram em sua casa; e ele lhes deu um banquete, assando-lhes pães ázimos, e eles comeram.
19:4 Mas antes que se deitassem, cercaram a casa os homens da cidade, isto é, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados;
19:5 e, chamando a Ló, perguntaram-lhe: Onde estão os homens que entraram esta noite em tua casa? Traze-os cá fora a nós, para que os conheçamos.
19:6 Então Ló saiu-lhes � porta, fechando-a atrás de si,
19:7 e disse: Meus irmãos, rogo-vos que não procedais tão perversamente;
19:8 eis aqui, tenho duas filhas que ainda não conheceram varão; eu vo-las trarei para fora, e lhes fareis como bem vos parecer: somente nada façais a estes homens, porquanto entraram debaixo da sombra do meu telhado.
19:9 Eles, porém, disseram: Sai daí. Disseram mais: Esse indivíduo, como estrangeiro veio aqui habitar, e quer se arvorar em juiz! Agora te faremos mais mal a ti do que a eles. E arremessaram-se sobre o homem, isto é, sobre Ló, e aproximavam-se para arrombar a porta.
19:10 Aqueles homens, porém, estendendo as mãos, fizeram Ló entrar para dentro da casa, e fecharam a porta;
19:11 e feriram de cegueira os que estavam do lado de fora, tanto pequenos como grandes, de maneira que cansaram de procurar a porta.
19:12 Então disseram os homens a Ló: Tens mais alguém aqui? Teu genro, e teus filhos, e tuas filhas, e todos quantos tens na cidade, tira-os para fora deste lugar;
19:13 porque nós vamos destruir este lugar, porquanto o seu clamor se tem avolumado diante do Senhor, e o Senhor nos enviou a destruí-lo.
19:14 Tendo saído Ló, falou com seus genros, que haviam de casar com suas filhas, e disse-lhes: Levantai-vos, saí deste lugar, porque o Senhor há de destruir a cidade. Mas ele pareceu aos seus genros como quem estava zombando.
19:15 E ao amanhecer os anjos apertavam com Ló, dizendo: levanta-te, toma tua mulher e tuas duas filhas que aqui estão, para que não pereças no castigo da cidade.
19:16 Ele, porém, se demorava; pelo que os homens pegaram-lhe pela mão a ele, � sua mulher, e �s suas filhas, sendo-lhe misericordioso o Senhor. Assim o tiraram e o puseram fora da cidade.
19:17 Quando os tinham tirado para fora, disse um deles: Escapa-te, salva tua vida; não olhes para trás de ti, nem te detenhas em toda esta planície; escapa-te lá para o monte, para que não pereças.
19:18 Respondeu-lhe Ló: Ah, assim não, meu Senhor!
19:19 Eis que agora o teu servo tem achado graça aos teus olhos, e tens engrandecido a tua misericórdia que a mim me fizeste, salvando-me a vida; mas eu não posso escapar-me para o monte; não seja caso me apanhe antes este mal, e eu morra.
19:20 Eis ali perto aquela cidade, para a qual eu posso fugir, e é pequena. Permite que eu me escape para lá (porventura não é pequena?), e viverá a minha alma.
19:21 Disse-lhe: Quanto a isso também te hei atendido, para não subverter a cidade de que acabas de falar.
19:22 Apressa-te, escapa-te para lá; porque nada poderei fazer enquanto não tiveres ali chegado. Por isso se chamou o nome da cidade Zoar.
19:23 Tinha saído o sol sobre a terra, quando Ló entrou em Zoar.
19:24 Então o Senhor, da sua parte, fez chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra.
19:25 E subverteu aquelas cidades e toda a planície, e todos os moradores das cidades, e o que nascia da terra.
19:26 Mas a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida em uma estátua de sal.
19:27 E Abraão levantou-se de madrugada, e foi ao lugar onde estivera em pé diante do Senhor;
19:28 e, contemplando Sodoma e Gomorra e toda a terra da planície, viu que subia da terra fumaça como a de uma fornalha.
19:29 Ora, aconteceu que, destruindo Deus as cidades da planície, lembrou-se de Abraão, e tirou Ló do meio da destruição, ao subverter aquelas cidades em que Ló habitara.
19:30 E subiu Ló de Zoar, e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas.
19:31 Então a primogênita disse � menor: Nosso pai é já velho, e não há varão na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra;
19:32 vem, demos a nosso pai vinho a beber, e deitemo-nos com ele, para que conservemos a descendência de nosso pai.
19:33 Deram, pois, a seu pai vinho a beber naquela noite; e, entrando a primogênita, deitou-se com seu pai; e não percebeu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.
19:34 No dia seguinte disse a primogênita � menor: Eis que eu ontem � noite me deitei com meu pai; demos-lhe vinho a beber também esta noite; e então, entrando tu, deita-te com ele, para que conservemos a descendência de nosso pai.
19:35 Tornaram, pois, a dar a seu pai vinho a beber também naquela noite; e, levantando-se a menor, deitou-se com ele; e não percebeu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou.
19:36 Assim as duas filhas de Ló conceberam de seu pai.
19:37 A primogênita deu a luz a um filho, e chamou-lhe Moabe; este é o pai dos moabitas de hoje.
19:38 A menor também deu � luz um filho, e chamou-lhe Ben-Ami; este é o pai dos amonitas de hoje.
20:1 Partiu Abraão dali para a terra do Negebe, e habitou entre Cades e Sur; e peregrinou em Gerar.
20:2 E havendo Abraão dito de Sara, sua mulher: É minha irmã; enviou Abimeleque, rei de Gerar, e tomou a Sara.
20:3 Deus, porém, veio a Abimeleque, em sonhos, de noite, e disse-lhe: Eis que estás para morrer por causa da mulher que tomaste; porque ela tem marido.
20:4 Ora, Abimeleque ainda não se havia chegado a ela: perguntou, pois: Senhor matarás porventura tambem uma nação justa?
20:5 Não me disse ele mesmo: É minha irmã? e ela mesma me disse: Ele é meu irmão; na sinceridade do meu coração e na inocência das minhas mãos fiz isto.
20:6 Ao que Deus lhe respondeu em sonhos: Bem sei eu que na sinceridade do teu coração fizeste isto; e também eu te tenho impedido de pecar contra mim; por isso não te permiti tocá-la;
20:7 agora, pois, restitui a mulher a seu marido, porque ele é profeta, e intercederá por ti, e viverás; se, porém, não lha restituíres, sabe que certamente morrerás, tu e tudo o que é teu.
20:8 Levantou-se Abimeleque de manhã cedo e, chamando a todos os seus servos, falou-lhes aos ouvidos todas estas palavras; e os homens temeram muito.
20:9 Então chamou Abimeleque a Abraão e lhe perguntou: Que é que nos fizeste? e em que pequei contra ti, para trazeres sobre mim o sobre o meu reino tamanho pecado? Tu me fizeste o que não se deve fazer.
20:10 Perguntou mais Abimeleque a Abraão: Com que intenção fizeste isto?
20:11 Respondeu Abraão: Porque pensei: Certamente não há temor de Deus neste lugar; matar-me-ão por causa da minha mulher.
20:12 Além disso ela é realmente minha irmã, filha de meu pai, ainda que não de minha mãe; e veio a ser minha mulher.
20:13 Quando Deus me fez sair errante da casa de meu pai, eu lhe disse a ela: Esta é a graça que me farás: em todo lugar aonde formos, dize de mim: Ele é meu irmão.
20:14 Então tomou Abimeleque ovelhas e bois, e servos e servas, e os deu a Abraão; e lhe restituiu Sara, sua mulher;
20:15 e disse-lhe Abimeleque: Eis que a minha terra está diante de ti; habita onde bem te parecer.
20:16 E a Sara disse: Eis que tenho dado a teu irmão mil moedas de prata; isso te seja por véu dos olhos a todos os que estão contigo; e perante todos estás reabilitada.
20:17 Orou Abraão a Deus, e Deus sarou Abimeleque, e a sua mulher e as suas servas; de maneira que tiveram filhos;
20:18 porque o Senhor havia fechado totalmente todas as madres da casa de Abimeleque, por causa de Sara, mulher de Abraão.
21:1 O Senhor visitou a Sara, como tinha dito, e lhe fez como havia prometido.
21:2 Sara concebeu, e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, de que Deus lhe falara;
21:3 e, Abraão pôs no filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, o nome de Isaque.
21:4 E Abraão circuncidou a seu filho Isaque, quando tinha oito dias, conforme Deus lhe ordenara.
21:5 Ora, Abraão tinha cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.
21:6 Pelo que disse Sara: Deus preparou riso para mim; todo aquele que o ouvir, se rirá comigo.
21:7 E acrescentou: Quem diria a Abraão que Sara havia de amamentar filhos? no entanto lhe dei um filho na sua velhice.
21:8 cresceu o menino, e foi desmamado; e Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.
21:9 Ora, Sara viu brincando o filho de Agar a egípcia, que esta dera � luz a Abraão.
21:10 Pelo que disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não será herdeiro com meu filho, com Isaque.
21:11 Pareceu isto bem duro aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.
21:12 Deus, porém, disse a Abraão: Não pareça isso duro aos teus olhos por causa do moço e por causa da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua descendência.
21:13 Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto ele é da tua linhagem.
21:14 Então se levantou Abraão de manhã cedo e, tomando pão e um odre de �gua, os deu a Agar, pondo-os sobre o ombro dela; também lhe deu o menino e despediu-a; e ela partiu e foi andando errante pelo deserto de Beer-Seba.
21:15 E consumida a água do odre, Agar deitou o menino debaixo de um dos arbustos,
21:16 e foi assentar-se em frente dele, a boa distância, como a de um tiro de arco; porque dizia: Que não veja eu morrer o menino. Assim sentada em frente dele, levantou a sua voz e chorou.
21:17 Mas Deus ouviu a voz do menino; e o anjo de Deus, bradando a Agar desde o céu, disse-lhe: Que tens, Agar? não temas, porque Deus ouviu a voz do menino desde o lugar onde está.
21:18 Ergue-te, levanta o menino e toma-o pela mão, porque dele farei uma grande nação.
21:19 E abriu-lhe Deus os olhos, e ela viu um poço; e foi encher de água o odre e deu de beber ao menino.
21:20 Deus estava com o menino, que cresceu e, morando no deserto, tornou-se flecheiro.
21:21 Ele habitou no deserto de Parã; e sua mãe tomou-lhe uma mulher da terra do Egito.
21:22 Naquele mesmo tempo Abimeleque, com Ficol, o chefe do seu exército, falou a Abraão, dizendo: Deus é contigo em tudo o que fazes;
21:23 agora pois, jura-me aqui por Deus que não te haverás falsamente comigo, nem com meu filho, nem com o filho do meu filho; mas segundo a beneficência que te fiz, me farás a mim, e � terra onde peregrinaste.
21:24 Respondeu Abraão: Eu jurarei.
21:25 Abraão, porém, repreendeu a Abimeleque, por causa de um poço de água, que os servos de Abimeleque haviam tomado � força.
21:26 Respondeu-lhe Abimeleque: Não sei quem fez isso; nem tu mo fizeste saber, nem tampouco ouvi eu falar nisso, senão hoje.
21:27 Tomou, pois, Abraão ovelhas e bois, e os deu a Abimeleque; assim fizeram entre, si um pacto.
21:28 Pôs Abraão, porém, � parte sete cordeiras do rebanho.
21:29 E perguntou Abimeleque a Abraão: Que significam estas sete cordeiras que puseste � parte?
21:30 Respondeu Abraão: Estas sete cordeiras receberás da minha mão para que me sirvam de testemunho de que eu cavei este poço.
21:31 Pelo que chamou aquele lugar Beer-Seba, porque ali os dois juraram.
21:32 Assim fizeram uma pacto em Beer-Seba. Depois se levantaram Abimeleque e Ficol, o chefe do seu exército, e tornaram para a terra dos filisteus.
21:33 Abraão plantou uma tamargueira em Beer-Seba, e invocou ali o nome do Senhor, o Deus eterno.
21:34 E peregrinou Abraão na terra dos filisteus muitos dias.
22:1 Sucedeu, depois destas coisas, que Deus provou a Abraão, dizendo-lhe: Abraão! E este respondeu: Eis-me aqui.
22:2 Prosseguiu Deus: Toma agora teu filho; o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai � terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre um dos montes que te hei de mostrar.
22:3 Levantou-se, pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para ir ao lugar que Deus lhe dissera.
22:4 Ao terceiro dia levantou Abraão os olhos, e viu o lugar de longe.
22:5 E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o mancebo iremos até lá; depois de adorarmos, voltaremos a vós.
22:6 Tomou, pois, Abraão a lenha do holocausto e a pôs sobre Isaque, seu filho; tomou também na mão o fogo e o cutelo, e foram caminhando juntos.
22:7 Então disse Isaque a Abraão, seu pai: Meu pai! Respondeu Abraão: Eis-me aqui, meu filho! Perguntou-lhe Isaque: Eis o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
22:8 Respondeu Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. E os dois iam caminhando juntos.
22:9 Havendo eles chegado ao lugar que Deus lhe dissera, edificou Abraão ali o altar e pôs a lenha em ordem; o amarrou, a Isaque, seu filho, e o deitou sobre o altar em cima da lenha.
22:10 E, estendendo a mão, pegou no cutelo para imolar a seu filho.
22:11 Mas o anjo do Senhor lhe bradou desde o céu, e disse: Abraão, Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui.
22:12 Então disse o anjo: Não estendas a mão sobre o mancebo, e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus, visto que não me negaste teu filho, o teu único filho.
22:13 Nisso levantou Abraão os olhos e olhou, e eis atrás de si um carneiro embaraçado pelos chifres no mato; e foi Abraão, tomou o carneiro e o ofereceu em holocausto em lugar de seu filho.
22:14 Pelo que chamou Abraão �quele lugar Jeová-Jiré; donde se diz até o dia de hoje: No monte do Senhor se proverá.
22:15 Então o anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde o céu,
22:16 e disse: Por mim mesmo jurei, diz o Senhor, porquanto fizeste isto, e não me negaste teu filho, o teu único filho,
22:17 que deveras te abençoarei, e grandemente multiplicarei a tua descendência, como as estrelas do céu e como a areia que está na praia do mar; e a tua descendência possuirá a porta dos seus inimigos;
22:18 e em tua descendência serão benditas todas as nações da terra; porquanto obedeceste � minha voz.
22:19 Então voltou Abraão aos seus moços e, levantando-se, foram juntos a Beer-Seba; e Abraão habitou em Beer-Seba.
22:20 Depois destas coisas anunciaram a Abraão, dizendo: Eis que também Milca tem dado � luz filhos a Naor, teu irmão:
22:21 Uz o seu primogênito, e Buz seu irmão, e Quemuel, pai de Arão,
22:22 e Quesede, Hazo, Pildas, Jidlafe e Betuel.
22:23 E Betuel gerou a Rebeca. Esses oito deu � luz Milca a Naor, irmão de Abraão.
22:24 E a sua concubina, que se chamava Reumá, também deu � luz a Teba, Gaão, Taás e Maacá.
23:1 Ora, os anos da vida de Sara foram cento e vinte e sete.
23:2 E morreu Sara em Quiriate-Arba, que é Hebrom, na terra de Canaã; e veio Abraão lamentá-la e chorar por ela:
23:3 Depois se levantou Abraão de diante do seu morto, e falou aos filhos de Hete, dizendo:
23:4 Estrangeiro e peregrino sou eu entre vós; dai-me o direito de um lugar de sepultura entre vós, para que eu sepulte o meu morto, removendo-o de diante da minha face.
23:5 Responderam-lhe os filhos de Hete:
23:6 Ouve-nos, senhor; príncipe de Deus és tu entre nós; enterra o teu morto na mais escolhida de nossas sepulturas; nenhum de nós te vedará a sua sepultura, para enterrares o teu morto.
23:7 Então se levantou Abraão e, inclinando-se diante do povo da terra, diante dos filhos de Hete,
23:8 falou-lhes, dizendo: Se é de vossa vontade que eu sepulte o meu morto de diante de minha face, ouvi-me e intercedei por mim junto a Efrom, filho de Zoar,
23:9 para que ele me dê a cova de Macpela, que possui no fim do seu campo; que ma dê pelo devido preço em posse de sepulcro no meio de vós.
23:10 Ora, Efrom estava sentado no meio dos filhos de Hete; e respondeu Efrom, o heteu, a Abraão, aos ouvidos dos filhos de Hete, isto é, de todos os que entravam pela porta da sua cidade, dizendo:
23:11 Não, meu senhor; ouve-me. O campo te dou, também te dou a cova que nele está; na presença dos filhos do meu povo ta dou; sepulta o teu morto.
23:12 Então Abraão se inclinou diante do povo da terra,
23:13 e falou a Efrom, aos ouvidos do povo da terra, dizendo: Se te agrada, peço-te que me ouças. Darei o preço do campo; toma-o de mim, e sepultarei ali o meu morto.
23:14 Respondeu Efrom a Abraão:
23:15 Meu senhor, ouve-me. Um terreno do valor de quatrocentos siclos de prata! que é isto entre mim e ti? Sepulta, pois, o teu morto.
23:16 E Abraão ouviu a Efrom, e pesou-lhe a prata de que este tinha falado aos ouvidos dos filhos de Hete, quatrocentos siclos de prata, moeda corrente entre os mercadores.
23:17 Assim o campo de Efrom, que estava em Macpela, em frente de Manre, o campo e a cova que nele estava, e todo o arvoredo que havia nele, por todos os seus limites ao redor, se confirmaram
23:18 a Abraão em possessão na presença dos filhos de Hete, isto é, de todos os que entravam pela porta da sua cidade.
23:19 Depois sepultou Abraão a Sara sua mulher na cova do campo de Macpela, em frente de Manre, que é Hebrom, na terra de Canaã.
23:20 Assim o campo e a cova que nele estava foram confirmados a Abraão pelos filhos de Hete em possessão de sepultura.
24:1 Ora, Abraão era já velho e de idade avançada; e em tudo o Senhor o havia abençoado.
24:2 E disse Abraão ao seu servo, o mais antigo da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe a tua mão debaixo da minha coxa,
24:3 para que eu te faça jurar pelo Senhor, Deus do céu e da terra, que não tomarás para meu filho mulher dentre as filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito;
24:4 mas que irás � minha terra e � minha parentela, e dali tomarás mulher para meu filho Isaque.
24:5 Perguntou-lhe o servo: Se porventura a mulher não quiser seguir-me a esta terra, farei, então, tornar teu filho � terra donde saíste?
24:6 Respondeu-lhe Abraão: Guarda-te de fazeres tornar para lá meu filho.
24:7 O Senhor, Deus do céu, que me tirou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: Â tua o semente darei esta terra; ele enviará o seu anjo diante de si, para que tomes de lá mulher para meu filho.
24:8 Se a mulher, porém, não quiser seguir-te, serás livre deste meu juramento; somente não farás meu filho tornar para lá.
24:9 Então pôs o servo a sua mão debaixo da coxa de Abraão seu senhor, e jurou-lhe sobre este negócio.
24:10 Tomou, pois, o servo dez dos camelos do seu senhor, porquanto todos os bens de seu senhor estavam em sua mão; e, partindo, foi para a Mesopotâmia, � cidade de Naor.
24:11 Fez ajoelhar os camelos fora da cidade, junto ao poço de água, pela tarde, � hora em que as mulheres saíam a tirar água.
24:12 E disse: Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, dá-me hoje, peço-te, bom êxito, e usa de benevolência para com o meu senhor Abraão.
24:13 Eis que eu estou em pé junto � fonte, e as filhas dos homens desta cidade vêm saindo para tirar água;
24:14 faze, pois, que a donzela a quem eu disser: Abaixa o teu cântaro, peço-te, para que eu beba; e ela responder: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; seja aquela que designaste para o teu servo Isaque. Assim conhecerei que usaste de benevolência para com o meu senhor.
24:15 Antes que ele acabasse de falar, eis que Rebeca, filha de Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, saía com o seu cântaro sobre o ombro.
24:16 A donzela era muito formosa � vista, virgem, a quem varão não havia conhecido; ela desceu � fonte, encheu o seu cântaro e subiu.
24:17 Então o servo correu-lhe ao encontro, e disse: Deixa-me beber, peço-te, um pouco de água do teu cântaro.
24:18 Respondeu ela: Bebe, meu senhor. Então com presteza abaixou o seu cântaro sobre a mão e deu-lhe de beber.
24:19 E quando acabou de lhe dar de beber, disse: Tirarei também água para os teus camelos, até que acabem de beber.
24:20 Também com presteza despejou o seu cântaro no bebedouro e, correndo outra vez ao poço, tirou água para todos os camelos dele.
24:21 E o homem a contemplava atentamente, em silêncio, para saber se o Senhor havia tornado próspera a sua jornada, ou não.
24:22 Depois que os camelos acabaram de beber, tomou o homem um pendente de ouro, de meio siclo de peso, e duas pulseiras para as mãos dela, do peso de dez siclos de ouro;
24:23 e perguntou: De quem és filha? dize-mo, peço-te. Há lugar em casa de teu pai para nós pousarmos?
24:24 Ela lhe respondeu: Eu sou filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu a Naor.
24:25 Disse-lhe mais: Temos palha e forragem bastante, e lugar para pousar.
24:26 Então inclinou-se o homem e adorou ao Senhor;
24:27 e disse: Bendito seja o Senhor Deus de meu senhor Abraão, que não retirou do meu senhor a sua benevolência e a sua verdade; quanto a mim, o Senhor me guiou no caminho � casa dos irmãos de meu senhor.
24:28 A donzela correu, e relatou estas coisas aos da casa de sua mãe.
24:29 Ora, Rebeca tinha um irmão, cujo nome era Labão, o qual saiu correndo ao encontro daquele homem até a fonte;
24:30 porquanto tinha visto o pendente, e as pulseiras sobre as mãos de sua irmã, e ouvido as palavras de sua irmã Rebeca, que dizia: Assim me falou aquele homem; e foi ter com o homem, que estava em pé junto aos camelos ao lado da fonte.
24:31 E disse: Entra, bendito do Senhor; por que estás aqui fora? pois eu já preparei a casa, e lugar para os camelos.
24:32 Então veio o homem � casa, e desarreou os camelos; deram palha e forragem para os camelos e água para lavar os pés dele e dos homens que estavam com ele.
24:33 Depois puseram comida diante dele. Ele, porém, disse: Não comerei, até que tenha exposto a minha incumbência. Respondeu-lhe Labão: Fala.
24:34 Então disse: Eu sou o servo de Abraão.
24:35 O Senhor tem abençoado muito ao meu senhor, o qual se tem engrandecido; deu-lhe rebanhos e gado, prata e ouro, escravos e escravas, camelos e jumentos.
24:36 E Sara, a mulher do meu senhor, mesmo depois, de velha deu um filho a meu senhor; e o pai lhe deu todos os seus bens.
24:37 Ora, o meu senhor me fez jurar, dizendo: Não tomarás mulher para meu filho das filhas dos cananeus, em cuja terra habito;
24:38 irás, porém, � casa de meu pai, e � minha parentela, e tomarás mulher para meu filho.
24:39 Então respondi ao meu senhor: Porventura não me seguirá a mulher.
24:40 Ao que ele me disse: O Senhor, em cuja presença tenho andado, enviará o seu anjo contigo, e prosperará o teu caminho; e da minha parentela e da casa de meu pai tomarás mulher para meu filho;
24:41 então serás livre do meu juramento, quando chegares � minha parentela; e se não ta derem, livre serás do meu juramento.
24:42 E hoje cheguei � fonte, e disse: Senhor, Deus de meu senhor Abraão, se é que agora prosperas o meu caminho, o qual venho seguindo,
24:43 eis que estou junto � fonte; faze, pois, que a donzela que sair para tirar água, a quem eu disser: Dá-me, peço-te, de beber um pouco de água do teu cântaro,
24:44 e ela me responder: Bebe tu, e também tirarei água para os teus camelos; seja a mulher que o Senhor designou para o filho de meu senhor.
24:45 Ora, antes que eu acabasse de falar no meu coração, eis que Rebeca saía com o seu cântaro sobre o ombro, desceu � fonte e tirou água; e eu lhe disse: Dá-me de beber, peço-te.
24:46 E ela, com presteza, abaixou o seu cântaro do ombro, e disse: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; assim bebi, e ela deu também de beber aos camelos.
24:47 Então lhe perguntei: De quem és filha? E ela disse: Filha de Betuel, filho de Naor, que Milca lhe deu. Então eu lhe pus o pendente no nariz e as pulseiras sobre as mãos;
24:48 e, inclinando-me, adorei e bendisse ao Senhor, Deus do meu senhor Abraão, que me havia conduzido pelo caminho direito para tomar para seu filho a filha do irmão do meu senhor.
24:49 Agora, pois, se vós haveis de usar de benevolência e de verdade para com o meu senhor, declarai-mo; e se não, também mo declarai, para que eu vá ou para a direita ou para a esquerda.
24:50 Então responderam Labão e Betuel: Do Senhor procede este negócio; nós não podemos falar-te mal ou bem.
24:51 Eis que Rebeca está diante de ti, toma-a e vai-te; seja ela a mulher do filho de teu senhor, como tem dito o Senhor.
24:52 Quando o servo de Abraão ouviu as palavras deles, prostrou-se em terra diante do Senhor:
24:53 e tirou o servo jóias de prata, e jóias de ouro, e vestidos, e deu-os a Rebeca; também deu coisas preciosas a seu irmão e a sua mãe.
24:54 Então comeram e beberam, ele e os homens que com ele estavam, e passaram a noite. Quando se levantaram de manhã, disse o servo: Deixai-me ir a meu senhor.
24:55 Disseram o irmão e a mãe da donzela: Fique ela conosco alguns dias, pelo menos dez dias; e depois irá.
24:56 Ele, porém, lhes respondeu: Não me detenhas, visto que o Senhor me tem prosperado o caminho; deixai-me partir, para que eu volte a meu senhor.
24:57 Disseram-lhe: chamaremos a donzela, e perguntaremos a ela mesma.
24:58 Chamaram, pois, a Rebeca, e lhe perguntaram: Irás tu com este homem; Respondeu ela: Irei.
24:59 Então despediram a Rebeca, sua irmã, e � sua ama e ao servo de Abraão e a seus homens;
24:60 e abençoaram a Rebeca, e disseram-lhe: Irmã nossa, sê tu a mãe de milhares de miríades, e possua a tua descendência a porta de seus aborrecedores!
24:61 Assim Rebeca se levantou com as suas moças e, montando nos camelos, seguiram o homem; e o servo, tomando a Rebeca, partiu.
24:62 Ora, Isaque tinha vindo do caminho de Beer-Laai-Rói; pois habitava na terra do Negebe.
24:63 Saíra Isaque ao campo � tarde, para meditar; e levantando os olhos, viu, e eis que vinham camelos.
24:64 Rebeca também levantou os olhos e, vendo a Isaque, saltou do camelo
24:65 e perguntou ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? respondeu o servo: É meu senhor. Então ela tomou o véu e se cobriu.
24:66 Depois o servo contou a Isaque tudo o que fizera.
24:67 Isaque, pois, trouxe Rebeca para a tenda de Sara, sua mãe; tomou-a e ela lhe foi por mulher; e ele a amou. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe.
25:1 Ora, Abraão tomou outra mulher, que se chamava Quetura.
25:2 Ela lhe deu � luz a Zinrã, Jocsã, Medã, Midiã, Isbaque e Suá.
25:3 Jocsã gerou a Seba e Dedã. Os filhos de Dedã foram Assurim, Letusim e Leumim.
25:4 Os filhos de Midiã foram Efá, Efer, Hanoque, Abidá e Eldá; todos estes foram filhos de Quetura.
25:5 Abraão, porém, deu tudo quanto possuía a Isaque;
25:6 no entanto aos filhos das concubinas que Abraão tinha, deu ele dádivas; e, ainda em vida, os separou de seu filho Isaque, enviando-os ao Oriente, para a terra oriental.
25:7 Estes, pois, são os dias dos anos da vida de Abraão, que ele viveu: cento e setenta e, cinco anos.
25:8 E Abraão expirou, morrendo em boa velhice, velho e cheio de dias; e foi congregado ao seu povo.
25:9 Então Isaque e Ismael, seus filhos, o sepultaram na cova de Macpela, no campo de Efrom, filho de Zoar, o heteu, que estava em frente de Manre,
25:10 o campo que Abraão comprara aos filhos de Hete. Ali foi sepultado Abraão, e Sara, sua mulher.
25:11 Depois da morte de Abraão, Deus abençoou a Isaque, seu filho; e habitava Isaque junto a Beer-Laai-Rói.
25:12 Estas são as gerações de Ismael, filho de Abraão, que Agar, a egípcia, serva de Sara, lhe deu;
25:13 e estes são os nomes dos filhos de Ismael pela sua ordem, segundo as suas gerações: o primogênito de Ismael era Nebaiote, depois Quedar, Abdeel, Mibsão,
25:14 Misma, Dumá, Massá,
25:15 Hadade, Tema, Jetur, Nafis e Quedemá.
25:16 Estes são os filhos de Ismael, e estes são os seus nomes pelas suas vilas e pelos seus acampamentos: doze príncipes segundo as suas tribos.
25:17 E estes são os anos da vida de Ismael, cento e trinta e sete anos; e ele expirou e, morrendo, foi cogregado ao seu povo.
25:18 Eles então habitaram desde Havilá até Sur, que está em frente do Egito, como quem vai em direção da Assíria; assim Ismael se estabeleceu diante da face de todos os seus irmãos.
25:19 E estas são as gerações de Isaque, filho de Abraão: Abraão gerou a Isaque;
25:20 e Isaque tinha quarenta anos quando tomou por mulher a Rebeca, filha de Betuel, arameu de Padã-Arã, e irmã de Labão, arameu.
25:21 Ora, Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto ela era estéril; e o Senhor ouviu as suas orações, e Rebeca, sua mulher, concebeu.
25:22 E os filhos lutavam no ventre dela; então ela disse: Por que estou eu assim? E foi consultar ao Senhor.
25:23 Respondeu-lhe o Senhor: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas estranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o mais velho servirá ao mais moço.
25:24 Cumpridos que foram os dias para ela dar � luz, eis que havia gêmeos no seu ventre.
25:25 Saiu o primeiro, ruivo, todo ele como um vestido de pelo; e chamaram-lhe Esaú.
25:26 Depois saiu o seu irmão, agarrada sua mão ao calcanhar de Esaú; pelo que foi chamado Jacó. E Isaque tinha sessenta anos quando Rebeca os deu � luz.
25:27 Cresceram os meninos; e Esaú tornou-se perito caçador, homem do campo; mas Jacó, homem sossegado, que habitava em tendas.
25:28 Isaque amava a Esaú, porque comia da sua caça; mas Rebeca amava a Jacó.
25:29 Jacó havia feito um guisado, quando Esaú chegou do campo, muito cansado;
25:30 e disse Esaú a Jacó: Deixa-me, peço-te, comer desse guisado vermelho, porque estou muito cansado. Por isso se chamou Edom.
25:31 Respondeu Jacó: Vende-me primeiro o teu direito de primogenitura.
25:32 Então replicou Esaú: Eis que estou a ponto e morrer; logo, para que me servirá o direito de primogenitura?
25:33 Ao que disse Jacó: Jura-me primeiro. Jurou-lhe, pois; e vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó.
25:34 Jacó deu a Esaú pão e o guisado e lentilhas; e ele comeu e bebeu; e, levantando-se, seguiu seu caminho. Assim desprezou Esaú o seu direito de primogenitura.
26:1 Sobreveio � terra uma fome, além da primeira, que ocorreu nos dias de Abraão. Por isso foi Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar.
26:2 E apareceu-lhe o Senhor e disse: Não desças ao Egito; habita na terra que eu te disser;
26:3 peregrina nesta terra, e serei contigo e te abençoarei; porque a ti, e aos que descenderem de ti, darei todas estas terras, e confirmarei o juramento que fiz a Abraão teu pai;
26:4 e multiplicarei a tua descendência como as estrelas do céu, e lhe darei todas estas terras; e por meio dela serão benditas todas as naçoes da terra;
26:5 porquanto Abraão obedeceu � minha voz, e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os meus estatutos e as minhas leis.
26:6 Assim habitou Isaque em Gerar.
26:7 Então os homens do lugar perguntaram-lhe acerca de sua mulher, e ele respondeu: É minha irmã; porque temia dizer: É minha mulher; para que porventura, dizia ele, não me matassem os homens daquele lugar por amor de Rebeca; porque era ela formosa � vista.
26:8 Ora, depois que ele se demorara ali muito tempo, Abimeleque, rei dos filisteus, olhou por uma janela, e viu, e eis que Isaque estava brincando com Rebeca, sua mulher.
26:9 Então chamou Abimeleque a Isaque, e disse: Eis que na verdade é tua mulher; como pois disseste: E minha irmã? Respondeu-lhe Isaque: Porque eu dizia: Para que eu porventura não morra por sua causa.
26:10 Replicou Abimeleque: Que é isso que nos fizeste? Facilmente se teria deitado alguém deste povo com tua mulher, e tu terias trazido culpa sobre nós.
26:11 E Abimeleque ordenou a todo o povo, dizendo: Qualquer que tocar neste homem ou em sua mulher, certamente morrerá.
26:12 Isaque semeou naquela terra, e no mesmo ano colheu o cêntuplo; e o Senhor o abençoou.
26:13 E engrandeceu-se o homem; e foi-se enriquecendo até que se tornou mui poderoso;
26:14 e tinha possessões de rebanhos e de gado, e muita gente de serviço; de modo que os filisteus o invejavam.
26:15 Ora, todos os poços, que os servos de seu pai tinham cavado nos dias de seu pai Abraão, os filisteus entulharam e encheram de terra.
26:16 E Abimeleque disse a Isaque: Aparta-te de nós; porque muito mais poderoso te tens feito do que nós.
26:17 Então Isaque partiu dali e, acampando no vale de Gerar, lá habitou.
26:18 E Isaque tornou a cavar os poços que se haviam cavado nos dias de Abraão seu pai, pois os filisteus os haviam entulhado depois da morte de Abraão; e deu-lhes os nomes que seu pai lhes dera.
26:19 Cavaram, pois, os servos de Isaque naquele vale, e acharam ali um poço de águas vivas.
26:20 E os pastores de Gerar contenderam com os pastores de Isaque, dizendo: Esta água é nossa. E ele chamou ao poço Eseque, porque contenderam com ele.
26:21 Então cavaram outro poço, pelo qual também contenderam; por isso chamou-lhe Sitna.
26:22 E partiu dali, e cavou ainda outro poço; por este não contenderam; pelo que chamou-lhe Reobote, dizendo: Pois agora o Senhor nos deu largueza, e havemos de crescer na terra.
26:23 Depois subiu dali a Beer-Seba.
26:24 E apareceu-lhe o Senhor na mesma noite e disse: Eu sou o Deus de Abraão, teu pai; não temas, porque eu sou contigo, e te abençoarei e multiplicarei a tua descendência por amor do meu servo Abraão.
26:25 Isaque, pois, edificou ali um altar e invocou o nome do Senhor; então armou ali a sua tenda, e os seus servos cavaram um poço.
26:26 Então Abimeleque veio a ele de Gerar, com Aüzate, seu amigo, e Ficol, o chefe do seu exército.
26:27 E perguntou-lhes Isaque: Por que viestes ter comigo, visto que me odiais, e me repelistes de vós?
26:28 Responderam eles: Temos visto claramente que o Senhor é contigo, pelo que dissemos: Haja agora juramento entre nós, entre nós e ti; e façamos um pacto contigo,
26:29 que não nos farás mal, assim como nós não te havemos tocado, e te fizemos somente o bem, e te deixamos ir em paz. Agora tu és o bendito do Senhor.
26:30 Então Isaque lhes deu um banquete, e comeram e beberam.
26:31 E levantaram-se de manhã cedo e juraram de parte a parte; depois Isaque os despediu, e eles se despediram dele em paz.
26:32 Nesse mesmo dia vieram os servos de Isaque e deram-lhe notícias acerca do poço que haviam cavado, dizendo-lhe: Temos achado água.
26:33 E ele chamou o poço Seba; por isso é o nome da cidade Beer-Seba até o dia de hoje.
26:34 Ora, quando Esaú tinha quarenta anos, tomou por mulher a Judite, filha de Beeri, o heteu e a Basemate, filha de Elom, o heteu.
26:35 E estas foram para Isaque e Rebeca uma amargura de espírito.
27:1 Quando Isaque já estava velho, e se lhe enfraqueciam os olhos, de maneira que não podia ver, chamou a Esaú, seu filho mais velho, e disse-lhe: Meu filho! Ele lhe respondeu: Eis-me aqui!
27:2 Disse-lhe o pai: Eis que agora estou velho, e não sei o dia da minha morte;
27:3 toma, pois, as tuas armas, a tua aljava e o teu arco; e sai ao campo, e apanha para mim alguma caça;
27:4 e faze-me um guisado saboroso, como eu gosto, e traze-mo, para que eu coma; a fim de que a minha alma te abençoe, antes que morra.
27:5 Ora, Rebeca estava escutando quando Isaque falou a Esaú, seu filho. Saiu, pois, Esaú ao campo para apanhar caça e trazê-la.
27:6 Disse então Rebeca a Jacó, seu filho: Eis que ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, dizendo:
27:7 Traze-me caça, e faze-me um guisado saboroso, para que eu coma, e te abençoe diante do Senhor, antes da minha morte.
27:8 Agora, pois, filho meu, ouve a minha voz naquilo que eu te ordeno:
27:9 Vai ao rebanho, e traze-me de lá das cabras dois bons cabritos; e eu farei um guisado saboroso para teu pai, como ele gosta;
27:10 e levá-lo-ás a teu pai, para que o coma, a fim de te abençoar antes da sua morte.
27:11 Respondeu, porém, Jacó a Rebeca, sua mãe: Eis que Esaú, meu irmão, é peludo, e eu sou liso.
27:12 Porventura meu pai me apalpará e serei a seus olhos como enganador; assim trarei sobre mim uma maldição, e não uma bênção.
27:13 Respondeu-lhe sua mãe: Meu filho, sobre mim caia essa maldição; somente obedece � minha voz, e vai trazer-mos.
27:14 Então ele foi, tomou-os e os trouxe a sua mãe, que fez um guisado saboroso como seu pai gostava.
27:15 Depois Rebeca tomou as melhores vestes de Esaú, seu filho mais velho, que tinha consigo em casa, e vestiu a Jacó, seu filho mais moço;
27:16 com as peles dos cabritos cobriu-lhe as mãos e a lisura do pescoço;
27:17 e pôs o guisado saboroso e o pão que tinha preparado, na mão de Jacó, seu filho.
27:18 E veio Jacó a seu pai, e chamou: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui; quem és tu, meu filho?
27:19 Respondeu Jacó a seu pai: Eu sou Esaú, teu primogênito; tenho feito como me disseste; levanta-te, pois, senta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe.
27:20 Perguntou Isaque a seu filho: Como é que tão depressa a achaste, filho meu? Respondeu ele: Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro.
27:21 Então disse Isaque a Jacó: Chega-te, pois, para que eu te apalpe e veja se és meu filho Esaú mesmo, ou não.
27:22 chegou-se Jacó a Isaque, seu pai, que o apalpou, e disse: A voz é a voz de Jacó, porém as mãos são as mãos de Esaú.
27:23 E não o reconheceu, porquanto as suas mãos estavam peludas, como as de Esaú seu irmão; e abençoou-o.
27:24 No entanto perguntou: Tu és mesmo meu filho Esaú? E ele declarou: Eu o sou.
27:25 Disse-lhe então seu pai: Traze-mo, e comerei da caça de meu filho, para que a minha alma te abençoe: E Jacó lho trouxe, e ele comeu; trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu.
27:26 Disse-lhe mais Isaque, seu pai: Aproxima-te agora, e beija-me, meu filho.
27:27 E ele se aproximou e o beijou; e seu pai, sentindo-lhe o cheiro das vestes o abençoou, e disse: Eis que o cheiro de meu filho é como o cheiro de um campo que o Senhor abençoou.
27:28 Que Deus te dê do orvalho do céu, e dos lugares férteis da terra, e abundância de trigo e de mosto;
27:29 sirvam-te povos, e nações se encurvem a ti; sê senhor de teus irmãos, e os filhos da tua mãe se encurvem a ti; sejam malditos os que te amaldiçoarem, e benditos sejam os que te abençoarem.
27:30 Tão logo Isaque acabara de abençoar a Jacó, e este saíra da presença de seu pai, chegou da caça Esaú, seu irmão;
27:31 e fez também ele um guisado saboroso e, trazendo-o a seu pai, disse-lhe: Levantate, meu pai, e come da caça de teu filho, para que a tua alma me abençoe.
27:32 Perguntou-lhe Isaque, seu pai: Quem és tu? Respondeu ele: Eu sou teu filho, o teu primogênito, Esaú.
27:33 Então estremeceu Isaque de um estremecimento muito grande e disse: Quem, pois, é aquele que apanhou caça e ma trouxe? Eu comi de tudo, antes que tu viesses, e abençoei-o, e ele será bendito.
27:34 Esaú, ao ouvir as palavras de seu pai, bradou com grande e mui amargo brado, e disse a seu pai: Abençoa-me também a mim, meu pai!
27:35 Respondeu Isaque: Veio teu irmão e com sutileza tomou a tua bênção.
27:36 Disse Esaú: Não se chama ele com razão Jacó, visto que já por duas vezes me enganou? tirou-me o direito de primogenitura, e eis que agora me tirou a bênção. E perguntou: Não reservaste uma bênção para mim?
27:37 Respondeu Isaque a Esaú: Eis que o tenho posto por senhor sobre ti, e todos os seus irmãos lhe tenho dado por servos; e de trigo e de mosto o tenho fortalecido. Que, pois, poderei eu fazer por ti, meu filho?
27:38 Disse Esaú a seu pai: Porventura tens uma única bênção, meu pai? Abençoa-me também a mim, meu pai. E levantou Esaú a voz, e chorou.
27:39 Respondeu-lhe Isaque, seu pai: Longe dos lugares férteis da terra será a tua habitação, longe do orvalho do alto céu;
27:40 pela tua espada viverás, e a teu irmão, serviras; mas quando te tornares impaciente, então sacudirás o seu jugo do teu pescoço.
27:41 Esaú, pois, odiava a Jacó por causa da bênção com que seu pai o tinha abençoado, e disse consigo: Vêm chegando os dias de luto por meu pai; então hei de matar Jacó, meu irmão.
27:42 Ora, foram denunciadas a Rebeca estas palavras de Esaú, seu filho mais velho; pelo que ela mandou chamar Jacó, seu filho mais moço, e lhe disse: Eis que Esaú teu irmão se consola a teu respeito, propondo matar-te.
27:43 Agora, pois, meu filho, ouve a minha voz; levanta-te, refugia-te na casa de Labão, meu irmão, em Harã,
27:44 e demora-te com ele alguns dias, até que passe o furor de teu irmão;
27:45 até que se desvie de ti a ira de teu irmão, e ele se esqueça do que lhe fizeste; então mandarei trazer-te de lá; por que seria eu desfilhada de vós ambos num só dia?
27:46 E disse Rebeca a Isaque: Enfadada estou da minha vida, por causa das filhas de Hete; se Jacó tomar mulher dentre as filhas de Hete, tais como estas, dentre as filhas desta terra, para que viverei?
28:1 Isaque, pois, chamou Jacó, e o abençoou, e ordenou-lhe, dizendo: Não tomes mulher dentre as filhas de Canaã.
28:2 Levanta-te, vai a Padã-Arã, � casa de Betuel, pai de tua mãe, e toma de lá uma mulher dentre as filhas de Labão, irmão de tua mãe.
28:3 Deus Todo-Poderoso te abençoe, te faça frutificar e te multiplique, para que venhas a ser uma multidão de povos; seu
28:4 e te dê a bênção de Abraão, a ti e � tua descendência contigo, para que herdes a terra de tuas peregrinaçoes, que Deus deu a Abraão.
28:5 Assim despediu Isaque a Jacó, o qual foi a Padã-Arã, a Labão, filho de Betuel, arameu, irmão de Rebeca, mãe de Jacó e de Esaú.
28:6 Ora, viu Esaú que Isaque abençoara a Jacó, e o enviara a Padã-Arã, para tomar de lá mulher para si, e que, abençoando-o, lhe ordenara, dizendo: Não tomes mulher dentre as filhas de Canaã,
28:7 e que Jacó, obedecendo a seu pai e a sua mãe, fora a Padã- Arã;
28:8 vendo também Esaú que as filhas de Canaã eram más aos olhos de Isaque seu pai,
28:9 foi-se Esaú a Ismael e, além das mulheres que já tinha, tomou por mulher a Maalate, filha de Ismael, filho de Abraão, irmã de Nebaiote.
28:10 Partiu, pois, Jacó de Beer-Seba e se foi em direção a Harã;
28:11 e chegou a um lugar onde passou a noite, porque o sol já se havia posto; e, tomando uma das pedras do lugar e pondo-a debaixo da cabeça, deitou-se ali para dormir.
28:12 Então sonhou: estava posta sobre a terra uma escada, cujo topo chegava ao céu; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por ela;
28:13 por cima dela estava o Senhor, que disse: Eu sou o Senhor, o Deus de Abraão teu pai, e o Deus de Isaque; esta terra em que estás deitado, eu a darei a ti e � tua descendência;
28:14 e a tua descendência será como o pó da terra; dilatar-te-ás para o ocidente, para o oriente, para o norte e para o sul; por meio de ti e da tua descendência serão benditas todas as famílias da terra.
28:15 Eis que estou contigo, e te guardarei por onde quer que fores, e te farei tornar a esta terra; pois não te deixarei até que haja cumprido aquilo de que te tenho falado.
28:16 Ao acordar Jacó do seu sono, disse: Realmente o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia.
28:17 E temeu, e disse: Quão terrível é este lugar! Este não é outro lugar senão a casa de Deus; e esta é a porta dos céus.
28:18 Jacó levantou-se de manhã cedo, tomou a pedra que pusera debaixo da cabeça, e a pôs como coluna; e derramou-lhe azeite em cima.
28:19 E chamou aquele lugar Betel; porém o nome da cidade antes era Luz.
28:20 Fez também Jacó um voto, dizendo: Se Deus for comigo e me guardar neste caminho que vou seguindo, e me der pão para comer e vestes para vestir,
28:21 de modo que eu volte em paz � casa de meu pai, e se o Senhor for o meu Deus,
28:22 então esta pedra que tenho posto como coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo.
29:1 Então pôs-se Jacó a caminho e chegou � terra dos filhos do Oriente.
29:2 E olhando, viu ali um poço no campo, e três rebanhos de ovelhas deitadas junto dele; pois desse poço se dava de beber aos rebanhos; e havia uma grande pedra sobre a boca do poço.
29:3 Ajuntavam-se ali todos os rebanhos; os pastores removiam a pedra da boca do poço, davam de beber �s ovelhas e tornavam a pôr a pedra no seu lugar sobre a boca do poço.
29:4 Perguntou-lhes Jacó: Meus irmãos, donde sois? Responderam eles: Somos de Harã.
29:5 Perguntou-lhes mais: Conheceis a Labão, filho de Naor; Responderam: Conhecemos.
29:6 Perguntou-lhes ainda: vai ele bem? Responderam: Vai bem; e eis ali Raquel, sua filha, que vem chegando com as ovelhas.
29:7 Disse ele: Eis que ainda vai alto o dia; não é hora de se ajuntar o gado; dai de beber �s ovelhas, e ide apascentá-las.
29:8 Responderam: Não podemos, até que todos os rebanhos se ajuntem, e seja removida a pedra da boca do poço; assim é que damos de beber �s ovelhas.
29:9 Enquanto Jacó ainda lhes falava, chegou Raquel com as ovelhas de seu pai; porquanto era ela quem as apascentava.
29:10 Quando Jacó viu a Raquel, filha de Labão, irmão de sua mãe, e as ovelhas de Labão, irmão de sua mãe, chegou-se, revolveu a pedra da boca do poço e deu de beber �s ovelhas de Labão, irmão de sua mãe.
29:11 Então Jacó beijou a Raquel e, levantando a voz, chorou.
29:12 E Jacó anunciou a Raquel que ele era irmão de seu pai, e que era filho de Rebeca. Raquel, pois foi correndo para anunciá-lo a, seu pai.
29:13 Quando Labão ouviu essas novas de Jacó, filho de sua irmã, correu-lhe ao encontro, abraçou-o, beijou-o e o levou � sua casa. E Jacó relatou a Labão todas essas, coisas.
29:14 Disse-lhe Labão: Verdadeiramente tu és meu osso e minha carne. E Jacó ficou com ele um mês inteiro.
29:15 Depois perguntou Labão a Jacó: Por seres meu irmão hás de servir-me de graça? Declara-me, qual será o teu salário?
29:16 Ora, Labão tinha duas filhas; o nome da mais velha era Léia, e o da mais moça Raquel.
29:17 Léia tinha os olhos enfermos, enquanto que Raquel era formosa de porte e de semblante.
29:18 Jacó, porquanto amava a Raquel, disse: Sete anos te servirei para ter a Raquel, tua filha mais moça.
29:19 Respondeu Labão: Melhor é que eu a dê a ti do que a outro; fica comigo.
29:20 Assim serviu Jacó sete anos por causa de Raquel; e estes lhe pareciam como poucos dias, pelo muito que a amava.
29:21 Então Jacó disse a Labão: Dá-me minha mulher, porque o tempo já está cumprido; para que eu a tome por mulher.
29:22 Reuniu, pois, Labão todos os homens do lugar, e fez um banquete.
29:23 Â tarde tomou a Léia, sua filha e a trouxe a Jacó, que esteve com ela.
29:24 E Labão deu sua serva Zilpa por serva a Léia, sua filha.
29:25 Quando amanheceu, eis que era Léia; pelo que perguntou Jacó a Labão: Que é isto que me fizeste? Porventura não te servi em troca de Raquel? Por que, então, me enganaste?
29:26 Respondeu Labão: Não se faz assim em nossa terra; não se dá a menor antes da primogênita.
29:27 Cumpre a semana desta; então te daremos também a outra, pelo trabalho de outros sete anos que ainda me servirás.
29:28 Assim fez Jacó, e cumpriu a semana de Léia; depois Labão lhe deu por mulher sua filha Raquel.
29:29 E Labão deu sua serva Bila por serva a Raquel, sua filha.
29:30 Então Jacó esteve também com Raquel; e amou a Raquel muito mais do que a Léia; e serviu com Labão ainda outros sete anos.
29:31 Viu, pois, o Senhor que Léia era desprezada e tornou-lhe fecunda a madre; Raquel, porém, era estéril.
29:32 E Léia concebeu e deu � luz um filho, a quem chamou Rúben; pois disse: Porque o Senhor atendeu � minha aflição; agora me amará meu marido.
29:33 Concebeu outra vez, e deu � luz um filho; e disse: Porquanto o Senhor ouviu que eu era desprezada, deu-me também este. E lhe chamou Simeão.
29:34 Concebeu ainda outra vez e deu � luz um filho e disse: Agora esta vez se unirá meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Portanto lhe chamou Levi.
29:35 De novo concebeu e deu � luz um filho; e disse: Esta vez louvarei ao Senhor. Por isso lhe chamou Judá. E cessou de ter filhos.
30:1 Vendo Raquel que não dava filhos a Jacó, teve inveja de sua irmã, e disse a Jacó: Dá-me filhos, senão eu morro.
30:2 Então se acendeu a ira de Jacó contra Raquel; e disse: Porventura estou eu no lugar de Deus que te impediu o fruto do ventre?
30:3 Respondeu ela: Eis aqui minha serva Bila; recebe-a por mulher, para que ela dê � luz sobre os meus joelhos, e eu deste modo tenha filhos por ela.
30:4 Assim lhe deu a Bila, sua serva, por mulher; e Jacó a conheceu.
30:5 Bila concebeu e deu � luz um filho a Jacó.
30:6 Então disse Raquel: Julgou-me Deus; ouviu a minha voz e me deu um filho; pelo que lhe chamou Dã.
30:7 E Bila, serva de Raquel, concebeu outra vez e deu � luz um segundo filho a Jacó.
30:8 Então disse Raquel: Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã, e tenho vencido; e chamou-lhe Naftali.
30:9 Também Léia, vendo que cessara de ter filhos, tomou a Zilpa, sua serva, e a deu a Jacó por mulher.
30:10 E Zilpa, serva de Léia, deu � luz um filho a Jacó.
30:11 Então disse Léia: Afortunada! e chamou-lhe Gade.
30:12 Depois Zilpa, serva de Léia, deu � luz um segundo filho a Jacó.
30:13 Então disse Léia: Feliz sou eu! porque as filhas me chamarão feliz; e chamou-lhe Aser.
30:14 Ora, saiu Rúben nos dias da ceifa do trigo e achou mandrágoras no campo, e as trouxe a Léia, sua mãe. Então disse Raquel a Léia: Dá-me, peço, das mandrágoras de teu filho.
30:15 Ao que lhe respondeu Léia: É já pouco que me hajas tirado meu marido? queres tirar também as mandrágoras de meu filho? Prosseguiu Raquel: Por isso ele se deitará contigo esta noite pelas mandrágoras de teu filho.
30:16 Quando, pois, Jacó veio � tarde do campo, saiu-lhe Léia ao encontro e disse: Hás de estar comigo, porque certamente te aluguei pelas mandrágoras de meu filho. E com ela deitou-se Jacó aquela noite.
30:17 E ouviu Deus a Léia, e ela concebeu e deu a Jacó um quinto filho.
30:18 Então disse Léia: Deus me tem dado o meu galardão, porquanto dei minha serva a meu marido. E chamou ao filho Issacar.
30:19 Concebendo Léia outra vez, deu a Jacó um sexto filho;
30:20 e disse: Deus me deu um excelente dote; agora morará comigo meu marido, porque lhe tenho dado seis filhos. E chamou-lhe Zebulom.
30:21 Depois. disto deu � luz uma filha, e chamou-lhe Diná.
30:22 Também lembrou-se Deus de Raquel, ouviu-a e a tornou fecunda.
30:23 De modo que ela concebeu e deu � luz um filho, e disse: Tirou-me Deus o opróbrio.
30:24 E chamou-lhe José, dizendo: Acrescente-me o Senhor ainda outro filho.
30:25 Depois que Raquel deu � luz a José, disse Jacó a Labão: Despede-me a fim de que eu vá para meu lugar e para minha terra.
30:26 Dá-me as minhas mulheres, e os meus filhos, pelas quais te tenho servido, e deixame ir; pois tu sabes o serviço que te prestei.
30:27 Labão lhe respondeu: Se tenho achado graça aos teus olhos, fica comigo; pois tenho percebido que o Senhor me abençoou por amor de ti.
30:28 E disse mais: Determina-me o teu salário, que to darei.
30:29 Ao que lhe respondeu Jacó: Tu sabes como te hei servido, e como tem passado o teu gado comigo.
30:30 Porque o pouco que tinhas antes da minha vinda tem se multiplicado abundantemente; e o Senhor te tem abençoado por onde quer que eu fui. Agora, pois, quando hei de trabalhar também por minha casa?
30:31 Insistiu Labão: Que te darei? Então respondeu Jacó: Não me darás nada; tornarei a apascentar e a guardar o teu rebanho se me fizeres isto:
30:32 Passarei hoje por todo o teu rebanho, separando dele todos os salpicados e malhados, e todos os escuros entre as ovelhas, e os malhados e salpicados entre as cabras; e isto será o meu salário.
30:33 De modo que responderá por mim a minha justiça no dia de amanhã, quando vieres ver o meu salário assim exposto diante de ti: tudo o que não for salpicado e malhado entre as cabras e escuro entre as ovelhas, esse, se for achado comigo, será tido por furtado.
30:34 Concordou Labão, dizendo: Seja conforme a tua palavra.
30:35 E separou naquele mesmo dia os bodes listrados e malhados e todas as cabras salpicadas e malhadas, tudo em que havia algum branco, e todos os escuros entre os cordeiros e os deu nas mãos de seus filhos;
30:36 e pôs três dias de caminho entre si e Jacó; e Jacó apascentava o restante dos rebanhos de Labão.
30:37 Então tomou Jacó varas verdes de estoraque, de amendoeira e de plátano e, descascando nelas riscas brancas, descobriu o branco que nelas havia;
30:38 e as varas que descascara pôs em frente dos rebanhos, nos cochos, isto é, nos bebedouros, onde os rebanhos bebiam; e conceberam quando vinham beber.
30:39 Os rebanhos concebiam diante das varas, e as ovelhas davam crias listradas, salpicadas e malhadas.
30:40 Então separou Jacó os cordeiros, e fez os rebanhos olhar para os listrados e para todos os escuros no rebanho de Labão; e pôs seu rebanho � parte, e não pôs com o rebanho de Labão.
30:41 e todas as vezes que concebiam as ovelhas fortes, punha Jacó as varas nos bebedouros, diante dos olhos do rebanho, para que concebessem diante das varas;
30:42 mas quando era fraco o rebanho, ele não as punha. Assim as fracas eram de Labão, e as fortes de Jacó.
30:43 E o homem se enriqueceu sobremaneira, e teve grandes rebanhos, servas e servos, camelos e jumentos.
31:1 Jacó, entretanto, ouviu as palavras dos filhos de Labão, que diziam: Jacó tem levado tudo o que era de nosso pai, e do que era de nosso pai adquiriu ele todas estas, riquezas.
31:2 Viu também Jacó o rosto de Labão, e eis que não era para com ele como dantes.
31:3 Disse o Senhor, então, a Jacó: Volta para a terra de teus pais e para a tua parentela; e eu serei contigo.
31:4 Pelo que Jacó mandou chamar a Raquel e a Léia ao campo, onde estava o seu rebanho,
31:5 e lhes disse: vejo que o rosto de vosso pai para comigo não é como anteriormente; porém o Deus de meu pai tem estado comigo.
31:6 Ora, vós mesmas sabeis que com todas as minhas forças tenho servido a vosso pai.
31:7 Mas vosso pai me tem enganado, e dez vezes mudou o meu salário; Deus, porém, não lhe permitiu que me fizesse mal.
31:8 Quando ele dizia assim: Os salpicados serão o teu salário; então todo o rebanho dava salpicados. E quando ele dizia assim: Os listrados serão o teu salário, então todo o rebanho dava listrados.
31:9 De modo que Deus tem tirado o gado de vosso pai, e mo tem dado a mim.
31:10 Pois sucedeu que, ao tempo em que o rebanho concebia, levantei os olhos e num sonho vi que os bodes que cobriam o rebanho eram listrados, salpicados e malhados.
31:11 Disse-me o anjo de Deus no sonho: Jacó! Eu respondi: Eis-me aqui.
31:12 Prosseguiu o anjo: Levanta os teus olhos e vê que todos os bodes que cobrem o rebanho são listrados, salpicados e malhados; porque tenho visto tudo o que Labão te vem fazendo.
31:13 Eu sou o Deus de Betel, onde ungiste uma coluna, onde me fizeste um voto; levanta-te, pois, sai-te desta terra e volta para a terra da tua parentela.
31:14 Então lhe responderam Raquel e Léia: Temos nós ainda parte ou herança na casa de nosso pai?
31:15 Não somos tidas por ele como estrangeiras? pois nos vendeu, e consumiu todo o nosso preço.
31:16 Toda a riqueza que Deus tirou de nosso pai é nossa e de nossos filhos; portanto, faze tudo o que Deus te mandou.
31:17 Levantou-se, pois, Jacó e fez montar seus filhos e suas mulheres sobre os camelos;
31:18 e levou todo o seu gado, e toda a sua fazenda, que havia adquirido, o gado que possuía, que havia adquirido em Padã-Arã, a fim de ir ter com Isaque, seu pai, � terra de Canaã.
31:19 Ora, tendo Labão ido tosquiar as suas ovelhas, Raquel furtou os ídolos que pertenciam a seu pai.
31:20 Jacó iludiu a Labão, o arameu, não lhe fazendo saber que fugia;
31:21 e fugiu com tudo o que era seu; e, levantando-se, passou o Rio, e foi em direção � montanha de Gileade.
31:22 Ao terceiro dia foi Labão avisado de que Jacó havia fugido.
31:23 Então, tomando consigo seus irmãos, seguiu atrás de Jacó jornada de sete dias; e alcançou-o na montanha de Gileade.
31:24 Mas Deus apareceu de noite em sonho a Labão, o arameu, e disse-lhe: Guardate, que não fales a Jacó nem bem nem mal.
31:25 Alcançou, pois, Labão a Jacó. Ora, Jacó tinha armado a sua tenda na montanha; armou também Labão com os seus irmãos a sua tenda na montanha de Gileade.
31:26 Então disse Labão a Jacó: Que fizeste, que me iludiste e levaste minhas filhas como cativas da espada?
31:27 Por que fuizeste ocultamente, e me iludiste e não mo fizeste saber, para que eu te enviasse com alegria e com cânticos, ao som de tambores e de harpas;
31:28 Por que não me permitiste beijar meus filhos e minhas filhas? Ora, assim procedeste nesciamente.
31:29 Está no poder da minha mão fazer-vos o mal, mas o Deus de vosso pai falou-me ontem � noite, dizendo: Guarda-te, que não fales a Jacó nem bem nem mal.
31:30 Mas ainda que quiseste ir embora, porquanto tinhas saudades da casa de teu pai, por que furtaste os meus deuses?
31:31 Respondeu-lhe Jacó: Porque tive medo; pois dizia comigo que tu me arrebatarias as tuas filhas.
31:32 Com quem achares os teus deuses, porém, esse não viverá; diante de nossos irmãos descobre o que é teu do que está comigo, e leva-o contigo. Pois Jacó não sabia que Raquel os tinha furtado.
31:33 Entrou, pois, Labão na tenda de Jacó, na tenda de Léia e na tenda das duas servas, e não os achou; e, saindo da tenda de Léia, entrou na tenda de Raquel.
31:34 Ora, Raquel havia tomado os ídolos e os havia metido na albarda do camelo, e se assentara em cima deles. Labão apalpou toda a tenda, mas não os achou.
31:35 E ela disse a seu pai: Não se acenda a ira nos olhos de meu senhor, por eu não me poder levantar na tua presença, pois estou com o incômodo das mulheres. Assim ele procurou, mas não achou os ídolos.
31:36 Então irou-se Jacó e contendeu com Labão, dizendo: Qual é a minha transgressão? qual é o meu pecado, que tão furiosamente me tens perseguido?
31:37 Depois de teres apalpado todos os meus móveis, que achaste de todos os móveis da tua casar. Põe-no aqui diante de meus irmãos e de teus irmãos, para que eles julguem entre nós ambos.
31:38 Estes vinte anos estive eu contigo; as tuas ovelhas e as tuas cabras nunca abortaram, e não comi os carneiros do teu rebanho.
31:39 Não te trouxe eu o despedaçado; eu sofri o dano; da minha mão requerias tanto o furtado de dia como o furtado de noite.
31:40 Assim andava eu; de dia me consumia o calor, e de noite a geada; e o sono me fugia dos olhos.
31:41 Estive vinte anos em tua casa; catorze anos te servi por tuas duas filhas, e seis anos por teu rebanho; dez vezes mudaste o meu salário.
31:42 Se o Deus de meu pai, o Deus de Abraão e o Temor de Isaque não fora por mim, certamente hoje me mandarias embora vazio. Mas Deus tem visto a minha aflição e o trabalho das minhas mãos, e repreendeu-te ontem � noite.
31:43 Respondeu-lhe Labão: Estas filhas são minhas filhas, e estes filhos são meus filhos, e este rebanho é meu rebanho, e tudo o que vês é meu; e que farei hoje a estas minhas filhas, ou aos filhos que elas tiveram?
31:44 Agora pois vem, e façamos um pacto, eu e tu; e sirva ele de testemunha entre mim e ti.
31:45 Então tomou Jacó uma pedra, e a erigiu como coluna.
31:46 E disse a seus irmãos: Ajuntai pedras. Tomaram, pois, pedras e fizeram um montão, e ali junto ao montão comeram.
31:47 Labão lhe chamou Jegar-Saaduta, e Jacó chamou-lhe Galeede.
31:48 Disse, pois, Labão: Este montão é hoje testemunha entre mim e ti. Por isso foi chamado Galeede;
31:49 e também Mizpá, porquanto disse: Vigie o Senhor entre mim e ti, quando estivermos apartados um do outro.
31:50 Se afligires as minhas filhas, e se tomares outras mulheres além das minhas filhas, embora ninguém esteja conosco, lembra-te de que Deus é testemunha entre mim e ti.
31:51 Disse ainda Labão a Jacó: Eis aqui este montão, e eis aqui a coluna que levantei entre mim e ti.
31:52 Seja este montão testemunha, e seja esta coluna testemunha de que, para mal, nem passarei eu deste montão a ti, nem passarás tu deste montão e desta coluna a mim.
31:53 O Deus de Abraão e o Deus de Naor, o Deus do pai deles, julgue entre nós. E jurou Jacó pelo Temor de seu pai Isaque.
31:54 Então Jacó ofereceu um sacrifício na montanha, e convidou seus irmãos para comerem pão; e, tendo comido, passaram a noite na montanha.
31:55 Levantou-se Labão de manhã cedo, beijou seus filhos e suas filhas e os abençoou; e, partindo, voltou para o seu lugar.
32:1 Jacó também seguiu o seu caminho; e encontraram-no os anjos de Deus.
32:2 Quando Jacó os viu, disse: Este é o exército de Deus. E chamou �quele lugar Maanaim.
32:3 Então enviou Jacó mensageiros diante de si a Esaú, seu irmão, � terra de Seir, o território de Edom,
32:4 tendo-lhes ordenado: Deste modo falareis a meu senhor Esaú: Assim diz Jacó, teu servo: Como peregrino morei com Labão, e com ele fiquei até agora;
32:5 e tenho bois e jumentos, rebanhos, servos e servas; e mando comunicar isso a meu senhor, para achar graça aos teus olhos.
32:6 Depois os mensageiros voltaram a Jacó, dizendo: Fomos ter com teu irmão Esaú; e, em verdade, vem ele para encontrar-te, e quatrocentos homens com ele.
32:7 Jacó teve muito medo e ficou aflito; dividiu em dois bandos o povo que estava com ele, bem como os rebanhos, os bois e os camelos;
32:8 pois dizia: Se Esaú vier a um bando e o ferir, o outro bando escapará.
32:9 Disse mais Jacó: o Deus de meu pai Abraão, Deus de meu pai Isaque, ó Senhor, que me disseste: Volta para a tua terra, e para a tua parentela, e eu te farei bem!
32:10 Não sou digno da menor de todas as tuas beneficências e de toda a fidelidade que tens usado para com teu servo; porque com o meu cajado passei este Jordão, e agora volto em dois bandos.
32:11 Livra-me, peço-te, da mão de meu irmão, da mão de Esaú, porque eu o temo; acaso não venha ele matar-me, e a mãe com os filhos.
32:12 Pois tu mesmo disseste: Certamente te farei bem, e farei a tua descendência como a areia do mar, que pela multidão não se pode contar.
32:13 Passou ali aquela noite; e do que tinha tomou um presente para seu irmão Esaú:
32:14 duzentas cabras e vinte bodes, duzentas ovelhas e vinte carneiros,
32:15 trinta camelas de leite com suas crias, quarenta vacas e dez touros, vinte jumentas e dez jumentinhos.
32:16 Então os entregou nas mãos dos seus servos, cada manada em separado; e disse a seus servos: Passai adiante de mim e ponde espaço entre manada e manada.
32:17 E ordenou ao primeiro, dizendo: Quando Esaú, meu irmão, te encontrar e te perguntar: De quem és, e para onde vais, e de quem são estes diante de ti?
32:18 Então responderás: São de teu servo Jacó, presente que envia a meu senhor, a Esaú, e eis que ele vem também atrás dé nos.
32:19 Ordenou igualmente ao segundo, e ao terceiro, e a todos os que vinham atrás das manadas, dizendo: Desta maneira falareis a Esaú quando o achardes.
32:20 E direis também: Eis que o teu servo Jacó vem atrás de nós. Porque dizia: Aplacá-lo-ei com o presente, que vai adiante de mim, e depois verei a sua face; porventura ele me aceitará.
32:21 Foi, pois, o presente adiante dele; ele, porém, passou aquela noite no arraial.
32:22 Naquela mesma noite levantou-se e, tomando suas duas mulheres, suas duas servas e seus onze filhos, passou o vau de Jaboque.
32:23 Tomou-os, e fê-los passar o ribeiro, e fez passar tudo o que tinha.
32:24 Jacó, porém, ficou só; e lutava com ele um homem até o romper do dia.
32:25 Quando este viu que não prevalecia contra ele, tocou-lhe a juntura da coxa, e se deslocou a juntura da coxa de Jacó, enquanto lutava com ele.
32:26 Disse o homem: Deixa-me ir, porque já vem rompendo o dia. Jacó, porém, respondeu: Não te deixarei ir, se me não abençoares.
32:27 Perguntou-lhe, pois: Qual é o teu nome? E ele respondeu: Jacó.
32:28 Então disse: Não te chamarás mais Jacó, mas Israel; porque tens lutado com Deus e com os homens e tens prevalecido.
32:29 Perguntou-lhe Jacó: Dize-me, peço-te, o teu nome. Respondeu o homem: Por que perguntas pelo meu nome? E ali o abençoou.
32:30 Pelo que Jacó chamou ao lugar Peniel, dizendo: Porque tenho visto Deus face a face, e a minha vida foi preservada.
32:31 E nascia o sol, quando ele passou de Peniel; e coxeava de uma perna.
32:32 Por isso os filhos de Israel não comem até o dia de hoje o nervo do quadril, que está sobre a juntura da coxa, porquanto o homem tocou a juntura da coxa de Jacó no nervo do quadril.
33:1 Levantou Jacó os olhos, e olhou, e eis que vinha Esaú, e quatrocentos homens com ele. Então repartiu os filhos entre Léia, e Raquel, e as duas servas.
33:2 Pôs as servas e seus filhos na frente, Léia e seus filhos atrás destes, e Raquel e José por últimos.
33:3 Mas ele mesmo passou adiante deles, e inclinou-se em terra sete vezes, até chegar perto de seu irmão.
33:4 Então Esaú correu-lhe ao encontro, abraçou-o, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou; e eles choraram.
33:5 E levantando Esaú os olhos, viu as mulheres e os meninos, e perguntou: Quem são estes contigo? Respondeu-lhe Jacó: Os filhos que Deus bondosamente tem dado a teu servo.
33:6 Então chegaram-se as servas, elas e seus filhos, e inclinaram-se.
33:7 Chegaram-se também Léia e seus filhos, e inclinaram-se; depois chegaram-se José e Raquel e se inclinaram.
33:8 Perguntou Esaú: Que queres dizer com todo este bando que tenho encontrado? Respondeu Jacó: Para achar graça aos olhos de meu senhor.
33:9 Mas Esaú disse: Tenho bastante, meu irmão; seja teu o que tens.
33:10 Replicou-lhe Jacó: Não, mas se agora tenho achado graça aos teus olhos, aceita o presente da minha mão; porquanto tenho visto o teu rosto, como se tivesse visto o rosto de Deus, e tu te agradaste de mim.
33:11 Aceita, peço-te, o meu presente, que eu te trouxe; porque Deus tem sido bondoso para comigo, e porque tenho de tudo. E insistiu com ele, e ele o aceitou.
33:12 Então Esaú disse: Ponhamo-nos a caminho e vamos; eu irei adiante de ti.
33:13 Respondeu-lhe Jacó: Meu senhor sabe que estes filhos são tenros, e que tenho comigo ovelhas e vacas de leite; se forem obrigadas a caminhar demais por um só dia, todo o rebanho morrerá.
33:14 Passe o meu senhor adiante de seu servo; e eu seguirei, conduzindo-os calmamente, conforme o passo do gado que está diante de mim, e conforme o passo dos meninos, até que chegue a meu senhor em Seir.
33:15 Ao que disse Esaú: Permite ao menos que eu deixe contigo alguns da minha gente. Replicou Jacó: Para que? Basta que eu ache graça aos olhos de meu senhor.
33:16 Assim tornou Esaú aquele dia pelo seu caminho em direção a Seir.
33:17 Jacó, porém, partiu para Sucote, e edificou para si uma casa, e fez barracas para o seu gado; por isso o lugar se chama Sucote.
33:18 Depois chegou Jacó em paz � cidade de Siquém, que está na terra de Canaã, quando veio de Padã-Arã; e armou a sua tenda diante da cidade.
33:19 E comprou a parte do campo, em que estendera a sua tenda, dos filhos de Hamor, pai de Siquém, por cem peças de dinheiro.
33:20 Então levantou ali um altar, e chamou-lhe o El-Eloé-Israel.
34:1 Diná, filha de Léia, que esta tivera de Jacó, saiu para ver as filhas da terra.
34:2 Viu-a Siquém, filho de Hamor o heveu, príncipe da terra; e, tomando-a, deitou-se com ela e humilhou-a.
34:3 Assim se apegou a sua alma a Diná, filha de Jacó, e, amando a donzela, falou-lhe afetuosamente.
34:4 Então disse Siquém a Hamor seu pai: Consegue-me esta donzela por mulher.
34:5 Ora, Jacó ouviu que Siquém havia contaminado a Diná sua filha. Entretanto, estando seus filhos no campo com o gado, calou-se Jacó até que viessem.
34:6 Hamor, pai de Siquém, saiu a fim de falar com Jacó.
34:7 Os filhos de Jacó, pois, vieram do campo logo que souberam do caso; e entristeceram-se e iraram-se muito, porque Siquém havia cometido uma insensatez em Israel, deitando-se com a filha de Jacó, coisa que não se devia fazer.
34:8 Então falou Hamor com eles, dizendo: A alma de meu filho Siquém afeiçoou-se fortemente a vossa filha; dai-lha, peço-vos, por mulher.
34:9 Também aparentai-vos conosco; dai-nos as vossas filhas e recebei as nossas.
34:10 Assim habitareis conosco; a terra estará diante de vós; habitai e negociai nela, e nela adquiri propriedades.
34:11 Depois disse Siquém ao pai e aos irmãos dela: Ache eu graça aos vossos olhos, e darei o que me disserdes;
34:12 exigi de mim o que quiserdes em dote e presentes, e darei o que me pedirdes; somente dai-me a donzela por mulher.
34:13 Então os filhos de Jacó, respondendo, falaram enganosamente a Siquém e a Hamor, seu pai, porque Siquém havia contaminado a Diná, sua irmã,
34:14 e lhes disseram: Não podemos fazer p isto, dar a nossa irmã a um homem incircunciso; porque isso seria uma vergonha para nós.
34:15 Sob esta única condição consentiremos; se vos tornardes como nós, circuncidando-se todo varão entre vós;
34:16 então vos daremos nossas filhas a vós, e receberemos vossas filhas para nós; assim habitaremos convosco e nos tornaremos um só povo.
34:17 Mas se não nos ouvirdes, e não vos circuncidardes, levaremos nossa filha e nos iremos embora.
34:18 E suas palavras agradaram a Hamor e a Siquém, seu filho.
34:19 Não tardou, pois, o mancebo em fazer isso, porque se agradava da filha de Jacó. Era ele o mais honrado de toda a casa de seu pai.
34:20 Vieram, pois, Hamor e Siquém, seu filho, � porta da sua cidade, e falaram aos homens da cidade, dizendo:
34:21 Estes homens são pacíficos para conosco; portanto habitem na terra e negociem nela, pois é bastante espaçosa para eles. Recebamos por mulheres as suas filhas, e lhes demos as nossas.
34:22 Mas sob uma única condição é que consentirão aqueles homens em habitar conosco para nos tornarmos um só povo: se todo varão entre nós se circuncidar, como eles são circuncidados.
34:23 O seu gado, as suas aquisições, e todos os seus animais, não serão nossos? consintamos somente com eles, e habitarão conosco.
34:24 E deram ouvidos a Hamor e a Siquém, seu filho, todos os que saíam da porta da cidade; e foi circuncidado todo varão, todos os que saíam pela porta da sua cidade.
34:25 Ao terceiro dia, quando os homens estavam doridos, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, entraram na cidade com toda a segurança e mataram todo varão.
34:26 Mataram também ao fio da espada a Hamor e a Siquém, seu filho; e, tirando Diná da casa de Siquém, saíram.
34:27 Vieram os filhos de Jacó aos mortos e saquearam a cidade; porquanto haviam contaminado a sua irmã.
34:28 Tomaram-lhes os rebanhos, os bois, os jumentos, e o que havia tanto na cidade como no campo;
34:29 e todos os seus bens, e todos os seus pequeninos, e as suas mulheres, levaram por presa; e despojando as casas, levaram tudo o que havia nelas.
34:30 Então disse Jacó a Simeão e a Levi: Tendes-me perturbado, fazendo-me odioso aos habitantes da terra, aos cananeus e perizeus. Tendo eu pouca gente, eles se ajuntarão e me ferirão; e serei destruído, eu com minha casa.
34:31 Ao que responderam: Devia ele tratar a nossa irmã como a uma prostituta?
35:1 Depois disse Deus a Jacó: Levanta-te, sobe a Betel e habita ali; e faze ali um altar ao Deus que te apareceu quando fugias da face de Esaú, teu irmão.
35:2 Então disse Jacó � sua família, e a todos os que com ele estavam: Lançai fora os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos e mudai as vossas vestes.
35:3 Levantemo-nos, e subamos a Betel; ali farei um altar ao Deus que me respondeu no dia da minha angústia, e que foi comigo no caminho por onde andei.
35:4 Entregaram, pois, a Jacó todos os deuses estranhos, que tinham nas mãos, e as arrecadas que pendiam das suas orelhas; e Jacó os escondeu debaixo do carvalho que está junto a Siquém.
35:5 Então partiram; e o terror de Deus sobreveio �s cidades que lhes estavam ao redor, de modo que não perseguiram os filhos de Jacó.
35:6 Assim chegou Jacó � Luz, que está na terra de Canaã (esta é Betel), ele e todo o povo que estava com ele.
35:7 Edificou ali um altar, e chamou ao lugar El-Betel; porque ali Deus se lhe tinha manifestado quando fugia da face de seu irmão.
35:8 Morreu Débora, a ama de Rebeca, e foi sepultada ao pé de Betel, debaixo do carvalho, ao qual se chamou Alom-Bacute.
35:9 Apareceu Deus outra vez a Jacó, quando ele voltou de Padã-Arã, e o abençoou.
35:10 E disse-lhe Deus: O teu nome é Jacó; não te chamarás mais Jacó, mas Israel será o teu nome. Chamou-lhe Israel.
35:11 Disse-lhe mais: Eu sou Deus Todo-Poderoso; frutifica e multiplica-te; uma nação, sim, uma multidão de nações sairá de ti, e reis procederão dos teus lombos;
35:12 a terra que dei a Abraão e a Isaque, a ti a darei; também � tua descendência depois de ti a darei.
35:13 E Deus subiu dele, do lugar onde lhe falara.
35:14 Então Jacó erigiu uma coluna no lugar onde Deus lhe falara, uma coluna de pedra; e sobre ela derramou uma libação e deitou-lhe também azeite;
35:15 e Jacó chamou Betel ao lugar onde Deus lhe falara.
35:16 Depois partiram de Betel; e, faltando ainda um trecho pequeno para chegar a Efrata, Raquel começou a sentir dores de parto, e custou-lhe o dar � luz.
35:17 Quando ela estava nas dores do parto, disse-lhe a parteira: Não temas, pois ainda terás este filho.
35:18 Então Raquel, ao sair-lhe a alma (porque morreu), chamou ao filho Benôni; mas seu pai chamou-lhe Benjamim.
35:19 Assim morreu Raquel, e foi sepultada no caminho de Efrata (esta é Bete-Leém).
35:20 E Jacó erigiu uma coluna sobre a sua sepultura; esta é a coluna da sepultura de Raquel até o dia de hoje.
35:21 Então partiu Israel, e armou a sua tenda além de Migdal-Eder.
35:22 Quando Israel habitava naquela terra, foi Rúben e deitou-se com Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube. Eram doze os filhos de Jacó:
35:23 Os filhos de Léia: Rúben o primogênito de Jacó, depois Simeão, Levi, Judá, Issacar e Zebulom;
35:24 os filhos de Raquel: José e Benjamim;
35:25 os filhos de Bila, serva de Raquel: Dã e Naftali;
35:26 os filhos de Zilpa, serva de Léia: Gade e Aser. Estes são os filhos de Jacó, que lhe nasceram em Padã-Arã.
35:27 Jacó veio a seu pai Isaque, a Manre, a Quiriate-Arba (esta é Hebrom), onde peregrinaram Abraão e Isaque.
35:28 Foram os dias de Isaque cento e oitenta anos;
35:29 e, exalando o espírito, morreu e foi congregado ao seu povo, velho e cheio de dias; e Esaú e Jacó, seus filhos, o sepultaram.
36:1 Estas são as gerações de Esaú (este é Edom):
36:2 Esaú tomou dentre as filhas de Canaã suas mulheres: Ada, filha de Elom o heteu, e Aolíbama, filha de Ana, filha de Zibeão o heveu,
36:3 e Basemate, filha de Ismael, irmã de Nebaiote.
36:4 Ada teve de Esaú a Elifaz, e Basemate teve a Reuel; e Aolíbama teve a Jeús, Jalão e Corá; estes são os filhos de Esaú, que lhe nasceram na terra de Canaã.
36:6 Depois Esaú tomou suas mulheres, seus filhos, suas filhas e todas as almas de sua casa, seu gado, todos os seus animais e todos os seus bens, que havia adquirido na terra de Canaã, e foi-se para outra terra, apartando-se de seu irmão Jacó.
36:7 Porque os seus bens eram abundantes demais para habitarem juntos; e a terra de suas peregrinações não os podia sustentar por causa do seu gado.
36:8 Portanto Esaú habitou no monte de Seir; Esaú é Edom.
36:9 Estas, pois, são as gerações de Esaú, pai dos edomeus, no monte de Seir:
36:10 Estes são os nomes dos filhos de Esaú: Elifaz, filho de Ada, mulher de Esaú; Reuel, filho de Basemate, mulher de Esaú.
36:11 E os filhos de Elifaz foram: Temã, Omar, Zefô, Gatã e Quenaz.
36:12 Timna era concubina de Elifaz, filho de Esaú, e teve de Elifaz a Amaleque. São esses os filhos de Ada, mulher de Esaú.
36:13 Foram estes os filhos de Reuel: Naate e Zerá, Sama e Mizá. Foram esses os filhos de Basemate, mulher de Esaú.
36:14 Estes foram os filhos de Aolíbama, filha de Ana, filha de Zibeão, mulher de Esaú: ela teve de Esaú Jeús, Jalão e Corá.
36:15 São estes os chefes dos filhos de Esaú: dos filhos de Elifaz, o primogênito de Esaú, os chefes Temã, Omar, Zefô, Quenaz,
36:16 Corá, Gatã e Amaleque. São esses os chefes que nasceram a Elifaz na terra de Edom; esses são os filhos de Ada.
36:17 Estes são os filhos de Reuel, filho de Esaú: os chefes Naate, Zerá, Sama e Mizá; esses são os chefes que nasceram a Reuel na terra de Edom; esses são os filhos de Basemate, mulher de Esaú.
36:18 Estes são os filhos de Aolíbama, mulher de Esaú: os chefes Jeús, Jalão e Corá; esses são os chefes que nasceram a líbama, filha de Ana, mulher de Esaú.
36:19 Esses são os filhos de Esaú, e esses seus príncipes: ele é Edom.
36:20 São estes os filhos de Seir, o horeu, moradores da terra: Lotã, Sobal, Zibeão, Anás,
36:21 Disom, Eser e Disã; esses são os chefes dos horeus, filhos de Seir, na terra de Edom.
36:22 Os filhos de Lotã foram: Hori e Hemã; e a irmã de Lotã era Timna.
36:23 Estes são os filhos de Sobal: Alvã, Manaate, Ebal, Sefô e Onão.
36:24 Estes são os filhos de Zibeão: Aías e Anás; este é o Anás que achou as fontes termais no deserto, quando apascentava os jumentos de Zibeão, seu pai.
36:25 São estes os filhos de Ana: Disom e Aolíbama, filha de Ana.
36:26 São estes os filhos de Disom: Hendã, Esbã, Itrã e Querã.
36:27 Estes são os filhos de Eser: Bilã, Zaavã e Acã.
36:28 Estes são os filhos de Disã: Uz e Arã.
36:29 Estes são os chefes dos horeus: Lotã, Sobal, Zibeão, Anás,
36:30 Disom, Eser e Disã; esses são os chefes dos horeus que governaram na terra de Seir.
36:31 São estes os reis que reinaram na terra de Edom, antes que reinasse rei algum sobre os filhos de Israel.
36:32 Reinou, pois, em Edom Belá, filho de Beor; e o nome da sua cidade era Dinabá.
36:33 Morreu Belá; e Jobabe, filho de Zerá de Bozra, reinou em seu lugar.
36:34 Morreu Jobabe; e Husão, da terra dos temanitas, reinou em seu lugar.
36:35 Morreu Husão; e em seu lugar reinou Hadade, filho de Bedade, que feriu a Midiã no campo de Moabe; e o nome da sua cidade era Avite.
36:36 Morreu Hadade; e Sâmela de Masreca reinou em seu lugar.
36:37 Morreu Sâmela; e Saul de Reobote junto ao rio reinou em seu lugar.
36:38 Morreu Saul; e Baal-Hanã, filho de Acbor, reinou em seu lugar.
36:39 Morreu Baal-Hanã, filho de Acbor; e Hadar reinou em seu lugar; e o nome da sua cidade era Paú; e o nome de sua mulher era Meetabel, filha de Matrede, filha de Me-Zaabe.
36:40 Estes são os nomes dos chefes dos filhos de Esaú, segundo as suas famílias, segundo os seus lugares, pelos seus nomes: os chefes Timna, Alva, Jetete,
36:41 Aolíbama, Elá, Pinom,
36:42 Quenaz, Temã, Mibzar,
36:43 Magdiel e Irão; esses são os chefes de Edom, segundo as suas habitações, na terra ,da sua possessão. Este é Esaú, pai dos edomeus.
37:1 Jacó habitava na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.
37:2 Estas são as gerações de Jacó. José, aos dezessete anos de idade, estava com seus irmãos apascentando os rebanhos; sendo ainda jovem, andava com os filhos de Bila, e com os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e José trazia a seu pai más notícias a respeito deles.
37:3 Israel amava mais a José do que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica de várias cores.
37:4 Vendo, pois, seus irmãos que seu pai o amava mais do que a todos eles, odiavam-no, e não lhe podiam falar pacificamente.
37:5 José teve um sonho, que contou a seus irmãos; por isso o odiaram ainda mais.
37:6 Pois ele lhes disse: Ouvi, peço-vos, este sonho que tive:
37:7 Estávamos nós atando molhos no campo, e eis que o meu molho, levantando-se, ficou em pé; e os vossos molhos o rodeavam, e se inclinavam ao meu molho.
37:8 Responderam-lhe seus irmãos: Tu pois, deveras reinarás sobre nós? Tu deveras terás domínio sobre nós? Por isso ainda mais o odiavam por causa dos seus sonhos e das suas palavras.
37:9 Teve José outro sonho, e o contou a seus irmãos, dizendo: Tive ainda outro sonho; e eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam perante mim.
37:10 Quando o contou a seu pai e a seus irmãos, repreendeu-o seu pai, e disse-lhe: Que sonho é esse que tiveste? Porventura viremos, eu e tua mãe, e teus irmãos, a inclinar-nos com o rosto em terra diante de ti?
37:11 Seus irmãos, pois, o invejavam; mas seu pai guardava o caso no seu coração.
37:12 Ora, foram seus irmãos apascentar o rebanho de seu pai, em Siquém.
37:13 Disse, pois, Israel a José: Não apascentam teus irmãos o rebanho em Siquém? Vem, e enviar-te-ei a eles. Respondeu-lhe José: Eis-me aqui.
37:14 Disse-lhe Israel: Vai, vê se vão bem teus irmãos, e o rebanho; e traze-me resposta. Assim o enviou do vale de Hebrom; e José foi a Siquém.
37:15 E um homem encontrou a José, que andava errante pelo campo, e perguntou-lhe: Que procuras?
37:16 Respondeu ele: Estou procurando meus irmãos; dize-me, peço-te, onde apascentam eles o rebanho.
37:17 Disse o homem: Foram-se daqui; pois ouvi-lhes dizer: Vamos a Dotã. José, pois, seguiu seus irmãos, e os achou em Dotã.
37:18 Eles o viram de longe e, antes que chegasse aonde estavam, conspiraram contra ele, para o matarem,
37:19 dizendo uns aos outros: Eis que lá vem o sonhador!
37:20 Vinde pois agora, fmatemo-lo e lancemo-lo numa das covas; e diremos: uma besta-fera o devorou. Veremos, então, o que será dos seus sonhos.
37:21 Mas Rúben, ouvindo isso, livrou-o das mãos deles, dizendo: Não lhe tiremos a vida.
37:22 Também lhes disse Rúben: Não derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mão nele. Disse isto para livrá-lo das mãos deles, a fim de restituí-lo a seu pai.
37:23 Logo que José chegou a seus irmãos, estes o despiram da sua túnica, a túnica de várias cores, que ele trazia;
37:24 e tomando-o, lançaram-no na cova; mas a cova estava vazia, não havia água nela.
37:25 Depois sentaram-se para comer; e, levantando os olhos, viram uma caravana de ismaelitas que vinha de Gileade; nos seus camelos traziam tragacanto, bálsamo e mirra, que iam levar ao Egito.
37:26 Disse Judá a seus irmãos: De que nos aproveita matar nosso irmão e encobrir o seu sangue?
37:27 Vinde, vendamo-lo a esses ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque é nosso irmao, nossa carne. E escutaram-no seus irmãos.
37:28 Ao passarem os negociantes midianitas, tiraram José, alçando-o da cova, e venderam-no por vinte siclos de prata aos ismaelitas, os quais o levaram para o Egito.
37:29 Ora, Rúben voltou � cova, e eis que José não estava na cova; pelo que rasgou as suas vestes
37:30 e, tornando a seus irmãos, disse: O menino não aparece; e eu, aonde irei?
37:31 Tomaram, então, a túnica de José, mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue.
37:32 Enviaram a túnica de várias cores, mandando levá-la a seu pai e dizer-lhe: Achamos esta túnica; vê se é a túnica de teu filho, ou não.
37:33 Ele a reconheceu e exclamou: A túnica de meu filho! uma besta-fera o devorou; certamente José foi despedaçado.
37:34 Então Jacó rasgou as suas vestes, e pôs saco sobre os seus lombos e lamentou seu filho por muitos dias.
37:35 E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; ele, porém, recusou ser consolado, e disse: Na verdade, com choro hei de descer para meu filho até o Seol. Assim o chorou seu pai.
37:36 Os midianitas venderam José no Egito a Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda.
38:1 Nesse tempo Judá desceu de entre seus irmãos e entrou na casa dum adulamita, que se chamava Hira,
38:2 e viu Judá ali a filha de um cananeu, que se chamava Suá; tomou-a por mulher, e esteve com ela.
38:3 Ela concebeu e teve um filho, e o pai chamou-lhe Er.
38:4 Tornou ela a conceber e teve um filho, a quem ela chamou Onã.
38:5 Teve ainda mais um filho, e chamou-lhe Selá. Estava Judá em Quezibe, quando ela o teve.
38:6 Depois Judá tomou para Er, o seu primogênito, uma mulher, por nome Tamar.
38:7 Ora, Er, o primogênito de Judá, era mau aos olhos do Senhor, pelo que o Senhor o matou.
38:8 Então disse Judá a Onã: Toma a mulher de teu irmão, e cumprindo-lhe o dever de cunhado, suscita descendência a teu irmão.
38:9 Onã, porém, sabia que tal descendência não havia de ser para ele; de modo que, toda vez que se unia � mulher de seu irmão, derramava o sêmen no chão para não dar descendência a seu irmão.
38:10 E o que ele fazia era mau aos olhos do Senhor, pelo que o matou também a ele.
38:11 Então disse Judá a Tamar sua nora: Conserva-te viúva em casa de teu pai, até que Selá, meu filho, venha a ser homem; porquanto disse ele: Para que porventura não morra também este, como seus irmãos. Assim se foi Tamar e morou em casa de seu pai.
38:12 Com o correr do tempo, morreu a filha de Suá, mulher de Judá. Depois de consolado, Judá subiu a Timnate para ir ter com os tosquiadores das suas ovelhas, ele e Hira seu amigo, o adulamita.
38:13 E deram aviso a Tamar, dizendo: Eis que o teu sogro sobe a Timnate para tosquiar as suas ovelhas.
38:14 Então ela se despiu dos vestidos da sua viuvez e se cobriu com o véu, e assim envolvida, assentou-se � porta de Enaim que está no caminho de Timnate; porque via que Selá já era homem, e ela lhe não fora dada por mulher.
38:15 Ao vê-la, Judá julgou que era uma prostituta, porque ela havia coberto o rosto.
38:16 E dirigiu-se para ela no caminho, e disse: Vem, deixa-me estar contigo; porquanto não sabia que era sua nora. Perguntou-lhe ela: Que me darás, para estares comigo?
38:17 Respondeu ele: Eu te enviarei um cabrito do rebanho. Perguntou ela ainda: Dar-me-ás um penhor até que o envies?
38:18 Então ele respondeu: Que penhor é o que te darei? Disse ela: O teu selo com a corda, e o cajado que está em tua mão. Ele, pois, lhos deu, e esteve com ela, e ela concebeu dele.
38:19 E ela se levantou e se foi; tirou de si o véu e vestiu os vestidos da sua viuvez.
38:20 Depois Judá enviou o cabrito por mão do seu amigo o adulamita, para receber o penhor da mão da mulher; porém ele não a encontrou.
38:21 Pelo que perguntou aos homens daquele lugar: Onde está a prostituta que estava em Enaim junto ao caminho? E disseram: Aqui não esteve prostituta alguma.
38:22 Voltou, pois, a Judá e disse: Não a achei; e também os homens daquele lugar disseram: Aqui não esteve prostituta alguma.
38:23 Então disse Judá: Deixa-a ficar com o penhor, para que não caiamos em desprezo; eis que enviei este cabrito, mas tu não a achaste.
38:24 Passados quase três meses, disseram a Judá: Tamar, tua nora, se prostituiu e eis que está grávida da sua prostituição. Então disse Judá: Tirai-a para fora, e seja ela queimada.
38:25 Quando ela estava sendo tirada para fora, mandou dizer a seu sogro: Do homem a quem pertencem estas coisas eu concebi. Disse mais: Reconhece, peço-te, de quem são estes, o selo com o cordão, e o cajado.
38:26 Reconheceu-os, pois, Judá, e disse: Ela é mais justa do que eu, porquanto não a dei a meu filho Selá. E nunca mais a conheceu.
38:27 Sucedeu que, ao tempo de ela dar � luz, havia gêmeos em seu ventre;
38:28 e dando ela � luz, um pôs fora a mão, e a parteira tomou um fio encarnado e o atou em sua mão, dizendo: Este saiu primeiro.
38:29 Mas recolheu ele a mão, e eis que seu irmão saiu; pelo que ela disse: Como tens tu rompido! Portanto foi chamado Pérez.
38:30 Depois saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio encamado; e foi chamado Zerá.
39:1 José foi levado ao Egito; e Potifar, oficial de Faraó, capitão da guarda, egípcio, comprou-o da mão dos ismaelitas que o haviam levado para lá.
39:2 Mas o Senhor era com José, e ele tornou-se próspero; e estava na casa do seu senhor, o egípcio.
39:3 E viu o seu senhor que Deus era com ele, e que fazia prosperar em sua mão tudo quanto ele empreendia.
39:4 Assim José achou graça aos olhos dele, e o servia; de modo que o fez mordomo da sua casa, e entregou na sua mão tudo o que tinha.
39:5 Desde que o pôs como mordomo sobre a sua casa e sobre todos os seus bens, o Senhor abençoou a casa do egípcio por amor de José; e a bênção do Senhor estava sobre tudo o que tinha, tanto na casa como no campo.
39:6 Potifar deixou tudo na mão de José, de maneira que nada sabia do que estava com ele, a não ser do pão que comia. Ora, José era formoso de porte e de semblante.
39:7 E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os olhos em José, e lhe disse: Deita-te comigo.
39:8 Mas ele recusou, e disse � mulher do seu senhor: Eis que o meu senhor não sabe o que está comigo na sua casa, e entregou em minha mão tudo o que tem;
39:9 ele não é maior do que eu nesta casa; e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto és sua mulher. Como, pois, posso eu cometer este grande mal, e pecar contra Deus?
39:10 Entretanto, ela instava com José dia após dia; ele, porém, não lhe dava ouvidos, para se deitar com ela, ou estar com ela.
39:11 Mas sucedeu, certo dia, que entrou na casa para fazer o seu serviço; e nenhum dos homens da casa estava lá dentro.
39:12 Então ela, pegando-o pela capa, lhe disse: Deita-te comigo! Mas ele, deixando a capa na mão dela, fugiu, escapando para fora.
39:13 Quando ela viu que ele deixara a capa na mão dela e fugira para fora,
39:14 chamou pelos homens de sua casa, e disse-lhes: Vede! meu marido trouxe-nos um hebreu para nos insultar; veio a mim para se deitar comigo, e eu gritei em alta voz;
39:15 e ouvigiu-se para ela no caminho, e disse: Vem, deixa-me deixou, aqui a sua capa e fugiu, escapando para fora.
39:16 Ela guardou a capa consigo, até que o senhor dele voltou a casa.
39:17 Então falou-lhe conforme as mesmas palavras, dizendo: O servo hebreu, que nos trouxeste, veio a mim para me insultar;
39:18 mas, levantando eu a voz e gritando, ele deixou comigo a capa e fugiu para fora.
39:19 Tendo o seu senhor ouvido as palavras de sua mulher, que lhe falava, dizendo: Desta maneira me fez teu servo, a sua ira se acendeu.
39:20 Então o senhor de José o tomou, e o lançou no cárcere, no lugar em que os presos do rei estavam encarcerados; e ele ficou ali no cárcere.
39:21 O Senhor, porém, era com José, estendendo sobre ele a sua benignidade e dando-lhe graça aos olhos do carcereiro,
39:22 o qual entregou na mão de José todos os presos que estavam no cárcere; e era José quem ordenava tudo o que se fazia ali.
39:23 E o carcereiro não tinha cuidado de coisa alguma que estava na mão de José, porquanto o Senhor era com ele, fazendo prosperar tudo quanto ele empreendia.
40:1 Depois destas coisas o copeiro do rei do Egito e o seu padeiro ofenderam o seu senhor, o rei do Egito.
40:2 Pelo que se indignou Faraó contra os seus dois oficiais, contra o copeiro-mor e contra o padeiro-mor;
40:3 e mandou detê-los na casa do capitão da guarda, no cárcere onde José estava preso;
40:4 e o capitão da guarda pô-los a cargo de José, que os servia. Assim estiveram por algum tempo em detenção.
40:5 Ora, tiveram ambos um sonho, cada um seu sonho na mesma noite, cada um conforme a interpretação do seu sonho, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, que se achavam presos no cárcere:
40:6 Quando José veio a eles pela manhã, viu que estavam perturbados:
40:7 Perguntou, pois, a esses oficiais de Faraó, que com ele estavam no cárcere da casa de seu senhor, dizendo: Por que estão os vossos semblantes tão tristes hoje?
40:8 Responderam-lhe: Tivemos um sonho e ninguém há que o interprete. Pelo que lhes disse José: Porventura não pertencem a Deus as interpretações? Contai-mo, peço-vos.
40:9 Então contou o copeiro-mor o seu sonho a José, dizendo-lhe: Eis que em meu sonho havia uma vide diante de mim,
40:10 e na vide três sarmentos; e, tendo a vide brotado, saíam as suas flores, e os seus cachos produziam uvas maduras.
40:11 O copo de Faraó estava na minha mão; e, tomando as uvas, eu as espremia no copo de Faraó e entregava o copo na mão de Faraó.
40:12 Então disse-lhe José: Esta é a sua interpretação: Os três sarmentos são três dias;
40:13 dentro de três dias Faraó levantará a tua cabeça, e te restaurará ao teu cargo; e darás o copo de Faraó na sua mão, conforme o costume antigo, quando eras seu copeiro.
40:14 Mas lembra-te de mim, quando te for bem; usa, peço-te, de compaixão para comigo e faze menção de mim a Faraó e tira-me desta casa;
40:15 porque, na verdade, fui roubado da terra dos hebreus; e aqui também nada tenho feito para que me pusessem na masmorra.
40:16 Quando o padeiro-mor viu que a interpretação era boa, disse a José: Eu também sonhei, e eis que três cestos de pão branco estavam sobre a minha cabeça.
40:17 E no cesto mais alto havia para Faraó manjares de todas as qualidades que fazem os padeiros; e as aves os comiam do cesto que estava sobre a minha cabeça.
40:18 Então respondeu José: Esta é a interpretação do sonho: Os três cestos são três dias;
40:19 dentro de três dias tirará Faraó a tua cabeça, e te pendurará num madeiro, e as aves comerão a tua carne de sobre ti.
40:20 E aconteceu ao terceiro dia, o dia natalício de Faraó, que este deu um banquete a todos os seus servos; e levantou a cabeça do copeiro-mor, e a cabeça do padeiro-mor no meio dos seus servos;
40:21 e restaurou o copeiro-mor ao seu cargo de copeiro, e este deu o copo na mão de Faraó;
40:22 mas ao padeiro-mor enforcou, como José lhes havia interpretado.
40:23 O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José, antes se esqueceu dele.
41:1 Passados dois anos inteiros, Faraó sonhou que estava em pé junto ao rio Nilo;
41:2 e eis que subiam do rio sete vacas, formosas � vista e gordas de carne, e pastavam no carriçal.
41:3 Após elas subiam do rio outras sete vacas, feias � vista e magras de carne; e paravam junto �s outras vacas � beira do Nilo.
41:4 E as vacas feias � vista e magras de carne devoravam as sete formosas � vista e gordas. Então Faraó acordou.
41:5 Depois dormiu e tornou a sonhar; e eis que brotavam dum mesmo pé sete espigas cheias e boas.
41:6 Após elas brotavam sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental;
41:7 e as espigas miúdas devoravam as sete espigas grandes e cheias. Então Faraó acordou, e eis que era um sonho.
41:8 Pela manhã o seu espírito estava perturbado; pelo que mandou chamar todos os adivinhadores do Egito, e todos os seus sábios; e Faraó contou-lhes os seus sonhos, mas não havia quem lhos interpretasse.
41:9 Então falou o copeiro-mor a Faraó, dizendo: Dos meus pecados me lembro hoje:
41:10 Estando faraó mui indignado contra os seus servos, e pondo-me sob prisão na casa do captão da guarda, a mim e ao padeiro-mor.
41:11 Então sonhamos um sonho na mesma noite, eu e ele, cada um conforme a interpretação do seu sonho sonhamos.
41:12 Ora, estava ali conosco um mancebo hbreu, servo do capitão da guarda, ao qual contamos os nossos sonhos, e ele no-los interpretou, a cada um conforme o seu sonho.
41:13 E como ele nos interpretou, assim mesmo foi feito: a mim me fez tornar ao meu estado, e a ele fez enforcar.
41:14 Então enviou Faraó, e chamou a José, e o fizeram sair logo da cova; e barbeou-se e mudou os seus vestidos, e veio a Faraó.
41:15 E Faraó disse a José: Eu sonhei um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ri ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas.
41:16 E respondeu José a Faraó, dizendo: Isso não está em mim; Deus dará resposta de paz a Faraó.
41:17 Então disse Faraó a José: Eis que em meu sonho estava em pé na praia do rio,
41:18 E eis que subiam do rio sete vacas gordas de carne e formosas � vista, e pastavam no prado.
41:19 E eis que outras sete vacas subiam após estas, muito feias � vista, e magras de carne; não tenho visto outras taus, quanto � fealdade, em toda a terra do Egito
41:20 E as vacas magras e feias comiam as primeiras sete vacas gordas;
41:21 E entravam em suas entranhas, mas não se conhecia que houvessem entrado em suas entranhas; porque o seu parecer era feio como no principio. Então acordei.
41:22 Depois vi em meu sonho, e eis que dum mesmo pé subiam sete espigas cheias e boas;
41:23 E eis que sete espigas secas, miúdas e queimadas do vento oriental brotavam após elas.
41:24 E as sete espigas miudas devoravam as sete espigas boas. E eu disse-o aos magos, mas ninguém houve que mo interpretasse.
41:25 Então disse José a Faraó: O sonho de Faraó é um só; o que Deus há de fazer, notificou-o a Faraó.
41:26 As sete vacas formosas são sete anos; as sete espigas formosas também são sete anos; o sonho é um só.
41:27 E as sete vacas magras e feias � vista, que subiam depois delas, são sete anos, como as sete espigas miúdas e queimadas do vento oriental; serão sete anos de fome.
41:28 Esta é a palavra que tenho dito a Faraó; o que Deus há de fazer, mostrou-o a Faraó.
41:29 E eis que vêm sete anos, e haverá grande fartura em toda a terra do Egito
41:30 E depois deles levantar-se-ão sete anos de fome, e toda aquela fartura será esquecida na terra do Egito, e a fome consumirá a terra:
41:31 e não será conhecida a abundância na terra, por causa daquela fome que seguirá; porquanto será gravíssima.
41:32 Ora, se o sonho foi duplicado a Faraó, é porque esta coisa é determinada por Deus, e ele brevemente a fará.
41:33 Portanto, proveja-se agora Faraó de um homem entendido e sábio, e o ponha sobre a terra do Egito.
41:34 Faça isto Faraó: nomeie administradores sobre a terra, que tomem a quinta parte dos produtos da terra do Egito nos sete anos de fartura;
41:35 e ajuntem eles todo o mantimento destes bons anos que vêm, e amontoem trigo debaixo da mão de Faraó, para mantimento nas cidades e o guardem;
41:36 assim será o mantimento para provimento da terra, para os sete anos de fome, que haverá na terra do Egito; para que a terra não pereça de fome.
41:37 Esse parecer foi bom aos olhos de Faraó, e aos olhos de todos os seus servos.
41:38 Perguntou, pois, Faraó a seus servos: Poderíamos achar um homem como este, em quem haja o espírito de Deus?
41:39 Depois disse Faraó a José: Porquanto Deus te fez saber tudo isto, ninguém há tão entendido e sábio como tu.
41:40 Tu estarás sobre a minha casa, e por tua voz se governará todo o meu povo; somente no trono eu serei maior que tu.
41:41 Disse mais Faraó a José: Vê, eu te hei posto sobre toda a terra do Egito.
41:42 E Faraó tirou da mão o seu anel-sinete e pô-lo na mão de José, vestiu-o de traje de linho fino, e lhe pôs ao pescoço um colar de ouro.
41:43 Ademais, fê-lo subir ao seu segundo carro, e clamavam diante dele: Ajoelhai-vos. Assim Faraó o constituiu sobre toda a terra do Egito.
41:44 Ainda disse Faraó a José: Eu sou Faraó; sem ti, pois, ninguém levantará a mão ou o pé em toda a terra do Egito.
41:45 Faraó chamou a José Zafnate-Paneã, e deu-lhe por mulher Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. Depois saiu José por toda a terra do Egito.
41:46 Ora, José era da idade de trinta anos, quando se apresentou a Faraó, rei do Egito. E saiu José da presença de Faraó e passou por toda a terra do Egito.
41:47 Durante os sete anos de fartura a terra produziu a mancheias;
41:48 e José ajuntou todo o mantimento dos sete anos, que houve na terra do Egito, e o guardou nas cidades; o mantimento do campo que estava ao redor de cada cidade, guardou-o dentro da mesma.
41:49 Assim José ajuntou muitíssimo trigo, como a areia do mar, até que cessou de contar; porque não se podia mais contá-lo.
41:50 Antes que viesse o ano da fome, nasceram a José dois filhos, que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.
41:51 E chamou José ao primogênito Manassés; porque disse: Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai.
41:52 Ao segundo chamou Efraim; porque disse: Deus me fez crescer na terra da minha aflição.
41:53 Acabaram-se, então, os sete anos de fartura que houve na terra do Egito;
41:54 e começaram a vir os sete anos de fome, como José tinha dito; e havia fome em todas as terras; porém, em toda a terra do Egito havia pão.
41:55 Depois toda a terra do Egito teve fome, e o povo clamou a Faraó por pão; e Faraó disse a todos os egípcios: Ide a José; o que ele vos disser, fazei.
41:56 De modo que, havendo fome sobre toda a terra, abriu José todos os depósitos, e vendia aos egípcios; porque a fome prevaleceu na terra do Egito.
41:57 Também de todas as terras vinham ao Egito, para comprarem de José; porquanto a fome prevaleceu em todas as terras.
42:1 Ora, Jacó soube que havia trigo no Egito, e disse a seus filhos: Por que estais olhando uns para os outros?
42:2 Disse mais: Tenho ouvido que há trigo no Egito; descei até lá, e de lá comprai-o para nós, a fim de que vivamos e não morramos.
42:3 Então desceram os dez irmãos de José, para comprarem trigo no Egito.
42:4 Mas a Benjamim, irmão de José, não enviou Jacó com os seus irmãos, pois disse: Para que, porventura, não lhe suceda algum desastre.
42:5 Assim entre os que iam lá, foram os filhos de Israel para comprar, porque havia fome na terra de Canaã.
42:6 José era o governador da terra; era ele quem vendia a todo o povo da terra; e vindo os irmãos de José, prostraram-se diante dele com o rosto em terra.
42:7 José, vendo seus irmãos, reconheceu-os; mas portou-se como estranho para com eles, falou-lhes asperamente e perguntou-lhes: Donde vindes? Responderam eles: Da terra de Canaã, para comprarmos mantimento.
42:8 José, pois, reconheceu seus irmãos, mas eles não o reconheceram.
42:9 Lembrou-se então José dos sonhos que tivera a respeito deles, e disse-lhes: Vós sois espias, e viestes para ver a nudez da terra.
42:10 Responderam-lhe eles: Não, senhor meu; mas teus servos vieram comprar mantimento.
42:11 Nós somos todos filhos de um mesmo homem; somos homens de retidão; os teus servos não são espias.
42:12 Replicou-lhes: Não; antes viestes para ver a nudez da terra.
42:13 Mas eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem da terra de Canaã; o mais novo está hoje com nosso pai, e outro já não existe.
42:14 Respondeu-lhe José: É assim como vos disse; sois espias.
42:15 Nisto sereis provados: Pela vida de Faraó, não saireis daqui, a menos que venha para cá vosso irmão mais novo.
42:16 Enviai um dentre vós, que traga vosso irmão, mas vós ficareis presos, a fim de serem provadas as vossas palavras, se há verdade convosco; e se não, pela vida de Faraó, vós sois espias.
42:17 E meteu-os juntos na prisão por três dias.
42:18 Ao terceiro dia disse-lhes José: Fazei isso, e vivereis; porque eu temo a Deus.
42:19 Se sois homens de retidão, que fique um dos irmãos preso na casa da vossa prisão; mas ide vós, levai trigo para a fome de vossas casas,
42:20 e trazei-me o vosso irmão mais novo; assim serão verificadas vossas palavras, e não morrereis. E eles assim fizeram.
42:21 Então disseram uns aos outros: Nós, na verdade, somos culpados no tocante a nosso irmão, porquanto vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava, e não o quisemos atender; é por isso que vem sobre nós esta angústia.
42:22 Respondeu-lhes Rúben: Não vos dizia eu: Não pequeis contra o menino; Mas não quisestes ouvir; por isso agora é requerido de nós o seu sangue.
42:23 E eles não sabiam que José os entendia, porque havia intérprete entre eles.
42:24 Nisto José se retirou deles e chorou. Depois tornou a eles, falou-lhes, e tomou a Simeão dentre eles, e o amarrou perante os seus olhos.
42:25 Então ordenou José que lhes enchessem de trigo os sacos, que lhes restituíssem o dinheiro a cada um no seu saco, e lhes dessem provisões para o caminho. E assim lhes foi feito.
42:26 Eles, pois, carregaram o trigo sobre os seus jumentos, e partiram dali.
42:27 Quando um deles abriu o saco, para dar forragem ao seu jumento na estalagem, viu o seu dinheiro, pois estava na boca do saco.
42:28 E disse a seus irmãos: Meu dinheiro foi-me devolvido; ei-lo aqui no saco. Então lhes desfaleceu o coração e, tremendo, viravam-se uns para os outros, dizendo: Que é isto que Deus nos tem feito?
42:29 Depois vieram para Jacó, seu pai, na terra de Canaã, e contaram-lhe tudo o que lhes acontecera, dizendo:
42:30 O homem, o senhor da terra, falou-nos asperamente, e tratou-nos como espias da terra;
42:31 mas dissemos-lhe: Somos homens de retidão; não somos espias;
42:32 somos doze irmãos, filhos de nosso pai; um já não existe e o mais novo está hoje com nosso pai na terra de Canaã.
42:33 Respondeu-nos o homem, o senhor da terra: Nisto conhecerei que vós sois homens de retidão: Deixai comigo um de vossos irmãos, levai trigo para a fome de vossas casas, e parti,
42:34 e trazei-me vosso irmão mais novo; assim saberei que não sois espias, mas homens de retidão; então vos entregarei o vosso irmão e negociareis na terra.
42:35 E aconteceu que, despejando eles os sacos, eis que o pacote de dinheiro de cada um estava no seu saco; quando eles e seu pai viram os seus pacotes de dinheiro, tiveram medo.
42:36 Então Jacó, seu pai, disse-lhes: Tendes-me desfilhado; José já não existe, e não existe Simeão, e haveis de levar Benjamim! Todas estas coisas vieram sobre mim.
42:37 Mas Rúben falou a seu pai, dizendo: Mata os meus dois filhos, se eu to não tornar a trazer; entrega-o em minha mão, e to tornarei a trazer.
42:38 Ele porém disse: Não descerá meu filho convosco; porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe suceder algum desastre pelo caminho em que fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza ao Seol.
43:1 Ora, a fome era gravíssima na terra.
43:2 Tendo eles acabado de comer o mantimento que trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: voltai, comprai-nos um pouco de alimento.
43:3 Mas respondeu-lhe Judá: Expressamente nos advertiu o homem, dizendo: Não vereis a minha face, se vosso irmão não estiver convosco.
43:4 Se queres enviar conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos alimento; mas se não queres enviá-lo, não desceremos, porquanto o homem nos disse: Não vereis a minha face, se vosso irmão não estiver convosco.
43:6 Perguntou Israel: Por que me fizeste este mal, fazendo saber ao homem que tínheis ainda outro irmão?
43:7 Responderam eles: O homem perguntou particularmente por nós, e pela nossa parentela, dizendo: vive ainda vosso pai? tendes mais um irmão? e respondemos-lhe segundo o teor destas palavras. Podíamos acaso saber que ele diria: Trazei vosso irmão?
43:8 Então disse Judá a Israel, seu pai: Envia o mancebo comigo, e levantar-nos-emos e iremos, para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem nossos filhinhos.
43:9 Eu serei fiador por ele; da minha mão o requererás. Se eu to não trouxer, e o não puser diante de ti, serei réu de crime para contigo para sempre.
43:10 E se não nos tivéssemos demorado, certamente já segunda vez estaríamos de volta.
43:11 Então disse-lhes Israel seu pai: Se é sim, fazei isto: tomai os melhores produtos da terra nas vossas vasilhas, e levai ao homem um presente: um pouco de bálsamo e um pouco de mel, tragacanto e mirra, nozes de fístico e amêndoas;
43:12 levai em vossas mãos dinheiro em dobro; e o dinheiro que foi devolvido na boca dos vossos sacos, tornai a levá-lo em vossas mãos; bem pode ser que fosse engano.
43:13 Levai também vosso irmão; levantai-vos e voltai ao homem;
43:14 e Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia diante do homem, para que ele deixe vir convosco vosso outro irmão, e Benjamim; e eu, se for desfilhado, desfilhado ficarei.
43:15 Tomaram, pois, os homens aquele presente, e dinheiro em dobro nas mãos, e a Benjamim; e, levantando-se desceram ao Egito e apresentaram-se diante de José.
43:16 Quando José viu Benjamim com eles, disse ao despenseiro de sua casa: Leva os homens � casa, mata reses, e apronta tudo; pois eles comerão comigo ao meio-dia.
43:17 E o homem fez como José ordenara, e levou-os � casa de José.
43:18 Então os homens tiveram medo, por terem sido levados � casa de José; e diziam: por causa do dinheiro que da outra vez foi devolvido nos nossos sacos que somos trazidos aqui, para nos criminar e cair sobre nós, para que nos tome por servos, tanto a nós como a nossos jumentos.
43:19 Por isso eles se chegaram ao despenseiro da casa de José, e falaram com ele � porta da casa,
43:20 e disseram: Ai! senhor meu, na verdade descemos dantes a comprar mantimento;
43:21 e quando chegamos � estalagem, abrimos os nossos sacos, e eis que o dinheiro de cada um estava na boca do seu saco, nosso dinheiro por seu peso; e tornamos a trazê-lo em nossas mãos;
43:22 também trouxemos outro dinheiro em nossas mãos, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o dinheiro em nossos sacos.
43:23 Respondeu ele: Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai, deu-vos um tesouro nos vossos sacos; o vosso dinheiro chegou-me �s mãos. E trouxe-lhes fora Simeão.
43:24 Depois levou os homens � casa de José, e deu-lhes ãgua, e eles lavaram os pés; também deu forragem aos seus jumentos.
43:25 Então eles prepararam o presente para quando José viesse ao meio-dia; porque tinham ouvido que ali haviam de comer.
43:26 Quando José chegou em casa, trouxeram-lhe ali o presente que guardavam junto de si; e inclinaram-se a ele até a terra.
43:27 Então ele lhes perguntou como estavam; e prosseguiu: vosso pai, o ancião de quem falastes, está bem? ainda vive?
43:28 Responderam eles: O teu servo, nosso pai, estã bem; ele ainda vive. E abaixaram a cabeça, e inclinaram-se.
43:29 Levantando os olhos, José viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e perguntou: É este o vosso irmão mais novo de quem me falastes? E disse: Deus seja benévolo para contigo, meu filho.
43:30 E José apressou-se, porque se lhe comoveram as entranhas por causa de seu irmão, e procurou onde chorar; e, entrando na sua câmara, chorou ali.
43:31 Depois lavou o rosto, e saiu; e se conteve e disse: Servi a comida.
43:32 Serviram-lhe, pois, a ele � parte, e a eles também � parte, e � parte aos egípcios que comiam com ele; porque os egípcios não podiam comer com os hebreus, porquanto é isso abominação aos egípcios.
43:33 Sentaram-se diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura, e o menor segundo a sua menoridade; do que os homens se maravilhavam entre si.
43:34 Então ele lhes apresentou as porções que estavam diante dele; mas a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que a de qualquer deles. E eles beberam, e se regalaram com ele.
44:1 Depois José deu ordem ao despenseiro de sua casa, dizendo: Enche de mantimento os sacos dos homens, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada um na boca do seu saco.
44:2 E a minha taça de prata porãs na boca do saco do mais novo, com o dinheiro do seu trigo. Assim fez ele conforme a palavra que José havia dito.
44:3 Logo que veio a luz da manhã, foram despedidos os homens, eles com os seus jumentos.
44:4 Havendo eles saído da cidade, mas não se tendo distanciado muito, disse José ao seu despenseiro: Levanta-te e segue os homens; e, alcançando-os, dize-lhes: Por que tornastes o mal pelo bem?
44:5 Não é esta a taça por que bebe meu senhor, e de que se serve para adivinhar? Fizestes mal no que fizestes.
44:6 Então ele, tendo-os alcançado, lhes falou essas mesmas palavras.
44:7 Responderam-lhe eles: Por que falo meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de fazerem semelhante coisa.
44:8 Eis que o dinheiro, que achamos nas bocas dos nossos sacos, to tornamos a trazer desde a terra de Canaã; como, pois, furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro?
44:9 Aquele dos teus servos com quem a taça for encontrada, morra; e ainda nós seremos escravos do meu senhor.
44:10 Ao que disse ele: Seja conforme as vossas palavras; aquele com quem a taça for encontrada será meu escravo; mas vós sereis inocentes.
44:11 Então eles se apressaram cada um a pôr em terra o seu saco, e cada um a abri-lo.
44:12 E o despenseiro buscou, começando pelo maior, e acabando pelo mais novo; e achou-se a taça no saco de Benjamim.
44:13 Então rasgaram os seus vestidos e, tendo cada um carregado o seu jumento, voltaram � cidade.
44:14 E veio Judá com seus irmãos � casa de José, pois ele ainda estava ali; e prostraram-se em terra diante dele.
44:15 Logo lhes perguntou José: Que ação é esta que praticastes? não sabeis vós que um homem como eu pode, muito bem, adivinhar?
44:16 Respondeu Judá: Que diremos a meu senhor? que falaremos? e como nos justificaremos? Descobriu Deus a iniqüidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão foi achada a taça.
44:17 Disse José: Longe esteja eu de fazer isto; o homem em cuja mão a taça foi achada, aquele será meu servo; porém, quanto a vós, subi em paz para vosso pai.
44:18 Então Jud� se chegou a ele, e disse: Ai! senhor meu, deixa, peço-te, o teu servo dizer uma palavra aos ouvidos de meu senhor; e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como Faraó.
44:19 Meu senhor perguntou a seus servos, dizendo: Tendes vós pai, ou irmão?
44:20 E respondemos a meu senhor: Temos pai, já velho, e há um filho da sua velhice, um menino pequeno; o irmão deste é morto, e ele ficou o único de sua mãe; e seu pai o ama.
44:21 Então tu disseste a teus servos: Trazei-mo, para que eu ponha os olhos sobre ele.
44:22 E quando respondemos a meu senhor: O menino não pode deixar o seu pai; pois se ele deixasse o seu pai, este morreria;
44:23 replicaste a teus servos: A menos que desça convosco vosso irmão mais novo, nunca mais vereis a minha face.
44:24 Então subimos a teu servo, meu pai, e lhe contamos as palavras de meu senhor.
44:25 Depois disse nosso pai: Tornai, comprai-nos um pouco de mantimento;
44:26 e lhe respondemos: Não podemos descer; mas, se nosso irmão menor for conosco, desceremos; pois não podemos ver a face do homem, se nosso irmão menor não estiver conosco.
44:27 Então nos disse teu servo, meu pai: Vós sabeis que minha mulher me deu dois filhos;
44:28 um saiu de minha casa e eu disse: certamente foi despedaçado, e não o tenho visto mais;
44:29 se também me tirardes a este, e lhe acontecer algum desastre, fareis descer as minhas cãs com tristeza ao Seol.
44:30 Agora, pois, se eu for ter com o teu servo, meu pai, e o menino não estiver conosco, como a sua alma está ligada com a alma dele,
44:31 acontecerá que, vendo ele que o menino ali não está, morrerá; e teus servos farão descer as cãs de teu servo, nosso pai com tristeza ao Seol.
44:32 Porque teu servo se deu como fiador pelo menino para com meu pai, dizendo: Se eu to não trouxer de volta, serei culpado, para com meu pai para sempre.
44:33 Agora, pois, fique teu servo em lugar do menino como escravo de meu senhor, e que suba o menino com seus irmãos.
44:34 Porque, como subirei eu a meu pai, se o menino não for comigo? para que não veja eu o mal que sobrevirá a meu pai.
45:1 Então José não se podia conter diante de todos os que estavam com ele; e clamou: Fazei a todos sair da minha presença; e ninguém ficou com ele, quando se deu a conhecer a seus irmãos.
45:2 E levantou a voz em choro, de maneira que os egípcios o ouviram, bem como a casa de Faraó.
45:3 Disse, então, José a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, pois estavam pasmados diante dele.
45:4 José disse mais a seus irmãos: Chegai-vos a mim, peço-vos. E eles se chegaram. Então ele prosseguiu: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito.
45:5 Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos aborreçais por me haverdes vendido para cá; porque para preservar vida é que Deus me enviou adiante de vós.
45:6 Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem sega.
45:7 Deus enviou-me adiante de vós, para conservar-vos descendência na terra, e para guardar-vos em vida por um grande livramento.
45:8 Assim não fostes vós que me enviastes para cá, senão Deus, que me tem posto por pai de Faraó, e por senhor de toda a sua casa, e como governador sobre toda a terra do Egito.
45:9 Apressai-vos, subi a meu pai, e dizei-lhe: Assim disse teu filho José: Deus me tem posto por senhor de toda a terra do Egito; desce a mim, e não te demores;
45:10 habitarás na terra de Gósem e estarás perto de mim, tu e os teus filhos e os filhos de teus filhos, e os teus rebanhos, o teu gado e tudo quanto tens;
45:11 ali te sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome, para que não sejas reduzido � pobreza, tu e tua casa, e tudo o que tens.
45:12 Eis que os vossos olhos, e os de meu irmão Benjamim, vêem que é minha boca que vos fala.
45:13 Fareis, pois, saber a meu pai toda a minha glória no Egito; e tudo o que tendes visto; e apressar-vos-eis a fazer descer meu pai para cá.
45:14 Então se lançou ao pescoço de Benjamim seu irmão, e chorou; e Benjamim chorou também ao pescoço dele.
45:15 E José beijou a todos os seus irmãos, chorando sobre eles; depois seus irmãos falaram com ele.
45:16 Esta nova se fez ouvir na casa de Faraó: São vindos os irmãos de José; o que agradou a Faraó e a seus servos.
45:17 Ordenou Faraó a José: Dize a teus irmãos: Fazei isto: carregai os vossos animais e parti, tornai � terra de Canaã;
45:18 tomai o vosso pai e as vossas familias e vinde a mim; e eu vos darei o melhor da terra do Egito, e comereis da fartura da terra.
45:19 A ti, pois, é ordenado dizer-lhes: Fazei isto: levai vós da terra do Egito carros para vossos meninos e para vossas mulheres; trazei vosso pai, e vinde.
45:20 E não vos pese coisa alguma das vossas alfaias; porque o melhor de toda a terra do Egito será vosso.
45:21 Assim fizeram os filhos de Israel. José lhes deu carros, conforme o mandado de Faraó, e deu-lhes também provisão para o caminho.
45:22 A todos eles deu, a cada um, mudas de roupa; mas a Benjamim deu trezentas peças de prata, e cinco mudas de roupa.
45:23 E a seu pai enviou o seguinte: dez jumentos carregados do melhor do Egito, e dez jumentas carregadas de trigo, pão e provisão para seu pai, para o caminho.
45:24 Assim despediu seus irmãos e, ao partirem eles, disse-lhes: Não contendais pelo caminho.
45:25 Então subiram do Egito, vieram � terra de Canaã, a Jacó seu pai,
45:26 e lhe anunciaram, dizendo: José ainda vive, e é governador de toda a terra do Egito. E o seu coração desmaiou, porque não os acreditava.
45:27 Quando, porém, eles lhe contaram todas as palavras que José lhes falara, e vendo Jacó, seu pai, os carros que José enviara para levá-lo, reanimou-se-lhe o espírito;
45:28 e disse Israel: Basta; ainda vive meu filho José; eu irei e o verei antes que morra.
46:1 Partiu, pois, Israel com tudo quanto tinha e veio a Beer-Seba, onde ofereceu sacrifícios ao Deus de seu pai Isaque.
46:2 Falou Deus a Israel em visões de noite, e disse: Jacó, Jacó! Respondeu Jacó: Eis-me aqui.
46:3 E Deus disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito; porque eu te farei ali uma grande nação.
46:4 Eu descerei contigo para o Egito, e certamente te farei tornar a subir; e José porá a sua mão sobre os teus olhos.
46:5 Então Jacó se levantou de Beer-Seba; e os filhos de Israel levaram seu pai Jacó, e seus meninos, e as suas mulheres, nos carros que Faraó enviara para o levar.
46:6 Também tomaram o seu gado e os seus bens que tinham adquirido na terra de Canaã, e vieram para o Egito, Jacó e toda a sua descendência com ele.
46:7 Os seus filhos e os filhos de seus filhos com ele, as suas filhas e as filhas de seus filhos, e toda a sua descendência, levou-os consigo para o Egito.
46:8 São estes os nomes dos filhos de Israel, que vieram para o Egito, Jacó e seus filhos: Rúben, o primogênito de Jacó.
46:9 E os filhos de Rúben: Hanoque, Palu, Hezrom e Carmi.
46:10 E os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar, e Saul, filho de uma mulher cananéia.
46:11 E os filhos de Levi: Gérsom, Coate e Merári.
46:12 E os filhos de Judá: Er, Onã, Selá, Pérez e Zerá. Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã. E os filhos de Pérez foram Hezrom e Hamul,
46:13 E os filhos de Issacar: Tola, Puva, Iobe e Sinrom.
46:14 E os filhos de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel.
46:15 Estes são os filhos de Léia, que ela deu a Jacó em Padã-Arã, além de Diná, sua filha; todas as almas de seus filhos e de suas filhas eram trinta e três.
46:16 E os filhos de Gade: Zifiom, Hagui, Suni, Ezbom, Eri, Arodi e Areli.
46:17 E os filhos de Aser: Imná, Isvá, Isvi e Beria, e Sera, a irmã deles; e os filhos de Beria: Heber e Malquiel.
46:18 Estes são os filhos de Zilpa, a qual Labão deu � sua filha Léia; e estes ela deu a Jacó, ao todo dezesseis almas.
46:19 Os filhos de Raquel, mulher de Jacó: José e Benjamim.
46:20 E nasceram a José na terra do Egito Manassés e Efraim, que lhe deu Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.
46:21 E os filhos de Benjamim: Belá, Bequer, Asbel, Gêra, Naamã, Eí, Ros, Mupim, Hupim e Arde.
46:22 Estes são os filhos de Raquel, que nasceram a Jacó, ao todo catorze almas.
46:23 E os filhos de Dã: Husim.
46:24 E os filhos de Naftali: Jazeel, Guni, Jezer e Silém.
46:25 Estes são os filhos de Bila, a qual Labão deu � sua filha Raquel; e estes deu ela a Jacó, ao todo sete almas.
46:26 Todas as almas que vieram com Jacó para o Egito e que saíram da sua coxa, fora as mulheres dos filhos de Jacó, eram todas sessenta e seis almas;
46:27 e os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram duas almas. Todas as almas da casa de Jacó, que vieram para o Egito eram setenta.
46:28 Ora, Jacó enviou Judá adiante de si a José, para o encaminhar a Gósen; e chegaram � terra de Gósen.
46:29 Então José aprontou o seu carro, e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen; e tendo-se-lhe apresentado, lançou-se ao seu pescoço, e chorou sobre o seu pescoço longo tempo.
46:30 E Israel disse a José: Morra eu agora, já que tenho visto o teu rosto, pois que ainda vives.
46:31 Depois disse José a seus irmãos, e � casa de seu pai: Eu subirei e informarei a Faraó, e lhe direi: Meus irmãos e a casa de meu pai, que estavam na terra de Canaã, vieram para mim.
46:32 Os homens são pastores, que se ocupam em apascentar gado; e trouxeram os seus rebanhos, o seu gado e tudo o que têm.
46:33 Quando, pois, Faraó vos chamar e vos perguntar: Que ocupação é a vossa?
46:34 respondereis: Nós, teus servos, temos sido pastores de gado desde a nossa mocidade até agora, tanto nós como nossos pais. Isso direis para que habiteis na terra de Gósen; porque todo pastor de ovelhas é abominação para os egípcios.
47:1 Então veio José, e informou a Faraó, dizendo: Meu pai e meus irmãos, com seus rebanhos e seu gado, e tudo o que têm, chegaram da terra de Canaã e estão na terra de Gósen.
47:2 E tomou dentre seus irmãos cinco homens e os apresentou a Faraó.
47:3 Então perguntou Faraó a esses irmãos de José: Que ocupação é a vossa; Responderam-lhe: Nós, teus servos, somos pastores de ovelhas, tanto nós como nossos pais.
47:4 Disseram mais a Faraó: Viemos para peregrinar nesta terra; porque não há pasto para os rebanhos de teus servos, porquanto a fome é grave na terra de Canaã; agora, pois, rogamos-te permitas que teus servos habitem na terra de Gósen.
47:5 Então falou Faraó a José, dizendo: Teu pai e teus irmãos vieram a ti;
47:6 a terra do Egito está diante de ti; no melhor da terra faze habitar teu pai e teus irmãos; habitem na terra de Gósen. E se sabes que entre eles h� homens capazes, põe-nos sobre os pastores do meu gado.
47:7 Também José introduziu a Jacó, seu pai, e o apresentou a Faraó; e Jacó abençoou a Faraó.
47:8 Então perguntou Faraó a Jacó: Quantos são os dias dos anos da tua vida?
47:9 Respondeu-lhe Jacó: Os dias dos anos das minhas peregrinações são cento e trinta anos; poucos e maus têm sido os dias dos anos da minha vida, e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais nos dias das suas peregrinações.
47:10 E Jacó abençoou a Faraó, e saiu da sua presença.
47:11 José, pois, estabeleceu a seu pai e seus irmãos, dando-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés, como Faraó ordenara.
47:12 E José sustentou de pão seu pai, seus irmãos e toda a casa de seu pai, segundo o número de seus filhos.
47:13 Ora, não havia pão em toda a terra, porque a fome era mui grave; de modo que a terra do Egito e a terra de Canaã desfaleciam por causa da fome.
47:14 Então José recolheu todo o dinheiro que se achou na terra do Egito, e na terra de Canaã, pelo trigo que compravam; e José trouxe o dinheiro � casa de Faraó.
47:15 Quando se acabou o dinheiro na terra do Egito, e na terra de Canaã, vieram todos os egípcios a José, dizendo: D�-nos pão; por que morreremos na tua presença? porquanto o dinheiro nos falta.
47:16 Respondeu José: Trazei o vosso gado, e vo-lo darei por vosso gado, se falta o dinheiro.
47:17 Então trouxeram o seu gado a José; e José deu-lhes pão em troca dos cavalos, e das ovelhas, e dos bois, e dos jumentos; e os sustentou de pão aquele ano em troca de todo o seu gado.
47:18 Findo aquele ano, vieram a José no ano seguinte e disseram-lhe: Não ocultaremos ao meu senhor que o nosso dinheiro está todo gasto; as manadas de gado j� pertencem a meu senhor; e nada resta diante de meu senhor, senão o nosso corpo e a nossa terra;
47:19 por que morreremos diante dos teus olhos, tanto nós como a nossa terra? Compra-nos a nós e a nossa terra em troca de pão, e nós e a nossa terra seremos servos de Faraó; dá-nos também semente, para que vivamos e não morramos, e para que a terra não fique desolada.
47:20 Assim José comprou toda a terra do Egito para Faraó; porque os egípcios venderam cada um o seu campo, porquanto a fome lhes era grave em extremo; e a terra ficou sendo de Faraó.
47:21 Quanto ao povo, José fê-lo passar �s cidades, desde uma até a outra extremidade dos confins do Egito.
47:22 Somente a terra dos sacerdotes não a comprou, porquanto os sacerdotes tinham rações de Faraó, e eles comiam as suas rações que Faraó lhes havia dado; por isso não venderam a sua terra.
47:23 Então disse José ao povo: Hoje vos tenho comprado a vós e a vossa terra para Faraó; eis aí tendes semente para vós, para que semeeis a terra.
47:24 Há de ser, porém, que no tempo as colheitas dareis a quinta parte a Faraó, e quatro partes serão vossas, para semente do campo, e para o vosso mantimento e dos que estão nas vossas casas, e para o mantimento de vossos filhinho.
47:25 Responderam eles: Tu nos tens conservado a vida! achemos graça aos olhos de meu senhor, e seremos servos de Faraó.
47:26 José, pois, estabeleceu isto por estatuto quanto ao solo do Egito, até o dia de hoje, que a Faraó coubesse o quinto a produção; somente a terra dos sacerdotes não ficou sendo de Faraó.
47:27 Assim habitou Israel na terra do Egito, na terra de Gósen; e nela adquiriram propriedades, e frutificaram e multiplicaram-se muito.
47:28 E Jacó viveu na terra do Egito dezessete anos; de modo que os dias de Jacó, os anos da sua vida, foram cento e quarenta e sete anos.
47:29 Quando se aproximava o tempo da morte de Israel, chamou ele a José, seu filho, e disse-lhe: Se tenho achado graça aos teus olhos, põe a mão debaixo da minha coxa, e usa para comigo de benevolência e de verdade: rogo-te que não me enterres no Egito;
47:30 mas quando eu dormir com os meus pais, levar-me-ás do Egito e enterrar-me-ás junto � sepultura deles. Respondeu José: Farei conforme a tua palavra.
47:31 E Jacó disse: Jura-me; e ele lhe jurou. Então Israel inclinou-se sobre a cabeceira da cama.
48:1 Depois destas coisas disseram a José: Eis que teu pai está enfermo. Então José tomou consigo os seus dois filhos, Manassés e Efraim.
48:2 Disse alguém a Jacó: Eis que José, teu olho, vem ter contigo. E esforçando-se Israel, sentou-se sobre a cama.
48:3 E disse Jacó a José: O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou,
48:4 e me disse: Eis que te farei frutificar e te multiplicarei; tornar-te-ei uma multidão de povos e darei esta terra � tua descendência depois de ti, em possessão perpétua.
48:5 Agora, pois, os teus dois filhos, que nasceram na terra do Egito antes que eu viesse a ti no Egito, são meus: Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão;
48:6 mas a prole que tiveres depois deles será tua; segundo o nome de seus irmãos serão eles chamados na sua herança.
48:7 Quando eu vinha de Padã, morreu-me Raquel no caminho, na terra de Canaã, quando ainda faltava alguma distância para chegar a Efrata; sepultei-a ali no caminho que vai dar a Efrata, isto é, Belém.
48:8 Quando Israel viu os filhos de José, perguntou: Quem são estes?
48:9 Respondeu José a seu pai: Eles são meus filhos, que Deus me tem dado aqui. Continuou Israel: Traze-mos aqui, e eu os abençoarei.
48:10 Os olhos de Israel, porém, se tinham escurecido por causa da velhice, de modo que não podia ver. José, pois, fê-los chegar a ele; e ele os beijou e os abraçou.
48:11 E Israel disse a José: Eu não cuidara ver o teu rosto; e eis que Deus me fez ver também a tua descendência.
48:12 Então José os tirou dos joelhos de seu pai; e inclinou-se � terra diante da sua face.
48:13 E José tomou os dois, a Efraim com a sua mão direita, � esquerda de Israel, e a Manassés com a sua mão esquerda, � direita de Israel, e assim os fez chegar a ele.
48:14 Mas Israel, estendendo a mão direita, colocou-a sobre a cabeça de Efraim, que era o menor, e a esquerda sobre a cabeça de Manassés, dirigindo as mãos assim propositadamente, sendo embora este o primogênito.
48:15 E abençoou a José, dizendo: O Deus em cuja presença andaram os meus pais Abraão e Isaque, o Deus que tem sido o meu pastor durante toda a minha vida até este dia,
48:16 o anjo que me tem livrado de todo o mal, abençoe estes mancebos, e seja chamado neles o meu nome, e o nome de meus pois Abraão e Isaque; e multipliquem-se abundantemente no meio da terra.
48:17 Vendo José que seu pai colocava a mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi-lhe isso desagradável; levantou, pois, a mão de seu pai, para a transpor da cabeça de Efraim para a cabeça de Manassés.
48:18 E José disse a seu pai: Nãa assim, meu pai, porque este é o primogênito; põe a mão direita sobre a sua cabeça.
48:19 Mas seu pai, recusando, disse: Eu o sei, meu filho, eu o sei; ele também se tornará um povo, ele também será grande; contudo o seu irmão menor será maior do que ele, e a sua descendência se tornará uma multidão de nações.
48:20 Assim os abençoou naquele dia, dizendo: Por ti Israel abençoará e dirá: Deus te faça como Efraim e como Manassés. E pôs a Efraim diante de Manassés.
48:21 Depois disse Israel a José: Eis que eu morro; mas Deus será convosco, e vos fará tornar para a terra de vossos pais.
48:22 E eu te dou um pedaço de terra a mais do que a teus irmãos, o qual tomei com a minha espada e com o meu arco da mão dos amorreus.
49:1 Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos para que eu vos anuncie o que vos há de acontecer nos dias vindouros.
49:2 Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Jacó; ouvi a Israel vosso pai:
49:3 Rúben, tu és meu primogênito, minha força e as primícias do meu vigor, preeminente em dignidade e preeminente em poder.
49:4 Descomedido como a �gua, não reterás a preeminência; porquanto subiste ao leito de teu pai; então o contaminaste. Sim, ele subiu � minha cama.
49:5 Simeão e Levi são irmãos; as suas espadas são instrumentos de violência.
49:6 No seu concílio não entres, ó minha alma! com a sua assembléia não te ajuntes, ó minha glória! porque no seu furor mataram homens, e na sua teima jarretaram bois.
49:7 Maldito o seu furor, porque era forte! maldita a sua ira, porque era cruel! Dividi-los-ei em Jacó, e os espalharei em Israel.
49:8 Judá, a ti te louvarão teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos: diante de ti se prostrarão os filhos de teu pai.
49:9 Judá é um leãozinho. Subiste da presa, meu filho. Ele se encurva e se deita como um leão, e como uma leoa; quem o despertará?
49:10 O cetro não se arredará de Jud�, nem o bastão de autoridade dentre seus pés, até que venha aquele a quem pertence; e a ele obedecerão os povos.
49:11 Atando ele o seu jumentinho � vide, e o filho da sua jumenta � videira seleta, lava as suas roupas em vinho e a sua vestidura em sangue de uvas.
49:12 Os olhos serão escurecidos pelo vinho, e os dentes brancos de leite.
49:13 Zebulom habitar� no litoral; será ele ancoradouro de navios; e o seu termo estender-se-á até Sidom.
49:14 Issacar é jumento forte, deitado entre dois fardos.
49:15 Viu ele que o descanso era bom, e que a terra era agradável. Sujeitou os seus ombros � carga e entregou-se ao serviço forçado de um escravo.
49:16 Dã julgará o seu povo, como uma das tribos de Israel.
49:17 Dã será serpente junto ao caminho, uma víbora junto � vereda, que morde os calcanhares do cavalo, de modo que caia o seu cavaleiro para trás.
49:18 A tua salvação tenho esperado, ó Senhor!
49:19 Quanto a Gade, guerrilheiros o acometerão; mas ele, por sua vez, os acometerá.
49:20 De Aser, o seu pão será gordo; ele produzirá delícias reais.
49:21 Naftali é uma gazela solta; ele profere palavras formosas.
49:22 José é um ramo frutífero, ramo frutífero junto a uma fonte; seus raminhos se estendem sobre o muro.
49:23 Os flecheiros lhe deram amargura, e o flecharam e perseguiram,
49:24 mas o seu arco permaneceu firme, e os seus braços foram fortalecidos pelas mãos do Poderoso de Jacó, o Pastor, o Rochedo de Israel,
49:25 pelo Deus de teu pai, o qual te ajudará, e pelo Todo-Poderoso, o qual te abençoara, com bênçãos dos céus em cima, com bênçãos do abismo que jaz embaixo, com bênçãos dos seios e da madre.
49:26 As bênçãos de teu pai excedem as bênçãos dos montes eternos, as coisas desejadas dos eternos outeiros; sejam elas sobre a cabeça de José, e sobre o alto da cabeça daquele que foi separado de seus irmãos.
49:27 Benjamim é lobo que despedaça; pela manhã devorará a presa, e � tarde repartirã o despojo.
49:28 Todas estas são as doze tribos de Israel: e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou; a cada um deles abençoou segundo a sua bênção.
49:29 Depois lhes deu ordem, dizendo-lhes: Eu estou para ser congregado ao meu povo; sepultai-me com meus pais, na cova que está no campo de Efrom, o heteu,
49:30 na cova que está no campo de Macpela, que está em frente de Manre, na terra de Canaã, cova esta que Abraão comprou de Efrom, o heteu, juntamente com o respectivo campo, como propriedade de sepultura.
49:31 Ali sepultaram a Abraão e a Sara, sua mulher; ali sepultaram a Isaque e a Rebeca, sua mulher; e ali eu sepultei a Léia.
49:32 O campo e a cova que está nele foram comprados aos filhos de Hete.
49:33 Acabando Jacó de dar estas instruçães a seus filhos, encolheu os seus pés na cama, expirou e foi congregado ao seu povo.
50:1 Então José se lançou sobre o rosto de seu pai, chorou sobre ele e o beijou.
50:2 E José ordenou a seus servos, os médicos, que embalsamassem a seu pai; e os médicos embalsamaram a Israel.
50:3 Cumpriram-se-lhe quarenta dias, porque assim se cumprem os dias de embalsamação; e os egípcios o choraram setenta dias.
50:4 Passados, pois, os dias de seu choro, disse José � casa de Faraó: Se agora tenho achado graça aos vossos olhos, rogo-vos que faleis aos ouvidos de Faraó, dizendo:
50:5 Meu pai me fez jurar, dizendo: Eis que eu morro; em meu sepulcro, que cavei para mim na terra de Canaã, ali me sepultarás. Agora, pois, deixa-me subir, peço-te, e sepultar meu pai; então voltarei.
50:6 Respondeu Faraó: Sobe, e sepulta teu pai, como ele te fez jurar.
50:7 Subiu, pois, José para sepultar a seu pai; e com ele subiram todos os servos de Faraó, os anciãos da sua casa, e todos os anciãos da terra do Egito,
50:8 como também toda a casa de José, e seus irmãos, e a casa de seu pai; somente deixaram na terra de Gósen os seus pequeninos, os seus rebanhos e o seu gado.
50:9 E subiram com ele tanto carros como gente a cavalo; de modo que o concurso foi mui grande.
50:10 Chegando eles � eira de Atade, que está além do Jordão, fizeram ali um grande e forte pranto; assim fez José por seu pai um grande pranto por sete dias.
50:11 Os moradores da terra, os cananeus, vendo o pranto na eira de Atade, disseram: Grande pranto é este dos egípcios; pelo que o lugar foi chamado Abel-Mizraim, o qual está além do Jordão.
50:12 Assim os filhos de Jacó lhe fizeram como ele lhes ordenara;
50:13 pois o levaram para a terra de Canaã, e o sepultaram na cova do campo de Macpela, que Abraão tinha comprado com o campo, como propriedade de sepultura, a Efrom, o heteu, em frente de Manre.
50:14 Depois de haver sepultado seu pai, José voltou para o Egito, ele, seus irmãos, e todos os que com ele haviam subido para sepultar seu pai.
50:15 Vendo os irmãos de José que seu pai estava morto, disseram: Porventura José nos odiará e nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos.
50:16 Então mandaram dizer a José: Teu pai, antes da sua morte, nos ordenou:
50:17 Assim direis a José: Perdoa a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado, porque te fizeram mal. Agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam.
50:18 Depois vieram também seus irmãos, prostraram-se diante dele e disseram: Eis que nós somos teus servos.
50:19 Respondeu-lhes José: Não temais; acaso estou eu em lugar de Deus?
50:20 Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; Deus, porém, o intentou para o bem, para fazer o que se vê neste dia, isto é, conservar muita gente com vida.
50:21 Agora, pois, não temais; eu vos sustentarei, a vós e a vossos filhinhos. Assim ele os consolou, e lhes falou ao coração.
50:22 José, pois, habitou no Egito, ele e a casa de seu pai; e viveu cento e dez anos.
50:23 E viu José os filhos de Efraim, da terceira geração; também os filhos de Maquir, filho de Manassés, nasceram sobre os joelhos de José.
50:24 Depois disse José a seus irmãos: Eu morro; mas Deus certamente vos visitará, e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó.
50:25 E José fez jurar os filhos de Israel, dizendo: Certamente Deus vos visitará, e fareis transportar daqui os meus ossos.
50:26 Assim morreu José, tendo cento e dez anos de idade; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito.