1:1 Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores;
1:2 antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite.
1:3 Pois será como a árvore plantada junto �s correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará.
1:4 Não são assim os ímpios, mas são semelhantes � moinha que o vento espalha.
1:5 Pelo que os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação dos justos;
1:6 porque o Senhor conhece o caminho dos justos, mas o caminho dos ímpios conduz � ruína.
2:1 Por que se amotinam as nações, e os povos tramam em vão?
2:2 Os reis da terra se levantam, e os príncipes juntos conspiram contra o Senhor e contra o seu ungido, dizendo:
2:3 Rompamos as suas ataduras, e sacudamos de nós as suas cordas.
2:4 Aquele que está sentado nos céus se rirá; o Senhor zombará deles.
2:5 Então lhes falará na sua ira, e no seu furor os confundirá, dizendo:
2:6 Eu tenho estabelecido o meu Rei sobre Sião, meu santo monte.
2:7 Falarei do decreto do Senhor; ele me disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
2:8 Pede-me, e eu te darei as nações por herança, e as extremidades da terra por possessão.
2:9 Tu os quebrarás com uma vara de ferro; tu os despedaçarás como a um vaso de oleiro.
2:10 Agora, pois, ó reis, sede prudentes; deixai-vos instruir, juízes da terra.
2:11 Servi ao Senhor com temor, e regozijai-vos com tremor.
2:12 Beijai o Filho, para que não se ire, e pereçais no caminho; porque em breve se inflamará a sua ira. Bem-aventurados todos aqueles que nele confiam.
3:1 Senhor, como se têm multiplicado os meus adversários! Muitos se levantam contra mim.
3:2 Muitos são os que dizem de mim: Não há socorro para ele em Deus.
3:3 Mas tu, Senhor, és um escudo ao redor de mim, a minha glória, e aquele que exulta a minha cabeça.
3:4 Com a minha voz clamo ao Senhor, e ele do seu santo monte me responde.
3:5 Eu me deito e durmo; acordo, pois o Senhor me sustenta.
3:6 Não tenho medo dos dez milhares de pessoas que se puseram contra mim ao meu redor.
3:7 Levanta-te, Senhor! salva-me, Deus meu! pois tu feres no queixo todos os meus inimigos; quebras os dentes aos ímpios.
3:8 A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção.
4:1 Responde-me quando eu clamar, ó Deus da minha justiça! Na angústia me deste largueza; tem misericórdia de mim e ouve a minha oração.
4:2 Filhos dos homens, até quando convertereis a minha glória em infâmia? Até quando amareis a vaidade e buscareis a mentira?
4:3 Sabei que o Senhor separou para si aquele que é piedoso; o Senhor me ouve quando eu clamo a ele.
4:4 Irai-vos e não pequeis; consultai com o vosso coração em vosso leito, e calai-vos.
4:5 Oferecei sacrifícios de justiça, e confiai no Senhor.
4:6 Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Levanta, Senhor, sobre nós a luz do teu rosto.
4:7 Puseste no meu coração mais alegria do que a deles no tempo em que se lhes multiplicam o trigo e o vinho.
4:8 Em paz me deitarei e dormirei, porque só tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.
5:1 Dá ouvidos �s minhas palavras, ó Senhor; atende aos meus gemidos.
5:2 Atende � voz do meu clamor, Rei meu e Deus meu, pois é a ti que oro.
5:3 Pela manhã ouves a minha voz, ó Senhor; pela manhã te apresento a minha oração, e vigio.
5:4 Porque tu não és um Deus que tenha prazer na iniqüidade, nem contigo habitará o mal.
5:5 Os arrogantes não subsistirão diante dos teus olhos; detestas a todos os que praticam a maldade.
5:6 Destróis aqueles que proferem a mentira; ao sanguinário e ao fraudulento o Senhor abomina.
5:7 Mas eu, pela grandeza da tua benignidade, entrarei em tua casa; e em teu temor me inclinarei para o teu santo templo.
5:8 Guia-me, Senhor, na tua justiça, por causa dos meus inimigos; aplana diante de mim o teu caminho.
5:9 Porque não há fidelidade na boca deles; as suas entranhas são verdadeiras maldades, a sua garganta é um sepulcro aberto; lisonjeiam com a sua língua.
5:10 Declara-os culpados, ó Deus; que caiam por seus próprios conselhos; lança-os fora por causa da multidão de suas transgressões, pois se revoltaram contra ti.
5:11 Mas alegrem-se todos os que confiam em ti; exultem eternamente, porquanto tu os defendes; sim, gloriem-se em ti os que amam o teu nome.
5:12 Pois tu, Senhor, abençoas o justo; tu o circundas do teu favor como de um escudo.
6:1 Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
6:2 Tem compaixão de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados.
6:3 Também a minha alma está muito perturbada; mas tu, Senhor, até quando?...
6:4 Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua misericórdia.
6:5 Pois na morte não há lembrança de ti; no Seol quem te louvará?
6:6 Estou cansado do meu gemido; toda noite faço nadar em lágrimas a minha cama, inundo com elas o meu leito.
6:7 Os meus olhos estão consumidos pela mágoa, e enfraquecem por causa de todos os meus inimigos.
6:8 Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade; porque o Senhor já ouviu a voz do meu pranto.
6:9 O Senhor já ouviu a minha súplica, o Senhor aceita a minha oração.
6:10 Serão envergonhados e grandemente perturbados todos os meus inimigos; tornarão atrás e subitamente serão envergonhados.
7:1 Senhor, Deus meu, confio, salva-me de todo o que me persegue, e livra-me;
7:2 para que ele não me arrebate, qual leão, despedaçando-me, sem que haja quem acuda.
7:3 Senhor, Deus meu, se eu fiz isto, se há perversidade nas minhas mãos,
7:4 se paguei com o mal �quele que tinha paz comigo, ou se despojei o meu inimigo sem causa.
7:5 persiga-me o inimigo e alcance-me; calque aos pés a minha vida no chão, e deite no pó a minha glória.
7:6 Ergue-te, Senhor, na tua ira; levanta-te contra o furor dos meus inimigos; desperta-te, meu Deus, pois tens ordenado o juízo.
7:7 Reúna-se ao redor de ti a assembléia dos povos, e por cima dela remonta-te ao alto.
7:8 O Senhor julga os povos; julga-me, Senhor, de acordo com a minha justiça e conforme a integridade que há em mim.
7:9 Cesse a maldade dos ímpios, mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas o coração e os rins.
7:10 O meu escudo está em Deus, que salva os retos de coração.
7:11 Deus é um juiz justo, um Deus que sente indignação todos os dias.
7:12 Se o homem não se arrepender, Deus afiará a sua espada; armado e teso está o seu arco;
7:13 já preparou armas mortíferas, fazendo suas setas inflamadas.
7:14 Eis que o mau está com dores de perversidade; concedeu a malvadez, e dará � luz a falsidade.
7:15 Abre uma cova, aprofundando-a, e cai na cova que fez.
7:16 A sua malvadez recairá sobre a sua cabeça, e a sua violência descerá sobre o seu crânio.
7:17 Eu louvarei ao Senhor segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do Senhor, o Altíssimo.
8:1 Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra, tu que puseste a tua glória dos céus!
8:2 Da boca das crianças e dos que mamam tu suscitaste força, por causa dos teus adversários para fazeres calar o inimigo e vingador.
8:3 Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que estabeleceste,
8:4 que é o homem, para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?
8:5 Contudo, pouco abaixo de Deus o fizeste; de glória e de honra o coroaste.
8:6 Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus pés:
8:7 todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo,
8:8 as aves do céu, e os peixes do mar, tudo o que passa pelas veredas dos mares.
8:9 Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o teu nome em toda a terra!
9:1 Eu te louvarei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas.
9:2 Em ti me alegrarei e exultarei; cantarei louvores ao teu nome, ó Altíssimo;
9:3 porquanto os meus inimigos retrocedem, caem e perecem diante de ti.
9:4 Sustentaste o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente.
9:5 Repreendeste as nações, destruíste os ímpios; apagaste o seu nome para sempre e eternamente.
9:6 Os inimigos consumidos estão; perpétuas são as suas ruínas.
9:7 Mas o Senhor está entronizado para sempre; preparou o seu trono para exercer o juízo.
9:8 Ele mesmo julga o mundo com justiça; julga os povos com eqüidade.
9:9 O Senhor é também um alto refúgio para o oprimido, um alto refúgio em tempos de angústia.
9:10 Em ti confiam os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, não abandonas aqueles que te buscam.
9:11 Cantai louvores ao Senhor, que habita em Sião; anunciai entre os povos os seus feitos.
9:12 Pois ele, o vingador do sangue, se lembra deles; não se esquece do clamor dos aflitos.
9:13 Tem misericórdia de mim, Senhor; olha a aflição que sofro daqueles que me odeiam, tu que me levantas das portas da morte.
9:14 para que eu conte todos os teus louvores nas portas da filha de Sião e me alegre na tua salvação.
9:15 Afundaram-se as nações na cova que abriram; na rede que ocultaram ficou preso o seu pé.
9:16 O Senhor deu-se a conhecer, executou o juízo; enlaçado ficou o ímpio nos seus próprios feitos.
9:17 Os ímpios irão para o Seol, sim, todas as nações que se esquecem de Deus.
9:18 Pois o necessitado não será esquecido para sempre, nem a esperança dos pobres será frustrada perpetuamente.
9:19 Levanta-te, Senhor! Não prevaleça o homem; sejam julgadas as nações na tua presença!
9:20 Senhor, incute-lhes temor! Que as nações saibam que não passam de meros homens!
10:1 Por que te conservas ao longe, Senhor? Por que te escondes em tempos de angústia?
10:2 Os ímpios, na sua arrogância, perseguem furiosamente o pobre; sejam eles apanhados nas ciladas que maquinaram.
10:3 Pois o ímpio gloria-se do desejo do seu coração, e o que é dado � rapina despreza e maldiz o Senhor.
10:4 Por causa do seu orgulho, o ímpio não o busca; todos os seus pensamentos são: Não há Deus.
10:5 Os seus caminhos são sempre prósperos; os teus juízos estão acima dele, fora da sua vista; quanto a todos os seus adversários, ele os trata com desprezo.
10:6 Diz em seu coração: Não serei abalado; nunca me verei na adversidade.
10:7 A sua boca está cheia de imprecações, de enganos e de opressão; debaixo da sua língua há malícia e iniqüidade.
10:8 Põe-se de emboscada nas aldeias; nos lugares ocultos mata o inocente; os seus olhos estão de espreita ao desamparado.
10:9 Qual leão no seu covil, está ele de emboscada num lugar oculto; está de emboscada para apanhar o pobre; apanha-o, colhendo-o na sua rede.
10:10 Abaixa-se, curva-se; assim os desamparados lhe caem nas fortes garras.
10:11 Diz ele em seu coração: Deus se esqueceu; cobriu o seu rosto; nunca verá isto.
10:12 Levanta-te, Senhor; ó Deus, levanta a tua mão; não te esqueças dos necessitados.
10:13 Por que blasfema de Deus o ímpio, dizendo no seu coração: Tu não inquirirás?
10:14 Tu o viste, porque atentas para o trabalho e enfado, para o tomares na tua mão; a ti o desamparado se entrega; tu és o amparo do órfão.
10:15 Quebra tu o braço do ímpio e malvado; esquadrinha a sua maldade, até que a descubras de todo.
10:16 O Senhor é Rei sempre e eternamente; da sua terra perecerão as nações.
10:17 Tu, Senhor, ouvirás os desejos dos mansos; confortarás o seu coração; inclinarás o teu ouvido,
10:18 para fazeres justiça ao órfão e ao oprimido, a fim de que o homem, que é da terra, não mais inspire terror.
11:1 No Senhor confio. Como, pois, me dizeis: Foge para o monte, como um pássaro?
11:2 Pois eis que os ímpios armam o arco, põem a sua flecha na corda, para atirarem, �s ocultas, aos retos de coração.
11:3 Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?
11:4 O Senhor está no seu santo templo, o trono do Senhor está nos céus; os seus olhos contemplam, as suas pálpebras provam os filhos dos homens.
11:5 O Senhor prova o justo e o ímpio; a sua alma odeia ao que ama a violência.
11:6 Sobre os ímpios fará chover brasas de fogo e enxofre; um vento abrasador será a porção do seu copo.
11:7 Porque o Senhor é justo; ele ama a justiça; os retos, pois, verão o seu rosto.
12:1 Salva-nos, Senhor, pois não existe mais o piedoso; os fiéis desapareceram dentre os filhos dos homens.
12:2 Cada um fala com falsidade ao seu próximo; falam com lábios lisonjeiros e coração dobre.
12:3 Corte o Senhor todos os lábios lisonjeiros e a língua que fala soberbamente,
12:4 os que dizem: Com a nossa língua prevaleceremos; os nossos lábios a nós nos pertecem; quem sobre nós é senhor?
12:5 Por causa da opressão dos pobres, e do gemido dos necessitados, levantar-me-ei agora, diz o Senhor; porei em segurança quem por ela suspira.
12:6 As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada numa fornalha de barro, purificada sete vezes.
12:7 Guarda-nos, ó Senhor; desta geração defende-nos para sempre.
12:8 Os ímpios andam por toda parte, quando a vileza se exalta entre os filhos dos homens.
13:1 Até quando, ó Senhor, te esquecerás de mim? para sempre? Até quando esconderás de mim o teu rosto?
13:2 Até quando encherei de cuidados a minha alma, tendo tristeza no meu coração cada dia? Até quando o meu inimigo se exaltará sobre mim?
13:3 Considera e responde-me, ó Senhor, Deus meu; alumia os meus olhos para que eu não durma o sono da morte;
13:4 para que o meu inimigo não diga: Prevaleci contra ele; e os meus adversários não se alegrem, em sendo eu abalado.
13:5 Mas eu confio na tua benignidade; o meu coração se regozija na tua salvação.
13:6 Cantarei ao Senhor, porquanto me tem feito muito bem.
14:1 Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem.
14:2 O Senhor olhou do céu para os filhos dos homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento, que buscasse a Deus.
14:3 Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.
14:4 Acaso não tem conhecimento nem sequer um dos que praticam a iniqüidade, que comem o meu povo como se comessem pão, e que não invocam o Senhor?
14:5 Achar-se-ão ali em grande pavor, porque Deus está na geração dos justos.
14:6 Vós quereis frustar o conselho dos pobres, mas o Senhor é o seu refúgio.
14:7 Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando o Senhor fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel.
15:1 Quem, Senhor, habitará na tua tenda? quem morará no teu santo monte?
15:2 Aquele que anda irrepreensivelmente e pratica a justiça, e do coração fala a verdade;
15:3 que não difama com a sua língua, nem faz o mal ao seu próximo, nem contra ele aceita nenhuma afronta;
15:4 aquele a cujos olhos o réprobo é desprezado, mas que honra os que temem ao Senhor; aquele que, embora jure com dano seu, não muda;
15:5 que não empresta o seu dinheiro a juros, nem recebe peitas contra o inocente. Aquele que assim procede nunca será abalado.
16:1 Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio.
16:2 Digo ao Senhor: Tu és o meu Senhor; além de ti não tenho outro bem.
16:3 Quanto aos santos que estão na terra, eles são os ilustres nos quais está todo o meu prazer.
16:4 Aqueles que escolhem a outros deuses terão as suas dores multiplicadas; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios.
16:5 Tu, Senhor, és a porção da minha herança e do meu cálice; tu és o sustentáculo do meu quinhão.
16:6 As sortes me caíram em lugares deliciosos; sim, coube-me uma formosa herança.
16:7 Bendigo ao Senhor que me aconselha; até os meus rins me ensinam de noite.
16:8 Tenho posto o Senhor continuamente diante de mim; porquanto ele está � minha mão direita, não serei abalado.
16:9 Porquanto está alegre o meu coração e se regozija a minha alma; também a minha carne habitará em segurança.
16:10 Pois não deixarás a minha alma no Seol, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.
16:11 Tu me farás conhecer a vereda da vida; na tua presença há plenitude de alegria; � tua mão direita há delícias perpetuamente.
17:1 Ouve, Senhor, a justa causa; atende ao meu clamor; dá ouvidos � minha oração, que não procede de lábios enganosos.
17:2 Venha de ti a minha sentença; atendam os teus olhos � eqüidade.
17:3 Provas-me o coração, visitas-me de noite; examinas-me e não achas iniqüidade; a minha boca não transgride.
17:4 Quanto �s obras dos homens, pela palavra dos teus lábios eu me tenho guardado dos caminhos do homem violento.
17:5 Os meus passos apegaram-se �s tuas veredas, não resvalaram os meus pés.
17:6 A ti, ó Deus, eu clamo, pois tu me ouvirás; inclina para mim os teus ouvidos, e ouve as minhas palavras.
17:7 Faze maravilhosas as tuas beneficências, ó Salvador dos que � tua destra se refugiam daqueles que se levantam contra eles.
17:8 Guarda-me como � menina do olho; esconde-me, � sombra das tuas asas,
17:9 dos ímpios que me despojam, dos meus inimigos mortais que me cercam.
17:10 Eles fecham o seu coração; com a boca falam soberbamente.
17:11 Andam agora rodeando os meus passos; fixam em mim os seus olhos para me derrubarem por terra.
17:12 Parecem-se com o leão que deseja arrebatar a sua presa, e com o leãozinho que espreita em esconderijos.
17:13 Levanta-te, Senhor, detém-nos, derruba-os; livra-me dos ímpios, pela tua espada,
17:14 dos homens, pela tua mão, Senhor, dos homens do mundo, cujo quinhão está nesta vida. Enche-lhes o ventre da tua ira entesourada. Fartem-se dela os seus filhos, e dêem ainda os sobejos por herança aos seus pequeninos.
17:15 Quanto a mim, em retidão contemplarei a tua face; eu me satisfarei com a tua semelhança quando acordar.
18:1 Eu te amo, ó Senhor, força minha.
18:2 O Senhor é a minha rocha, a minha fortaleza e o meu libertador; o meu Deus, o meu rochedo, em quem me refúgio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.
18:3 Invoco o Senhor, que é digno de louvor, e sou salvo dos meus inimigos.
18:4 Cordas de morte me cercaram, e torrentes de perdição me amedrontaram.
18:5 Cordas de Seol me cingiram, laços de morte me surpreenderam.
18:6 Na minha angústia invoquei o Senhor, sim, clamei ao meu Deus; do seu templo ouviu ele a minha voz; o clamor que eu lhe fiz chegou aos seus ouvidos.
18:7 Então a terra se abalou e tremeu, e os fundamentos dos montes também se moveram e se abalaram, porquanto ele se indignou.
18:8 Das suas narinas subiu fumaça, e da sua boca saiu fogo devorador; dele saíram brasas ardentes.
18:9 Ele abaixou os céus e desceu; trevas espessas havia debaixo de seus pés.
18:10 Montou num querubim, e voou; sim, voou sobre as asas do vento.
18:11 Fez das trevas o seu retiro secreto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as espessas nuvens do céu.
18:12 Do resplendor da sua presença saíram, pelas suas espessas nuvens, saraiva e brasas de fogo.
18:13 O Senhor trovejou a sua voz; e havia saraiva e brasas de fogo.
18:14 Despediu as suas setas, e os espalhou; multiplicou raios, e os perturbou.
18:15 Então foram vistos os leitos das águas, e foram descobertos os fundamentos do mundo, � tua repreensão, Senhor, ao sopro do vento das tuas narinas.
18:16 Do alto estendeu o braço e me tomou; tirou-me das muitas águas.
18:17 Livrou-me do meu inimigo forte e daqueles que me odiavam; pois eram mais poderosos do que eu.
18:18 Surpreenderam-me eles no dia da minha calamidade, mas o Senhor foi o meu amparo.
18:19 Trouxe-me para um lugar espaçoso; livrou-me, porque tinha prazer em mim.
18:20 Recompensou-me o Senhor conforme a minha justiça, retribuiu-me conforme a pureza das minhas mãos.
18:21 Pois tenho guardado os caminhos do Senhor, e não me apartei impiamente do meu Deus.
18:22 Porque todas as suas ordenanças estão diante de mim, e nunca afastei de mim os seus estatutos.
18:23 Também fui irrepreensível diante dele, e me guardei da iniqüidade.
18:24 Pelo que o Senhor me recompensou conforme a minha justiça, conforme a pureza de minhas mãos perante os seus olhos.
18:25 Para com o benigno te mostras benigno, e para com o homem perfeito te mostras perfeito.
18:26 Para com o puro te mostras puro, e para com o perverso te mostras contrário.
18:27 Porque tu livras o povo aflito, mas os olhos altivos tu os abates.
18:28 Sim, tu acendes a minha candeia; o Senhor meu Deus alumia as minhas trevas.
18:29 Com o teu auxílio dou numa tropa; com o meu Deus salto uma muralha.
18:30 Quanto a Deus, o seu caminho é perfeito; a promessa do Senhor é provada; ele é um escudo para todos os que nele confiam.
18:31 Pois, quem é Deus senão o Senhor? e quem é rochedo senão o nosso Deus?
18:32 Ele é o Deus que me cinge de força e torna perfeito o meu caminho;
18:33 faz os meus pés como os das corças, e me coloca em segurança nos meus lugares altos.
18:34 Adestra as minhas mãos para a peleja, de sorte que os meus braços vergam um arco de bronze.
18:35 Também me deste o escudo da tua salvação; a tua mão direita me sustém, e a tua clemência me engrandece.
18:36 Alargas o caminho diante de mim, e os meus pés não resvalam.
18:37 Persigo os meus inimigos, e os alcanço; não volto senão depois de os ter consumido.
18:38 Atravesso-os, de modo que nunca mais se podem levantar; caem debaixo dos meus pés.
18:39 Pois me cinges de força para a peleja; prostras debaixo de mim aqueles que contra mim se levantam.
18:40 Fazes também que os meus inimigos me dêem as costas; aos que me odeiam eu os destruo.
18:41 Clamam, porém não há libertador; clamam ao Senhor, mas ele não lhes responde.
18:42 Então os esmiúço como o pó diante do vento; lanço-os fora como a lama das ruas.
18:43 Livras-me das contendas do povo, e me fazes cabeça das nações; um povo que eu não conhecia se me sujeita.
18:44 Ao ouvirem de mim, logo me obedecem; com lisonja os estrangeiros se me submetem.
18:45 Os estrangeiros desfalecem e, tremendo, saem dos seus esconderijos.
18:46 Vive o Senhor; bendita seja a minha rocha, e exaltado seja o Deus da minha salvação,
18:47 o Deus que me dá vingança, e sujeita os povos debaixo de mim,
18:48 que me livra de meus inimigos; sim, tu me exaltas sobre os que se levantam contra mim; tu me livras do homem violento.
18:49 Pelo que, ó Senhor, te louvarei entre as nações, e entoarei louvores ao teu nome.
18:50 Ele dá grande livramento ao seu rei, e usa de benignidade para com o seu ungido, para com Davi e sua posteridade, para sempre.
19:1 Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos.
19:2 Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite.
19:3 Não há fala, nem palavras; não se lhes ouve a voz.
19:4 Por toda a terra estende-se a sua linha, e as suas palavras até os consfins do mundo. Neles pôs uma tenda para o sol,
19:5 que é qual noivo que sai do seu tálamo, e se alegra, como um herói, a correr a sua carreira.
19:6 A sua saída é desde uma extremidade dos céus, e o seu curso até a outra extremidade deles; e nada se esconde ao seu calor.
19:7 A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos simples.
19:8 Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e alumia os olhos.
19:9 O temor do Senhor é limpo, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e inteiramente justos.
19:10 Mais desejáveis são do que o ouro, sim, do que muito ouro fino; e mais doces do que o mel e o que goteja dos favos.
19:11 Também por eles o teu servo é advertido; e em os guardar há grande recompensa.
19:12 Quem pode discernir os próprios erros? Purifica-me tu dos que me são ocultos.
19:13 Também de pecados de presunção guarda o teu servo, para que não se assenhoreiem de mim; então serei perfeito, e ficarei limpo de grande transgressão.
19:14 Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, Senhor, Rocha minha e Redentor meu!
20:1 O Senhor te ouça no dia da angústia; o nome do Deus de Jacó te proteja.
20:2 Envie-te socorro do seu santuário, e te sustenha de Sião.
20:3 Lembre-se de todas as tuas ofertas, e aceite os teus holocaustos.
20:4 Conceda-te conforme o desejo do teu coração, e cumpra todo o teu desígnio.
20:5 Nós nos alegraremos pela tua salvação, e em nome do nosso Deus arvoraremos pendões; satisfaça o Senhor todas as tuas petições.
20:6 Agora sei que o Senhor salva o seu ungido; ele lhe responderá lá do seu santo céu, com a força salvadora da sua destra.
20:7 Uns confiam em carros e outros em cavalos, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso Deus.
20:8 Uns encurvam-se e caem, mas nós nos erguemos e ficamos de pé.
20:9 Salva-nos, Senhor; ouça-nos o Rei quando clamarmos.
21:1 Na tua força, ó Senhor, o rei se alegra; e na tua salvação quão grandemente se regozija!
21:2 Concedeste-lhe o desejo do seu coração, e não lhe negaste a petição dos seus lábios.
21:3 Pois o proveste de bênçãos excelentes; puseste-lhe na cabeça uma coroa de ouro fino.
21:4 Vida te pediu, e lha deste, longura de dias para sempre e eternamente.
21:5 Grande é a sua glória pelo teu socorro; de honra e de majestade o revestes.
21:6 Sim, tu o fazes para sempre abençoado; tu o enches de gozo na tua presença.
21:7 Pois o rei confia no Senhor; e pela bondade do Altíssimo permanecerá inabalável.
21:8 A tua mão alcançará todos os teus inimigos, a tua destra alcançará todos os que te odeiam.
21:9 Tu os farás qual fornalha ardente quando vieres; o Senhor os consumirá na sua indignação, e o fogo os devorará.
21:10 A sua prole destruirás da terra, e a sua descendência dentre os filhos dos homens.
21:11 Pois intentaram o mal contra ti; maquinaram um ardil, mas não prevalecerão.
21:12 Porque tu os porás em fuga; contra os seus rostos assestarás o teu arco.
21:13 Exalta-te, Senhor, na tua força; então cantaremos e louvaremos o teu poder.
22:1 Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? por que estás afastado de me auxiliar, e das palavras do meu bramido?
22:2 Deus meu, eu clamo de dia, porém tu não me ouves; também de noite, mas não acho sossego.
22:3 Contudo tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel.
22:4 Em ti confiaram nossos pais; confiaram, e tu os livraste.
22:5 A ti clamaram, e foram salvos; em ti confiaram, e não foram confundidos.
22:6 Mas eu sou verme, e não homem; opróbrio dos homens e desprezado do povo.
22:7 Todos os que me vêem zombam de mim, arreganham os beiços e meneiam a cabeça, dizendo:
22:8 Confiou no Senhor; que ele o livre; que ele o salve, pois que nele tem prazer.
22:9 Mas tu és o que me tiraste da madre; o que me preservaste, estando eu ainda aos seios de minha mãe.
22:10 Nos teus braços fui lançado desde a madre; tu és o meu Deus desde o ventre de minha mãe.
22:11 Não te alongues de mim, pois a angústia está perto, e não há quem acuda.
22:12 Muitos touros me cercam; fortes touros de Basã me rodeiam.
22:13 Abrem contra mim sua boca, como um leão que despedaça e que ruge.
22:14 Como água me derramei, e todos os meus ossos se desconjuntaram; o meu coração é como cera, derreteu-se no meio das minhas entranhas.
22:15 A minha força secou-se como um caco e a língua se me pega ao paladar; tu me puseste no pó da morte.
22:16 Pois cães me rodeiam; um ajuntamento de malfeitores me cerca; transpassaram-me as mãos e os pés.
22:17 Posso contar todos os meus ossos. Eles me olham e ficam a mirar-me.
22:18 Repartem entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançam sortes.
22:19 Mas tu, Senhor, não te alongues de mim; força minha, apressa-te em socorrer-me.
22:20 Livra-me da espada, e a minha vida do poder do cão.
22:21 Salva-me da boca do leão, sim, livra-me dos chifres do boi selvagem.
22:22 Então anunciarei o teu nome aos meus irmãos; louvar-te-ei no meio da congregação.
22:23 Vós, que temeis ao Senhor, louvai-o; todos vós, filhos de Jacó, glorificai-o; temei-o todos vós, descendência de Israel.
22:24 Porque não desprezou nem abominou a aflição do aflito, nem dele escondeu o seu rosto; antes, quando ele clamou, o ouviu.
22:25 De ti vem o meu louvor na grande congregação; pagarei os meus votos perante os que o temem.
22:26 Os mansos comerão e se fartarão; louvarão ao Senhor os que o buscam. Que o vosso coração viva eternamente!
22:27 Todos os limites da terra se lembrarão e se converterão ao Senhor, e diante dele adorarão todas as famílias das nações.
22:28 Porque o domínio é do Senhor, e ele reina sobre as nações.
22:29 Todos os grandes da terra comerão e adorarão, e todos os que descem ao pó se prostrarão perante ele, os que não podem reter a sua vida.
22:30 A posteridade o servirá; falar-se-á do Senhor � geração vindoura.
22:31 Chegarão e anunciarão a justiça dele; a um povo que há de nascer contarão o que ele fez.
23:1 O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.
23:2 Deitar-me faz em pastos verdejantes; guia-me mansamente a águas tranqüilas.
23:3 Refrigera a minha alma; guia-me nas veredas da justiça por amor do seu nome.
23:4 Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam.
23:5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.
23:6 Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e habitarei na casa do Senhor por longos dias.
24:1 Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo e aqueles que nele habitam.
24:2 Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios.
24:3 Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo?
24:4 Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; que não entrega a sua alma � vaidade, nem jura enganosamente.
24:5 Este receberá do Senhor uma bênção, e a justiça do Deus da sua salvação.
24:6 Tal é a geração daqueles que o buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó.
24:7 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
24:8 Quem é o Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na batalha.
24:9 Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
24:10 Quem é esse Rei da Glória? O Senhor dos exércitos; ele é o Rei da Glória.
25:1 A ti, Senhor, elevo a minha alma.
25:2 Deus meu, em ti confio; não seja eu envergonhado; não triunfem sobre mim os meus inimigos.
25:3 Não seja envergonhado nenhum dos que em ti esperam; envergonhados sejam os que sem causa procedem traiçoeiramente.
25:4 Faze-me saber os teus caminhos, Senhor; ensina-me as tuas veredas.
25:5 Guia-me na tua verdade, e ensina-me; pois tu és o Deus da minha salvação; por ti espero o dia todo.
25:6 Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua benignidade, porque elas são eternas.
25:7 Não te lembres dos pecado da minha mocidade, nem das minhas transgressões; mas, segundo a tua misericórdia, lembra-te de mim, pela tua bondade, ó Senhor.
25:8 Bom e reto é o Senhor; pelo que ensina o caminho aos pecadores.
25:9 Guia os mansos no que é reto, e lhes ensina o seu caminho.
25:10 Todas as veredas do Senhor são misericórdia e verdade para aqueles que guardam o seu pacto e os seus testemunhos.
25:11 Por amor do teu nome, Senhor, perdoa a minha iniqüidade, pois é grande.
25:12 Qual é o homem que teme ao Senhor? Este lhe ensinará o caminho que deve escolher.
25:13 Ele permanecerá em prosperidade, e a sua descendência herdará a terra.
25:14 O conselho do Senhor é para aqueles que o temem, e ele lhes faz saber o seu pacto.
25:15 Os meus olhos estão postos continuamente no Senhor, pois ele tirará do laço os meus pés.
25:16 Olha para mim, e tem misericórdia de mim, porque estou desamparado e aflito.
25:17 Alivia as tribulações do meu coração; tira-me das minhas angústias.
25:18 Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados.
25:19 Olha para os meus inimigos, porque são muitos e me odeiam com ódio cruel.
25:20 Guarda a minha alma, e livra-me; não seja eu envergonhado, porque em ti me refúgio.
25:21 A integridade e a retidão me protejam, porque em ti espero.
25:22 Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias.
26:1 Julga-me, ó Senhor, pois tenho andado na minha integridade; no Senhor tenho confiado sem vacilar.
26:2 Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha o meu coração e a minha mente.
26:3 Pois a tua benignidade está diante dos meus olhos, e tenho andado na tua verdade.
26:4 Não me tenho assentado com homens falsos, nem associo com dissimuladores.
26:5 Odeio o ajuntamento de malfeitores; não me sentarei com os ímpios.
26:6 Lavo as minhas mãos na inocência; e assim, ó Senhor, me acerco do teu altar,
26:7 para fazer ouvir a voz de louvor, e contar todas as tuas maravilhas.
26:8 Ó Senhor, eu amo o recinto da tua casa e o lugar onde permanece a tua glória.
26:9 Não colhas a minha alma com a dos pecadores, nem a minha vida a dos homens sanguinolentos,
26:10 em cujas mãos há malefício, e cuja destra está cheia de subornos.
26:11 Quanto a mim, porém, ando na minha integridade; resgata-me e tem compaixão de mim.
26:12 O meu pé está firme em terreno plano; nas congregações bendirei ao Senhor.
27:1 O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O Senhor é a força da minha vida; de quem me recearei?
27:2 Quando os malvados investiram contra mim, para comerem as minhas carnes, eles, meus adversários e meus inimigos, tropeçaram e caíram.
27:3 Ainda que um exército se acampe contra mim, o meu coração não temerá; ainda que a guerra se levante contra mim, conservarei a minha confiança.
27:4 Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e inquirir no seu templo.
27:5 Pois no dia da adversidade me esconderá no seu pavilhão; no recôndito do seu tabernáculo me esconderá; sobre uma rocha me elevará.
27:6 E agora será exaltada a minha cabeça acima dos meus inimigos que estão ao redor de mim; e no seu tabernáculo oferecerei sacrifícios de júbilo; cantarei, sim, cantarei louvores ao Senhor.
27:7 Ouve, ó Senhor, a minha voz quando clamo; compadece-te de mim e responde-me.
27:8 Quando disseste: Buscai o meu rosto; o meu coração te disse a ti: O teu rosto, Senhor, buscarei.
27:9 Não escondas de mim o teu rosto, não rejeites com ira o teu servo, tu que tens sido a minha ajuda. Não me enjeites nem me desampares, ó Deus da minha salvação.
27:10 Se meu pai e minha mãe me abandonarem, então o Senhor me acolherá.
27:11 Ensina-me, ó Senhor, o teu caminho, e guia-me por uma vereda plana, por causa dos que me espreitam.
27:12 Não me entregues � vontade dos meus adversários; pois contra mim se levantaram falsas testemunhas e os que repiram violência.
27:13 Creio que hei de ver a bondade do Senhor na terra dos viventes.
27:14 Espera tu pelo Senhor; anima-te, e fortalece o teu coração; espera, pois, pelo Senhor.
28:1 A ti clamo, ó Senhor; rocha minha, não emudeças para comigo; não suceda que, calando-te a meu respeito, eu me torne semelhante aos que descem � cova.
28:2 Ouve a voz das minhas súplicas, quando a ti clamo, quando levanto as minhas mãos para o teu santo templo.
28:3 Não me arrastes juntamente com os ímpios e com os que praticam a iniqüidade, que falam de paz ao seu próximo, mas têm o mal no seu coração.
28:4 Retribui-lhes segundo as suas obras e segundo a malícia dos seus feitos; dá-lhes conforme o que fizeram as suas mãos; retribui-lhes o que eles merecem.
28:5 Porquanto eles não atentam para as obras do Senhor, nem para o que as suas mãos têm feito, ele os derrubará e não os reedificará
28:6 Bendito seja o Senhor, porque ouviu a voz das minhas súplicas.
28:7 O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele confiou o meu coração, e fui socorrido; pelo que o meu coração salta de prazer, e com o meu cântico o louvarei.
28:8 O Senhor é a força do seu povo; ele é a fortaleza salvadora para o seu ungido.
28:9 Salva o teu povo, e abençoa a tua herança; apascenta-os e exalta-os para sempre.
29:1 Tributai ao Senhor, ó filhos dos poderosos, tributai ao Senhor glória e força.
29:2 Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; adorai o Senhor vestidos de trajes santos.
29:3 A voz do Senhor ouve-se sobre as águas; o Deus da glória troveja; o Senhor está sobre as muitas águas.
29:4 A voz do Senhor é poderosa; a voz do Senhor é cheia de majestade.
29:5 A voz do Senhor quebra os cedros; sim, o Senhor quebra os cedros do Líbano.
29:6 Ele faz o Líbano saltar como um bezerro; e Siriom, como um filhote de boi selvagem.
29:7 A voz do Senhor lança labaredas de fogo.
29:8 A voz do Senhor faz tremer o deserto; o Senhor faz tremer o deserto de Cades.
29:9 A voz do Senhor faz as corças dar � luz, e desnuda as florestas; e no seu templo todos dizem: Glória!
29:10 O Senhor está entronizado sobre o dilúvio; o Senhor se assenta como rei, perpetuamente.
29:11 O Senhor dará força ao seu povo; o Senhor abençoará o seu povo com paz.
30:1 Exaltar-te-ei, ó Senhor, porque tu me levantaste, e não permitiste que meus inimigos se alegrassem sobre mim.
30:2 Ó Senhor, Deus meu, a ti clamei, e tu me curaste.
30:3 Senhor, fizeste subir a minha alma do Seol, conservaste-me a vida, dentre os que descem � cova.
30:4 Cantai louvores ao Senhor, vós que sois seus santos, e louvai o seu santo nome.
30:5 Porque a sua ira dura só um momento; no seu favor está a vida. O choro pode durar uma noite; pela manhã, porém, vem o cântico de júbilo.
30:6 Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: Jamais serei abalado.
30:7 Tu, Senhor, pelo teu favor fizeste que a minha montanha permanecesse forte; ocultaste o teu rosto, e fiquei conturbado.
30:8 A ti, Senhor, clamei, e ao Senhor supliquei:
30:9 Que proveito haverá no meu sangue, se eu descer � cova? Porventura te louvará o pó? Anunciará ele a tua verdade?
30:10 Ouve, Senhor, e tem compaixão de mim! Ó Senhor, sê o meu ajudador!
30:11 Tornaste o meu pranto em regozijo, tiraste o meu cilício, e me cingiste de alegria;
30:12 para que a minha alma te cante louvores, e não se cale. Senhor, Deus meu, eu te louvarei para sempre.
31:1 Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu envergonhado; livra-me pela tua justiça!
31:2 Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa! Sê para mim uma rocha de refúgio, uma casa de defesa que me salve!
31:3 Porque tu és a minha rocha e a minha fortaleza; pelo que, por amor do teu nome, guia-me e encaminha-me.
31:4 Tira-me do laço que me armaram, pois tu és o meu refúgio.
31:5 Nas tuas mãos entrego o meu espírito; tu me remiste, ó Senhor, Deus da verdade.
31:6 Odeias aqueles que atentam para ídolos vãos; eu, porém, confio no Senhor.
31:7 Eu me alegrarei e regozijarei na tua benignidade, pois tens visto a minha aflição. Tens conhecido as minhas angústias,
31:8 e não me entregaste nas mãos do inimigo; puseste os meus pés num lugar espaçoso.
31:9 Tem compaixão de mim, ó Senhor, porque estou angustiado; consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu corpo.
31:10 Pois a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força desfalece por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem.
31:11 Por causa de todos os meus adversários tornei-me em opróbrio, sim, sobremodo o sou para os meus vizinhos, e horror para os meus conhecidos; os que me vêem na rua fogem de mim.
31:12 Sou esquecido como um morto de quem não há memória; sou como um vaso quebrado.
31:13 Pois tenho ouvido a difamação de muitos, terror por todos os lados; enquanto juntamente conspiravam contra mim, maquinaram tirar-me a vida.
31:14 Mas eu confio em ti, ó Senhor; e digo: Tu és o meu Deus.
31:15 Os meus dias estão nas tuas mãos; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos que me perseguem.
31:16 Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua bondade.
31:17 Não seja eu envergonhado, ó Senhor, porque te invoco; envergonhados sejam os ímpios, emudeçam no Seol.
31:18 Emudeçam os lábios mentirosos, que falam insolentemente contra o justo, com arrogância e com desprezo.
31:19 Oh! quão grande é a tua bondade, que guardaste para os que te temem, a qual na presença dos filhos dos homens preparaste para aqueles que em ti se refugiam!
31:20 No abrigo da tua presença tu os escondes das intrigas dos homens; em um pavilhão os ocultas da contenda das línguas.
31:21 Bendito seja o Senhor, pois fez maravilhosa a sua bondade para comigo numa cidade sitiada.
31:22 Eu dizia no meu espanto: Estou cortado de diante dos teus olhos; não obstante, tu ouviste as minhas súplicas quando eu a ti clamei.
31:23 Amai ao Senhor, vós todos os que sois seus santos; o Senhor guarda os fiéis, e retribui abundantemente ao que usa de soberba.
31:24 Esforçai-vos, e fortaleça-se o vosso coração, vós todos os que esperais no Senhor.
32:1 Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto.
32:2 Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui a iniqüidade, e em cujo espírito não há dolo.
32:3 Enquanto guardei silêncio, consumiram-se os meus ossos pelo meu bramido durante o dia todo.
32:4 Porque de dia e de noite a tua mão pesava sobre mim; o meu humor se tornou em sequidão de estio.
32:5 Confessei-te o meu pecado, e a minha iniqüidade não encobri. Disse eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a culpa do meu pecado.
32:6 Pelo que todo aquele é piedoso ore a ti, a tempo de te poder achar; no trasbordar de muitas águas, estas e ele não chegarão.
32:7 Tu és o meu esconderijo; preservas-me da angústia; de alegres cânticos de livramento me cercas.
32:8 Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; aconselhar-te-ei, tendo-te sob a minha vista.
32:9 Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio; de outra forma não se sujeitarão.
32:10 O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no Senhor, a misericórdia o cerca.
32:11 Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós justos; e cantai de júbilo, todos vós que sois retos de coração.
33:1 Regozijai-vos no Senhor, vós justos, pois aos retos fica bem o louvor.
33:2 Louvai ao Senhor com harpa, cantai-lhe louvores com saltério de dez cordas.
33:3 Cantai-lhe um cântico novo; tocai bem e com júbilo.
33:4 Porque a palavra do Senhor é reta; e todas as suas obras são feitas com fidelidade.
33:5 Ele ama a retidão e a justiça; a terra está cheia da benignidade do Senhor.
33:6 Pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e todo o exército deles pelo sopro da sua boca.
33:7 Ele ajunta as águas do mar como num montão; põe em tesouros os abismos.
33:8 Tema ao Senhor a terra toda; temam-no todos os moradores do mundo.
33:9 Pois ele falou, e tudo se fez; ele mandou, e logo tudo apareceu.
33:10 O Senhor desfaz o conselho das nações, anula os intentos dos povos.
33:11 O conselho do Senhor permanece para sempre, e os intentos do seu coração por todas as gerações.
33:12 Bem-aventurada é a nação cujo Deus é o Senhor, o povo que ele escolheu para sua herança.
33:13 O Senhor olha lá do céu; vê todos os filhos dos homens;
33:14 da sua morada observa todos os moradores da terra,
33:15 aquele que forma o coração de todos eles, que contempla todas as suas obras.
33:16 Um rei não se salva pela multidão do seu exército; nem o homem valente se livra pela muita força.
33:17 O cavalo é vã esperança para a vitória; não pode livrar ninguém pela sua grande força.
33:18 Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que o temem, sobre os que esperam na sua benignidade,
33:19 para os livrar da morte, e para os conservar vivos na fome.
33:20 A nossa alma espera no Senhor; ele é o nosso auxílio e o nosso escudo.
33:21 Pois nele se alegra o nosso coração, porquanto temos confiado no seu santo nome.
33:22 Seja a tua benignidade, Senhor, sobre nós, assim como em ti esperamos.
34:1 Bendirei ao Senhor em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca.
34:2 No Senhor se gloria a minha alma; ouçam-no os mansos e se alegrem.
34:3 Engrandeci ao Senhor comigo, e juntos exaltemos o seu nome.
34:4 Busquei ao Senhor, e ele me respondeu, e de todos os meus temores me livrou.
34:5 Olhai para ele, e sede iluminados; e os vossos rostos jamais serão confundidos.
34:6 Clamou este pobre, e o Senhor o ouviu, e o livrou de todas as suas angústias.
34:7 O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.
34:8 Provai, e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele se refugia.
34:9 Temei ao Senhor, vós, seus santos, porque nada falta aos que o temem.
34:10 Os leõezinhos necessitam e sofrem fome, mas �queles que buscam ao Senhor, bem algum lhes faltará.
34:11 Vinde, filhos, ouvi-me; eu vos ensinarei o temor do Senhor.
34:12 Quem é o homem que deseja a vida, e quer longos dias para ver o bem?
34:13 Guarda a tua língua do mal, e os teus lábios de falarem dolosamente.
34:14 Aparta-te do mal, e faze o bem: busca a paz, e segue-a.
34:15 Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.
34:16 A face do Senhor está contra os que fazem o mal, para desarraigar da terra a memória deles.
34:17 Os justos clama, e o Senhor os ouve, e os livra de todas as suas angústias.
34:18 Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.
34:19 Muitas são as aflições do justo, mas de todas elas o Senhor o livra.
34:20 Ele lhe preserva todos os ossos; nem sequer um deles se quebra.
34:21 A malícia matará o ímpio, e os que odeiam o justo serão condenados.
34:22 O Senhor resgata a alma dos seus servos, e nenhum dos que nele se refugiam será condenado.
35:1 Contende, Senhor, com aqueles que contendem comigo; combate contra os que me combatem.
35:2 Pega do escudo e do pavês, e levanta-te em meu socorro.
35:3 Tira da lança e do dardo contra os que me perseguem. Dize � minha alma: Eu sou a tua salvação.
35:4 Sejam envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida; voltem atrás e se confudam os que contra mim intentam o mal.
35:5 Sejam como a moinha diante do vento, e o anjo do Senhor os faça fugir.
35:6 Seja o seu caminho tenebroso e escorregadio, e o anjo do Senhor os persiga.
35:7 Pois sem causa me armaram ocultamente um laço; sem razão cavaram uma cova para a minha vida.
35:8 Sobrevenha-lhes inesperadamente a destruição, e prenda-os o laço que ocultaram; caiam eles nessa mesma destruição.
35:9 Então minha alma se regozijará no Senhor; exultará na sua salvação.
35:10 Todos os meus ossos dirão: Ó Senhor, quem é como tu, que livras o fraco daquele que é mais forte do que ele? sim, o pobre e o necessitado, daquele que o rouba.
35:11 Levantam-se testemunhas maliciosas; interrogam-me sobre coisas que eu ignoro.
35:12 Tornam-me o mal pelo bem, causando-me luto na alma.
35:13 Mas, quanto a mim, estando eles enfermos, vestia-me de cilício, humilhava-me com o jejum, e orava de cabeça sobre o peito.
35:14 Portava-me como o faria por meu amigo ou meu irmão; eu andava encurvado e lamentando-me, como quem chora por sua mãe.
35:15 Mas, quando eu tropeçava, eles se alegravam e se congregavam; congregavam-se contra mim, homens miseráveis que eu não conhecia; difamavam-me sem cessar.
35:16 Como hipócritas zombadores nas festas, rangiam os dentes contra mim.
35:17 Ó Senhor, até quando contemplarás isto? Livra-me das suas violências; salva a minha vida dos leões!
35:18 Então te darei graças na grande assembléia; entre muitíssimo povo te louvarei.
35:19 Não se alegrem sobre mim os que são meus inimigos sem razão, nem pisquem os olhos aqueles que me odeiam sem causa.
35:20 Pois não falaram de paz, antes inventam contra os quietos da terra palavras enganosas.
35:21 Escancararam contra mim a sua boca, e dizem: Ah! Ah! os nossos olhos o viram.
35:22 Tu, Senhor, o viste, não te cales; Senhor, não te alongues de mim.
35:23 Acorda e desperta para o meu julgamento, para a minha causa, Deus meu, e Senhor meu.
35:24 Justifica-me segundo a tua justiça, Senhor Deus meu, e não se regozijem eles sobre mim.
35:25 Não digam em seu coração: Eia! cumpriu-se o nosso desejo! Não digam: Nós o havemos devorado.
35:26 Envergonhem-se e confundam-se � uma os que se alegram com o meu mal; vistam-se de vergonha e de confusão os que se engrandecem contra mim.
35:27 Bradem de júbilo e se alegrem os que desejam a minha justificação, e digam a minha justificação, e digam continuamente: Seja engrandecido o Senhor, que se deleita na prosperidade do seu servo.
35:28 Então a minha língua falará da tua justiça e do teu louvor o dia todo.
36:1 A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu coração; não há temor de Deus perante os seus olhos.
36:2 Porque em seus próprios olhos se lisonjeia, cuidando que a sua iniqüidade não será descoberta e detestada.
36:3 As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de ser prudente e de fazer o bem.
36:4 Maquina o mal na sua cama; põe-se em caminho que não é bom; não odeia o mal.
36:5 A tua benignidade, Senhor, chega até os céus, e a tua fidelidade até as nuvens.
36:6 A tua justiça é como os montes de Deus, os teus juízos são como o abismo profundo. Tu, Senhor, preservas os homens e os animais.
36:7 Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade! Os filhos dos homens se refugiam � sombra das tuas asas.
36:8 Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias;
36:9 pois em ti está o manancial da vida; na tua luz vemos a luz.
36:10 Continua a tua benignidade aos que te conhecem, e a tua justiça aos retos de coração.
36:11 Não venha sobre mim o pé da soberba, e não me mova a mão dos ímpios.
36:12 Ali caídos estão os que praticavam a iniqüidade; estão derrubados, e não se podem levantar.
37:1 Não te enfades por causa dos malfeitores, nem tenhas inveja dos que praticam a iniqüidade.
37:2 Pois em breve murcharão como a relva, e secarão como a erva verde.
37:3 Confia no Senhor e faze o bem; assim habitarás na terra, e te alimentarás em segurança.
37:4 Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o teu coração.
37:5 Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará.
37:6 E ele fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o meio-dia.
37:7 Descansa no Senhor, e espera nele; não te enfades por causa daquele que prospera em seu caminho, por causa do homem que executa maus desígnios.
37:8 Deixa a ira, e abandona o furor; não te enfades, pois isso só leva � prática do mal.
37:9 Porque os malfeitores serão exterminados, mas aqueles que esperam no Senhor herdarão a terra.
37:10 Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá; atentarás para o seu lugar, e ele ali não estará.
37:11 Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz.
37:12 O ímpio maquina contra o justo, e contra ele range os dentes,
37:13 mas o Senhor se ri do ímpio, pois vê que vem chegando o seu dia.
37:14 Os ímpios têm puxado da espada e têm entesado o arco, para derrubarem o poder e necessitado, e para matarem os que são retos no seu caminho.
37:15 Mas a sua espada lhes entrará no coração, e os seus arcos quebrados.
37:16 Mais vale o pouco que o justo tem, do que as riquezas de muitos ímpios.
37:17 Pois os braços dos ímpios serão quebrados, mas o Senhor sustém os justos.
37:18 O Senhor conhece os dias dos íntegros, e a herança deles permanecerá para sempre.
37:19 Não serão envergonhados no dia do mal, e nos dias da fome se fartarão.
37:20 Mas os ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a beleza das pastagens; desaparecerão, em fumaça se desfarão.
37:21 O ímpio toma emprestado, e não paga; mas o justo se compadece e dá.
37:22 Pois aqueles que são abençoados pelo Senhor herdarão a terra, mas aqueles que são por ele amaldiçoados serão exterminados.
37:23 Confirmados pelo Senhor são os passos do homem em cujo caminho ele se deleita;
37:24 ainda que caia, não ficará prostrado, pois o Senhor lhe segura a mão.
37:25 Fui moço, e agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão.
37:26 Ele é sempre generoso, e empresta, e a sua descendência é abençoada.
37:27 Aparta-te do mal e faze o bem; e terás morada permanente.
37:28 Pois o Senhor ama a justiça e não desampara os seus santos. Eles serão preservados para sempre, mas a descendência dos ímpios será exterminada.
37:29 Os justos herdarão a terra e nela habitarão para sempre.
37:30 A boca do justo profere sabedoria; a sua língua fala o que é reto.
37:31 A lei do seu Deus está em seu coração; não resvalarão os seus passos.
37:32 O ímpio espreita o justo, e procura matá-lo.
37:33 O Senhor não o deixará nas mãos dele, nem o condenará quando for julgado.
37:34 Espera no Senhor, e segue o seu caminho, e ele te exaltará para herdares a terra; tu o verás quando os ímpios forem exterminados.
37:35 Vi um ímpio cheio de prepotência, e a espalhar-se como a árvore verde na terra natal.
37:36 Mas eu passei, e ele já não era; procurei-o, mas não pôde ser encontrado.
37:37 Nota o homem íntegro, e considera o reto, porque há para o homem de paz um porvir feliz.
37:38 Quanto aos transgressores, serão � uma destruídos, e a posteridade dos ímpios será exterminada.
37:39 Mas a salvação dos justos vem do Senhor; ele é a sua fortaleza no tempo da angústia.
37:40 E o Senhor os ajuda e os livra; ele os livra dos ímpios e os salva, porquanto nele se refugiam.
38:1 Ó Senhor, não me repreendas na tua ira, nem me castigues no teu furor.
38:2 Porque as tuas flechas se cravaram em mim, e sobre mim a tua mão pesou.
38:3 Não há coisa sã na minha carne, por causa da tua cólera; nem há saúde nos meus ossos, por causa do meu pecado.
38:4 Pois já as minhas iniqüidades submergem a minha cabeça; como carga pesada excedem as minhas forças.
38:5 As minhas chagas se tornam fétidas e purulentas, por causa da minha loucura.
38:6 Estou encurvado, estou muito abatido, ando lamentando o dia todo.
38:7 Pois os meus lombos estão cheios de ardor, e não há coisa sã na minha carne.
38:8 Estou gasto e muito esmagado; dou rugidos por causa do desassossego do meu coração.
38:9 Senhor, diante de ti está todo o meu desejo, e o meu suspirar não te é oculto.
38:10 O meu coração está agitado; a minha força me falta; quanto � luz dos meus olhos, até essa me deixou.
38:11 Os meus amigos e os meus companheiros afastaram-se da minha chaga; e os meus parentes se põem � distância.
38:12 Também os que buscam a minha vida me armam laços, e os que procuram o meu mal dizem coisas perniciosas,
38:13 Mas eu, como um surdo, não ouço; e sou qual um mudo que não abre a boca.
38:14 Assim eu sou como homem que não ouve, e em cuja boca há com que replicar.
38:15 Mas por ti, Senhor, espero; tu, Senhor meu Deus, responderás.
38:16 Rogo, pois: Ouve-me, para que eles não se regozijem sobre mim e não se engrandeçam contra mim quando resvala o meu pé.
38:17 Pois estou prestes a tropeçar; a minha dor está sempre comigo.
38:18 Confesso a minha iniqüidade; entristeço-me por causa do meu pecado.
38:19 Mas os meus inimigos são cheios de vida e são fortes, e muitos são os que sem causa me odeiam.
38:20 Os que tornam o mal pelo bem são meus adversários, porque eu sigo o que é bom.
38:21 Não me desampares, ó Senhor; Deus meu, não te alongues de mim.
38:22 Apressa-te em meu auxílio, Senhor, minha salvação.
39:1 Disse eu: Guardarei os meus caminhos para não pecar com a minha língua; guardarei a minha boca com uma mordaça, enquanto o ímpio estiver diante de mim.
39:2 Com silêncio fiquei qual um mundo; calava-me mesmo acerca do bem; mas a minha dor se agravou.
39:3 Escandesceu-se dentro de mim o meu coração; enquanto eu meditava acendeu-se o fogo; então com a minha língua, dizendo;
39:4 Faze-me conhecer, ó Senhor, o meu fim, e qual a medida dos meus dias, para que eu saiba quão frágil sou.
39:5 Eis que mediste os meus dias a palmos; o tempo da minha vida é como que nada diante de ti. Na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade.
39:6 Na verdade, todo homem anda qual uma sombra; na verdade, em vão se inquieta, amontoa riquezas, e não sabe quem as levará.
39:7 Agora, pois, Senhor, que espero eu? a minha esperança está em ti.
39:8 Livra-me de todas as minhas transgressões; não me faças o opróbrio do insensato.
39:9 Emudecido estou, não abro a minha boca; pois tu és que agiste,
39:10 Tira de sobre mim o teu flagelo; estou desfalecido pelo golpe da tua mão.
39:11 Quando com repreensões castigas o homem por causa da iniquidade, destróis, como traça, o que ele tem de precioso; na verdade todo homem é vaidade.
39:12 Ouve, Senhor, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque sou para contigo como um estranho, um peregrino como todos os meus pais.
39:13 Desvia de mim o teu olhar, para que eu tome alento, antes que me vá e não exista mais.
40:1 Esperei com paciência pelo Senhor, e ele se inclinou para mim e ouviu o meu clamor.
40:2 Também me tirou duma cova de destruição, dum charco de lodo; pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos.
40:3 Pôs na minha boca um cântico novo, um hino ao nosso Deus; muitos verão isso e temerão, e confiarão no Senhor.
40:4 Bem-aventurado o homem que faz do Senhor a sua confiança, e que não atenta para os soberbos nem para os apóstatas mentirosos.
40:5 Muitas são, Senhor, Deus meu, as maravilhas que tens operado e os teus pensamentos para conosco; ninguém há que se possa comparar a ti; eu quisera anunciá-los, e manifestá-los, mas são mais do que se podem contar.
40:6 Sacrifício e oferta não desejas; abriste-me os ouvidos; holocauto e oferta de expiação pelo pecado não reclamaste.
40:7 Então disse eu: Eis aqui venho; no rolo do livro está escrito a meu respeito:
40:8 Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração.
40:9 Tenho proclamado boas-novas de justiça na grande congregação; eis que não retive os meus lábios;
40:10 Não ocultei dentro do meu coração a tua justiça; apregoei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua benignidade e a tua verdade.
40:11 Não detenhas para comigo, Senhor a tua compaixão; a tua benignidade e a tua fidelidade sempre me guardem.
40:12 Pois males sem número me têm rodeado; as minhas iniqüidades me têm alcançado, de modo que não posso ver; são mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça, pelo que desfalece o meu coração.
40:13 Digna-te, Senhor, livra-me; Senhor, apressa-te em meu auxílio.
40:14 Sejam � uma envergonhados e confundidos os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal.
40:15 Desolados sejam em razão da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah!
40:16 Regozijem-se e alegrem-se em ti todos os que te buscam. Digam continuamente os que amam a tua salvação: Engrandecido seja o Senhor.
40:17 Eu, na verdade, sou pobre e necessitado, mas o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó Deus meu.
41:1 Bem-aventurado é aquele que considera o pobre; o Senhor o livrará no dia do mal.
41:2 O Senhor o guardará, e o conservará em vida; será abençoado na terra; tu, Senhor não o entregarás � vontade dos seus inimigos.
41:3 O Senhor o sustentará no leito da enfermidade; tu lhe amaciarás a cama na sua doença.
41:4 Disse eu da minha parte: Senhor, compadece-te de mim, sara a minha alma, pois pequei contra ti.
41:5 Os meus inimigos falam mal de mim, dizendo: Quando morrerá ele, e perecerá o seu nome?
41:6 E, se algum deles vem ver-me, diz falsidades; no seu coração amontoa a maldade; e quando ele sai, é disso que fala.
41:7 Todos os que me odeiam cochicham entre si contra mim; contra mim maquinam o mal, dizendo:
41:8 Alguma coisa ruim se lhe apega; e agora que está deitado, não se levantará mais.
41:9 Até o meu próprio amigo íntimo em quem eu tanto confiava, e que comia do meu pão, levantou contra mim o seu calcanhar.
41:10 Mas tu, Senhor, compadece-te de mim e levanta-me, para que eu lhes retribua.
41:11 Por isso conheço eu que te deleitas em mim, por não triunfar de mim o meu inimigo
41:12 Quanto a mim, tu me sustentas na minha integridade, e me colocas diante da tua face para sempre.
41:13 Bendito seja o Senhor Deus de Israel de eternidade a eternidade. Amém e amém.
42:1 Como o cervo anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma anseia por ti, ó Deus!
42:2 A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e verei a face de Deus?
42:3 As minhas lágrimas têm sido o meu alimento de dia e de noite, porquanto se me diz constantemente: Onde está o teu Deus?
42:4 Dentro de mim derramo a minha alma ao lembrar-me de como eu ia com a multidão, guiando-a em procissão � casa de Deus, com brados de júbilo e louvor, uma multidão que festejava.
42:5 Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação que há na sua presença.
42:6 Ó Deus meu, dentro de mim a minha alma está abatida; porquanto me lembrarei de ti desde a terra do Jordão, e desde o Hermom, desde o monte Mizar.
42:7 Um abismo chama outro abismo ao ruído das tuas catadupas; todas as tuas tuas ondas e vagas têm passado sobre mim.
42:8 Contudo, de dia o Senhor ordena a sua bondade, e de noite a sua canção está comigo, uma oração ao Deus da minha vida.
42:9 A Deus, a minha rocha, digo: Por que te esqueceste de mim? por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
42:10 Como com ferida mortal nos meus ossos me afrontam os meus adversários, dizendo-me continuamente: Onde está o teu Deus?
42:11 Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.
43:1 Faze-me justiça, ó Deus, e pleiteia a minha causa contra uma nação ímpia; livra-me do homem fraudulento e iníquo.
43:2 Pois tu és o Deus da minha fortaleza; por que me rejeitaste? por que ando em pranto por causa da opressão do inimigo?
43:3 Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem; levem-me elas ao teu santo monte, e � tua habitação.
43:4 Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria; e ao som da harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu.
43:5 Por que estás abatida, ó minha alma? e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.
44:1 Ó Deus, nós ouvimos com os nossos ouvidos, nossos pais nos têm contado os feitos que realizaste em seus dias, nos tempos da antigüidade.
44:2 Tu expeliste as nações com a tua mão, mas a eles plantaste; afligiste os povos, mas a eles estendes-te largamente.
44:3 Pois não foi pela sua espada que conquistaram a terra, nem foi o seu braço que os salvou, mas a tua destra e o teu braço, e a luz do teu rosto, porquanto te agradaste deles.
44:4 Tu és o meu Rei, ó Deus; ordena livramento para Jacó.
44:5 Por ti derrubamos os nossos adversários; pelo teu nome pisamos os que se levantam contra nós.
44:6 Pois não confio no meu arco, nem a minha espada me pode salvar.
44:7 Mas tu nos salvaste dos nossos adversários, e confundiste os que nos odeiam.
44:8 Em Deus é que nos temos gloriado o dia todo, e sempre louvaremos o teu nome.
44:9 Mas agora nos rejeitaste e nos humilhaste, e não sais com os nossos exércitos.
44:10 Fizeste-nos voltar as costas ao inimigo e aqueles que nos odeiam nos despojam � vontade.
44:11 Entregaste-nos como ovelhas para alimento, e nos espalhaste entre as nações.
44:12 Vendeste por nada o teu povo, e não lucraste com o seu preço.
44:13 Puseste-nos por opróbrio aos nossos vizinhos, por escárnio e zombaria �queles que estão � roda de nós.
44:14 Puseste-nos por provérbio entre as nações, por ludíbrio entre os povos.
44:15 A minha ignomínia está sempre diante de mim, e a vergonha do meu rosto me cobre,
44:16 � voz daquele que afronta e blasfema, � vista do inimigo e do vingador.
44:17 Tudo isto nos sobreveio; todavia não nos esquecemos de ti, nem nos houvemos falsamente contra o teu pacto.
44:18 O nosso coração não voltou atrás, nem os nossos passos se desviaram das tuas veredas,
44:19 para nos teres esmagado onde habitam os chacais, e nos teres coberto de trevas profundas.
44:20 Se nos tivéssemos esquecido do nome do nosso Deus, e estendido as nossas mãos para um deus estranho,
44:21 porventura Deus não haveria de esquadrinhar isso? pois ele conhece os segredos do coração.
44:22 Mas por amor de ti somos entregues � morte o dia todo; somos considerados como ovelhas para o matadouro.
44:23 Desperta! por que dormes, Senhor? Acorda! não nos rejeites para sempre.
44:24 Por que escondes o teu rosto, e te esqueces da nossa tribulação e da nossa angústia?
44:25 Pois a nossa alma está abatida até o pó; o nosso corpo pegado ao chão.
44:26 Levanta-te em nosso auxílio, e resgata-nos por tua benignidade.
45:1 O meu coração trasborda de boas palavras; dirijo os meus versos ao rei; a minha língua é qual pena de um hábil escriba.
45:2 Tu és o mais formoso dos filhos dos homens; a graça se derramou nos teus lábios; por isso Deus te abençoou para sempre.
45:3 Cinge a tua espada � coxa, ó valente, na tua glória e majestade.
45:4 E em tua majestade cavalga vitoriosamente pela causa da verdade, da mansidão e da justiça, e a tua destra te ensina coisas terríveis.
45:5 As tuas flechas são agudas no coração dos inimigos do rei; os povos caem debaixo de ti.
45:6 O teu trono, ó Deus, subsiste pelos séculos dos séculos; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino.
45:7 Amaste a justiça e odiaste a iniqüidade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.
45:8 Todas as tuas vestes cheiram a mirra a aloés e a cássia; dos palácios de marfim os instrumentos de cordas e te alegram.
45:9 Filhas de reis estão entre as tuas ilustres donzelas; � tua mão direita está a rainha, ornada de ouro de Ofir.
45:10 Ouve, filha, e olha, e inclina teus ouvidos; esquece-te do teu povo e da casa de teu pai.
45:11 Então o rei se afeiçoará � tua formosura. Ele é teu senhor, presta-lhe, pois, homenagem.
45:12 A filha de Tiro estará ali com presentes; os ricos do povo suplicarão o teu favor.
45:13 A filha do rei está esplendente lá dentro do palácio; as suas vestes são entretecidas de ouro.
45:14 Em vestidos de cores brilhantes será conduzida ao rei; as virgens, suas companheiras que a seguem, serão trazidas � tua presença.
45:15 Com alegria e regozijo serão trazidas; elas entrarão no palácio do rei.
45:16 Em lugar de teus pais estarão teus filhos; tu os farás príncipes sobre toda a terra.
45:17 Farei lembrado o teu nome de geração em geração; pelo que os povos te louvarão eternamente.
46:1 Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia.
46:2 Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se projetem para o meio dos mares;
46:3 ainda que as águas rujam e espumem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza.
46:4 Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o lugar santo das moradas do Altíssimo.
46:5 Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará desde o raiar da alva.
46:6 Bramam nações, reinos se abalam; ele levanta a sua voz, e a terra se derrete.
46:7 O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
46:8 Vinde contemplai as obras do Senhor, as desolações que tem feito na terra.
46:9 Ele faz cessar as guerras até os confins da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo.
46:10 Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra.
46:11 O Senhor dos exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.
47:1 Batei palmas, todos os povos; aclamai a Deus com voz de júbilo.
47:2 Porque o Senhor Altíssimo é tremendo; é grande Rei sobre toda a terra.
47:3 Ele nos sujeitou povos e nações sob os nossos pés.
47:4 Escolheu para nós a nossa herança, a glória de Jacó, a quem amou.
47:5 Deus subiu entre aplausos, o Senhor subiu ao som de trombeta.
47:6 Cantai louvores a Deus, cantai louvores; cantai louvores ao nosso Rei, cantai louvores.
47:7 Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com salmo.
47:8 Deus reina sobre as nações; Deus está sentado sobre o seu santo trono.
47:9 Os príncipes dos povos se reúnem como povo do Deus de Abraão, porque a Deus pertencem os escudos da terra; ele é sumamente exaltado.
48:1 Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado, na cidade do nosso Deus, no seu monte santo.
48:2 De bela e alta situação, alegria de toda terra é o monte Sião aos lados do norte, a cidade do grande Rei.
48:3 Nos palácios dela Deus se fez conhecer como alto refúgio.
48:4 Pois eis que os reis conspiraram; juntos vieram chegando.
48:5 Viram-na, e então ficaram maravilhados; ficaram assombrados e se apressaram em fugir.
48:6 Aí se apoderou deles o tremor, sentiram dores como as de uma parturiente.
48:7 Com um vento oriental quebraste as naus de Társis.
48:8 Como temos ouvido, assim vimos na cidade do Senhor dos exércitos, na cidade do nosso Deus; Deus a estabelece para sempre.
48:9 Temos meditado, ó Deus, na tua benignidade no meio do teu templo.
48:10 Como é o teu nome, ó Deus, assim é o teu louvor até os confins da terra; de retidão está cheia a tua destra.
48:11 Alegre-se o monte Sião, regozijem-se as filhas de Judá, por causa dos teus juízos.
48:12 Dai voltas a Sião, ide ao redor dela; contai as suas torres.
48:13 Notai bem os seus antemuros, percorrei os seus palácios, para que tudo narreis � geração seguinte.
48:14 Porque este Deus é o nosso Deus para todo o sempre; ele será nosso guia até a morte.
49:1 Ouvi isto, vós todos os povos; inclinai os ouvidos, todos os habitantes do mundo,
49:2 quer humildes quer grandes, tanto ricos como pobres.
49:3 A minha boca falará a sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento.
49:4 Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; decifrarei o meu enigma ao som da harpa.
49:5 Por que temeria eu nos dias da adversidade, ao cercar-me a iniqüidade dos meus perseguidores,
49:6 dos que confiam nos seus bens e se gloriam na multidão das suas riquezas?
49:7 Nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, nem por ele dar um resgate a Deus,
49:8 (pois a redenção da sua vida é caríssima, de sorte que os seus recursos não dariam;)
49:9 para que continuasse a viver para sempre, e não visse a cova.
49:10 Sim, ele verá que até os sábios morrem, que perecem igualmente o néscio e o estúpido, e deixam a outros os seus bens.
49:11 O pensamento íntimo deles é que as suas casas são perpétuas e as suas habitações de geração em geração; dão �s suas terras os seus próprios nomes.
49:12 Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os animais que perecem.
49:13 Este é o destino dos que confiam em si mesmos; o fim dos que se satisfazem com as suas próprias palavras.
49:14 Como ovelhas são arrebanhados ao Seol; a morte os pastoreia; ao romper do dia os retos terão domínio sobre eles; e a sua formosura se consumirá no Seol, que lhes será por habitação.
49:15 Mas Deus remirá a minha alma do poder do Seol, pois me receberá.
49:16 Não temas quando alguém se enriquece, quando a glória da sua casa aumenta.
49:17 Pois, quando morrer, nada levará consigo; a sua glória não descerá após ele.
49:18 Ainda que ele, enquanto vivo, se considera feliz e os homens o louvam quando faz o bem a si mesmo,
49:19 ele irá ter com a geração de seus pais; eles nunca mais verão a luz
49:20 Mas o homem, embora esteja em honra, não permanece; antes é como os animais que perecem.
50:1 O Poderoso, o Senhor Deus, fala e convoca a terra desde o nascer do sol até o seu ocaso.
50:2 Desde Sião, a perfeição da formosura. Deus resplandece.
50:3 O nosso Deus vem, e não guarda silêncio; diante dele há um fogo devorador, e grande tormenta ao seu redor.
50:4 Ele intima os altos céus e a terra, para o julgamento do seu povo:
50:5 Congregai os meus santos, aqueles que fizeram comigo um pacto por meio de sacrifícios.
50:6 Os céus proclamam a justiça dele, pois Deus mesmo é Juiz.
50:7 Ouve, povo meu, e eu falarei; ouve, ó Israel, e eu te protestarei: Eu sou Deus, o teu Deus.
50:8 Não te repreendo pelos teus sacrifícios, pois os teus holocaustos estão de contínuo perante mim.
50:9 Da tua casa não aceitarei novilho, nem bodes dos teus currais.
50:10 Porque meu é todo animal da selva, e o gado sobre milhares de outeiros.
50:11 Conheço todas as aves dos montes, e tudo o que se move no campo é meu.
50:12 Se eu tivesse fome, não to diria pois meu é o mundo e a sua plenitude.
50:13 Comerei eu carne de touros? ou beberei sangue de bodes?
50:14 Oferece a Deus por sacrifício ações de graças, e paga ao Altíssimo os teus votos;
50:15 e invoca-me no dia da angústia; eu te livrarei, e tu me glorificarás.
50:16 Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitares os meus estatutos, e em tomares o meu pacto na tua boca,
50:17 visto que aborreces a correção, e lanças as minhas palavras para trás de ti?
50:18 Quando vês um ladrão, tu te comprazes nele; e tens parte com os adúlteros.
50:19 Soltas a tua boca para o mal, e a tua língua trama enganos.
50:20 Tu te sentas a falar contra teu irmão; difamas o filho de tua mãe.
50:21 Estas coisas tens feito, e eu me calei; pensavas que na verdade eu era como tu; mas eu te argüirei, e tudo te porei � vista.
50:22 Considerai pois isto, vós que vos esqueceis de Deus, para que eu não vos despedace, sem que haja quem vos livre.
50:23 Aquele que oferece por sacrifício ações de graças me glorifica; e �quele que bem ordena o seu caminho eu mostrarei a salvação de Deus.
51:1 Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas tansgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
51:2 Lava-me completamente da minha iniqüidade, e purifica-me do meu pecado.
51:3 Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
51:4 Contra ti, contra ti somente, pequei, e fiz o que é mau diante dos teus olhos; de sorte que és justificado em falares, e inculpável em julgares.
51:5 Eis que eu nasci em iniqüidade, e em pecado me concedeu minha mãe.
51:6 Eis que desejas que a verdade esteja no íntimo; faze-me, pois, conhecer a sabedoria no secreto da minha alma.
51:7 Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve.
51:8 Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que se regozijem os ossos que esmagaste.
51:9 Esconde o teu rosto dos meus pecados, e apaga todas as minhas iniqüidades.
51:10 Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito estável.
51:11 Não me lances fora da tua presença, e não retire de mim o teu santo Espírito.
51:12 Restitui-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.
51:13 Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e pecadores se converterão a ti.
51:14 Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua cantará alegremente a tua justiça.
51:15 Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca proclamará o teu louvor.
51:16 Pois tu não te comprazes em sacrifícios; se eu te oferecesse holocaustos, tu não te deleitarias.
51:17 O sacrifício aceitável a Deus é o espírito quebrantado; ao coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.
51:18 Faze o bem a Sião, segundo a tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém.
51:19 Então te agradarás de sacrifícios de justiça dos holocaustos e das ofertas queimadas; então serão oferecidos novilhos sobre o teu altar.
52:1 Por que te glorias na malícia, ó homem poderoso? pois a bondade de Deus subsiste em todo o tempo.
52:2 A tua língua maquina planos de destruição, como uma navalha afiada, ó tu que usas de dolo.
52:3 Tu amas antes o mal do que o bem, e o mentir do que o falar a verdade.
52:4 Amas todas as palavras devoradoras, ó língua fraudulenta.
52:5 Também Deus te esmagará para sempre; arrebatar-te-á e arrancar-te-á da tua habitação, e desarraigar-te-á da terra dos viventes.
52:6 Os justos o verão e temerão; e se rirão dele, dizendo:
52:7 Eis aqui o homem que não tomou a Deus por sua fortaleza; antes confiava na abundância das suas riquezas, e se fortalecia na sua perversidade.
52:8 Mas eu sou qual oliveira verde na casa de Deus; confio na bondade de Deus para sempre e eternamente.
52:9 Para sempre te louvarei, porque tu isso fizeste, e proclamarei o teu nome, porque é bom diante de teus santos.
53:1 Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Corromperam-se e cometeram abominável iniqüidade; não há quem faça o bem.
53:2 Deus olha lá dos céus para os filhos dos homens, para ver se há algum que tenha entendimento, que busque a Deus.
53:3 Desviaram-se todos, e juntamente se fizeram imundos; não há quem faça o bem, não há sequer um.
53:4 Acaso não têm conhecimento os que praticam a iniqüidade, os quais comem o meu povo como se comessem pão, e não invocam a Deus?
53:5 Eis que eles se acham em grande pavor onde não há motivo de pavor, porque Deus espalhará os ossos daqueles que se acampam contra ti; tu os confundirás, porque Deus os rejeitou.
53:6 Oxalá que de Sião viesse a salvação de Israel! Quando Deus fizer voltar os cativos do seu povo, então se regozijará Jacó e se alegrará Israel.
54:1 Salva-me, ó Deus, pelo teu nome, e faze-me justiça pelo teu poder.
54:2 Ó Deus, ouve a minha oração, dá ouvidos �s palavras da minha boca.
54:3 Porque homens insolentes se levantam contra mim, e violentos procuram a minha vida; eles não põem a Deus diante de si.
54:4 Eis que Deus é o meu ajudador; o Senhor é quem sustenta a minha vida.
54:5 Faze recair o mal sobre os meus inimigos; destrói-os por tua verdade.
54:6 De livre vontade te oferecerei sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom.
54:7 Porque tu me livraste de toda a angústia; e os meus olhos viram a ruína dos meus inimigos.
55:1 Dá ouvidos, ó Deus, � minha oração, e não te escondas da minha súplica.
55:2 Atende-me, e ouve-me; agitado estou, e ando perplexo,
55:3 por causa do clamor do inimigo e da opressão do ímpio; pois lançam sobre mim iniqüidade, e com furor me perseguem.
55:4 O meu coração confrange-se dentro de mim, e terrores de morte sobre mim caíram.
55:5 Temor e tremor me sobrevêm, e o horror me envolveu.
55:6 Pelo que eu disse: Ah! quem me dera asas como de pomba! então voaria, e encontraria descanso.
55:7 Eis que eu fugiria para longe, e pernoitaria no deserto.
55:8 Apressar-me-ia a abrigar-me da fúria do vento e da tempestade.
55:9 Destrói, Senhor, confunde as suas línguas, pois vejo violência e contenda na cidade.
55:10 Dia e noite andam ao redor dela, sobre os seus muros; também iniqüidade e malícia estão no meio dela.
55:11 Há destruição lá dentro; opressão e fraude não se apartam das suas ruas.
55:12 Pois não é um inimigo que me afronta, então eu poderia suportá-lo; nem é um adversário que se exalta contra mim, porque dele poderia esconder-me;
55:13 mas és tu, homem meu igual, meu companheiro e meu amigo íntimo.
55:14 Conservávamos juntos tranqüilamente, e em companhia andávamos na casa de Deus.
55:15 A morte os assalte, e vivos desçam ao Seol; porque há maldade na sua morada, no seu próprio íntimo.
55:16 Mas eu invocarei a Deus, e o Senhor me salvará.
55:17 De tarde, de manhã e ao meio-dia me queixarei e me lamentarei; e ele ouvirá a minha voz.
55:18 Livrará em paz a minha vida, de modo que ninguém se aproxime de mim; pois há muitos que contendem contra mim.
55:19 Deus ouvirá; e lhes responderá aquele que está entronizado desde a antigüidade; porque não há neles nenhuma mudança, e tampouco temem a Deus.
55:20 Aquele meu companheiro estendeu a sua mão contra os que tinham paz com ele; violou o seu pacto.
55:21 A sua fala era macia como manteiga, mas no seu coração havia guerra; as suas palavras eram mais brandas do que o azeite, todavia eram espadas desembainhadas.
55:22 Lança o teu fardo sobre o Senhor, e ele te susterá; nunca permitirá que o justo seja abalado.
55:23 Mas tu, ó Deus, os farás descer ao poço da perdição; homens de sangue e de traição não viverão metade dos seus dias; mas eu em ti confiarei.
56:1 Compadece-te de mim, ó Deus, pois homens me calcam aos pés e, pelejando, me aflingem o dia todo.
56:2 Os meus inimigos me calcam aos pés o dia todo, pois são muitos os que insolentemente pelejam contra mim.
56:3 No dia em que eu temer, hei de confiar em ti.
56:4 Em Deus, cuja palavra eu lovo, em Deus ponho a minha confiança e não terei medo;
56:5 Todos os dias torcem as minhas palavras; todos os seus pensamentos são contra mim para o mal.
56:6 Ajuntam-se, escondem-se, espiam os meus passos, como que aguardando a minha morte.
56:7 Escaparão eles por meio da sua iniqüidade? Ó Deus, derruba os povos na tua ira!
56:8 Tu contaste as minhas aflições; põe as minhas lágrimas no teu odre; não estão elas no teu livro?
56:9 No dia em que eu te invocar retrocederão os meus inimigos; isto eu sei, que Deus está comigo.
56:10 Em Deus, cuja palavra eu louvo, no Senhor, cuja palavra eu louvo,
56:11 em Deus ponho a minha confiança, e não terei medo; que me pode fazer o homem?
56:12 Sobre mim estão os votos que te fiz, ó Deus; eu te oferecerei ações de graças;
56:13 pois tu livraste a minha alma da morte. Não livraste também os meus pés de tropeçarem, para que eu ande diante de Deus na luz da vida?
57:1 Compadece-te de mim, ó Deus, compadece-te de mim, pois em ti se refugia a minha alma; � sombra das tuas asas me refugiarei, até que passem as calamidades.
57:2 Clamarei ao Deus altíssimo, ao Deus que por mim tudo executa.
57:3 Ele do céu enviará seu auxílio , e me salvará, quando me ultrajar aquele que quer calçar-me aos pés. Deus enviará a sua misericórdia e a sua verdade.
57:4 Estou deitado no meio de leões; tenho que deitar-me no meio daqueles que respiram chamas, filhos dos homens, cujos dentes são lanças e flechas, e cuja língua é espada afiada.
57:5 Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; seja a tua glória sobre toda a terra.
57:6 Armaram um laço para os meus passos, a minha alma ficou abatida; cavaram uma cova diante de mim, mas foram eles que nela caíram.
57:7 Resoluto está o meu coração, ó Deus, resoluto está o meu coração; cantarei, sim, cantarei louvores.
57:8 Desperta, minha alma; despertai, alaúde e harpa; eu mesmo despertarei a aurora.
57:9 Louvar-te-ei, Senhor, entre os povos; cantar-te-ei louvores entre as nações.
57:10 Pois a tua benignidade é grande até os céus, e a tua verdade até as nuvens.
57:11 Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus; e seja a tua glória sobre a terra.
58:1 Falais deveras o que é reto, vós os poderosos? Julgais retamente, ó filhos dos homens?
58:2 Não, antes no coração forjais iniqüidade; sobre a terra fazeis pesar a violência das vossas mãos.
58:3 Alienam-se os ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras.
58:4 Têm veneno semelhante ao veneno da serpente; são como a víbora surda, que tapa os seus ouvidos,
58:5 de sorte que não ouve a voz dos encantadores, nem mesmo do encantador perito em encantamento.
58:6 Ó Deus, quebra-lhes os dentes na sua boca; arranca, Senhor, os caninos aos filhos dos leões.
58:7 Sumam-se como águas que se escoam; sejam pisados e murcham como a relva macia.
58:8 Sejam como a lesma que se derrete e se vai; como o aborto de mulher, que nunca viu o sol.
58:9 Que ele arrebate os espinheiros antes que cheguem a aquecer as vossas panelas, assim os verdes, como os que estão ardendo.
58:10 O justo se alegrará quando vir a vingança; lavará os seus pés no sangue do ímpio.
58:11 Então dirão os homens: Deveras há uma recompensa para o justo; deveras há um Deus que julga na terra.
59:1 Livra-me, Deus meu, dos meus inimigos; protege-me daqueles que se levantam contra mim.
59:2 Livra-me do que praticam a iniqüidade, e salva-me dos homens sanguinários.
59:3 Pois eis que armam ciladas � minha alma; os fortes se ajuntam contra mim, não por transgressão minha nem por pecado meu, ó Senhor.
59:4 Eles correm, e se preparam, sem culpa minha; desperta para me ajudares, e olha.
59:5 Tu, ó Senhor, Deus dos exércitos, Deus de Israel, desperta para punir todas as nações; não tenhas misericórdia de nenhum dos pérfidos que praticam a iniqüidade.
59:6 Eles voltam � tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade.
59:7 Eis que eles soltam gritos; espadas estão nos seus lábios; porque (pensam eles), quem ouve?
59:8 Mas tu, Senhor, te rirás deles; zombarás de todas as nações.
59:9 Em ti, força minha, esperarei; pois Deus é o meu alto refúgio.
59:10 O meu Deus com a sua benignidade virá ao meu encontro; Deus me fará ver o meu desejo sobre os meus inimigos.
59:11 Não os mates, para que meu povo não se esqueça; espalha-os pelo teu poder, e abate-os ó Senhor, escudo nosso.
59:12 Pelo pecado da sua boca e pelas palavras dos seus lábios fiquem presos na sua soberba. Pelas maldições e pelas mentiras que proferem,
59:13 consome-os na tua indignação; consome-os, de modo que não existem mais; para que saibam que Deus reina sobre Jacó, até os confins da terra.
59:14 Eles tornam a vir � tarde, uivam como cães, e andam rodeando a cidade;
59:15 vagueiam buscando o que comer, e resmungam se não se fartarem.
59:16 Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua benignidade, porquanto tens sido para mim uma fortaleza, e refúgio no dia da minha angústia.
59:17 A ti, ó força minha, cantarei louvores; porque Deus é a minha fortaleza, é o Deus que me mostra benignidade.
60:1 Ó Deus, tu nos rejeitaste, tu nos esmagaste, tu tens estado indignado; oh, restabelece-nos.
60:2 Abalaste a terra, e a fendeste; sara as suas fendas, pois ela treme.
60:3 Ao teu povo fizeste ver duras coisas; fizeste-nos beber o vinho de aturdimento.
60:4 Deste um estandarte aos que te temem, para o qual possam fugir de diante do arco.
60:5 Para que os teus amados sejam livres, salva-nos com a tua destra, e responde-nos.
60:6 Deus falou na sua santidade: Eu exultarei; repartirei Siquém e medirei o vale de Sucote.
60:7 Meu é Gileade, e meu é Manassés; Efraim é o meu capacete; Judá é o meu cetro.
60:8 Moabe é a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia darei o brado de vitória.
60:9 Quem me conduzirá � cidade forte? Quem me guiará até Edom?
60:10 Não nos rejeitaste, ó Deus? e tu, ó Deus, não deixaste de sair com os nossos exércitos?
60:11 Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da parte do homem.
60:12 Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os nossos inimigos.
61:1 Ouve, ó Deus, o meu clamor; atende � minha oração.
61:2 Desde a extremidade da terra clamo a ti, estando abatido o meu coração; leva-me para a rocha que é mais alta do que eu.
61:3 Pois tu és o meu refúgio, uma torre forte contra o inimigo.
61:4 Deixa-me habitar no teu tabernáculo para sempre; dá que me abrigue no esconderijo das tuas asas.
61:5 Pois tu, ó Deus, ouviste os meus votos; deste-me a herança dos que temem o teu nome.
61:6 Prolongarás os dias do rei; e os seus anos serão como muitas gerações.
61:7 Ele permanecerá no trono diante de Deus para sempre; faze que a benignidade e a fidelidade o preservem.
61:8 Assim cantarei louvores ao teu nome perpetuamente, para pagar os meus votos de dia em dia.
62:1 Somente em Deus espera silenciosa a minha alma; dele vem a minha salvação.
62:2 Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é ele a minha fortaleza; não serei grandemente abalado.
62:3 Até quando acometereis um homem, todos vós, para o derrubardes, como a um muro pendido, uma cerca prestes a cair?
62:4 Eles somente consultam como derrubá-lo da sua alta posição; deleitam-se em mentiras; com a boca bendizem, mas no íntimo maldizem.
62:5 Ó minha alma, espera silenciosa somente em Deus, porque dele vem a minha esperança.
62:6 Só ele é a minha rocha e a minha salvação; é a minha fortaleza; não serei abalado.
62:7 Em Deus está a minha salvação e a minha glória; Deus é o meu forte rochedo e o meu refúgio.
62:8 Confiai nele, ó povo, em todo o tempo; derramai perante ele o vosso coração; Deus é o nosso refúgio.
62:9 Certamente que os filhos de Adão são vaidade, e os filhos dos homens são desilusão; postos na balança, subiriam; todos juntos são mais leves do que um sopro.
62:10 Não confieis na opressão, nem vos vanglorieis na rapina; se as vossas riquezas aumentarem, não ponhais nelas o coração.
62:11 Uma vez falou Deus, duas vezes tenho ouvido isto: que o poder pertence a Deus.
62:12 A ti também, Senhor, pertence a benignidade; pois retribuis a cada um segundo a sua obra.
63:1 Ó Deus, tu és o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água.
63:2 Assim no santuário te contemplo, para ver o teu poder e a tua glória.
63:3 Porquanto a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão.
63:4 Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos.
63:5 A minha alma se farta, como de tutano e de gordura; e a minha boca te louva com alegres lábios.
63:6 quando me lembro de ti no meu leito, e medito em ti nas vigílias da noite,
63:7 pois tu tens sido o meu auxílio; de júbilo canto � sombra das tuas asas.
63:8 A minha alma se apega a ti; a tua destra me sustenta.
63:9 Mas aqueles que procuram a minha vida para a destruírem, irão para as profundezas da terra.
63:10 Serão entregues ao poder da espada, servidão de pasto aos chacais.
63:11 Mas o rei se regozijará em Deus; todo o que por ele jura se gloriará, porque será tapada a boca aos que falam a mentira.
64:1 Ouve, ó Deus, a minha voz na minha queixa; preserva a minha voz na minha queixa; preserva a minha vida do horror do inimigo.
64:2 Esconde-me do secreto conselho dos maus, e do ajuntamento dos que praticam a iniqüidade,
64:3 os quais afiaram a sua língua como espada, e armaram por suas flechas palavras amargas.
64:4 Para em lugares ocultos atirarem sobre o íntegro; disparam sobre ele repentinamente, e não temem.
64:5 Firmam-se em mau intento; falam de armar laços secretamente, e dizem: Quem nos verá?
64:6 Planejam iniqüidades; ocultam planos bem traçados; pois o íntimo e o coração do homem são inescrutáveis.
64:7 Mas Deus disparará sobre eles uma seta, e de repente ficarão feridos.
64:8 Assim serão levados a tropeçar, por causa das suas próprias línguas; todos aqueles que os virem fugirão.
64:9 E todos os homens temerão, e anunciarão a obra de Deus, e considerarão a obra de Deus, e considerarão prudentemente os seus feitos.
64:10 O justo se alegrará no Senhor e confiará nele, e todos os de coração reto cantarão louvores.
65:1 A ti, ó Deus, é devido o louvor em Sião; e a ti se pagará o voto.
65:2 Ó tu que ouves a oração! a ti virá toda a carne.
65:3 Prevalecem as iniqüidades contra mim; mas as nossas transgressões, tu as perdoarás.
65:4 Bem-aventurado aquele a quem tu escolhes, e fazes chegar a ti, para habitar em teus átrios! Nós seremos satisfeitos com a bondade da tua casa, do teu santo templo.
65:5 Com prodígios nos respondes em justiça, ó Deus da nossa salvação, a esperança de todas as extremidades da terra, e do mais remoto mar;
65:6 tu que pela tua força consolidas os montes, cingido de poder;
65:7 que aplacas o ruído dos mares, o ruído das suas ondas, e o tumulto dos povos.
65:8 Os que habitam os confins da terra são tomados de medo � vista dos teus sinais; tu fazes exultar de júbilo as saídas da manhã e da tarde.
65:9 Tu visitas a terra, e a regas; grandemente e enriqueces; o rio de Deus está cheio d'água; tu lhe dás o trigo quando assim a tens preparado;
65:10 enches d'água os seus sulcos, aplanando-lhes as leivas, amolecendo-a com a chuva, e abençoando as suas novidades.
65:11 Coroas o ano com a tua bondade, e as tuas veredas destilam gordura;
65:12 destilam sobre as pastagens do deserto, e os outeiros se cingem de alegria.
65:13 As pastagens revestem-se de rebanhos, e os vales se cobrem de trigo; por isso eles se regozijam, por isso eles cantam.
66:1 Louvai a Deus com brados de júbilo, todas as terras.
66:2 Cantai a glória do seu nome, dai glória em seu louvor.
66:3 Dizei a Deus: Quão tremendas são as tuas obras! pela grandeza do teu poder te lisonjeiam os teus inimigos.
66:4 Toda a terra te adorará e te cantará louvores; eles cantarão o teu nome.
66:5 Vinde, e vede as obras de Deus; ele é tremendo nos seus feitos para com os filhos dos homens.
66:6 Converteu o mar em terra seca; passaram o rio a pé; ali nos alegramos nele.
66:7 Ele governa eternamente pelo seu poder; os seus olhos estão sobre as nações; não se exaltem os rebeldes.
66:8 Bendizei, povos, ao nosso Deus, e fazei ouvir a voz do seu louvor;
66:9 ao que nos conserva em vida, e não consente que resvalem os nossos pés.
66:10 Pois tu, ó Deus, nos tens provado; tens nos refinado como se refina a prata.
66:11 Fizeste-nos entrar no laço; pesada carga puseste sobre os nossos lombos.
66:12 Fizeste com que os homens cavalgassem sobre as nossas cabeças; passamos pelo fogo e pela água, mas nos trouxeste a um lugar de abundância.
66:13 Entregarei em tua casa com holocaustos; pagar-te-ei os meus votos,
66:14 votos que os meus lábios pronunciaram e a minha boca prometeu, quando eu estava na angústia.
66:15 Oferecer-te-ei holocausto de animais nédios, com incenso de carneiros; prepararei novilhos com cabritos.
66:16 Vinde, e ouvi, todos os que temeis a Deus, e eu contarei o que ele tem feito por mim.
66:17 A ele clamei com a minha boca, e ele foi exaltado pela minha língua.
66:18 Se eu tivesse guardado iniqüidade no meu coração, o Senhor não me teria ouvido;
66:19 mas, na verdade, Deus me ouviu; tem atendido � voz da minha oração.
66:20 Bendito seja Deus, que não rejeitou a minha oração, nem retirou de mim a sua benignidade.
67:1 Deus se compadeça de nós e nos abençoe, e faça resplandecer o seu rosto sobre nós,
67:2 para que se conheça na terra o seu caminho e entre todas as nações a sua salvação.
67:3 Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem-te os povos todos.
67:4 Alegrem-se e regozijem-se as nações, pois julgas os povos com eqüidade, e guias as nações sobre a terra.
67:5 Louvem-te, ó Deus, os povos; louvem os povos todos.
67:6 A terra tem produzido o seu fruto; e Deus, o nosso Deus, tem nos abençoado.
67:7 Deus nos tem abençoado; temam-no todas as extremidades da terra!
68:1 Levanta-se Deus! Sejam dispersos os seus inimigos; fujam de diante dele os que o odeiam!
68:2 Como é impelida a fumaça, assim tu os impeles; como a cera se derrete diante do fogo, assim pereçam os ímpios diante de Deus.
68:3 Mas alegrem-se os justos, e se regozijem na presença de Deus, e se encham de júbilo.
68:4 Cantai a Deus, cantai louvores ao seu nome; louvai aquele que cavalga sobre as nuvens, pois o seu nome é Já; exultai diante dele.
68:5 Pai de órfãos e juiz de viúvas é Deus na sua santa morada.
68:6 Deus faz que o solitário viva em família; liberta os presos e os faz prosperar; mas os rebeldes habitam em terra árida.
68:7 Ó Deus! quando saías � frente do teu povo, quando caminhavas pelo deserto,
68:8 a terra se abalava e os céus gotejavam perante a face de Deus; o próprio Sinai tremeu na presença de Deus, do Deus de Israel.
68:9 Tu, ó Deus, mandaste copiosa chuva; restauraste a tua herança, quando estava cansada.
68:10 Nela habitava o teu rebanho; da tua bondade, ó Deus, proveste o pobre.
68:11 O Senhor proclama a palavra; grande é a companhia dos que anunciam as boas-novas.
68:12 Reis de exércitos fogem, sim, fogem; as mulheres em casa repartem os despojos.
68:13 Deitados entre redis, sois como as asas da pomba cobertas de prata, com as suas penas de ouro amarelo.
68:14 Quando o Todo-Poderoso ali dispersou os reis, caiu neve em Zalmom.
68:15 Monte grandíssimo é o monte de Basã; monte de cimos numerosos é o monte de Basã!
68:16 Por que estás, ó monte de cimos numerosos, olhando com inveja o monte que Deus desejou para sua habitação? Na verdade o Senhor habitará nele eternamente.
68:17 Os carros de Deus são miríades, milhares de milhares. O Senhor está no meio deles, como em Sinai no santuário.
68:18 Tu subiste ao alto, levando os teus cativos; recebeste dons dentre os homens, e até dentre os rebeldes, para que o Senhor Deus habitasse entre eles.
68:19 Bendito seja o Senhor, que diariamente leva a nossa carga, o Deus que é a nossa salvação.
68:20 Deus é para nós um Deus de libertação; a Jeová, o Senhor, pertence o livramento da morte.
68:21 Mas Deus esmagará a cabeça de seus inimigos, o crânio cabeludo daquele que prossegue em suas culpas.
68:22 Disse o Senhor: Eu os farei voltar de Basã; fá-los-ei voltar das profundezas do mar;
68:23 para que mergulhes o teu pé em sangue, e para que a língua dos teus cães tenha dos inimigos o seu quinhão.
68:24 Viu-se, ó Deus, a tua entrada, a entrada do meu Deus, meu Rei, no santuário.
68:25 Iam na frente os cantores, atrás os tocadores de instrumentos, no meio as donzelas que tocavam adufes.
68:26 Bendizei a Deus nas congregações, ao Senhor, vós que sois da fonte de Israel.
68:27 Ali está Benjamim, o menor deles, na frente; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes de Judá com o seu ajuntamento; os chefes de Zebulom e os chefes de Naftali.
68:28 Ordena, ó Deus, a tua força; confirma, ó Deus, o que já fizeste por nós.
68:29 Por amor do teu templo em Jerusalém, os reis te trarão presentes.
68:30 Repreende as feras dos caniçais, a multidão dos touros, com os bezerros dos povos. Calca aos pés as suas peças de prata; dissípa os povos que se deleitam na guerra.
68:31 Venham embaixadores do Egito; estenda a Etiópia ansiosamente as mãos para Deus.
68:32 Reinos da terra, cantai a Deus, cantai louvores ao Senhor,
68:33 �quele que vai montado sobre os céus dos céus, que são desde a antigüidade; eis que faz ouvir a sua voz, voz veemente.
68:34 Atribuí a Deus força; sobre Israel está a sua excelência, e a sua força nos firmamento.
68:35 Ó Deus, tu és tremendo desde o teu santuário; o Deus de Israel, ele dá força e poder ao seu povo. Bendito seja Deus!
69:1 Salva-me, ó Deus, pois as águas me sobem até o pescoço.
69:2 Atolei-me em profundo lamaçal, onde não se pode firmar o pé; entrei na profundeza das águas, onde a corrente me submerge.
69:3 Estou cansado de clamar; secou-se-me a garganta; os meus olhos desfalecem de esperar por meu Deus.
69:4 Aqueles que me odeiam sem causa são mais do que os cabelos da minha cabeça; poderosos são aqueles que procuram destruir-me, que me atacam com mentiras; por isso tenho de restituir o que não extorqui.
69:5 Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultícia, e as minhas culpas não são ocultas.
69:6 Não sejam envergonhados por minha causa aqueles que esperam em ti, ó Senhor Deus dos exércitos; não sejam confundidos por minha causa aqueles que te buscam, ó Deus de Israel.
69:7 Porque por amor de ti tenho suportado afrontas; a confusão me cobriu o rosto.
69:8 Tornei-me como um estranho para os meus irmãos, e um desconhecido para os filhos de minha mãe.
69:9 Pois o zelo da tua casa me devorou, e as afrontas dos que te afrontam caíram sobre mim.
69:10 Quando chorei e castiguei com jejum a minha alma, isto se me tornou em afrontas.
69:11 Quando me vesti de cilício, fiz-me para eles um provérbio.
69:12 Aqueles que se sentem � porta falam de mim; e sou objeto das cantigas dos bêbedos.
69:13 Eu, porém, faço a minha oração a ti, ó Senhor, em tempo aceitável; ouve-me, ó Deus, segundo a grandeza da tua benignidade, segundo a fidelidade da tua salvação.
69:14 Tira-me do lamaçal, e não me deixes afundar; seja eu salvo dos meus inimigos, e das profundezas das águas.
69:15 Não me submerja a corrente das águas e não me trague o abismo, nem cerre a cova a sua boca sobre mim.
69:16 Ouve-me, Senhor, pois grande é a tua benignidade; volta-te para mim segundo a tua muitíssima compaixão.
69:17 Não escondas o teu rosto do teu servo; ouve-me depressa, pois estou angustiado.
69:18 Aproxima-te da minha alma, e redime-a; resgata-me por causa dos meus inimigos.
69:19 Tu conheces o meu opróbrio, a minha vergonha, e a minha ignomínia; diante de ti estão todos os meus adversários.
69:20 Afrontas quebrantaram-me o coração, e estou debilitado. Esperei por alguém que tivesse compaixão, mas não houve nenhum; e por consoladores, mas não os achei.
69:21 Deram-me fel por mantimento, e na minha sede me deram a beber vinagre.
69:22 Torne-se a sua mesa diante deles em laço, e sejam-lhes as suas ofertas pacíficas uma armadilha.
69:23 Obscureçam-se-lhes os olhos, para que não vejam, e faze com que os seus lombos tremam constantemente.
69:24 Derrama sobre eles a tua indignação, e apanhe-os o ardor da tua ira.
69:25 Fique desolada a sua habitação, e não haja quem habite nas suas tendas.
69:26 Pois perseguem a quem afligiste, e aumentam a dor daqueles a quem feriste.
69:27 Acrescenta iniqüidade � iniqüidade deles, e não encontrem eles absolvição na tua justiça.
69:28 Sejam riscados do livro da vida, e não sejam inscritos com os justos.
69:29 Eu, porém, estou aflito e triste; a tua salvação, ó Deus, me ponha num alto retiro.
69:30 Louvarei o nome de Deus com um cântico, e engrandecê-lo-ei com ação de graças.
69:31 Isto será mais agradável ao Senhor do que um boi, ou um novilho que tem pontas e unhas.
69:32 Vejam isto os mansos, e se alegrem; vós que buscais a Deus reviva o vosso coração.
69:33 Porque o Senhor ouve os necessitados, e não despreza os seus, embora sejam prisioneiros.
69:34 Louvem-no os céus e a terra, os mares e tudo quanto neles se move.
69:35 Porque Deus salvará a Sião, e edificará as cidades de Judá, e ali habitarão os seus servos e a possuirão.
69:36 E herdá-la-á a descendência de seus servos, e os que amam o seu nome habitarão nela.
70:1 Apressa-te, ó Deus, em me livrar; Senhor, apressa-te em socorrer-me.
70:2 Fiquem envergonhados e confundidos os que procuram tirar-me a vida; tornem atrás e confundam-se os que me desejam o mal.
70:3 Sejam cobertos de vergonha os que dizem: Ah! Ah!
70:4 Folguem e alegrem-se em ti todos os que te buscam; e aqueles que amam a tua salvação digam continuamente: engrandecido seja Deus.
70:5 Eu, porém, estou aflito e necessitado; apressa-te em me valer, ó Deus. Tu és o meu amparo e o meu libertador; Senhor, não te detenhas.
71:1 Em ti, Senhor, me refugio; nunca seja eu confundido.
71:2 Na tua justiça socorre-me e livra-me; inclina os teus ouvidos para mim, e salva-me.
71:3 Sê tu para mim uma rocha de refúgio a que sempre me acolha; deste ordem para que eu seja salvo, pois tu és a minha rocha e a minha fortaleza.
71:4 Livra-me, Deus meu, da mão do ímpio, do poder do homem injusto e cruel,
71:5 Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus; tu és a minha confiança desde a minha mocidade.
71:6 Em ti me tenho apoiado desde que nasci; tu és aquele que me tiraste das entranhas de minha mãe. O meu louvor será teu constantemente.
71:7 Sou para muitos um assombro, mas tu és o meu refúgio forte.
71:8 A minha boca se enche do teu louvor e da tua glória continuamente.
71:9 Não me enjeites no tempo da velhice; não me desampares, quando se forem acabando as minhas forças.
71:10 Porque os meus inimigos falam de mim, e os que espreitam a minha vida consultam juntos,
71:11 dizendo: Deus o desamparou; persegui-o e prendei-o, pois não há quem o livre.
71:12 Ó Deus, não te alongues de mim; meu Deus, apressa-te em socorrer-me.
71:13 Sejam envergonhados e consumidos os meus adversários; cubram-se de opróbrio e de confusão aqueles que procuram o meu mal.
71:14 Mas eu esperarei continuamente, e te louvarei cada vez mais.
71:15 A minha boca falará da tua justiça e da tua salvação todo o dia, posto que não conheça a sua grandeza.
71:16 Virei na força do Senhor Deus; farei menção da tua justiça, da tua tão somente.
71:17 Ensinaste-me, ó Deus, desde a minha mocidade; e até aqui tenho anunciado as tuas maravilhas.
71:18 Agora, quando estou velho e de cabelos brancos, não me desampares, ó Deus, até que tenha anunciado a tua força a esta geração, e o teu poder a todos os vindouros.
71:19 A tua justiça, ó Deus, atinge os altos céus; tu tens feito grandes coisas; ó Deus, quem é semelhante a ti?
71:20 Tu, que me fizeste ver muitas e penosas tribulações, de novo me restituirás a vida, e de novo me tirarás dos abismos da terra.
71:21 Aumentarás a minha grandeza, e de novo me consolarás.
71:22 Também eu te louvarei ao som do saltério, pela tua fidelidade, ó meu Deus; cantar-te-ei ao som da harpa, ó Santo de Israel.
71:23 Os meus lábios exultarão quando eu cantar os teus louvores, assim como a minha alma, que tu remiste.
71:24 Também a minha língua falará da tua justiça o dia todo; pois estão envergonhados e confundidos aqueles que procuram o meu mal.
72:1 Ó Deus, dá ao rei os teus juízes, e a tua justiça ao filho do rei.
72:2 Julgue ele o teu povo com justiça, e os teus pobres com eqüidade.
72:3 Que os montes tragam paz ao povo, como também os outeiros, com justiça.
72:4 Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos do necessitado, e esmague o opressor.
72:5 Viva ele enquanto existir o sol, e enquanto durar a lua, por todas as gerações.
72:6 Desça como a chuva sobre o prado, como os chuveiros que regam a terra.
72:7 Nos seus dias floreça a justiça, e haja abundância de paz enquanto durar a lua.
72:8 Domine de mar a mar, e desde o Rio até as extremidades da terra.
72:9 Inclinem-se diante dele os seus adversários, e os seus inimigos lambam o pó.
72:10 Paguem-lhe tributo os reis de Társis e das ilhas; os reis de Sabá e de Seba ofereçam-lhe dons.
72:11 Todos os reis se prostrem perante ele; todas as nações o sirvam.
72:12 Porque ele livra ao necessitado quando clama, como também ao aflito e ao que não tem quem o ajude.
72:13 Compadece-se do pobre e do necessitado, e a vida dos necessitados ele salva.
72:14 Ele os liberta da opressão e da violência, e precioso aos seus olhos é o sangue deles.
72:15 Viva, pois, ele; e se lhe dê do ouro de Sabá; e continuamente se faça por ele oração, e o bendigam em todo o tempo.
72:16 Haja abundância de trigo na terra sobre os cumes dos montes; ondule o seu fruto como o Líbano, e das cidades floresçam homens como a erva da terra.
72:17 Permaneça o seu nome eternamente; continue a sua fama enquanto o sol durar, e os homens sejam abençoados nele; todas as nações o chamem bem-aventurado.
72:18 Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, o único que faz maravilhas.
72:19 Bendito seja para sempre o seu nome glorioso, e encha-se da sua glória toda a terra. Amém e amém.
72:20 Findam aqui as orações de Davi, filho de Jessé.
73:1 Verdadeiramente bom é Deus para com Israel, para com os limpos de coração.
73:2 Quanto a mim, os meus pés quase resvalaram; pouco faltou para que os meus passos escorregassem.
73:3 Pois eu tinha inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios.
73:4 Porque eles não sofrem dores; são e robusto é o seu corpo.
73:5 Não se acham em tribulações como outra gente, nem são afligidos como os demais homens.
73:6 Pelo que a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; a violência os cobre como um vestido.
73:7 Os olhos deles estão inchados de gordura; trasbordam as fantasias do seu coração.
73:8 Motejam e falam maliciosamente; falam arrogantemente da opressão.
73:9 Põem a sua boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra.
73:10 Pelo que o povo volta para eles e não acha neles falta alguma.
73:11 E dizem: Como o sabe Deus? e: Há conhecimento no Altíssimo?
73:12 Eis que estes são ímpios; sempre em segurança, aumentam as suas riquezas.
73:13 Na verdade que em vão tenho purificado o meu coração e lavado as minhas mãos na inocência,
73:14 pois todo o dia tenho sido afligido, e castigado cada manhã.
73:15 Se eu tivesse dito: Também falarei assim; eis que me teria havido traiçoeiramente para com a geração de teus filhos.
73:16 Quando me esforçava para compreender isto, achei que era tarefa difícil para mim,
73:17 até que entrei no santuário de Deus; então percebi o fim deles.
73:18 Certamente tu os pões em lugares escorregadios, tu os lanças para a ruína.
73:19 Como caem na desolação num momento! ficam totalmente consumidos de terrores.
73:20 Como faz com um sonho o que acorda, assim, ó Senhor, quando acordares, desprezarás as suas fantasias.
73:21 Quando o meu espírito se amargurava, e sentia picadas no meu coração,
73:22 estava embrutecido, e nada sabia; era como animal diante de ti.
73:23 Todavia estou sempre contigo; tu me seguras a mão direita.
73:24 Tu me guias com o teu conselho, e depois me receberás em glória.
73:25 A quem tenho eu no céu senão a ti? e na terra não há quem eu deseje além de ti.
73:26 A minha carne e o meu coração desfalecem; do meu coração, porém, Deus é a fortaleza, e o meu quinhão para sempre.
73:27 Pois os que estão longe de ti perecerão; tu exterminas todos aqueles que se desviam de ti.
73:28 Mas para mim, bom é aproximar-me de Deus; ponho a minha confiança no Senhor Deus, para anunciar todas as suas obras.
74:1 Ó Deus, por que nos rejeitaste para sempre? Por que se acende a tua ira contra o rebanho do teu pasto?
74:2 Lembra-te da tua congregação, que compraste desde a antigüidade, que remiste para ser a tribo da tua herança, e do monte Sião, em que tens habitado.
74:3 Dirige os teus passos para as perpétuas ruínas, para todo o mal que o inimigo tem feito no santuário.
74:4 Os teus inimigos bramam no meio da tua assembléia; põem nela as suas insígnias por sinais.
74:5 A entrada superior cortaram com machados a grade de madeira.
74:6 Eis que toda obra entalhada, eles a despedaçaram a machados e martelos.
74:7 Lançaram fogo ao teu santuário; profanaram, derrubando-a até o chão, a morada do teu nome.
74:8 Disseram no seu coração: Despojemo-la duma vez. Queimaram todas as sinagogas de Deus na terra.
74:9 Não vemos mais as nossas insígnias, não há mais profeta; nem há entre nós alguém que saiba até quando isto durará.
74:10 Até quando, ó Deus, o adversário afrontará? O inimigo ultrajará o teu nome para sempre?
74:11 Por que reténs a tua mão, sim, a tua destra? Tira-a do teu seio, e consome-os.
74:12 Todavia, Deus é o meu Rei desde a antigüidade, operando a salvação no meio da terra.
74:13 Tu dividiste o mar pela tua força; esmigalhaste a cabeça dos monstros marinhos sobre as águas.
74:14 Tu esmagaste as cabeças do leviatã, e o deste por mantimento aos habitantes do deserto.
74:15 Tu abriste fontes e ribeiros; tu secaste os rios perenes.
74:16 Teu é o dia e tua é a noite: tu preparaste a luz e o sol.
74:17 Tu estabeleceste todos os limites da terra; verão e inverno, tu os fizeste.
74:18 Lembra-te disto: que o inimigo te afrontou, ó Senhor, e que um povo insensato ultrajou o teu nome.
74:19 Não entregues �s feras a alma da tua rola; não te esqueça para sempre da vida dos teus aflitos.
74:20 Atenta para o teu pacto, pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios das moradas de violência.
74:21 Não volte envergonhado o oprimido; louvem o teu nome o aflito e o necessitado.
74:22 Levanta-te, ó Deus, pleiteia a tua própria causa; lembra-te da afronta que o insensato te faz continuamente.
74:23 Não te esqueças da gritaria dos teus adversários; o tumulto daqueles que se levantam contra ti sobe continuamente.
75:1 Damos-te graças, ó Deus, damos-te graças, pois o teu nome está perto; os que invocam o teu nome anunciam as tuas maravilhas.
75:2 Quando chegar o tempo determinado, julgarei retamente.
75:3 Dissolve-se a terra e todos os seus moradores, mas eu lhe fortaleci as colunas.
75:4 Digo eu aos arrogantes: Não sejais arrogantes; e aos ímpios: Não levanteis a fronte;
75:5 não levanteis ao alto a vossa fronte, nem faleis com arrogância.
75:6 Porque nem do oriente, nem do ocidente, nem do deserto vem a exaltação.
75:7 Mas Deus é o que julga; a um abate, e a outro exalta.
75:8 Porque na mão do Senhor há um cálice, cujo vinho espuma, cheio de mistura, do qual ele dá a beber; certamente todos os ímpios da terra sorverão e beberão as suas fezes.
75:9 Mas, quanto a mim, exultarei para sempre, cantarei louvores ao Deus de Jacó.
75:10 E quebrantarei todas as forças dos ímpios, mas as forças dos justos serão exaltadas.
76:1 Conhecido é Deus em Judá, grande é o seu nome em Israel.
76:2 Em Salém está a sua tenda, e a sua morada em Sião.
76:3 Ali quebrou ele as flechas do arco, o escudo, a espada, e a guerra.
76:4 Glorioso és tu, mais majestoso do que os montes eternos.
76:5 Os ousados de coração foram despojados; dormiram o seu último sono; nenhum dos homens de força pôde usar as mãos.
76:6 Â tua repreensão, ó Deus de Jacó, cavaleiros e cavalos ficaram estirados sem sentidos.
76:7 Tu, sim, tu és tremendo; e quem subsistirá � tua vista, quando te irares?
76:8 Desde o céu fizeste ouvir o teu juízo; a terra tremeu e se aquietou,
76:9 quando Deus se levantou para julgar, para salvar a todos os mansos da terra.
76:10 Na verdade a cólera do homem redundará em teu louvor, e do restante da cólera tu te cingirás.
76:11 Fazei votos, e pagai-os ao Senhor, vosso Deus; tragam presentes, os que estão em redor dele, �quele que deve ser temido.
76:12 Ele ceifará o espírito dos príncipes; é tremendo para com os reis da terra.
77:1 Levanto a Deus a minha voz; a Deus levanto a minha voz, para que ele me ouça.
77:2 No dia da minha angústia busco ao Senhor; de noite a minha mão fica estendida e não se cansa; a minha alma recusa ser consolada.
77:3 Lembro-me de Deus, e me lamento; queixo-me, e o meu espírito desfalece.
77:4 Conservas vigilantes os meus olhos; estou tão perturbado que não posso falar.
77:5 Considero os dias da antigüidade, os anos dos tempos passados.
77:6 De noite lembro-me do meu cântico; consulto com o meu coração, e examino o meu espírito.
77:7 Rejeitará o Senhor para sempre e não tornará a ser favorável?
77:8 Cessou para sempre a sua benignidade? Acabou-se a sua promessa para todas as gerações
77:9 Esqueceu-se Deus de ser compassivo? Ou na sua ira encerrou ele as suas ternas misericórdias?
77:10 E eu digo: Isto é minha enfermidade; acaso se mudou a destra do Altíssimo?
77:11 Recordarei os feitos do Senhor; sim, me lembrarei das tuas maravilhas da antigüidade.
77:12 Meditarei também em todas as tuas obras, e ponderarei os teus feitos poderosos
77:13 O teu caminho, ó Deus, é em santidade; que deus é grande como o nosso Deus?
77:14 Tu és o Deus que fazes maravilhas; tu tens feito notória a tua força entre os povos.
77:15 Com o teu braço remiste o teu povo, os filhos de Jacó e de José.
77:16 As águas te viram, ó Deus, as águas te viram, e tremeram; os abismos também se abalaram.
77:17 As nuvens desfizeram-se em água; os céus retumbaram; as tuas flechas também correram de uma para outra parte.
77:18 A voz do teu trovão estava no redemoinho; os relâmpagos alumiaram o mundo; a terra se abalou e tremeu.
77:19 Pelo mar foi teu caminho, e tuas veredas pelas grandes águas; e as tuas pegadas não foram conhecidas.
77:20 Guiaste o teu povo, como a um rebanho, pela mão de Moisés e de Arão.
78:1 Escutai o meu ensino, povo meu; inclinai os vossos ouvidos �s palavras da minha boca.
78:2 Abrirei a minha boca numa parábola; proporei enigmas da antigüidade,
78:3 coisas que temos ouvido e sabido, e que nossos pais nos têm contado.
78:4 Não os encobriremos aos seus filhos, cantaremos �s gerações vindouras os louvores do Senhor, assim como a sua força e as maravilhas que tem feito.
78:5 Porque ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, as quais coisas ordenou aos nossos pais que as ensinassem a seus filhos;
78:6 para que as soubesse a geração vindoura, os filhos que houvesse de nascer, os quais se levantassem e as contassem a seus filhos,
78:7 a fim de que pusessem em Deus a sua esperança, e não se esquecessem das obras de Deus, mas guardassem os seus mandamentos;
78:8 e que não fossem como seus pais, geração contumaz e rebelde, geração de coração instável, cujo espírito não foi fiel para com Deus.
78:9 Os filhos de Efraim, armados de arcos, retrocederam no dia da peleja.
78:10 Não guardaram o pacto de Deus, e recusaram andar na sua lei;
78:11 esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes fizera ver.
78:12 Maravilhas fez ele � vista de seus pais na terra do Egito, no campo de Zoá.
78:13 Dividiu o mar, e os fez passar por ele; fez com que as águas parassem como um montão.
78:14 Também os guiou de dia por uma nuvem, e a noite toda por um clarão de fogo.
78:15 Fendeu rochas no deserto, e deu-lhes de beber abundantemente como de grandes abismos.
78:16 Da penha fez sair fontes, e fez correr águas como rios.
78:17 Todavia ainda prosseguiram em pecar contra ele, rebelando-se contra o Altíssimo no deserto.
78:18 E tentaram a Deus nos seus corações, pedindo comida segundo o seu apetite.
78:19 Também falaram contra Deus, dizendo: Poderá Deus porventura preparar uma mesa no deserto? Acaso fornecerá carne para o seu povo?
78:20 Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo contra Jacó, e a sua ira subiu contra Israel;
78:21 Pelo que o Senhor, quando os ouviu, se indignou; e acendeu um fogo contra Jacó, e a sua ira subiu contra Israel;
78:22 porque não creram em Deus nem confiaram na sua salvação.
78:23 Contudo ele ordenou �s nuvens lá em cima, e abriu as portas dos céus;
78:24 fez chover sobre eles maná para comerem, e deu-lhes do trigo dos céus.
78:25 Cada um comeu o pão dos poderosos; ele lhes mandou comida em abundância.
78:26 Fez soprar nos céus o vento do oriente, e pelo seu poder trouxe o vento sul.
78:27 Sobre eles fez também chover carne como poeira, e aves de asas como a areia do mar;
78:28 e as fez cair no meio do arraial deles, ao redor de suas habitações.
78:29 Então comeram e se fartaram bem, pois ele lhes trouxe o que cobiçavam.
78:30 Não refrearam a sua cobiça. Ainda lhes estava a comida na boca,
78:31 quando a ira de Deus se levantou contra eles, e matou os mais fortes deles, e prostrou os escolhidos de Israel.
78:32 Com tudo isso ainda pecaram, e não creram nas suas maravilhas.
78:33 Pelo que consumiu os seus dias como um sopo, e os seus anos em repentino terror.
78:34 Quando ele os fazia morrer, então o procuravam; arrependiam-se, e de madrugada buscavam a Deus.
78:35 Lembravam-se de que Deus era a sua rocha, e o Deus Altíssimo o seu Redentor.
78:36 Todavia lisonjeavam-no com a boca, e com a língua lhe mentiam.
78:37 Pois o coração deles não era constante para com ele, nem foram eles fiéis ao seu pacto.
78:38 Mas ele, sendo compassivo, perdoou a sua iniqüidade, e não os destruiu; antes muitas vezes desviou deles a sua cólera, e não acendeu todo o seu furor.
78:39 Porque se lembrou de que eram carne, um vento que passa e não volta.
78:40 Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto, e o ofenderam no ermo!
78:41 Voltaram atrás, e tentaram a Deus; e provocaram o Santo de Israel.
78:42 Não se lembraram do seu poder, nem do dia em que os remiu do adversário,
78:43 nem de como operou os seus sinais no Egito, e as suas maravilhas no campo de Zoã,
78:44 convertendo em sangue os seus rios, para que não pudessem beber das suas correntes.
78:45 Também lhes mandou enxames de moscas que os consumiram, e rãs que os destruíram.
78:46 Entregou �s lagartas as novidades deles, e o fruto do seu trabalho aos gafanhotos.
78:47 Destruiu as suas vinhas com saraiva, e os seus sicômoros com chuva de pedra.
78:48 Também entregou � saraiva o gado deles, e aos coriscos os seus rebanhos.
78:49 E atirou sobre eles o ardor da sua ira, o furor, a indignação, e a angústia, qual companhia de anjos destruidores.
78:50 Deu livre curso � sua ira; não os poupou da morte, mas entregou a vida deles � pestilência.
78:51 Feriu todo primogênito no Egito, primícias da força deles nas tendas de Cão.
78:52 Mas fez sair o seu povo como ovelhas, e os guiou pelo deserto como a um rebanho.
78:53 Guiou-os com segurança, de sorte que eles não temeram; mas aos seus inimigos, o mar os submergiu.
78:54 Sim, conduziu-os até a sua fronteira santa, até o monte que a sua destra adquirira.
78:55 Expulsou as nações de diante deles; e dividindo suas terras por herança, fez habitar em suas tendas as tribos de Israel.
78:56 Contudo tentaram e provocaram o Deus Altíssimo, e não guardaram os seus testemunhos.
78:57 Mas tornaram atrás, e portaram-se aleivosamente como seus pais; desviaram-se como um arco traiçoeiro.
78:58 Pois o provocaram � ira com os seus altos, e o incitaram a zelos com as suas imagens esculpidas.
78:59 Ao ouvir isso, Deus se indignou, e sobremodo abominou a Israel.
78:60 Pelo que desamparou o tabernáculo em Siló, a tenda da sua morada entre os homens,
78:61 dando a sua força ao cativeiro, e a sua glória � mão do inimigo.
78:62 Entregou o seu povo � espada, e encolerizou-se contra a sua herança.
78:63 Aos seus mancebos o fogo devorou, e suas donzelas não tiveram cântico nupcial.
78:64 Os seus sacerdotes caíram � espada, e suas viúvas não fizeram pranto.
78:65 Então o Senhor despertou como dum sono, como um valente que o vinho excitasse.
78:66 E fez recuar a golpes os seus adversários; infligiu-lhes eterna ignomínia.
78:67 Além disso, rejeitou a tenda de José, e não escolheu a tribo de Efraim;
78:68 antes escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava.
78:69 Edificou o seu santuário como os lugares elevados, como a terra que fundou para sempre.
78:70 Também escolheu a Davi, seu servo, e o tirou dos apriscos das ovelhas;
78:71 de após as ovelhas e suas crias o trouxe, para apascentar a Jacó, seu povo, e a Israel, sua herança.
78:72 E ele os apascentou, segundo a integridade do seu coração, e os guiou com a perícia de suas mãos.
79:1 Ó Deus, as nações invadiram a tua herança; contaminaram o teu santo templo; reduziram Jerusalém a ruínas.
79:2 Deram os cadáveres dos teus servos como pastos �s aves dos céus, e a carne dos teus santos aos animais da terra.
79:3 Derramaram o sangue deles como água ao redor de Jerusalém, e não houve quem os sepultasse.
79:4 Somos feitos o opróbrio dos nossos vizinhos, o escárnio e a zombaria dos que estão em redor de nós.
79:5 Até quando, Senhor? Indignar-te-ás para sempre? Arderá o teu zelo como fogo?
79:6 Derrama o teu furor sobre as nações que não te conhecem, e sobre os reinos que não invocam o teu nome;
79:7 porque eles devoraram a Jacó, e assolaram a sua morada.
79:8 Não te lembres contra nós das iniqüidades de nossos pais; venha depressa ao nosso encontro a tua compaixão, pois estamos muito abatidos.
79:9 Ajuda-nos, ó Deus da nossa salvação, pela glória do teu nome; livra-nos, e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome.
79:10 Por que diriam as nações: Onde está o seu Deus? Torne-se manifesta entre as nações, � nossa vista, a vingança do sangue derramado dos teus servos.
79:11 Chegue � tua presença o gemido dos presos; segundo a grandeza do teu braço, preserva aqueles que estão condenados � morte.
79:12 E aos nossos vizinhos, deita-lhes no regaço, setuplicadamente, a injúria com que te injuriaram, Senhor.
79:13 Assim nós, teu povo ovelhas de teu pasto, te louvaremos eternamente; de geração em geração publicaremos os teus louvores.
80:1 Ó pastor de Israel, dá ouvidos; tu, que guias a José como a um rebanho, que estás entronizado sobre os querubins, resplandece.
80:2 Perante Efraim, Benjamim e Manassés, desperta o teu poder, e vem salvar-nos.
80:3 Reabilita-nos, ó Deus; faze resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos.
80:4 Ó Senhor Deus dos exércitos, até quando te indignarás contra a oração do teu povo?
80:5 Tu os alimentaste com pão de lágrimas, e lhes deste a beber lágrimas em abundância.
80:6 Tu nos fazes objeto de escárnio entre os nossos vizinhos; e os nossos inimigos zombam de nós entre si.
80:7 Reabilita-nos, ó Deus dos exércitos; faze resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos.
80:8 Trouxeste do Egito uma videira; lançaste fora as nações, e a plantaste.
80:9 Preparaste-lhe lugar; e ela deitou profundas raízes, e encheu a terra.
80:10 Os montes cobriram-se com a sua sombra, e os cedros de Deus com os seus ramos.
80:11 Ela estendeu a sua ramagem até o mar, e os seus rebentos até o Rio.
80:12 Por que lhe derrubaste as cercas, de modo que a vindimam todos os que passam pelo caminho?
80:13 O javali da selva a devasta, e as feras do campo alimentam-se dela.
80:14 Ó Deus dos exércitos, volta-te, nós te rogamos; atende do céu, e vê, e visita esta videira,
80:15 a videira que a tua destra plantou, e o sarmento que fortificaste para ti.
80:16 Está queimada pelo fogo, está cortada; eles perecem pela repreensão do teu rosto.
80:17 Seja a tua mão sobre o varão da tua destra, sobre o filho do homem que fortificaste para ti.
80:18 E não nos afastaremos de ti; vivifica-nos, e nós invocaremos o teu nome.
80:19 Reabilita-nos, Senhor Deus dos exércitos; faze resplandecer o teu rosto, para que sejamos salvos.
81:1 Cantai alegremente a Deus, nossa fortaleza; erguei alegres vozes ao Deus de Jacó.
81:2 Entoai um salmo, e fazei soar o adufe, a suave harpa e o saltério.
81:3 Tocai a trombeta pela lua nova, pela lua cheia, no dia da nossa festa.
81:4 Pois isso é um estatuto para Israel, e uma ordenança do Deus de Jacó.
81:5 Ordenou-o por decreto em José, quando saiu contra a terra do Egito. Ouvi uma voz que não conhecia, dizendo:
81:6 Livrei da carga o seu ombro; as suas mãos ficaram livres dos cestos.
81:7 Na angústia clamaste e te livrei; respondi-te no lugar oculto dos trovões; provei-te junto �s águas de Meribá.
81:8 Ouve-me, povo meu, e eu te admoestarei; ó Israel, se me escutasses!
81:9 não haverá em ti deus estranho, nem te prostrarás ante um deus estrangeiro.
81:10 Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito; abre bem a tua boca, e eu a encherei.
81:11 Mas o meu povo não ouviu a minha voz, e Israel não me quis.
81:12 Pelo que eu os entreguei � obstinação dos seus corações, para que andassem segundo os seus próprios conselhos.
81:13 Oxalá me escutasse o meu povo! oxalá Israel andasse nos meus caminhos!
81:14 Em breve eu abateria os seus inimigos, e voltaria a minha mão contra os seus adversários.
81:15 Os que odeiam ao Senhor o adulariam, e a sorte deles seria eterna.
81:16 E eu te sustentaria com o trigo mais fino; e com o mel saído da rocha eu te saciaria.
82:1 Deus está na assembléia divina; julga no meio dos deuses:
82:2 Até quando julgareis injustamente, e tereis respeito �s pessoas dos ímpios?
82:3 Fazei justiça ao pobre e ao órfão; procedei retamente com o aflito e o desamparado.
82:4 Livrai o pobre e o necessitado, livrai-os das mãos dos ímpios.
82:5 Eles nada sabem, nem entendem; andam vagueando �s escuras; abalam-se todos os fundamentos da terra.
82:6 Eu disse: Vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós.
82:7 Todavia, como homens, haveis de morrer e, como qualquer dos príncipes, haveis de cair.
82:8 Levanta-te, ó Deus, julga a terra; pois a ti pertencem todas as nações.
83:1 Ó Deus, não guardes silêncio; não te cales nem fiques impassível, ó Deus.
83:2 Pois eis que teus inimigos se alvoroçam, e os que te odeiam levantam a cabeça.
83:3 Astutamente formam conselho contra o teu povo, e conspiram contra os teus protegidos.
83:4 Dizem eles: Vinde, e apaguemo-los para que não sejam nação, nem seja lembrado mais o nome de Israel.
83:5 Pois � uma se conluiam; aliam-se contra ti
83:6 as tendas de Edom e os ismaelitas, Moabe e os hagarenos,
83:7 Gebal, Amom e Amaleque, e a Filístia com os habitantes de tiro.
83:8 Também a Assíria se ligou a eles; eles são o braço forte dos filhos de Ló.
83:9 Faze-lhes como fizeste a Midiã, como a Sísera, como a Jabim junto ao rio Quisom,
83:10 os quais foram destruídos em En-Dor; tornaram-se esterco para a terra.
83:11 Faze aos seus nobres como a Orebe e a Zeebe; e a todos os seus príncipes como a Zebá e a Zalmuna,
83:12 que disseram: Tomemos para nós as pastagens de Deus.
83:13 Deus meu, faze-os como um turbilhão de pó, como a palha diante do vento.
83:14 Como o fogo queima um bosque, e como a chama incedeia as montanhas,
83:15 assim persegue-os com a tua tempestade, e assombra-os com o teu furacão.
83:16 Cobre-lhes o rosto de confusão, de modo que busquem o teu nome, Senhor.
83:17 Sejam envergonhados e conturbados perpetuamente; sejam confundidos, e pereçam,
83:18 para que saibam que só tu, cujo nome é o Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra.
84:1 Quão amável são os teus tabernáculos, ó Senhor dos exércitos!
84:2 A minha alma suspira! sim, desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.
84:3 Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde crie os seus filhotes, junto aos teus altares, ó Senhor dos exércitos, Rei meu e Deus meu.
84:4 Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente.
84:5 Bem-aventurados os homens cuja força está em ti, em cujo coração os caminhos altos.
84:6 Passando pelo vale de Baca, fazem dele um lugar de fontes; e a primeira chuva o cobre de bênçãos.
84:7 Vão sempre aumentando de força; cada um deles aparece perante Deus em Sião.
84:8 Senhor Deus dos exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó!
84:9 Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.
84:10 Porque vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil. Preferiria estar � porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas da perversidade.
84:11 Porquanto o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão.
84:12 Ó Senhor dos exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.
85:1 Mostraste favor, Senhor, � tua terra; fizeste regressar os cativos de Jacó.
85:2 Perdoaste a iniqüidade do teu povo; cobriste todos os seus pecados.
85:3 Retraíste toda a tua cólera; refreaste o ardor da tua ira.
85:4 Restabelece-nos, ó Deus da nossa salvação, e faze cessar a tua indignação contra nós.
85:5 Estarás para sempre irado contra nós? estenderás a tua ira a todas as gerações?
85:6 Não tornarás a vivificar-nos, para que o teu povo se regozije em ti?
85:7 Mostra-nos, Senhor, a tua benignidade, e concede-nos a tua salvação.
85:8 Escutarei o que Deus, o Senhor, disser; porque falará de paz ao seu povo, e aos seus santos, contanto que não voltem � insensatez.
85:9 Certamente que a sua salvação está perto aqueles que o temem, para que a glória habite em nossa terra.
85:10 A benignidade e a fidelidade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.
85:11 A fidelidade brota da terra, e a justiça olha desde o céu.
85:12 O Senhor dará o que é bom, e a nossa terra produzirá o seu fruto.
85:13 A justiça irá adiante dele, marcando o caminho com as suas pegadas.
86:1 Inclina, Senhor, os teus ouvidos, e ouve-me, porque sou pobre e necessitado.
86:2 Preserva a minha vida, pois sou piedoso; o Deus meu, salva o teu servo, que em ti confia.
86:3 Compadece-te de mim, ó Senhor, pois a ti clamo o dia todo.
86:4 Alegra a alma do teu servo, pois a ti, Senhor, elevo a minha alma.
86:5 Porque tu, Senhor, és bom, e pronto a perdoar, e abundante em benignidade para com todos os que te invocam.
86:6 Dá ouvidos, Senhor, � minha oração, e atende � voz das minhas súplicas.
86:7 No dia da minha angústia clamo a ti, porque tu me respondes.
86:8 Entre os deuses nenhum há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas.
86:9 Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão diante de ti, Senhor, e glorificarão o teu nome.
86:10 Ensina-me, Senhor, o teu caminho, e andarei na tua verdade; dispõe o meu coração para temer o teu nome.
86:11 Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, de todo o meu coração, e glorificarei o teu nome para sempre.
86:12 Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do Seol.
86:13 Pois grande é a tua benignidade para comigo, e livraste a minha alma das profundezas do Seol.
86:14 Ó Deus, os soberbos têm-se levantado contra mim, e um bando de homens violentos procura tirar-me a vida; eles não te puseram diante dos seus olhos.
86:15 Mas tu, Senhor, és um Deus compassivo e benigno, longânimo, e abundante em graça e em fidelidade.
86:16 Volta-te para mim, e compadece-te de mim; dá a tua força ao teu servo, e a salva o filho da tua serva.
86:17 Mostra-me um sinal do teu favor, para que o vejam aqueles que me odeiam, e sejam envergonhados, por me haveres tu, Senhor, ajuntado e confortado.
87:1 O fundamento dela está nos montes santos.
87:2 O Senhor ama as portas de Sião mais do que todas as habitações de Jacó.
87:3 Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus.
87:4 Farei menção de Raabe e de Babilônia dentre os que me conhecem; eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este nasceu ali.
87:5 Sim, de Sião se dirá: Este e aquele nasceram ali; e o próprio Altíssimo a estabelecerá.
87:6 O Senhor, ao registrar os povos, dirá: Este nasceu ali.
87:7 Tanto os cantores como os que tocam instrumentos dirão: Todas as minhas fontes estão em ti.
88:1 Ó Senhor, Deus da minha salvação, dia e noite clamo diante de ti.
88:2 Chegue � tua presença a minha oração, inclina os teus ouvidos ao meu clamor;
88:3 porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima do Seol.
88:4 Já estou contado com os que descem � cova; estou como homem sem forças,
88:5 atirado entre os finados; como os mortos que jazem na sepultura, dos quais já não te lembras, e que são desamparados da tua mão.
88:6 Puseste-me na cova mais profunda, em lugares escuros, nas profundezas.
88:7 Sobre mim pesa a tua cólera; tu me esmagaste com todas as tuas ondas.
88:8 Apartaste de mim os meus conhecidos, fizeste-me abominável para eles; estou encerrado e não posso sair.
88:9 Os meus olhos desfalecem por causa da aflição. Clamo a ti todo dia, Senhor, estendendo-te as minhas mãos.
88:10 Mostrarás tu maravilhas aos mortos? ou levantam-se os mortos para te louvar?
88:11 Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade no Abadom?
88:12 Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na terra do esquecimento?
88:13 Eu, porém, Senhor, clamo a ti; de madrugada a minha oração chega � tua presença.
88:14 Senhor, por que me rejeitas? por que escondes de mim a tua face?
88:15 Estou aflito, e prestes a morrer desde a minha mocidade; sofro os teus terrores, estou desamparado.
88:16 Sobre mim tem passado a tua ardente indignação; os teus terrores deram cabo de mim.
88:17 Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos.
88:18 Aparte de mim amigos e companheiros; os meus conhecidos se acham nas trevas.
89:1 Cantarei para sempre as benignidades do Senhor; com a minha boca proclamarei a todas as gerações a tua fidelidade.
89:2 Digo, pois: A tua benignidade será renovada para sempre; tu confirmarás a tua fidelidade até nos céus, dizendo:
89:3 Fiz um pacto com o meu escolhido; jurei ao meu servo Davi:
89:4 Estabelecerei para sempre a tua descendência, e firmarei o teu trono por todas as gerações.
89:5 Os céus louvarão as tuas maravilhas, ó Senhor, e a tua fidelidade na assembléia dos santos.
89:6 Pois quem no firmamento se pode igualar ao Senhor? Quem entre os filhos de Deus é semelhante ao Senhor,
89:7 um Deus sobremodo tremendo na assembléia dos santos, e temível mais do que todos os que estão ao seu redor?
89:8 Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como tu, Senhor, com a tua fidelidade ao redor de ti?
89:9 Tu dominas o ímpio do mar; quando as suas ondas se levantam tu as fazes aquietar.
89:10 Tu abateste a Raabe como se fora ferida de morte; com o teu braço poderoso espalhaste os teus inimigos.
89:11 São teus os céus, e tua é a terra; o mundo e a sua plenitude, tu os fundaste.
89:12 O norte e o sul, tu os criaste; o Tabor e o Hermom regozijam-se em teu nome.
89:13 Tu tens um braço poderoso; forte é a tua mão, e elevado a tua destra.
89:14 Justiça e juízo são a base do teu trono; benignidade e verdade vão adiante de ti.
89:15 Bem-aventurado o povo que conhece o som festivo, que anda, ó Senhor, na luz da tua face,
89:16 que se regozija em teu nome todo o dia, e na tua justiça é exaltado.
89:17 Pois tu és a glória da sua força; e pelo teu favor será exaltado o nosso poder.
89:18 Porque o Senhor é o nosso escudo, e o Santo de Israel é o nosso Rei.
89:19 Naquele tempo falaste em visão ao teu santo, e disseste: Coloquei a coroa num homem poderoso; exaltei um escolhido dentre o povo.
89:20 Achei Davi, meu servo; com o meu santo óleo o ungi.
89:21 A minha mão será sempre com ele, e o meu braço o fortalecerá.
89:22 O inimigo não o surpreenderá, nem o filho da perversidade o afligirá.
89:23 Eu esmagarei diante dele os seus adversários, e aos que o odeiam abaterei.
89:24 A minha fidelidade, porém, e a minha benignidade estarão com ele, e em meu nome será exaltado o seu poder.
89:25 Porei a sua mão sobre o mar, e a sua destra sobre os rios.
89:26 Ele me invocará, dizendo: Tu és meu pai, meu Deus, e a rocha da minha salvação.
89:27 Também lhe darei o lugar de primogênito; fá-lo-ei o mais excelso dos reis da terra.
89:28 Conservar-lhe-ei para sempre a minha benignidade, e o meu pacto com ele ficará firme.
89:29 Farei que subsista para sempre a sua descendência, e o seu trono como os dias dos céus.
89:30 Se os seus filhos deixarem a minha lei, e não andarem nas minhas ordenanças,
89:31 se profanarem os meus preceitos, e não guardarem os meus mandamentos,
89:32 então visitarei com vara a sua transgressão, e com açoites a sua iniqüidade.
89:33 Mas não lhe retirarei totalmente a minha benignidade, nem faltarei com a minha fidelidade.
89:34 Não violarei o meu pacto, nem alterarei o que saiu dos meus lábios.
89:35 Uma vez para sempre jurei por minha santidade; não mentirei a Davi.
89:36 A sua descendência subsistirá para sempre, e o seu trono será como o sol diante de mim;
89:37 será estabelecido para sempre como a lua, e ficará firme enquanto o céu durar.
89:38 Mas tu o repudiaste e rejeitaste, tu estás indignado contra o teu ungido.
89:39 Desprezaste o pacto feito com teu servo; profanaste a sua coroa, arrojando-a por terra.
89:40 Derribaste todos os seus muros; arruinaste as suas fortificações.
89:41 Todos os que passam pelo caminho o despojam; tornou-se objeto de opróbrio para os seus vizinhos.
89:42 Exaltaste a destra dos seus adversários; fizeste com que todos os seus inimigos se regozijassem.
89:43 Embotaste o fio da sua espada, e não o sustentaste na peleja;
89:44 fizeste cessar o seu esplendor, e arrojaste por terra o seu trono;
89:45 abreviaste os dias da sua mocidade; cobriste-o de vergonha.
89:46 Até quando, Senhor? Esconder-te-ás para sempre? Até quando arderá a tua ira como fogo?
89:47 Lembra-te de quão breves são os meus dias; de quão efêmeros criaste todos os filhos dos homens!
89:48 Que homem há que viva e não veja a morte? ou que se livre do poder do Seol?
89:49 Senhor, onde estão as tuas antigas benignidades, que juraste a Davi na tua fidelidade?
89:50 Lembre-te, Senhor, do opróbrio dos teus servos; e de como trago no meu peito os insultos de todos os povos poderosos,
89:51 com que os teus inimigos, ó Senhor, têm difamado, com que têm difamado os passos do teu ungido.
89:52 Bendito seja o Senhor para sempre. Amém e amém.
90:1 Senhor, tu tens sido o nosso refúgio de geração em geração.
90:2 Antes que nascessem os montes, ou que tivesses formado a terra e o mundo, sim, de eternidade a eternidade tu és Deus.
90:3 Tu reduzes o homem ao pó, e dizes: Voltai, filhos dos homens!
90:4 Porque mil anos aos teus olhos são como o dia de ontem que passou, e como uma vigília da noite.
90:5 Tu os levas como por uma torrente; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce;
90:6 de manhã cresce e floresce; � tarde corta-se e seca.
90:7 Pois somos consumidos pela tua ira, e pelo teu furor somos conturbados.
90:8 Diante de ti puseste as nossas iniqüidades, � luz do teu rosto os nossos pecados ocultos.
90:9 Pois todos os nossos dias vão passando na tua indignação; acabam-se os nossos anos como um suspiro.
90:10 A duração da nossa vida é de setenta anos; e se alguns, pela sua robustez, chegam a oitenta anos, a medida deles é canseira e enfado; pois passa rapidamente, e nós voamos.
90:11 Quem conhece o poder da tua ira? e a tua cólera, segundo o temor que te é devido?
90:12 Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios.
90:13 Volta-te para nós, Senhor! Até quando? Tem compaixão dos teus servos.
90:14 Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que nos regozijemos e nos alegremos todos os nossos dias.
90:15 Alegra-nos pelos dias em que nos afligiste, e pelos anos em que vimos o mal.
90:16 Apareça a tua obra aos teus servos, e a tua glória sobre seus filhos.
90:17 Seja sobre nós a graça do Senhor, nosso Deus; e confirma sobre nós a obra das nossas mãos; sim, confirma a obra das nossas mãos.
91:1 Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, � sombra do Todo-Poderoso descansará.
91:2 Direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, o meu Deus, em quem confio.
91:3 Porque ele te livra do laço do passarinho, e da peste perniciosa.
91:4 Ele te cobre com as suas penas, e debaixo das suas asas encontras refúgio; a sua verdade é escudo e broquel.
91:5 Não temerás os terrores da noite, nem a seta que voe de dia,
91:6 nem peste que anda na escuridão, nem mortandade que assole ao meio-dia.
91:7 Mil poderão cair ao teu lado, e dez mil � tua direita; mas tu não serás atingido.
91:8 Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.
91:9 Porquanto fizeste do Senhor o teu refúgio, e do Altíssimo a tua habitação,
91:10 nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará � tua tenda.
91:11 Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.
91:12 Eles te susterão nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra.
91:13 Pisarás o leão e a áspide; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.
91:14 Pois que tanto me amou, eu o livrarei; pô-lo-ei num alto retiro, porque ele conhece o meu nome.
91:15 Quando ele me invocar, eu lhe responderei; estarei com ele na angústia, livrá-lo-ei, e o honrarei.
91:16 Com longura de dias fartá-lo-ei, e lhe mostrarei a minha salvação.
92:1 Bom é render graças ao Senhor, e cantar louvores ao teu nome, ó Altíssimo,
92:2 anunciar de manhã a tua benignidade, e � noite a tua fidelidade,
92:3 sobre um instrumento de dez cordas, e sobre o saltério, ao som solene da harpa.
92:4 Pois me alegraste, Senhor, pelos teus feitos; exultarei nas obras das tuas mãos.
92:5 Quão grandes são, ó Senhor, as tuas obras! quão profundos são os teus pensamentos!
92:6 O homem néscio não sabe, nem o insensato entende isto:
92:7 quando os ímpios brotam como a erva, e florescem todos os que praticam a iniqüidade, é para serem destruídos para sempre.
92:8 Mas tu, Senhor, estás nas alturas para sempre.
92:9 Pois eis que os teus inimigos, Senhor, eis que os teus inimigos perecerão; serão dispersos todos os que praticam a iniqüidade.
92:10 Mas tens exaltado o meu poder, como o do boi selvagem; fui ungido com óleo fresco.
92:11 Os meus olhos já viram o que é feito dos que me espreitam, e os meus ouvidos já ouviram o que sucedeu aos malfeitores que se levantam contra mim.
92:12 Os justos florescerão como a palmeira, crescerão como o cedro no Líbano.
92:13 Estão plantados na casa do Senhor, florescerão nos átrios do nosso Deus.
92:14 Na velhice ainda darão frutos, serão viçosos e florescentes,
92:15 para proclamarem que o Senhor é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.
93:1 O Senhor reina; está vestido de majestade. O Senhor se revestiu, cingiu-se de fortaleza; o mundo também está estabelecido, de modo que não pode ser abalado.
93:2 O teu trono está firme desde a antigüidade; desde a eternidade tu existes.
93:3 Os rios levantaram, ó Senhor, os rios levantaram o seu ruído, os rios levantam o seu fragor.
93:4 Mais que o ruído das grandes águas, mais que as vagas estrondosas do mar, poderoso é o Senhor nas alturas.
93:5 Mui fiéis são os teus testemunhos; a santidade convém � tua casa, Senhor, para sempre.
94:1 Ó Senhor, Deus da vingança, ó Deus da vingança, resplandece!
94:2 Exalta-te, ó juiz da terra! dá aos soberbos o que merecem.
94:3 Até quando os ímpios, Senhor, até quando os ímpios exultarão?
94:4 Até quando falarão, dizendo coisas arrogantes, e se gloriarão todos os que praticam a iniqüidade?
94:5 Esmagam o teu povo, ó Senhor, e afligem a tua herança.
94:6 Matam a viúva e o estrangeiro, e tiram a vida ao órfão.
94:7 E dizem: O Senhor não vê; o Deus de Jacó não o percebe.
94:8 Atendei, ó néscios, dentre o povo; e vós, insensatos, quando haveis de ser sábios?
94:9 Aquele que fez ouvido, não ouvirá? ou aquele que formou o olho, não verá?
94:10 Porventura aquele que disciplina as nações, não corrigirá? Aquele que instrui o homem no conhecimento,
94:11 o Senhor, conhece os pensamentos do homem, que são vaidade.
94:12 Bem-aventurado é o homem a quem tu repreendes, ó Senhor, e a quem ensinas a tua lei,
94:13 para lhe dares descanso dos dias da adversidade, até que se abra uma cova para o ímpio.
94:14 Pois o Senhor não rejeitará o seu povo, nem desamparará a sua herança.
94:15 Mas o juízo voltará a ser feito com justiça, e hão de segui-lo todos os retos de coração.
94:16 Quem se levantará por mim contra os malfeitores? quem se porá ao meu lado contra os que praticam a iniqüidade?
94:17 Se o Senhor não tivesse sido o meu auxílio, já a minha alma estaria habitando no lugar do silêncio.
94:18 Quando eu disse: O meu pé resvala; a tua benignidade, Senhor, me susteve.
94:19 Quando os cuidados do meu coração se multiplicam, as tuas consolações recreiam a minha alma.
94:20 Pode acaso associar-se contigo o trono de iniqüidade, que forja o mal tendo a lei por pretexto?
94:21 Acorrem em tropel contra a vida do justo, e condenam o sangue inocente.
94:22 Mas o Senhor tem sido o meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu alto retiro, e o meu Deus a rocha do meu refúgio.
94:23 Ele fará recair sobre eles a sua própria iniqüidade, e os destruirá na sua própria malícia; o Senhor nosso Deus os destruirá.
95:1 Vinde, cantemos alegremente ao Senhor, cantemos com júbilo � rocha da nossa salvação.
95:2 Apresentemo-nos diante dele com ações de graças, e celebremo-lo com salmos de louvor.
95:3 Porque o Senhor é Deus grande, e Rei grande acima de todos os deuses.
95:4 Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes são suas.
95:5 Seu é o mar, pois ele o fez, e as suas mãos formaram a serra terra seca.
95:6 Oh, vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou.
95:7 Porque ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto e ovelhas que ele conduz. Oxalá que hoje ouvísseis a sua voz:
95:8 Não endureçais o vosso coração como em Meribá, como no dia de Massá no deserto,
95:9 quando vossos pais me tentaram, me provaram e viram a minha obra.
95:10 Durante quarenta anos estive irritado com aquela geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não conhece os meus caminhos;
95:11 por isso jurei na minha ira: Eles não entrarão no meu descanso.
96:1 Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todos os moradores da terra.
96:2 Cantai ao Senhor, bendizei o seu nome; anunciai de dia em dia a sua salvação.
96:3 Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos as suas maravilhas.
96:4 Porque grande é o Senhor, e digno de ser louvado; ele é mais temível do que todos os deuses.
96:5 Porque todos os deuses dos povos são ídolos; mas o Senhor fez os céus.
96:6 Glória e majestade estão diante dele, força e formosura no seu santuário.
96:7 Tributai ao Senhor, ó famílias dos povos, tributai ao Senhor glória e força.
96:8 Tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome; trazei oferendas, e entrai nos seus átrios.
96:9 Adorai ao Senhor vestidos de trajes santos; tremei diante dele, todos os habitantes da terra.
96:10 Dizei entre as nações: O Senhor reina; ele firmou o mundo, de modo que não pode ser abalado. Ele julgará os povos com retidão.
96:11 Alegrem-se os céus, e regozije-se a terra; brame o mar e a sua plenitude.
96:12 Exulte o campo, e tudo o que nele há; então cantarão de júbilo todas as árvores do bosque
96:13 diante do Senhor, porque ele vem, porque vem julgar a terra: julgará o mundo com justiça e os povos com a sua fidelidade.
97:1 O Senhor reina, regozije-se a terra; alegrem-se as numerosas ilhas.
97:2 Nuvens e escuridão estão ao redor dele; justiça e eqüidade são a base do seu trono.
97:3 Adiante dele vai um fogo que abrasa os seus inimigos em redor.
97:4 Os seus relâmpagos alumiam o mundo; a terra os vê e treme.
97:5 Os montes, como cerca, se derretem na presença do Senhor, na presença do Senhor de toda a terra.
97:6 Os céus anunciam a sua justiça, e todos os povos vêem a sua glória.
97:7 Confundidos são todos os que servem imagens esculpidas, que se gloriam de ídolos; prostrai-vos diante dele, todos os deuses.
97:8 Sião ouve e se alegra, e regozijam-se as filhas de Judá por causa dos teus juízos, Senhor.
97:9 Pois tu, Senhor, és o Altíssimo sobre toda a terra; tu és sobremodo exaltado acima de todos os deuses.
97:10 O Senhor ama aos que odeiam o mal; ele preserva as almas dos seus santos, ele os livra das mãos dos ímpios.
97:11 A luz é semeada para o justo, e a alegria para os retos de coração.
97:12 Alegrai-vos, ó justos, no Senhor, e rendei graças ao seu santo nome.
98:1 Cantai ao Senhor um cântico novo, porque ele tem feito maravilhas; a sua destra e o seu braço santo lhe alcançaram a vitória.
98:2 O Senhor fez notória a sua salvação, manifestou a sua justiça perante os olhos das nações.
98:3 Lembrou-se da sua misericórdia e da sua fidelidade para com a casa de Israel; todas as extremidades da terra viram a salvação do nosso Deus.
98:4 Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra; dai brados de alegria, regozijai-vos, e cantai louvores.
98:5 Louvai ao Senhor com a harpa; com a harpa e a voz de canto.
98:6 Com trombetas, e ao som de buzinas, exultai diante do Rei, o Senhor.
98:7 Brame o mar e a sua plenitude, o mundo e os que nele habitam;
98:8 batam palmas os rios; � uma regozijem-se os montes
98:9 diante do Senhor, porque vem julgar a terra; com justiça julgará o mundo, e os povos com eqüidade.
99:1 O Senhor reina, tremam os povos; ele está entronizado sobre os querubins, estremeça a terra.
99:2 O Senhor é grande em Sião, e exaltado acima de todos os povos.
99:3 Louvem o teu nome, grande e tremendo; pois é santo.
99:4 És Rei poderoso que amas a justiça; estabeleces a eqüidade, executas juízo e justiça em Jacó.
99:5 Exaltai o Senhor nosso Deus, e prostrai-vos diante do escabelo de seus pés; porque ele é santo.
99:6 Moisés e Arão entre os seus sacerdotes, e Samuel entre os que invocavam o seu nome, clamavam ao Senhor, e ele os ouvia.
99:7 Na coluna de nuvem lhes falava; eles guardavam os seus testemunhos, e os estatutos que lhes dera.
99:8 Tu os ouviste, Senhor nosso Deus; tu foste para eles um Deus perdoador, embora vingador dos seus atos.
99:9 Exaltai o Senhor nosso Deus e adorai-o no seu santo monte, porque o Senhor nosso Deus é santo.
100:1 Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os habitantes da terra.
100:2 Servi ao Senhor com alegria, e apresentai-vos a ele com cântico.
100:3 Sabei que o Senhor é Deus! Foi ele quem nos fez, e somos dele; somos o seu povo e ovelhas do seu pasto.
100:4 Entrai pelas suas portas com ação de graças, e em seus átrios com louvor; dai-lhe graças e bendizei o seu nome.
100:5 Porque o Senhor é bom; a sua benignidade dura para sempre, e a sua fidelidade de geração em geração.
101:1 Cantarei a benignidade e o juízo; a ti, Senhor, cantarei.
101:2 Portar-me-ei sabiamente no caminho reto. Oh, quando virás ter comigo? Andarei em minha casa com integridade de coração.
101:3 Não porei coisa torpe diante dos meus olhos; aborreço as ações daqueles que se desviam; isso não se apagará a mim.
101:4 Longe de mim estará o coração perverso; não conhecerei o mal.
101:5 Aquele que difama o seu próximo �s escondidas, eu o destruirei; aquele que tem olhar altivo e coração soberbo, não o tolerarei.
101:6 Os meus olhos estão sobre os fiéis da terra, para que habitem comigo; o que anda no caminho perfeito, esse me servirá.
101:7 O que usa de fraude não habitará em minha casa; o que profere mentiras não estará firme perante os meus olhos.
101:8 De manhã em manhã destruirei todos os ímpios da terra, para desarraigar da cidade do Senhor todos os que praticam a iniqüidade.
102:1 Ó Senhor, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor.
102:2 Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia; inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.
102:3 Pois os meus dias se desvanecem como fumaça, e os meus ossos ardem como um tição.
102:4 O meu coração está ferido e seco como a erva, pelo que até me esqueço de comer o meu pão.
102:5 Por causa do meu doloroso gemer, os meus ossos se apegam � minha carne.
102:6 Sou semelhante ao pelicano no deserto; cheguei a ser como a coruja das ruínas.
102:7 Vigio, e tornei-me como um passarinho solitário no telhado.
102:8 Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que contra mim se enfurecem, me amaldiçoam.
102:9 Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida,
102:10 por causa da tua indignação e da tua ira; pois tu me levantaste e me arrojaste de ti.
102:11 Os meus dias são como a sombra que declina, e eu, como a erva, me vou secando.
102:12 Mas tu, Senhor, estás entronizado para sempre, e o teu nome será lembrado por todas as gerações.
102:13 Tu te lenvantarás e terás piedade de Sião; pois é o tempo de te compadeceres dela, sim, o tempo determinado já chegou.
102:14 Porque os teus servos têm prazer nas pedras dela, e se compadecem do seu pó.
102:15 As nações, pois, temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória,
102:16 quando o Senhor edificar a Sião, e na sua glória se manifestar,
102:17 atendendo � oração do desamparado, e não desprezando a sua súplica.
102:18 Escreva-se isto para a geração futura, para que um povo que está por vir louve ao Senhor.
102:19 Pois olhou do alto do seu santuário; dos céus olhou o Senhor para a terra,
102:20 para ouvir o gemido dos presos, para libertar os sentenciados � morte;
102:21 a fim de que seja anunciado em Sião o nome do Senhor, e o seu louvor em Jerusalém,
102:22 quando se congregarem os povos, e os reinos, para servirem ao Senhor.
102:23 Ele abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias.
102:24 Eu clamo: Deus meu, não me leves no meio dos meus dias, tu, cujos anos alcançam todas as gerações.
102:25 Desde a antigüidade fundaste a terra; e os céus são obra das tuas mãos.
102:26 Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles, como um vestido, envelhecerão; como roupa os mundarás, e ficarão mudados.
102:27 Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão.
102:28 Os filhos dos teus servos habitarão seguros, e a sua descendência ficará firmada diante de ti.
103:1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome.
103:2 Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios.
103:3 É ele quem perdoa todas as tuas iniqüidades, quem sara todas as tuas enfermidades,
103:4 quem redime a tua vida da cova, quem te coroa de benignidade e de misericórdia,
103:5 quem te supre de todo o bem, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia.
103:6 O Senhor executa atos de justiça, e juízo a favor de todos os oprimidos.
103:7 Fez notórios os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel.
103:8 Compassivo e misericordioso é o Senhor; tardio em irar-se e grande em benignidade.
103:9 Não repreenderá perpetuamente, nem para sempre conservará a sua ira.
103:10 Não nos trata segundo os nossos pecados, nem nos retribui segundo as nossas iniqüidades.
103:11 Pois quanto o céu está elevado acima da terra, assim é grande a sua benignidade para com os que o temem.
103:12 Quanto o oriente está longe do ocidente, tanto tem ele afastado de nós as nossas transgressões.
103:13 Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor se compadece daqueles que o temem.
103:14 Pois ele conhece a nossa estrutura; lembra-se de que somos pó.
103:15 Quanto ao homem, os seus dias são como a erva; como a flor do campo, assim ele floresce.
103:16 Pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu lugar não a conhece mais.
103:17 Mas é de eternidade a eternidade a benignidade do Senhor sobre aqueles que o temem, e a sua justiça sobre os filhos dos filhos,
103:18 sobre aqueles que guardam o seu pacto, e sobre os que se lembram dos seus preceitos para os cumprirem.
103:19 O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e o seu reino domina sobre tudo.
103:20 Bendizei ao Senhor, vós anjos seus, poderosos em força, que cumpris as suas ordens, obedecendo � voz da sua palavra!
103:21 Bendizei ao Senhor, vós todos os seus exércitos, vós ministros seus, que executais a sua vontade!
103:22 Bendizei ao Senhor, vós todas as suas obras, em todos os lugares do seu domínio! Bendizei, ó minha alma ao Senhor!
104:1 Bendize, ó minha alma, ao Senhor! Senhor, Deus meu, tu és magnificentíssimo! Estás vestido de honra e de majestade,
104:2 tu que te cobres de luz como de um manto, que estendes os céus como uma cortina.
104:3 És tu que pões nas águas os vigamentos da tua morada, que fazes das nuvens o teu carro, que andas sobre as asas do vento;
104:4 que fazes dos ventos teus mensageiros, dum fogo abrasador os teus ministros.
104:5 Lançaste os fundamentos da terra, para que ela não fosse abalada em tempo algum.
104:6 Tu a cobriste do abismo, como dum vestido; as águas estavam sobre as montanhas.
104:7 Â tua repreensão fugiram; � voz do teu trovão puseram-se em fuga.
104:8 Elevaram-se as montanhas, desceram os vales, até o lugar que lhes determinaste.
104:9 Limite lhes traçaste, que não haviam de ultrapassar, para que não tornassem a cobrir a terra.
104:10 És tu que nos vales fazes rebentar nascentes, que correm entre as colinas.
104:11 Dão de beber a todos os animais do campo; ali os asnos monteses matam a sua sede.
104:12 Junto delas habitam as aves dos céus; dentre a ramagem fazem ouvir o seu canto.
104:13 Da tua alta morada regas os montes; a terra se farta do fruto das tuas obras.
104:14 Fazes crescer erva para os animais, e a verdura para uso do homem, de sorte que da terra tire o alimento,
104:15 o vinho que alegra o seu coração, o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que lhe fortalece o coração.
104:16 Saciam-se as árvores do Senhor, os cedros do Líbano que ele plantou,
104:17 nos quais as aves se aninham, e a cegonha, cuja casa está nos ciprestes.
104:18 Os altos montes são um refúgio para as cabras montesas, e as rochas para os querogrilos.
104:19 Designou a lua para marcar as estações; o sol sabe a hora do seu ocaso.
104:20 Fazes as trevas, e vem a noite, na qual saem todos os animais da selva.
104:21 Os leões novos os animais bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento.
104:22 Quando nasce o sol, logo se recolhem e se deitam nos seus covis.
104:23 Então sai o homem para a sua lida e para o seu trabalho, até a tarde.
104:24 Ó Senhor, quão multiformes são as tuas obras! Todas elas as fizeste com sabedoria; a terra está cheia das tuas riquezas.
104:25 Eis também o vasto e espaçoso mar, no qual se movem seres inumeráveis, animais pequenos e grandes.
104:26 Ali andam os navios, e o leviatã que formaste para nele folgar.
104:27 Todos esperam de ti que lhes dês o sustento a seu tempo.
104:28 Tu lho dás, e eles o recolhem; abres a tua mão, e eles se fartam de bens.
104:29 Escondes o teu rosto, e ficam perturbados; se lhes tiras a respiração, morrem, e voltam para o seu pó.
104:30 Envias o teu fôlego, e são criados; e assim renovas a face da terra.
104:31 Permaneça para sempre a glória do Senhor; regozije-se o Senhor nas suas obras;
104:32 ele olha para a terra, e ela treme; ele toca nas montanhas, e elas fumegam.
104:33 Cantarei ao Senhor enquanto eu viver; cantarei louvores ao meu Deus enquanto eu existir.
104:34 Seja-lhe agradável a minha meditação; eu me regozijarei no Senhor.
104:35 Sejam extirpados da terra os pecadores, e não subsistam mais os ímpios. Bendize, ó minha alma, ao Senhor. Louvai ao Senhor.
105:1 Dai graças ao Senhor; invocai o seu nome; fazei conhecidos os seus feitos entre os povos.
105:2 Cantai-lhe, cantai-lhe louvores; falai de todas as suas maravilhas.
105:3 Gloriai-vos no seu santo nome; regozije-se o coração daqueles que buscam ao Senhor.
105:4 Buscai ao Senhor e a sua força; buscai a sua face continuamente.
105:5 Lembrai-vos das maravilhas que ele tem feito, dos seus prodígios e dos juízos da sua boca,
105:6 vós, descendência de Abraão, seu servo, vós, filhos de Jacó, seus escolhidos.
105:7 Ele é o Senhor nosso Deus; os seus juízos estão em toda a terra.
105:8 Lembra-se perpetuamente do seu pacto, da palavra que ordenou para mil gerações;
105:9 do pacto que fez com Abraão, e do seu juramento a Isaque;
105:10 o qual ele confirmou a Jacó por estatuto, e a Israel por pacto eterno,
105:11 dizendo: A ti darei a terra de Canaã, como porção da vossa herança.
105:12 Quando eles eram ainda poucos em número, de pouca importância, e forasteiros nela,
105:13 andando de nação em nação, dum reino para outro povo,
105:14 não permitiu que ninguém os oprimisse, e por amor deles repreendeu reis, dizendo:
105:15 Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas.
105:16 Chamou a fome sobre a terra; retirou-lhes todo o sustento do pão.
105:17 Enviou adiante deles um varão; José foi vendido como escravo;
105:18 feriram-lhe os pés com grilhões; puseram-no a ferro,
105:19 até o tempo em que a sua palavra se cumpriu; a palavra do Senhor o provou.
105:20 O rei mandou, e fez soltá-lo; o governador dos povos o libertou.
105:21 Fê-lo senhor da sua casa, e governador de toda a sua fazenda,
105:22 para, a seu gosto, dar ordens aos príncipes, e ensinar aos anciãos a sabedoria.
105:23 Então Israel entrou no Egito, e Jacó peregrinou na terra de Cão.
105:24 E o Senhor multiplicou sobremodo o seu povo, e o fez mais poderoso do que os seus inimigos.
105:25 Mudou o coração destes para que odiassem o seu povo, e tratassem astutamente aos seus servos.
105:26 Enviou Moisés, seu servo, e Arão, a quem escolhera,
105:27 os quais executaram entre eles os seus sinais e prodígios na terra de Cão.
105:28 Mandou � escuridão que a escurecesse; e foram rebeldes � sua palavra.
105:29 Converteu-lhes as águas em sangue, e fez morrer os seus peixes.
105:30 A terra deles produziu rãs em abundância, até nas câmaras dos seus reis.
105:31 Ele falou, e vieram enxames de moscas em todo o seu têrmo.
105:32 Deu-lhes saraiva por chuva, e fogo abrasador na sua terra.
105:33 Feriu-lhes também as vinhas e os figueirais, e quebrou as árvores da sua terra.
105:34 Ele falou, e vieram gafanhotos, e pulgões em quantidade inumerável,
105:35 que comeram toda a erva da sua terra, e devoraram o fruto dos seus campos.
105:36 Feriu também todos os primogênitos da terra deles, as primícias de toda a sua força.
105:37 E fez sair os israelitas com prata e ouro, e entre as suas tribos não havia quem tropeçasse.
105:38 O Egito alegrou-se quando eles saíram, porque o temor deles o dominara.
105:39 Estendeu uma nuvem para os cobrir, e um fogo para os alumiar de noite.
105:40 Eles pediram, e ele fez vir codornizes, e os saciou com pão do céu.
105:41 Fendeu a rocha, e dela brotaram águas, que correram pelos lugares áridos como um rio.
105:42 Porque se lembrou da sua santa palavra, e de Abraão, seu servo.
105:43 Fez sair com alegria o seu povo, e com cânticos de júbilo os seus escolhidos.
105:44 Deu-lhes as terras das nações, e eles herdaram o fruto do trabalho dos povos,
105:45 para que guardassem os seus preceitos, e observassem as suas leis. Louvai ao Senhor
106:1 Louvai ao Senhor. Louvai ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
106:2 Quem pode referir os poderosos feitos do Senhor, ou anunciar todo o seu louvor?
106:3 Bem-aventurados os que observam o direito, que praticam a justiça em todos os tempos.
106:4 Lembra-te de mim, Senhor, quando mostrares favor ao teu povo; visita-me com a tua salvação,
106:5 para que eu veja a prosperidade dos teus escolhidos, para que me alegre com a alegria da tua nação, e me glorie juntamente com a tua herança.
106:6 Nós pecamos, como nossos pais; cometemos a iniqüidade, andamos perversamente.
106:7 Nossos pais não atentaram para as tuas maravilhas no Egito, não se lembraram da multidão das tuas benignidades; antes foram rebeldes contra o Altíssimo junto ao Mar Vermelho.
106:8 Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder.
106:9 Pois repreendeu o Mar Vermelho e este se secou; e os fez caminhar pelos abismos como pelo deserto.
106:10 Salvou-os da mão do adversário, livrou-os do poder do inimigo.
106:11 As águas, porém, cobriram os seus adversários; nem um só deles ficou.
106:12 Então creram nas palavras dele e cantaram-lhe louvor.
106:13 Cedo, porém, se esqueceram das suas obras; não esperaram pelo seu conselho;
106:14 mas deixaram-se levar pela cobiça no deserto, e tentaram a Deus no ermo.
106:15 E ele lhes deu o que pediram, mas fê-los definhar de doença.
106:16 Tiveram inveja de Moisés no acampamento, e de Arão, o santo do Senhor.
106:17 Abriu-se a terra, e engoliu a Datã, e cobriu a companhia de Abirão;
106:18 ateou-se um fogo no meio da congregação; e chama abrasou os ímpios.
106:19 Fizeram um bezerro em Horebe, e adoraram uma imagem de fundição.
106:20 Assim trocaram a sua glória pela figura de um boi que come erva.
106:21 Esqueceram-se de Deus seu Salvador, que fizera grandes coisas no Egito,
106:22 maravilhas na terra de Cão, coisas tremendas junto ao Mar Vermelho.
106:23 Pelo que os teria destruído, como dissera, se Moisés, seu escolhido, não se tivesse interposto diante dele, para desviar a sua indignação, a fim de que não os destruísse.
106:24 Também desprezaram a terra aprazível; não confiaram na sua promessa;
106:25 antes murmuraram em suas tendas e não deram ouvidos � voz do Senhor.
106:26 Pelo que levantou a sua mão contra eles, afirmando que os faria cair no deserto;
106:27 que dispersaria também a sua descendência entre as nações, e os espalharia pelas terras.
106:28 Também se apegaram a Baal-Peor, e comeram sacrifícios oferecidos aos mortos.
106:29 Assim o provocaram � ira com as suas ações; e uma praga rebentou entre eles.
106:30 Então se levantou Finéias, que executou o juízo; e cessou aquela praga.
106:31 E isto lhe foi imputado como justiça, de geração em geração, para sempre.
106:32 Indignaram-no também junto �s águas de Meribá, de sorte que sucedeu mal a Moisés por causa deles;
106:33 porque amarguraram o seu espírito; e ele falou imprudentemente com seus lábios.
106:34 Não destruíram os povos, como o Senhor lhes ordenara;
106:35 antes se misturaram com as nações, e aprenderam as suas obras.
106:36 Serviram aos seus ídolos, que vieram a ser-lhes um laço;
106:37 sacrificaram seus filhos e suas filhas aos demônios;
106:38 e derramaram sangue inocente, o sangue de seus filhos e de suas filhas, que eles sacrificaram aos ídolos de Canaã; e a terra foi manchada com sangue.
106:39 Assim se contaminaram com as suas obras, e se prostituíram pelos seus feitos.
106:40 Pelo que se acendeu a ira do Senhor contra o seu povo, de modo que abominou a sua herança;
106:41 entregou-os nas mãos das nações, e aqueles que os odiavam dominavam sobre eles.
106:42 Os seus inimigos os oprimiram, e debaixo das mãos destes foram eles humilhados.
106:43 Muitas vezes os livrou; mas eles foram rebeldes nos seus desígnios, e foram abatidos pela sua iniqüidade.
106:44 Contudo, atentou para a sua aflição, quando ouviu o seu clamor;
106:45 e a favor deles lembrou-se do seu pacto, e aplacou-se, segundo a abundância da sua benignidade.
106:46 Por isso fez com que obtivessem compaixão da parte daqueles que os levaram cativos.
106:47 Salva-nos, Senhor, nosso Deus, e congrega-nos dentre as nações, para que louvemos o teu santo nome, e nos gloriemos no teu louvor.
106:48 Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, de eternidade em eternidade! E diga todo o povo: Amém. Louvai ao Senhor.
107:1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre;
107:2 digam-no os remidos do Senhor, os quais ele remiu da mão do inimigo,
107:3 e os que congregou dentre as terras, do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul.
107:4 Andaram desgarrados pelo deserto, por caminho ermo; não acharam cidade em que habitassem.
107:5 Andavam famintos e sedentos; desfalecia-lhes a alma.
107:6 E clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias;
107:7 conduziu-os por um caminho direito, para irem a uma cidade em que habitassem.
107:8 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!
107:9 Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta.
107:10 Quanto aos que se assentavam nas trevas e sombra da morte, presos em aflição e em ferros,
107:11 por se haverem rebelado contra as palavras de Deus, e desprezado o conselho do Altíssimo,
107:12 eis que lhes abateu o coração com trabalho; tropeçaram, e não houve quem os ajudasse.
107:13 Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias.
107:14 Tirou-os das trevas e da sombra da morte, e quebrou-lhes as prisões.
107:15 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!
107:16 Pois quebrou as portas de bronze e despedaçou as trancas de ferro.
107:17 Os insensatos, por causa do seu caminho de transgressão, e por causa das suas iniqüidades, são afligidos.
107:18 A sua alma aborreceu toda sorte de comida, e eles chegaram até as portas da morte.
107:19 Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias.
107:20 Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou da destruição.
107:21 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!
107:22 Ofereçam sacrifícios de louvor, e relatem as suas obras com regozijo!
107:23 Os que descem ao mar em navios, os que fazem comércio nas grandes águas,
107:24 esses vêem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no abismo.
107:25 Pois ele manda, e faz levantar o vento tempestuoso, que eleva as ondas do mar.
107:26 Eles sobem ao céu, descem ao abismo; esvaece-lhes a alma de aflição.
107:27 Balançam e cambaleiam como ébrios, e perdem todo o tino.
107:28 Então clamam ao Senhor na sua tribulação, e ele os livra das suas angústias.
107:29 Faz cessar a tormenta, de modo que se acalmam as ondas.
107:30 Então eles se alegram com a bonança; e assim ele os leva ao porto desejado.
107:31 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens!
107:32 Exaltem-no na congregação do povo, e louvem-no na assembléia dos anciãos!
107:33 Ele converte rios em deserto, e nascentes em terra sedenta;
107:34 a terra frutífera em deserto salgado, por causa da maldade dos que nela habitam.
107:35 Converte o deserto em lagos, e a terra seca em nascentes.
107:36 E faz habitar ali os famintos, que edificam uma cidade para sua habitação;
107:37 semeiam campos e plantam vinhas, que produzem frutos abundantes.
107:38 Ele os abençoa, de modo que se multiplicam sobremaneira; e não permite que o seu gado diminua.
107:39 Quando eles decrescem e são abatidos pela opressão, aflição e tristeza,
107:40 ele lança o desprezo sobre os príncipes, e os faz desgarrados pelo deserto, onde não há caminho.
107:41 Mas levanta da opressão o necessitado para um alto retiro, e dá-lhe famílias como um rebanho.
107:42 Os retos o vêem e se regozijam, e toda a iniqüidade tapa a sua própria boca.
107:43 Quem é sábio observe estas coisas, e considere atentamente as benignidades do Senhor.
108:1 Preparado está o meu coração, ó Deus; cantarei, sim, cantarei louvores, com toda a minha alma.
108:2 Despertai, saltério e harpa; eu mesmo despertarei a aurora.
108:3 Louvar-te-ei entre os povos, Senhor, cantar-te-ei louvores entre as nações.
108:4 Pois grande, acima dos céus, é a tua benignidade, e a tua verdade ultrapassa as mais altas nuvens.
108:5 Sê exaltado, ó Deus, acima dos céus, e seja a tua glória acima de toda a terra!
108:6 Para que sejam livres os teus amados, salva-nos com a tua destra, e ouve-nos.
108:7 Deus falou no seu santuário: Eu me regozijarei; repartirei Siquém, e medirei o vale de Sucote.
108:8 Meu é Gileade, meu é Manassés; também Efraim é o meu capacete; Judá o meu cetro.
108:9 Moabe a minha bacia de lavar; sobre Edom lançarei o meu sapato; sobre a Filístia bradarei em triunfo.
108:10 Quem me conduzirá � cidade fortificada? Quem me guiará até Edom?
108:11 Porventura não nos rejeitaste, ó Deus? Não sais, ó Deus, com os nossos exércitos.
108:12 Dá-nos auxílio contra o adversário, pois vão é o socorro da parte do homem.
108:13 Em Deus faremos proezas; porque é ele quem calcará aos pés os nossos inimigos.
109:1 Ó Deus do meu louvor, não te cales;
109:2 pois a boca do ímpio e a boca fraudulenta se abrem contra mim; falam contra mim com uma língua mentirosa.
109:3 Eles me cercam com palavras de ódio, e pelejam contra mim sem causa.
109:4 Em paga do meu amor são meus adversários; mas eu me dedico � oração.
109:5 Retribuem-me o mal pelo bem, e o ódio pelo amor.
109:6 Põe sobre ele um ímpio, e esteja � sua direita um acusador.
109:7 Quando ele for julgado, saia condenado; e em pecado se lhe torne a sua oração!
109:8 Sejam poucos os seus dias, e outro tome o seu ofício!
109:9 Fiquem órfãos os seus filhos, e viúva a sua mulher!
109:10 Andem errantes os seus filhos, e mendiguem; esmolem longe das suas habitações assoladas.
109:11 O credor lance mão de tudo quanto ele tenha, e despojem-no os estranhos do fruto do seu trabalho!
109:12 Não haja ninguém que se compadeça dele, nem haja quem tenha pena dos seus órfãos!
109:13 Seja extirpada a sua posteridade; o seu nome seja apagado na geração seguinte!
109:14 Esteja na memória do Senhor a iniqüidade de seus pais; e não se apague o pecado de sua mãe!
109:15 Antes estejam sempre perante o Senhor, para que ele faça desaparecer da terra a memória deles!
109:16 Porquanto não se lembrou de usar de benignidade; antes perseguiu o varão aflito e o necessitado, como também o quebrantado de coração, para o matar.
109:17 Visto que amou a maldição, que ela lhe sobrevenha! Como não desejou a bênção, que ela se afaste dele!
109:18 Assim como se vestiu de maldição como dum vestido, assim penetre ela nas suas entranhas como água, e em seus ossos como azeite!
109:19 Seja para ele como o vestido com que ele se cobre, e como o cinto com que sempre anda cingido!
109:20 Seja este, da parte do Senhor, o galardão dos meus adversários, e dos que falam mal contra mim!
109:21 Mas tu, ó Deus, meu Senhor age em meu favor por amor do teu nome; pois que é boa a tua benignidade, livra-me;
109:22 pois sou pobre e necessitado, e dentro de mim está ferido o meu coração.
109:23 Eis que me vou como a sombra que declina; sou arrebatado como o gafanhoto.
109:24 Os meus joelhos estão enfraquecidos pelo jejum, e a minha carne perde a sua gordura.
109:25 Eu sou para eles objeto de opróbrio; ao me verem, meneiam a cabeça.
109:26 Ajuda-me, Senhor, Deus meu; salva-me segundo a tua benignidade.
109:27 Saibam que nisto está a tua mão, e que tu, Senhor, o fizeste.
109:28 Amaldiçoem eles, mas abençoa tu; fiquem confundidos os meus adversários; mas alegre-se o teu servo!
109:29 Vistam-se de ignomínia os meus acusadores, e cubram-se da sua própria vergonha como dum manto!
109:30 Muitas graças darei ao Senhor com a minha boca;
109:31 Pois ele se coloca � direita do poder, para o salvar dos que o condenam.
110:1 Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te � minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.
110:2 O Senhor enviará de Sião o cetro do teu poder. Domina no meio dos teus inimigos.
110:3 O teu povo apresentar-se-á voluntariamente no dia do teu poder, em trajes santos; como vindo do próprio seio da alva, será o orvalho da tua mocidade.
110:4 Jurou o Senhor, e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque.
110:5 O Senhor, � tua direita, quebrantará reis no dia da sua ira.
110:6 Julgará entre as nações; enchê-las-á de cadáveres; quebrantará os cabeças por toda a terra.
110:7 Pelo caminho beberá da corrente, e prosseguirá de cabeça erguida.
111:1 Louvai ao Senhor. De todo o coração darei graças ao Senhor, no concílio dos retos e na congregação.
111:2 Grandes são as obras do Senhor, e para serem estudadas por todos os que nelas se comprazem.
111:3 Glória e majestade há em sua obra; e a sua justiça permanece para sempre.
111:4 Ele fez memoráveis as suas maravilhas; compassivo e misericordioso é o Senhor.
111:5 Dá mantimento aos que o temem; lembra-se sempre do seu pacto.
111:6 Mostrou ao seu povo o poder das suas obras, dando-lhe a herança das nações.
111:7 As obras das suas mãos são verdade e justiça; fiéis são todos os seus preceitos;
111:8 firmados estão para todo o sempre; são feitos em verdade e retidão.
111:9 Enviou ao seu povo a redenção; ordenou para sempre o seu pacto; santo e tremendo é o seu nome.
111:10 O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; têm bom entendimento todos os que cumprem os seus preceitos; o seu louvor subsiste para sempre.
112:1 Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer!
112:2 A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada.
112:3 Bens e riquezas há na sua casa; e a sua justiça permanece para sempre.
112:4 Aos retos nasce luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e justo.
112:5 Ditoso é o homem que se compadece, e empresta, que conduz os seus negócios com justiça;
112:6 pois ele nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna.
112:7 Ele não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando no Senhor.
112:8 O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que veja cumprido o seu desejo sobre os seus adversários.
112:9 Espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça subsiste para sempre; o seu poder será exaltado em honra.
112:10 O ímpio vê isto e se enraivece; range os dentes e se consome; o desejo dos ímpios perecerá.
113:1 Louvai ao Senhor. Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor.
113:2 Bendito seja o nome do Senhor, desde agora e para sempre.
113:3 Desde o nascimento do sol até o seu ocaso, há de ser louvado o nome do Senhor.
113:4 Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória acima dos céus.
113:5 Quem é semelhante ao Senhor nosso Deus, que tem o seu assento nas alturas,
113:6 que se inclina para ver o que está no céu e na terra?
113:7 Ele levanta do pó o pobre, e do monturo ergue o necessitado,
113:8 para o fazer sentar com os príncipes, sim, com os príncipes do seu povo.
113:9 Ele faz com que a mulher estéril habite em família, e seja alegre mãe de filhos. Louvai ao Senhor.
114:1 Quando Israel saiu do Egito, e a casa de Jacó dentre um povo de língua estranha,
114:2 Judá tornou-lhe o santuário, e Israel o seu domínio.
114:3 O mar viu isto, e fugiu; o Jordão tornou atrás.
114:4 Os montes saltaram como carneiros, e os outeiros como cordeiros do rebanho.
114:5 Que tens tu, ó mar, para fugires? e tu, ó Jordão, para tornares atrás?
114:6 E vós, montes, que saltais como carneiros, e vós outeiros, como cordeiros do rebanho?
114:7 Treme, ó terra, na presença do Senhor, na presença do Deus de Jacó,
114:8 o qual converteu a rocha em lago de águas, a pederneira em manancial.
115:1 Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade.
115:2 Por que perguntariam as nações: Onde está o seu Deus?
115:3 Mas o nosso Deus está nos céus; ele faz tudo o que lhe apraz.
115:4 Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos do homem.
115:5 Têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;
115:6 têm ouvidos, mas não ouvem; têm nariz, mas não cheiram;
115:7 têm mãos, mas não apalpam; têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta.
115:8 Semelhantes a eles sejam os que fazem, e todos os que neles confiam.
115:9 Confia, ó Israel, no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.
115:10 Casa de Arão, confia no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.
115:11 Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor; ele é seu auxílio e seu escudo.
115:12 O Senhor tem-se lembrado de nós, abençoar-nos-á; abençoará a casa de Israel; abençoará a casa de Arão;
115:13 abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes.
115:14 Aumente-vos o Senhor cada vez mais, a vós e a vossos filhos.
115:15 Sede vós benditos do Senhor, que fez os céus e a terra.
115:16 Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens.
115:17 Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio;
115:18 nós, porém, bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre. Louvai ao Senhor.
116:1 Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e a minha súplica.
116:2 Porque inclina para mim o seu ouvido, invocá-lo-ei enquanto viver.
116:3 Os laços da morte me cercaram; as angústias do Seol se apoderaram de mim; sofri tribulação e tristeza.
116:4 Então invoquei o nome do Senhor, dizendo:Ó Senhor, eu te rogo, livra-me.
116:5 Compassivo é o Senhor, e justo; sim, misericordioso é o nosso Deus.
116:6 O Senhor guarda os simples; quando me acho abatido, ele me salva.
116:7 Volta, minha alma, ao teu repouso, pois o Senhor te fez bem.
116:8 Pois livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés de tropeçar.
116:9 Andarei perante o Senhor, na terra dos viventes.
116:10 Cri, por isso falei; estive muito aflito.
116:11 Eu dizia na minha precipitação: Todos os homens são mentirosos.
116:12 Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito?
116:13 Tomarei o cálice da salvação, e invocarei o nome do Senhor.
116:14 Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo.
116:15 Preciosa é � vista do Senhor a morte dos seus santos.
116:16 Ó Senhor, deveras sou teu servo; sou teu servo, filho da tua serva; soltaste as minhas cadeias.
116:17 Oferecer-te-ei sacrifícios de ação de graças, e invocarei o nome do Senhor.
116:18 Pagarei os meus votos ao Senhor, na presença de todo o seu povo,
116:19 nos átrios da casa do Senhor, no meio de ti, ó Jerusalém! Louvai ao Senhor.
117:1 Louvai ao Senhor todas as nações, exaltai-o todos os povos.
117:2 Porque a sua benignidade é grande para conosco, e a verdade do Senhor dura para sempre. Louvai ao Senhor.
118:1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
118:2 Diga, pois, Israel: A sua benignidade dura para sempre.
118:3 Diga, pois, a casa de Arão: A sua benignidade dura para sempre.
118:4 Digam, pois, os que temem ao Senhor: A sua benignidade dura para sempre.
118:5 Do meio da angústia invoquei o Senhor; o Senhor me ouviu, e me pôs em um lugar largo.
118:6 O Senhor é por mim, não recearei; que me pode fazer o homem?
118:7 O Senhor é por mim entre os que me ajudam; pelo que verei cumprido o meu desejo sobre os que me odeiam.
118:8 É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar no homem.
118:9 É melhor refugiar-se no Senhor do que confiar nos príncipes.
118:10 Todas as nações me cercaram, mas em nome do Senhor eu as exterminei.
118:11 Cercaram-me, sim, cercaram-me; mas em nome do Senhor eu as exterminei.
118:12 Cercaram-me como abelhas, mas apagaram-se como fogo de espinhos; pois em nome do Senhor as exterminei.
118:13 Com força me impeliste para me fazeres cair, mas o Senhor me ajudou.
118:14 O Senhor é a minha força e o meu cântico; tornou-se a minha salvação.
118:15 Nas tendas dos justos há jubiloso cântico de vitória; a destra do Senhor faz proezas.
118:16 A destra do Senhor se exalta, a destra do Senhor faz proezas.
118:17 Não morrerei, mas viverei, e contarei as obras do Senhor.
118:18 O Senhor castigou-me muito, mas não me entregou � morte.
118:19 Abre-me as portas da justiça, para que eu entre por elas e dê graças ao Senhor.
118:20 Esta é a porta do Senhor; por ela os justos entrarão.
118:21 Graças te dou porque me ouviste, e te tornaste a minha salvação.
118:22 A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular.
118:23 Foi o Senhor que fez isto e é maravilhoso aos nossos olhos.
118:24 Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele.
118:25 Ó Senhor, salva, nós te pedimos; ó Senhor, nós te pedimos, envia-nos a prosperidade.
118:26 Bendito aquele que vem em nome do Senhor; da casa do Senhor vos bendizemos.
118:27 O Senhor é Deus, e nos concede a luz; atai a vítima da festa com cordas �s pontas do altar.
118:28 Tu és o meu Deus, e eu te darei graças; tu és o meu Deus, e eu te exaltarei.
118:29 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre. a tua palavra.
119:1 Bem-aventurados os que trilham com integridade o seu caminho, os que andam na lei do Senhor!
119:2 Bem-aventurados os que guardam os seus testemunhos, que o buscam de todo o coração,
119:3 que não praticam iniqüidade, mas andam nos caminhos dele!
119:4 Tu ordenaste os teus preceitos, para que fossem diligentemente observados.
119:5 Oxalá sejam os meus caminhos dirigidos de maneira que eu observe os teus estatutos!
119:6 Então não ficarei confundido, atentando para todos os teus mandamentos.
119:7 Louvar-te-ei com retidão de coração, quando tiver aprendido as tuas retas ordenanças.
119:8 Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente!
119:9 Como purificará o jovem o seu caminho? Observando-o de acordo com a tua palavra.
119:10 De todo o meu coração tenho te buscado; não me deixes desviar dos teus mandamentos.
119:11 Escondi a tua palavra no meu coração, para não pecar contra ti.
119:12 Bendito és tu, ó Senhor; ensina-me os teus estatutos.
119:13 Com os meus lábios declaro todas as ordenanças da tua boca.
119:14 Regozijo-me no caminho dos teus testemunhos, tanto como em todas as riquezas.
119:15 Em teus preceitos medito, e observo os teus caminhos.
119:16 Deleitar-me-ei nos teus estatutos; não me esquecerei da tua palavra.
119:17 Faze bem ao teu servo, para que eu viva; assim observarei a tua palavra.
119:18 Desvenda os meus olhos, para que eu veja as maravilhas da tua lei.
119:19 Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos.
119:20 A minha alma se consome de anelos por tuas ordenanças em todo o tempo.
119:21 Tu repreendeste os soberbos, os malditos, que se desviam dos teus mandamentos.
119:22 Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois tenho guardado os teus testemunhos.
119:23 Príncipes sentaram-se e falavam contra mim, mas o teu servo meditava nos teus estatutos.
119:24 Os teus testemunhos são o meu prazer e os meus conselheiros.
119:25 A minha alma apega-se ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra.
119:26 Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me os teus estatutos.
119:27 Faze-me entender o caminho dos teus preceitos; assim meditarei nas tuas maravilhas.
119:28 A minha alma se consome de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra.
119:29 Desvia de mim o caminho da falsidade, e ensina-me benignidade a tua lei.
119:30 Escolhi o caminho da fidelidade; diante de mim pus as tuas ordenanças.
119:31 Apego-me aos teus testemunhos, ó Senhor; não seja eu envergonhado.
119:32 Percorrerei o caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu coração.
119:33 Ensina-me, ó Senhor, o caminho dos teus estatutos, e eu o guardarei até o fim.
119:34 Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei, e a observe de todo o meu coração.
119:35 Faze-me andar na vereda dos teus mandamentos, porque nela me comprazo.
119:36 Inclina o meu coração para os teus testemunhos, e não para a cobiça.
119:37 Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade, e vivifica-me no teu caminho.
119:38 Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor.
119:39 Desvia de mim o opróbrio que temo, pois as tuas ordenanças são boas.
119:40 Eis que tenho anelado os teus preceitos; vivifica-me por tua justiça.
119:41 Venha também sobre mim a tua benignidade, ó Senhor, e a tua salvação, segundo a tua palavra.
119:42 Assim terei o que responder ao que me afronta, pois confio na tua palavra.
119:43 De minha boca não tires totalmente a palavra da verdade, pois tenho esperado nos teus juízos.
119:44 Assim observarei de contínuo a tua lei, para sempre e eternamente;
119:45 e andarei em liberdade, pois tenho buscado os teus preceitos.
119:46 Falarei dos teus testemunhos perante os reis, e não me envergonharei.
119:47 Deleitar-me-ei em teus mandamentos, que eu amo.
119:48 Também levantarei as minhas mãos para os teus mandamentos, que amo, e meditarei nos teus estatutos.
119:49 Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar.
119:50 Isto é a minha consolação na minha angústia, que a tua promessa me vivifica.
119:51 Os soberbos zombaram grandemente de mim; contudo não me desviei da tua lei.
119:52 Lembro-me dos teus juízos antigos, ó Senhor, e assim me consolo.
119:53 Grande indignação apoderou-se de mim, por causa dos ímpios que abandonam a tua lei.
119:54 Os teus estatutos têm sido os meus cânticos na casa da minha peregrinação.
119:55 De noite me lembrei do teu nome, ó Senhor, e observei a tua lei.
119:56 Isto me sucedeu, porque tenho guardado os teus preceitos.
119:57 O Senhor é o meu quinhão; prometo observar as tuas palavras.
119:58 De todo o meu coração imploro o teu favor; tem piedade de mim, segundo a tua palavra.
119:59 Quando considero os meus caminhos, volto os meus pés para os teus testemunhos.
119:60 Apresso-me sem detença a observar os teus mandamentos.
119:61 Enleiam-me os laços dos ímpios; mas eu não me esqueço da tua lei.
119:62 Â meia-noite me levanto para dar-te graças, por causa dos teus retos juízos.
119:63 Companheiro sou de todos os que te temem, e dos que guardam os teus preceitos.
119:64 A terra, ó Senhor, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus estatutos.
119:65 Tens usado de bondade para com o teu servo, Senhor, segundo a tua palavra.
119:66 Ensina-me bom juízo e ciência, pois creio nos teus mandamentos.
119:67 Antes de ser afligido, eu me extraviava; mas agora guardo a tua palavra.
119:68 Tu és bom e fazes o bem; ensina-me os teus estatutos.
119:69 Os soberbos forjam mentiras contra mim; mas eu de todo o coração guardo os teus preceitos.
119:70 Torna-se-lhes insensível o coração como a gordura; mas eu me deleito na tua lei.
119:71 Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.
119:72 Melhor é para mim a lei da tua boca do que milhares de ouro e prata.
119:73 As tuas mãos me fizeram e me formaram; dá-me entendimento para que aprenda os teus mandamentos.
119:74 Os que te temem me verão e se alegrarão, porque tenho esperado na tua palavra.
119:75 Bem sei eu, ó Senhor, que os teus juízos são retos, e que em tua fidelidade me afligiste.
119:76 Sirva, pois, a tua benignidade para me consolar, segundo a palavra que deste ao teu servo.
119:77 Venham sobre mim as tuas ternas misericórdias, para que eu viva, pois a tua lei é o meu deleite.
119:78 Envergonhados sejam os soberbos, por me haverem subvertido sem causa; mas eu meditarei nos teus preceitos.
119:79 Voltem-se para mim os que te temem, para que conheçam os teus testemunhos.
119:80 Seja perfeito o meu coração nos teus estatutos, para que eu não seja envergonhado.
119:81 Desfalece a minha alma, aguardando a tua salvação; espero na tua palavra.
119:82 Os meus olhos desfalecem, esperando por tua promessa, enquanto eu pergunto: Quando me consolarás tu?
119:83 Pois tornei-me como odre na fumaça, mas não me esqueci dos teus estatutos.
119:84 Quantos serão os dias do teu servo? Até quando não julgarás aqueles que me perseguem?
119:85 Abriram covas para mim os soberbos, que não andam segundo a tua lei.
119:86 Todos os teus mandamentos são fiéis. Sou perseguido injustamente; ajuda-me!
119:87 Quase que me consumiram sobre a terra, mas eu não deixei os teus preceitos.
119:88 Vivifica-me segundo a tua benignidade, para que eu guarde os testemunhos da tua boca.
119:89 Para sempre, ó Senhor, a tua palavra está firmada nos céus.
119:90 A tua fidelidade estende-se de geração a geração; tu firmaste a terra, e firme permanece.
119:91 Conforme a tua ordenança, tudo se mantém até hoje, porque todas as coisas te obedecem.
119:92 Se a tua lei não fora o meu deleite, então eu teria perecido na minha angústia.
119:93 Nunca me esquecerei dos teus preceitos, pois por eles me tens vivificado.
119:94 Sou teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos.
119:95 Os ímpios me espreitam para me destruírem, mas eu atento para os teus testemunhos.
119:96 A toda perfeição vi limite, mas o teu mandamento é ilimitado.
119:97 Oh! quanto amo a tua lei! ela é a minha meditação o dia todo.
119:98 O teu mandamento me faz mais sábio do que meus inimigos, pois está sempre comigo.
119:99 Tenho mais entendimento do que todos os meus mestres, porque os teus testemunhos são a minha meditação.
119:100 Sou mais entendido do que os velhos, porque tenho guardado os teus preceitos.
119:101 Retenho os meus pés de todo caminho mau, a fim de observar a tua palavra.
119:102 Não me aperto das tuas ordenanças, porque és tu quem me instrui.
119:103 Oh! quão doces são as tuas palavras ao meu paladar! mais doces do que o mel � minha boca.
119:104 Pelos teus preceitos alcanço entendimento, pelo que aborreço toda vereda de falsidade.
119:105 Lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para o meu caminho.
119:106 Fiz juramento, e o confirmei, de guardar as tuas justas ordenanças.
119:107 Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua palavra.
119:108 Aceita, Senhor, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca, e ensina-me as tuas ordenanças.
119:109 Estou continuamente em perigo de vida; todavia não me esqueço da tua lei.
119:110 Os ímpios me armaram laço, contudo não me desviei dos teus preceitos.
119:111 Os teus testemunhos são a minha herança para sempre, pois são eles o gozo do meu coração.
119:112 Inclino o meu coração a cumprir os teus estatutos, para sempre, até o fim.
119:113 Aborreço a duplicidade, mas amo a tua lei.
119:114 Tu és o meu refúgio e o meu escudo; espero na tua palavra.
119:115 Apartai-vos de mim, malfeitores, para que eu guarde os mandamentos do meu Deus.
119:116 Ampara-me conforme a tua palavra, para que eu viva; e não permitas que eu seja envergonhado na minha esperança.
119:117 Sustenta-me, e serei salvo, e de contínuo terei respeito aos teus estatutos.
119:118 Desprezas todos os que se desviam dos teus estatutos, pois a astúcia deles é falsidade.
119:119 Deitas fora, como escória, todos os ímpios da terra; pelo que amo os teus testemunhos.
119:120 Arrepia-se-me a carne com temor de ti, e tenho medo dos teus juízos.
119:121 Tenho praticado a retidão e a justiça; não me abandones aos meus opressores.
119:122 Fica por fiador do teu servo para o bem; não me oprimem os soberbos.
119:123 Os meus olhos desfalecem � espera da tua salvação e da promessa da tua justiça.
119:124 Trata com o teu servo segundo a tua benignidade, e ensina-me os teus estatutos.
119:125 Sou teu servo; dá-me entendimento, para que eu conheça os teus testemunhos.
119:126 É tempo de agires, ó Senhor, pois eles violaram a tua lei.
119:127 Pelo que amo os teus mandamentos mais do que o ouro, sim, mais do que o ouro fino.
119:128 Por isso dirijo os meus passos por todos os teus preceitos, e aborreço toda vereda de falsidade.
119:129 Maravilhosos são os teus testemunhos, por isso a minha alma os guarda.
119:130 A exposição das tuas palavras dá luz; dá entendimento aos simples.
119:131 Abro a minha boca e arquejo, pois estou anelante pelos teus mandamentos.
119:132 Volta-te para mim, e compadece-te de mim, conforme usas para com os que amam o teu nome.
119:133 Firma os meus passos na tua palavra; e não se apodere de mim iniqüidade alguma.
119:134 Resgata-me da opressão do homem; assim guardarei os teus preceitos.
119:135 Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo, e ensina-me os teus estatutos.
119:136 Os meus olhos derramam rios de lágrimas, porque os homens não guardam a tua lei.
119:137 Justo és, ó Senhor, e retos são os teus juízos.
119:138 Ordenaste os teus testemunhos com retidão, e com toda a fidelidade.
119:139 O meu zelo me consome, porque os meus inimigos se esquecem da tua palavra.
119:140 A tua palavra é fiel a toda prova, por isso o teu servo a ama.
119:141 Pequeno sou e desprezado, mas não me esqueço dos teus preceitos.
119:142 A tua justiça é justiça eterna, e a tua lei é a verdade.
119:143 Tribulação e angústia se apoderaram de mim; mas os teus mandamentos são o meu prazer.
119:144 Justos são os teus testemunhos para sempre; dá-me entendimento, para que eu viva.
119:145 Clamo de todo o meu coração; atende-me, Senhor! Eu guardarei os teus estatutos.
119:146 A ti clamo; salva-me, para que guarde os teus testemunhos.
119:147 Antecipo-me � alva da manhã e clamo; aguardo com esperança as tuas palavras.
119:148 Os meus olhos se antecipam �s vigílias da noite, para que eu medite na tua palavra.
119:149 Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó Senhor, segundo a tua justiça.
119:150 Aproximam-se os que me perseguem maliciosamente; andam afastados da tua lei.
119:151 Tu estás perto, Senhor, e todos os teus mandamentos são verdade.
119:152 Há muito sei eu dos teus testemunhos que os fundaste para sempre.
119:153 Olha para a minha aflição, e livra-me, pois não me esqueço da tua lei.
119:154 Pleiteia a minha causa, e resgata-me; vivifica-me segundo a tua palavra.
119:155 A salvação está longe dos ímpios, pois não buscam os teus estatutos.
119:156 Muitas são, Senhor, as tuas misericórdias; vivifica-me segundo os teus juízos.
119:157 Muitos são os meus perseguidores e os meus adversários, mas não me desvio dos teus testemunhos.
119:158 Vi os pérfidos, e me afligi, porque não guardam a tua palavra.
119:159 Considera como amo os teus preceitos; vivifica-me, Senhor, segundo a tua benignidade.
119:160 A soma da tua palavra é a verdade, e cada uma das tuas justas ordenanças dura para sempre.
119:161 Príncipes me perseguem sem causa, mas o meu coração teme as tuas palavras.
119:162 Regozijo-me com a tua palavra, como quem acha grande despojo.
119:163 Odeio e abomino a falsidade; amo, porém, a tua lei.
119:164 Sete vezes no dia te louvo pelas tuas justas ordenanças.
119:165 Muita paz têm os que amam a tua lei, e não há nada que os faça tropeçar.
119:166 Espero, Senhor, na tua salvação, e cumpro os teus mandamentos.
119:167 A minha alma observa os teus testemunhos; amo-os extremamente.
119:168 Observo os teus preceitos e os teus testemunhos, pois todos os meus caminhos estão diante de ti.
119:169 Chegue a ti o meu clamor, ó Senhor; dá-me entendimento conforme a tua palavra.
119:170 Chegue � tua presença a minha súplica; livra-me segundo a tua palavra.
119:171 Profiram louvor os meus lábios, pois me ensinas os teus estatutos.
119:172 Celebre a minha língua a tua palavra, pois todos os teus mandamentos são justos.
119:173 Esteja pronta a tua mão para me socorrer, pois escolhi os teus preceitos.
119:174 Anelo por tua salvação, ó Senhor; a tua lei é o meu prazer.
119:175 Que minha alma viva, para que te louve; ajudem-me as tuas ordenanças.
119:176 Desgarrei-me como ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueço dos teus mandamentos.
120:1 Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me ouviu.
120:2 Senhor, livra-me dos lábios mentirosos e da língua enganadora.
120:3 Que te será dado, ou que te será acrescentado, língua enganadora?
120:4 Flechas agudas do valente, com brasas vivas de zimbro!
120:5 Ai de mim, que peregrino em Meseque, e habito entre as tendas de Quedar!
120:6 Há muito que eu habito com aqueles que odeiam a paz.
120:7 Eu sou pela paz; mas quando falo, eles são pela guerra.
121:1 Elevo os meus olhos para os montes; de onde me vem o socorro?
121:2 O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra.
121:3 Não deixará vacilar o teu pé; aquele que te guarda não dormitará.
121:4 Eis que não dormitará nem dormirá aquele que guarda a Israel.
121:5 O Senhor é quem te guarda; o Senhor é a tua sombra � tua mão direita.
121:6 De dia o sol não te ferirá, nem a lua de noite.
121:7 O Senhor te guardará de todo o mal; ele guardará a tua vida.
121:8 O Senhor guardará a tua saída e a tua entrada, desde agora e para sempre.
122:1 Alegrei-me quando me disseram: Vamos � casa do Senhor.
122:2 Os nossos pés estão parados dentro das tuas portas, ó Jerusalém!
122:3 Jerusalém, que és edificada como uma cidade compacta,
122:4 aonde sobem as tribos, as tribos do Senhor, como testemunho para Israel, a fim de darem graças ao nome do Senhor.
122:5 Pois ali estão postos os tronos de julgamento, os tronos da casa de Davi.
122:6 Orai pela paz de Jerusalém; prosperem aqueles que te amam.
122:7 Haja paz dentro de teus muros, e prosperidade dentro dos teus palácios.
122:8 Por causa dos meus irmãos e amigos, direi: Haja paz dentro de ti.
122:9 Por causa da casa do Senhor, nosso Deus, buscarei o teu bem.
123:1 A ti levanto os meus olhos, ó tu que estás entronizado nos céus.
123:2 Eis que assim como os olhos dos servos atentam para a mão do seu senhor, e os olhos da serva para a mão de sua senhora, assim os nossos olhos atentam para o Senhor nosso Deus, até que ele se compadeça de nós.
123:3 Compadece-te de nós, ó Senhor, compadece-te de nós, pois estamos sobremodo fartos de desprezo.
123:4 A nossa alma está sobremodo farta da zomabaria dos arrogantes, e do desprezo dos soberbos.
124:1 Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel:
124:2 Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós,
124:3 eles nos teriam tragado vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós;
124:4 as águas nos teriam submergido, e a torrente teria passado sobre nós;
124:5 sim, as águas impetuosas teriam passado sobre nós.
124:6 Bendito seja o Senhor, que não nos entregou, como presa, aos dentes deles.
124:7 Escapamos, como um pássaro, do laço dos passarinheiros; o laço quebrou-se, e nós escapamos.
124:8 O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez os céus e a terra.
125:1 Aqueles que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não pode ser abalado, mas permanece para sempre.
125:2 Como estão os montes ao redor de Jerusalém, assim o Senhor está ao redor do seu povo, desde agora e para sempre.
125:3 Porque o cetro da impiedade não repousará sobre a sorte dos justos, para que os justos não estendam as suas mãos para cometer a iniqüidade.
125:4 Faze o bem, ó Senhor, aos bons e aos que são retos de coração.
125:5 Mas aos que se desviam para os seus caminhos tortuosos, levá-los-á o Senhor juntamente com os que praticam a maldade. Que haja paz sobre Israel.
126:1 Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, éramos como os que estão sonhando.
126:2 Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles.
126:3 Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres.
126:4 Faze regressar os nossos cativos, Senhor, como as correntes no sul.
126:5 Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão.
126:6 Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo, trazendo consigo os seus molhos.
127:1 Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
127:2 Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão de dores, pois ele supre aos seus amados enquanto dormem.
127:3 Eis que os filhos são herança da parte do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão.
127:4 Como flechas na mão dum homem valente, assim os filhos da mocidade.
127:5 Bem-aventurado o homem que enche deles a sua aljava; não serão confundidos, quando falarem com os seus inimigos � porta.
128:1 Bem-aventurado todo aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.
128:2 Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás, e te irá bem.
128:3 A tua mulher será como a videira frutífera, no interior da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira, ao redor da tua mesa.
128:4 Eis que assim será abençoado o homem que teme ao Senhor.
128:5 De Sião o Senhor te abençoará; verás a prosperidade de Jerusalém por todos os dias da tua vida,
128:6 e verás os filhos de teus filhos. A paz seja sobre Israel.
129:1 Gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, diga agora Israel;
129:2 gravemente me angustiaram desde a minha mocidade, todavia não prevaleceram contra mim.
129:3 Os lavradores araram sobre as minhas costas; compridos fizeram os seus sulcos.
129:4 O Senhor é justo; ele corta as cordas dos ímpios.
129:5 Sejam envergonhados e repelidos para trás todos os que odeiam a Sião.
129:6 Sejam como a erva dos telhados, que seca antes de florescer;
129:7 com a qual o segador não enche a mão, nem o regaço o que ata os feixes;
129:8 nem dizem os que passam: A bênção do Senhor seja sobre vós; nós vos abençoamos em nome do Senhor.
130:1 Das profundezas clamo a ti, ó Senhor.
130:2 Senhor, escuta a minha voz; estejam os teus ouvidos atentos � voz das minhas súplicas.
130:3 Se tu, Senhor, observares as iniqüidades, Senhor, quem subsistirá?
130:4 Mas contigo está o perdão, para que sejas temido.
130:5 Aguardo ao Senhor; a minha alma o aguarda, e espero na sua palavra.
130:6 A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da manhã, sim, mais do que os guardas pela manhã.
130:7 Espera, ó Israel, no Senhor! pois com o Senhor há benignidade, e com ele há copiosa redenção;
130:8 e ele remirá a Israel de todas as suas iniqüidades.
131:1 Senhor, o meu coração não é soberbo, nem os meus olhos são altivos; não me ocupo de assuntos grandes e maravilhosos demais para mim.
131:2 Pelo contrário, tenho feito acalmar e sossegar a minha alma; qual criança desmamada sobre o seio de sua mãe, qual criança desmamada está a minha alma para comigo.
131:3 Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre.
132:1 Lembra-te, Senhor, a bem de Davi, de todas as suas aflições;
132:2 como jurou ao Senhor, e fez voto ao Poderoso de Jacó, dizendo:
132:3 Não entrarei na casa em que habito, nem subirei ao leito em que durmo;
132:4 não darei sono aos meus olhos, nem adormecimento �s minhas pálpebras,
132:5 até que eu ache um lugar para o Senhor uma morada para o Poderoso de Jacó.
132:6 Eis que ouvimos falar dela em Efrata, e a achamos no campo de Jaar.
132:7 Entremos nos seus tabernáculos; prostremo-nos ante o escabelo de seus pés.
132:8 Levanta-te, Senhor, entra no lugar do teu repouso, tu e a arca da tua força.
132:9 Vistam-se os teus sacerdotes de justiça, e exultem de júbilo os teus santos.
132:10 Por amor de Davi, teu servo, não rejeites a face do teu ungido.
132:11 O Senhor jurou a Davi com verdade, e não se desviará dela: Do fruto das tuas entranhas porei sobre o teu trono.
132:12 Se os teus filhos guardarem o meu pacto, e os meus testemunhos, que eu lhes hei de ensinar, também os seus filhos se assentarão perpetuamente no teu trono.
132:13 Porque o Senhor escolheu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo:
132:14 Este é o lugar do meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o tenho desejado.
132:15 Abençoarei abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados.
132:16 Vestirei de salvação os seus sacerdotes; e de júbilo os seus santos exultarão
132:17 Ali farei brotar a força de Davi; preparei uma lâmpada para o meu ungido.
132:18 Vestirei de confusão os seus inimigos; mas sobre ele resplandecerá a sua coroa.
133:1 Oh! quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!
133:2 É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desceu sobre a barba, a barba de Arão, que desceu sobre a gola das suas vestes;
133:3 como o orvalho de Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque ali o Senhor ordenou a bênção, a vida para sempre.
134:1 Eis aqui, bendizei ao Senhor, todos vós, servos do Senhor, que de noite assistis na casa do Senhor.
134:2 Erguei as mãos para o santuário, e bendizei ao Senhor.
134:3 Desde Sião te abençoe o Senhor, que fez os céus e a terra.
135:1 Louvai ao Senhor. Louvai o nome do Senhor; louvai-o, servos do Senhor,
135:2 vós que assistis na casa do Senhor, nos átrios da casa do nosso Deus.
135:3 Louvai ao Senhor, porque o Senhor é bom; cantai louvores ao seu nome, porque ele é bondoso.
135:4 Porque o Senhor escolheu para si a Jacó, e a Israel para seu tesouro peculiar.
135:5 Porque eu conheço que o Senhor é grande e que o nosso Senhor está acima de todos os deuses.
135:6 Tudo o que o Senhor deseja ele o faz, no céu e na terra, nos mares e em todos os abismos.
135:7 Faz subir os vapores das extremidades da terra; faz os relâmpagos para a chuva; tira os ventos dos seus tesouros.
135:8 Foi ele que feriu os primogênitos do Egito, desde os homens até os animais;
135:9 que operou sinais e prodígios no meio de ti, ó Egito, contra Faraó e contra os seus servos;
135:10 que feriu muitas nações, e matou reis poderosos:
135:11 a Siom, rei dos amorreus, e a Ogue, rei de Basã, e a todos os reinos de Canaã;
135:12 e deu a terra deles em herança, em herança a Israel, seu povo.
135:13 O teu nome, ó Senhor, subsiste para sempre; e a tua memória, ó Senhor, por todas as gerações.
135:14 Pois o Senhor julgará o seu povo, e se compadecerá dos seus servos.
135:15 Os ídolos das nações são prata e ouro, obra das mãos dos homens;
135:16 têm boca, mas não falam; têm olhos, mas não vêem;
135:17 têm ouvidos, mas não ouvem; nem há sopro algum na sua boca.
135:18 Semelhantemente a eles se tornarão os que os fazem, e todos os que neles confiam.
135:19 Ó casa de Israel, bendizei ao Senhor; ó casa de Arão, bendizei ao Senhor;
135:20 ó casa de Levi, bendizei ao Senhor; vós, os que temeis ao Senhor, bendizei ao Senhor.
135:21 Desde Sião seja bendito o Senhor, que habita em Jerusalém. Louvai ao Senhor.
136:1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre.
136:2 Dai graças ao Deus dos deuses, porque a sua benignidade dura para sempre
136:3 Dai graças ao Senhor dos senhores, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:4 ao único que faz grandes maravilhas, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:5 �quele que com entendimento fez os céus, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:6 �quele que estendeu a terra sobre as águas, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:7 �quele que fez os grandes luminares, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:8 o sol para governar de dia, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:9 a lua e as estrelas para presidirem a noite, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:10 �quele que feriu o Egito nos seus primogênitos, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:11 e que tirou a Israel do meio deles, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:12 com mão forte, e com braço estendido, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:13 �quele que dividiu o Mar Vermelho em duas partes, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:14 e fez passar Israel pelo meio dele, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:15 mas derrubou a Faraó com o seu exército no Mar Vermelho, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:16 �quele que guiou o seu povo pelo deserto, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:17 �quele que feriu os grandes reis, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:18 e deu a morte a reis famosos, porque a sua benignidade dura para sempre.
136:19 a Siom, rei dos amorreus, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:20 e a Ogue, rei de Basã, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:21 e deu a terra deles em herança, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:22 sim, em herança a Israel, seu servo, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:23 que se lembrou de nós em nossa humilhação, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:24 e nos libertou dos nossos inimigos, porque a sua benignidade dura para sempre;
136:25 que dá alimento a toda a carne, porque a sua benignidade dura para sempre.
136:26 Dai graças ao Deus dos céus, porque a sua benignidade dura para sempre.
137:1 Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e nos pusemos a chorar, recordando-nos de Sião.
137:2 Nos salgueiros que há no meio dela penduramos as nossas harpas,
137:3 pois ali aqueles que nos levaram cativos nos pediam canções; e os que nos atormentavam, que os alegrássemos, dizendo: Cantai-nos um dos cânticos de Sião.
137:4 Mas como entoaremos o cântico do Senhor em terra estrangeira?
137:5 Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza.
137:6 Apegue-se-me a língua ao céu da boca, se não me lembrar de ti, se eu não preferir Jerusalém � minha maior alegria.
137:7 Lembra-te, Senhor, contra os edomitas, do dia de Jerusalém, porque eles diziam: Arrasai-a, arrasai-a até os seus alicerces.
137:8 Ah! filha de Babilônia, devastadora; feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós;
137:9 feliz aquele que pegar em teus pequeninos e der com eles nas pedra.
138:1 Graças te dou de todo o meu coração; diante dos deuses a ti canto louvores.
138:2 Inclino-me para o teu santo templo, e louvo o teu nome pela tua benignidade, e pela tua fidelidade; pois engrandeceste acima de tudo o teu nome e a tua palavra.
138:3 No dia em que eu clamei, atendeste-me; alentaste-me, fortalecendo a minha alma.
138:4 Todos os reis da terra de louvarão, ó Senhor, quando ouvirem as palavras da tua boca;
138:5 e cantarão os caminhos do Senhor, pois grande é a glória do Senhor.
138:6 Ainda que o Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde; mas ao soberbo, conhece-o de longe.
138:7 Embora eu ande no meio da angústia, tu me revivificas; contra a ira dos meus inimigos estendes a tua mão, e a tua destra me salva.
138:8 O Senhor aperfeiçoará o que me diz respeito. A tua benignidade, ó Senhor, dura para sempre; não abandones as obras das tuas mãos.
139:1 Senhor, tu me sondas, e me conheces.
139:2 Tu conheces o meu sentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento.
139:3 Esquadrinhas o meu andar, e o meu deitar, e conheces todos os meus caminhos.
139:4 Sem que haja uma palavra na minha língua, eis que, ó Senhor, tudo conheces.
139:5 Tu me cercaste em volta, e puseste sobre mim a tua mão.
139:6 Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim; elevado é, não o posso atingir.
139:7 Para onde me irei do teu Espírito, ou para onde fugirei da tua presença?
139:8 Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também.
139:9 Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar,
139:10 ainda ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá.
139:11 Se eu disser: Ocultem-me as trevas; torne-se em noite a luz que me circunda;
139:12 nem ainda as trevas são escuras para ti, mas a noite resplandece como o dia; as trevas e a luz são para ti a mesma coisa.
139:13 Pois tu formaste os meus rins; entreteceste-me no ventre de minha mãe.
139:14 Eu te louvarei, porque de um modo tão admirável e maravilhoso fui formado; maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem.
139:15 Os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado, e esmeradamente tecido nas profundezas da terra.
139:16 Os teus olhos viram a minha substância ainda informe, e no teu livro foram escritos os dias, sim, todos os dias que foram ordenados para mim, quando ainda não havia nem um deles.
139:17 E quão preciosos me são, ó Deus, os teus pensamentos! Quão grande é a soma deles!
139:18 Se eu os contasse, seriam mais numerosos do que a areia; quando acordo ainda estou contigo.
139:19 Oxalá que matasses o perverso, ó Deus, e que os homens sanguinários se apartassem de mim,
139:20 homens que se rebelam contra ti, e contra ti se levantam para o mal.
139:21 Não odeio eu, ó Senhor, aqueles que te odeiam? e não me aflijo por causa dos que se levantam contra ti?
139:22 Odeio-os com ódio completo; tenho-os por inimigos.
139:23 Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece os meus pensamentos;
139:24 vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno.
140:1 Livra-me, ó Senhor, dos homens maus; guarda-me dos homens violentos,
140:2 os quais maquinam maldades no coração; estão sempre projetando guerras.
140:3 Aguçaram as línguas como a serpente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios.
140:4 Guarda-me, ó Senhor, das mãos dos ímpios; preserva-me dos homens violentos, os quais planejaram transtornar os meus passos.
140:5 Os soberbos armaram-me laços e cordas; estenderam uma rede � beira do caminho; puseram-me armadilhas.
140:6 Eu disse, ao Senhor: Tu és o meu Deus; dá ouvidos, ó Senhor, � voz das minhas súplicas.
140:7 Ó Senhor, meu Senhor, meu forte libertador, tu cobriste a minha cabeça no dia da batalha.
140:8 Não concedas, ó Senhor, aos ímpios os seus desejos; não deixes ir por diante o seu mau propósito.
140:9 Não levantem a cabeça os que me cercam; cubra-os a maldade dos seus lábios.
140:10 Caiam sobre eles brasas vivas; sejam lançados em covas profundas, para que não se tornem a levantar!
140:11 Não se estabeleça na terra o caluniador; o mal persiga o homem violento com golpe sobre golpe.
140:12 Sei que o Senhor manterá a causa do aflito, e o direito do necessitado.
140:13 Decerto os justos louvarão o teu nome; os retos habitarão na tua presença.
141:1 Ó Senhor, a ti clamo; dá-te pressa em me acudir! Dá ouvidos � minha voz, quando a ti clamo!
141:2 Suba a minha oração, como incenso, diante de ti, e seja o levantar das minhas mãos como o sacrifício da tarde!
141:3 Põe, ó Senhor, uma guarda � minha boca; vigia a porta dos meus lábios!
141:4 Não inclines o meu coração para o mal, nem para se ocupar de coisas más, com aqueles que praticam a iniqüidade; e não coma eu das suas gulodices!
141:5 Fira-me o justo, será isso uma benignidade; e repreenda-me, isso será como óleo sobre a minha cabeça; não o recuse a minha cabeça; mas continuarei a orar contra os feitos dos ímpios.
141:6 Quando os seus juízes forem arremessados duma penha abaixo, saberão que as palavras do Senhor são verdadeiras.
141:7 Como quando alguém lavra e sulca a terra, são os nossos ossos espalhados � boca do Seol.
141:8 Mas os meus olhos te contemplam, ó Senhor, meu Senhor; em ti tenho buscado refúgio; não me deixes sem defesa!
141:9 Guarda-me do laço que me armaram, e das armadilhas dos que praticam a iniqüidade.
141:10 Caiam os ímpios nas suas próprias redes, até que eu tenha escapado inteiramente.
142:1 Com a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico.
142:2 Derramo perante ele a minha queixa; diante dele exponho a minha tribulação.
142:3 Quando dentro de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço.
142:4 Olha para a minha mão direita, e vê, pois não há quem me conheça; refúgio me faltou; ninguém se interessa por mim.
142:5 A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes.
142:6 Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu.
142:7 Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me farás muito bem.
143:1 Ó Senhor, ouve a minha oração, dá ouvidos �s minhas súplicas! Atende-me na tua fidelidade, e na tua retidão;
143:2 e não entres em juízo com o teu servo, porque � tua vista não se achará justo nenhum vivente.
143:3 Pois o inimigo me perseguiu; abateu-me até o chão; fez-me habitar em lugares escuros, como aqueles que morreram há muito.
143:4 Pelo que dentro de mim esmorece o meu espírito, e em mim está desolado o meu coração.
143:5 Lembro-me dos dias antigos; considero todos os teus feitos; medito na obra das tuas mãos.
143:6 A ti estendo as minhas mãos; a minha alma, qual terra sedenta, tem sede de ti.
143:7 Atende-me depressa, ó Senhor; o meu espírito desfalece; não escondas de mim o teu rosto, para que não me torne semelhante aos que descem � cova.
143:8 Faze-me ouvir da tua benignidade pela manhã, pois em ti confio; faze-me saber o caminho que devo seguir, porque a ti elevo a minha alma.
143:9 Livra-me, ó Senhor, dos meus inimigos; porque em ti é que eu me refugio.
143:10 Ensina-me a fazer a tua vontade, pois tu és o meu Deus; guie-me o teu bom Espírito por terreno plano.
143:11 Vivifica-me, ó Senhor, por amor do teu nome; por amor da tua justiça, tira-me da tribulação.
143:12 E por tua benignidade extermina os meus inimigos, e destrói todos os meus adversários, pois eu sou servo.
144:1 Bendito seja o Senhor, minha rocha, que adestra as minhas mãos para a peleja e os meus dedos para a guerra;
144:2 meu refúgio e minha fortaleza, meu alto retiro e meu e meu libertador, escudo meu, em quem me refugio; ele é quem me sujeita o meu povo.
144:3 Ó Senhor, que é o homem, para que tomes conhecimento dele, e o filho do homem, para que o consideres?
144:4 O homem é semelhante a um sopro; os seus dias são como a sombra que passa.
144:5 Abaixa, ó Senhor, o teu céu, e desce! Toca os montes, para que fumeguem!
144:6 Arremessa os teus raios, e dissipa-os; envia as tuas flechas, e desbarata-os!
144:7 Estende as tuas mãos desde o alto; livra-me, e arrebata-me das poderosas águas e da mão do estrangeiro,
144:8 cuja boca fala vaidade, e cuja mão direita é a destra da falsidade.
144:9 A ti, ó Deus, cantarei um cântico novo; com a harpa de dez cordas te cantarei louvores,
144:10 sim, a ti que dás a vitória aos reis, e que livras da espada maligna a teu servo Davi.
144:11 Livra-me, e tira-me da mão do estrangeiro, cuja boca fala mentiras, e cuja mão direita é a destra da falsidade.
144:12 Sejam os nossos filhos, na sua mocidade, como plantas bem desenvolvidas, e as nossas filhas como pedras angulares lavradas, como as de um palácio.
144:13 Estejam repletos os nossos celeiros, fornecendo toda sorte de provisões; as nossas ovelhas produzam a milhares e a dezenas de milhares em nosos campos;
144:14 os nossos bois levem ricas cargas; e não haja assaltos, nem sortidas, nem clamores em nossas ruas!
144:15 Bem-aventurado o povo a quem assim sucede! Bem-aventurado o povo cujo Deus é o Senhor.
145:1 Eu te exaltarei, ó Deus, rei meu; e bendirei o teu nome pelos séculos dos séculos.
145:2 Cada dia te bendirei, e louvarei o teu nome pelos séculos dos séculos.
145:3 Grande é o Senhor, e mui digno de ser louvado; e a sua grandeza é insondável.
145:4 Uma geração louvará as tuas obras � outra geração, e anunciará os teus atos poderosos.
145:5 Na magnificência gloriosa da tua majestade e nas tuas obras maravilhosas meditarei;
145:6 falar-se-á do poder dos teus feitos tremendos, e eu contarei a tua grandeza.
145:7 Publicarão a memória da tua grande bondade, e com júbilo celebrarão a tua justiça.
145:8 Bondoso e compassivo é o Senhor, tardio em irar-se, e de grande benignidade.
145:9 O Senhor é bom para todos, e as suas misericórdias estão sobre todas as suas obras.
145:10 Todas as tuas obras te louvarão, ó Senhor, e os teus santos te bendirão.
145:11 Falarão da glória do teu reino, e relatarão o teu poder,
145:12 para que façam saber aos filhos dos homens os teus feitos poderosos e a glória do esplendor do teu reino.
145:13 O teu reino é um reino eterno; o teu domínio dura por todas as gerações.
145:14 O Senhor sustém a todos os que estão a cair, e levanta a todos os que estão abatidos.
145:15 Os olhos de todos esperam em ti, e tu lhes dás o seu mantimento a seu tempo;
145:16 abres a mão, e satisfazes o desejo de todos os viventes.
145:17 Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e benigno em todas as suas obras.
145:18 Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em verdade.
145:19 Ele cumpre o desejo dos que o temem; ouve o seu clamor, e os salva.
145:20 O Senhor preserva todos os que o amam, mas a todos os ímpios ele os destrói.
145:21 Publique a minha boca o louvor do Senhor; e bendiga toda a carne o seu santo nome para todo o sempre.
146:1 Louvai ao Senhor.Ó minha alma, louva ao Senhor.
146:2 Louvarei ao Senhor durante a minha vida; cantarei louvores ao meu Deus enquanto viver.
146:3 Não confieis em príncipes, nem em filho de homem, em quem não há auxílio.
146:4 Sai-lhe o espírito, e ele volta para a terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos.
146:5 Bem-aventurado aquele que tem o Deus de Jacó por seu auxílio, e cuja esperança está no Senhor seu Deus
146:6 que fez os céus e a terra, o mar e tudo quanto neles há, e que guarda a verdade para sempre;
146:7 que faz justiça aos oprimidos, que dá pão aos famintos. O Senhor solta os encarcerados;
146:8 o Senhor abre os olhos aos cegos; o Senhor levanta os abatidos; o Senhor ama os justos.
146:9 O Senhor preserva os peregrinos; ampara o órfão e a viúva; mas transtorna o caminho dos ímpios.
146:10 O Senhor reinará eternamente: o teu Deus, ó Sião, reinará por todas as gerações. Louvai ao Senhor!
147:1 Louvai ao Senhor; porque é bom cantar louvores ao nosso Deus; pois isso é agradável, e decoroso é o louvor.
147:2 O Senhor edifica Jerusalém, congrega os dispersos de Israel;
147:3 sara os quebrantados de coração, e cura-lhes as feridas;
147:4 conta o número das estrelas, chamando-as a todas pelos seus nomes.
147:5 Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; não há limite ao seu entendimento.
147:6 O Senhor eleva os humildes, e humilha os perversos até a terra.
147:7 Cantai ao Senhor em ação de graças; com a harpa cantai louvores ao nosso Deus.
147:8 Ele é que cobre o céu de nuvens, que prepara a chuva para a terra, e que faz produzir erva sobre os montes;
147:9 que dá aos animais o seu alimento, e aos filhos dos corvos quando clamam.
147:10 Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem.
147:11 O Senhor se compraz nos que o temem, nos que esperam na sua benignidade.
147:12 Louva, ó Jerusalém, ao Senhor; louva, ó Sião, ao teu Deus.
147:13 Porque ele fortalece as trancas das tuas portas; abençoa aos teus filhos dentro de ti.
147:14 Ele é quem estabelece a paz nas tuas fronteiras; quem do mais fino trigo te farta;
147:15 quem envia o seu mandamento pela terra; a sua palavra corre mui velozmente.
147:16 Ele dá a neve como lã, esparge a geada como cinza,
147:17 e lança o seu gelo em pedaços; quem pode resistir ao seu frio?
147:18 Manda a sua palavra, e os derrete; faz soprar o vento, e correm as águas;
147:19 ele revela a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e as suas ordenanças a Israel.
147:20 Não fez assim a nenhuma das outras nações; e, quanto �s suas ordenanças, elas não as conhecem. Louvai ao Senhor!
148:1 Louvai ao Senhor! Louvai ao Senhor desde o céu, louvai-o nas alturas!
148:2 Louvai-o, todos os seus anjos; louvai-o, todas as suas hostes!
148:3 Louvai-o, sol e lua; louvai-o, todas as estrelas luzentes!
148:4 Louvai-o, céus dos céus, e as águas que estão sobre os céus!
148:5 Louvem eles o nome do Senhor; pois ele deu ordem, e logo foram criados.
148:6 Também ele os estabeleceu para todo sempre; e lhes fixou um limite que nenhum deles ultrapassará.
148:7 Louvai ao Senhor desde a terra, vós, monstros marinhos e todos os abismos;
148:8 fogo e saraiva, neve e vapor; vento tempestuoso que excuta a sua palavra;
148:9 montes e todos os outeiros; árvores frutíferas e todos os cedros;
148:10 feras e todo o gado; répteis e aves voadoras;
148:11 reis da terra e todos os povos; príncipes e todos os juízes da terra;
148:12 mancebos e donzelas; velhos e crianças!
148:13 Louvem eles o nome do Senhor, pois só o seu nome é excelso; a sua glória é acima da terra e do céu.
148:14 Ele também exalta o poder do seu povo, o louvor de todos os seus santos, dos filhos de Israel, um povo que lhe é chegado. Louvai ao Senhor!
149:1 Louvai ao Senhor! Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor na assembléia dos santos!
149:2 Alegre-se Israel naquele que o fez; regozijem-se os filhos de Sião no seu Rei.
149:3 Louvem-lhe o nome com danças, cantem-lhe louvores com adufe e harpa.
149:4 Porque o Senhor se agrada do seu povo; ele adorna os mansos com a salvação.
149:5 Exultem de glória os santos, cantem de alegria nos seus leitos.
149:6 Estejam na sua garganta os altos louvores de Deus, e na sua mão espada de dois gumes,
149:7 para exercerem vingança sobre as nações, e castigos sobre os povos;
149:8 para prenderem os seus reis com cadeias, e os seus nobres com grilhões de ferro;
149:9 para executarem neles o juízo escrito; esta honra será para todos os santos. Louvai ao Senhor!
150:1 Louvai ao Senhor! Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no firmamento do seu poder!
150:2 Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da sua grandeza!
150:3 Louvai-o ao som de trombeta; louvai-o com saltério e com harpa!
150:4 Louvai-o com adufe e com danças; louvai-o com instrumentos de cordas e com flauta!
150:5 Louvai-o com címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes!
150:6 Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!